Publicidade

7 fatos sobre a dopamina

A dopamina é um neurotransmissor produzido pelo sistema nervoso. Ela influencia muitos aspectos do nosso comportamento e saúde, mas é essencialmente conhecida por seu papel como “centro de recompensa”. Ou seja, quando vivenciamos uma experiência agradável ou gratificante, o cérebro libera dopamina, criando assim uma sensação de prazer e satisfação, daí o seu outro nome que é “molécula do prazer”1.

Publicidade

Dada suas funções, a falta de dopamina pode tornar certos estímulos sem resposta, levando à apatia, à diminuição da concentração ou à perda de motivação. Outras consequências, como fadiga e lapsos de memória, também podem aparecer. Alguns alimentos favorecem a liberação de dopamina. Esse é o caso dos alimentos ricos em tirosina, um precursor da dopamina, como as bananas e os abacates, que ajudam a aumentar os níveis de dopamina. Aqui estão 7 fatos para se conhecer sobre a dopamina e suas diversas funções ligadas à memória, ao movimento, à motivação, ao humor, à atenção e à cognição.

1. Ativação do circuito de recompensa

A dopamina é frequentemente associada ao sistema de recompensa do cérebro. Ela é liberada durante atividades prazerosas, proporcionando um influxo de prazer. A busca por esse prazer despertará posteriormente o desejo de continuar esse comportamento que provoca a liberação de dopamina. Seja comendo, bebendo ou praticando qualquer atividade, os centros cerebrais envolvidos no prazer e na recompensa são ativados assim que surgem estímulos agradáveis, tornando-os desejáveis.

7 fatos sobre a dopamina

2. Impacto na motivação

De acordo com um artigo da Cleveland Clinic2, a dopamina deixa você feliz e promove a motivação. Segundo um estudo publicado na revista Neuron3, os neurônios dopaminérgicos são bem conhecidos por suas fortes respostas às recompensas e por seu papel essencial na motivação positiva. Na verdade, a dopamina atua antes mesmo de obtermos recompensas. Nos leva a agir, seja para obter algo bom ou para evitar algo ruim. Um artigo publicado online pela Vanderbilt University4mostra que as pessoas dispostas a trabalhar duro tinham níveis mais elevados de dopamina no corpo estriado e no córtex pré-frontal, duas áreas do cérebro conhecidas por terem impacto na motivação e na recompensa.

3. Influência no movimento

A dopamina também desempenha um papel essencial no controle do movimento. A doença de Parkinson, por exemplo, é caracterizada pela degeneração dos neurônios dopaminérgicos, levando a problemas motores.

4. Regulação do humor

As flutuações da dopamina também podem estar relacionadas a mudanças no humor. Muitos argumentos neuroquímicos e farmacológicos demonstram que a dopamina e outras monoaminas, como a serotonina, desempenham funções importantes na regulação do humor e das emoções, estando envolvidas em doenças psiquiátricas como a esquizofrenia e a depressão. Estudos realizados em animais e em seres humanos também mostraram a implicação do sistema dopaminérgico no circuito de recompensa e as disfunções desses dois sistemas em várias patologias psiquiátricas graves, incluindo a esquizofrenia, dependências de drogas e transtornos do humor5.

Além disso, a dopamina também influencia o sono. Níveis adequados de dopamina são necessários para regular os ciclos de sono. Desequilíbrios dopaminérgicos podem, portanto, perturbar o sono, enquanto a falta de sono pode agravar os distúrbios de humor.

5. Relação com transtornos psiquiátricos

Níveis anormais de dopamina estão associados a diversos transtornos mentais, como a esquizofrenia e a depressão. A hiperdopaminergia seria um fator chave na esquizofrenia. Um estudo publicado online em 2020 pela Cochrane Database of Systematic Reviews (DOI: 10.1002/14651858.CD008016) parte do contexto de que os sintomas e sinais da esquizofrenia estão relacionados a níveis elevados de dopamina em áreas específicas do cérebro (sistema límbico). Por isso, os medicamentos antipsicóticos ajudam a bloquear a transmissão de dopamina no cérebro, reduzindo assim os sintomas agudos desse transtorno.

