SÃO PAULO – Após a morte confirmada de uma mulher grávida de 35 anos em 10 de maio 2021, provavelmente causada pela vacina AstraZeneca (Oxford) desenvolvida no Brasil pela Fiocruz, os brasileiros precisam ter mais informações sobre essa vacina e seus possíveis efeitos colaterais muito sérios, mesmo que sejam raros. Nesta terça-feira (11.05.2021), muitos estados brasileiros, inclusive os de São Paulo e do Rio de Janeiro, anunciaram que suspenderam a vacinação de mulheres grávidas com AstraZeneca. Na segunda-feira à noite, a Anvisa havia recomendado “a suspensão imediata” da vacinação com AstraZeneca para as mulheres grávidas. Há uma falta de dados no Brasil sobre os possíveis efeitos colaterais (para toda a população) e seu efeito em tempo real sobre as mortes causadas pelo Covid-19. No Brasil a vacina AstraZeneca responde por 26% das doses injetadas, segundo a agência noticiosa francesa AFP.
Dinamarca, Eslováquia e Ontario
A Dinamarca havia renunciado definitivamente à vacina AstraZeneca contra o Covid-19 por causa de seus “raros” mas “graves” efeitos colaterais, havia anunciado em abril de 2021 suas autoridades sanitárias, tornando o país escandinavo o primeiro a renunciar a ela na Europa. Em 11 de maio de 2021, foi relatado que a Eslováquia estava suspendendo as vacinas com a primeira dose de AstraZeneca. A Eslováquia está examinando o caso de um paciente que morreu de um coágulo de sangue depois de receber essa vacina. No dia 11 de maio de 2021, soube-se também que o populoso Estado canadense de Ontário faria uma pausa na vacinação AstraZeneca devido aos efeitos colaterais relacionados com a trombose ou VITT (em inglês: Vaccine-Induced Immune Thrombotic Thrombocytopenia). Em Ontário, até o momento, foi observada uma taxa de 0,9 casos de VITT por 100.000 doses administradas da vacina AstraZeneca. Mas nos últimos dias, a taxa subiu para 1,7 casos de VITT por 100.000 doses administradas.
Brasil
Há uma falta de dados no Brasil sobre os possíveis efeitos colaterais (para toda a população), por exemplo, quantas mortes foram observadas no Brasil por trombose após a ingestão desse medicamento. Em um país pequeno como a Noruega, já houve pelo menos três mortes. Além disso, um estudo clínico mostrou que a vacina AstraZeneca foi 100% eficaz contra a morte e a hospitalização severa, mas não temos informações em tempo real. Ao contrário da vacina Pfizer. Em tempo real, a eficácia contra a morte da vacina Pfizer/BioNTech foi de cerca de 97% em Israel, como Criasaude mencionou. Seria interessante ter acesso com a vacina da AstraZeneca a um grande estudo no Brasil sobre o número de pessoas reinfectadas em tempo real, o número de pessoas hospitalizadas e o número de mortes (se presentes) após uma vacinação completa. Parece que o Instituto Butantan, com sua vacina Coronavac (de Sinovac), está realizando um grande estudo nesse sentido.
11 de maio de 2021. Fontes: AFP e Keystone-ATS (nosso parceiro de mídia Pharmapro é cliente da Keystone-ATS na Suíça, traduzido para o português), G1, CBC News (Canada). Por Xavier Gruffat (Criasaude.com.br).