[resposta atualizada em 3 de agosto de 2021, às 22h30, horário de Brasília].
Antes de mais nada, lembremos que nenhuma vacina contra o Covid-19 é 100% eficaz contra o risco de hospitalização ou morte, mesmo aquelas desenvolvidas em 2020, especialmente contra a cepa original do vírus SRA-CoV-2.
Risco de mortalidade e hospitalização
Em agosto de 2021, tudo indica que as vacinas do RNA (Pfizer/BioNTech chamada Comirnaty na UE e Moderna chamada Spikevax na UE) e a vacina da AstraZeneca (chamada Vaxzevria na UE) são eficazes contra a variante Delta, pelo menos fornecendo forte proteção (cerca de 90% ou mais) contra o risco de hospitalização e morte (ver estudo israelense abaixo). Em outras palavras, o risco de morrer ou ficar gravemente doente é dividido por dez com uma vacina. No início de agosto de 2021 não temos informações precisas sobre a eficácia da vacina de Coronavac contra a variante Delta, especialmente porque a variante Delta não está circulando muito no Brasil neste momento.
Dito isto, o canal de televisão americano CBS entrevistou em 1º de agosto de 2021 a Dra. Sharon Alroy-Preis, que é a Diretora dos Serviços de Saúde Pública em Israel. Ela afirmou que: “Antes pensávamos que as pessoas totalmente vacinadas estavam protegidas, mas agora vemos que a eficácia da vacina é de 40%… Os vacinados representam 50% dos casos diários… [A eficácia da vacina] ainda é alta para doenças graves, mas vemos uma diminuição da proteção, especialmente para as pessoas que foram vacinadas antes… E não só vemos mais infecções, mas alguns [incluindo os vacinados especialmente com mais de 60 anos de idade] são casos graves e críticos”. Por essas e outras razões, Israel começou a administrar uma terceira dose da vacina Pfizer Covid-19 aos maiores de 60 anos a partir de 1º de agosto de 2021 (pelo menos aqueles que receberam a segunda dose de vacina há vários meses).
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Risco de infecção
A eficácia em reduzir o risco de infecção (propagação) parece ser significativamente menor do que com a cepa original do vírus e outras variantes. Isso parece explicar os surtos de Covid-19 em julho de 2021, onde a variante Delta está circulando fortemente, como no Reino Unido ou nos Estados Unidos. Entretanto, é importante que tanto a vacina RNA quanto a AstraZeneca recebam 2 doses da vacina, exceto para pessoas já infectadas no passado (neste caso, uma dose é suficiente).
Em resumo, o risco de ser infectado pela variante Delta é dividido por pelo menos três com uma vacina contra o Covid-19, especialmente as vacinas contra o RNA, em comparação com as pessoas não vacinadas.
Estudo israelense de vacina Pfizer/BioNTech com variante Delta (julho de 2021)
Um chamado estudo em tempo real divulgado pelo Ministério da Saúde de Israel em julho de 2021, baseado principalmente em casos da variante Delta, mostrou que a vacina Pfizer (BioNTech) é 39% eficaz na redução do risco de infecção, 40% eficaz na redução do risco de doença sintomática e 91% eficaz na redução de hospitalização (doença grave) e morte. Esses resultados, que ainda são preliminares segundo o Wall Street Journal de sábado, 24 de julho de 2021, foram obtidos entre 20 de junho de 2021 e 17 de julho de 2021. Durante esse período, a variante do Delta era majoritária em Israel. O governo israelense faz uma observação interessante, no entanto, que ainda não está claro se essa queda de efetividade se deve principalmente à passagem do tempo ou, na verdade, a essa nova variante do Delta. Curiosa e preocupante, antes da chegada da variante Delta em Israel, o mesmo Ministério da Saúde israelense estava falando sobre a vacina Pfizer/BioNTech ser 94% eficaz na redução do risco de infecção e 97% eficaz na redução do risco de hospitalização (doença grave). No dia 24 de julho de 2021, mais de 80% da população adulta israelense estava totalmente vacinada, em grande parte com a vacina Pfizer/BioNTech.