6. Interação com as funções cognitivas

A dopamina também está envolvida em funções cognitivas como atenção e memória. Ela desempenha um papel na tomada de decisões. Níveis desequilibrados de dopamina podem levar a problemas de motivação, como a apatia observada em síndromes depressivas, por exemplo. Além disso, a dopamina parece estar envolvida na eficiência da memória de trabalho, uma função que permite manter e mobilizar uma pequena quantidade de informações na memória pelo tempo necessário para processá-las. Essencial no dia a dia desde a infância, essa memória permite, por exemplo, reter uma instrução até que seja aplicada ou, para os mais velhos, lembrar um número de telefone até anotá-lo.

7. Implicação na dependência

A dopamina está fortemente envolvida nos mecanismos de dependência. Um estudo publicado em 2007 na revista Archives of Neurology (DOI: 10.1001/archneur.64.11.1575) mostra que os efeitos reforçadores das drogas em seres humanos dependem não apenas do aumento da dopamina no estriado dorsal, que é uma pequena estrutura nervosa situada sob o córtex cerebral, mas também da velocidade desse aumento. Assim, quanto mais rápida for a elevação dos níveis de dopamina, mais intensos serão os efeitos reforçadores. Os resultados também demonstraram que níveis elevados de dopamina no estriado dorsal estão envolvidos na motivação para obter a droga quando uma pessoa dependente é exposta a estímulos associados à droga ou a estímulos condicionados. Por outro lado, o uso prolongado de drogas parece estar associado a uma diminuição da função dopaminérgica. Algumas drogas, como a cocaína e as anfetaminas, agem aumentando a liberação de dopamina ou inibindo sua recaptação.

7 fatos sobre a dopamina

Referências e fontes:
– Instituto do Cérebro e da Medula Espinhal (Institut du Cerveau et de la Moelle épinière)
– Cleveland Clinic
– Artigo publicado online pela Vanderbilt University
– Journal of Neuroscience
– Journal Neuron (DOI: 10.1016/j.neuron.2010.11.022)
– Estudo publicado online em 2020 pela Cochrane Database of Systematic Reviews (DOI: 10.1002/14651858.CD008016)
– Revista Archives of Neurology (DOI: 10.1001/archneur.64.11.1575)

Pessoas responsáveis e envolvidas na elaboração deste artigo:
Seheno Harinjato (Redatora do Criasaude.com.br, responsável pelos infográficos).

Data da última atualização do artigo:
07.11.2024 (primeira publicação)

Créditos fotográficos:
Criasaude.com.br, Adobe Stock, © 2024 PixabayCréditos dos infográficos:
Pharmanetis Sàrl (Crisaude.com.br)

Bibliografia e referências científicas:

  1. O que é dopamina?, artigo publicado pelo Institut du Cerveau et de la Moelle épinière (França), site acessado pelo Criasaude em 19 de setembro de 2024, link funcionando nesta data.
  2. Dopamina, artigo publicado pela Cleveland Clinic, datado de março de 2022, site acessado pelo Crisaude em 18 de setembro de 2024, link funcionando nessa data
  3. Dopamine in motivational control: rewarding, aversive, and alerting, Neuron.2010 Dec 9; 68(5): 815-834.DOI: 10.1016/j.neuron.2010.11.022
  4. Dopamine impacts your willingness to work, artigo publicado pela Vanderbilt University, datado de maio dem 2012, segundo estudo publicado em 2 de maio de 2012 no Journal of Neuroscience, site acessado pelo Criasaude em 18 de setembro de 2024, link funcionando nessa data
  5. Manon Dubol. Estudo de neuroimagem multimodal do sistema dopaminérgico e do sistema de recompensa em pacientes psiquiátricos. Medicina humana e patologia. Universidade Paris Saclay (COmUE), 2017. Francês. ffNNT: 2017SACLS477ss. fftel-01721323
Observação da redação: este artigo foi modificado em 07.11.2024

Publicidade