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Carbimazol

O carbimazol é um medicamento indicado para a doença de Graves, que causa 70% a 80% dos casos de hipertireoidismo. O carbimazol é um tireostático, ou seja, uma droga capaz de reduzir a secreção de hormônios da tireóide. O carbimazol é um pró-fármaco (pró-droga) que é convertido no sangue em sua forma ativa, thiamazol (também chamado methimazol). O tiamazol inibe a formação de enzimas da tireóide (T3 e T4).

Nomes:
Carbimazol, carbimazole (nome inglês), Carbimazolum PhEur

Molécula (fórmula química) :
C7H10N2O2S

Metabolismo:
O thiamazol (methimazol), a forma ativa do carbimazol, tem uma meia-vida de 5-6 horas. A eliminação é principalmente extra-renal (urinário).

Indicações:
– Doença do Graves
Hipertireoidismo
– Tratamento pré-operatório de um nódulo tóxico ou de um bócio tóxico multinodular

Notas:
Drogas tireostáticas como o carbimazol podem normalizar a função tireoidiana em pacientes com doença de Graves em cerca de 4 semanas. Uma vez alcançada a estabilização ou normalização, o paciente deve continuar a tomar esse medicamento por 12-18 meses em dose reduzida. Entretanto, depois desses 12 a 18 meses e quando o tratamento é interrompido, observa-se uma recidiva em cerca de 50% das pessoas tratadas. É possível retomar o tratamento com um tireostático, mas deve ser feita uma discussão entre o médico e o paciente a respeito da terapia com iodo radioativo como uma alternativa. Em casos avançados de tratamento do hipertireoidismo com drogas tireostáticas, muitas vezes leva a taxas de remissão ruins (cura completa).
A orbitopatia que acompanha a doença de Graves (em cerca de 25% dos casos) infelizmente não é influenciada pela terapia tireostática.

Efeitos colaterais:
Os efeitos colaterais mais comuns são náuseas/vômitos, dor de cabeça, dores articulares e musculares, hipoclicémia, febre, perturbação do estômago, distúrbios do paladar, reações alérgicas e prurido.
A agranulocitose é um temido e perigoso efeito colateral que ocorre em cerca de 0,3 a 1% das pessoas tratadas com tireostáticos, como o carbimazol. A agranulocitose ocorre quase sempre nos primeiros três meses de tratamento e mais ainda em pessoas com mais de 40 anos de idade. A agranulocitose pode ser caracterizada por sinais clínicos tais como febre ou dor de garganta. O monitoramento regular dos glóbulos brancos não é necessário. Supõe-se que doses baixas de carbimazol diminuem o risco de agranulocitose.
Outros efeitos colaterais perigosos são possíveis, mas raros, como a hepatotoxicidade, a anemia, etc.
A pancreatite é um possível efeito colateral.

Contra-indicações:
Primeiro trimestre de gravidez. Agranulocitose causada por outras drogas tireostáticas, bem como outros efeitos colaterais perigosos (ver Efeitos colaterais acima).

Interações:
Para o tratamento do hipertireoidismo. Drogas tireostáticas como o carbimazole devem ser descontinuadas pelo menos uma semana antes de se tomar radioiodoína.
Outras indicações (por exemplo, preparação pré-operatória para a tireoidectomia).

Dosagem:
Na doença de Graves, a dose habitual para adultos é uma dose inicial de 5 a 15 mg a cada 8 horas e depois uma dose de manutenção de 5 a 20 mg a cada 24 horas. Após cerca de 4 semanas, quando os níveis de sangue se estabilizaram ou normalizaram, as doses de manutenção são geralmente reduzidas.

Notas:
– O carbimazol é usado principalmente na Europa, menos nas Américas (por exemplo, EUA ou Brasil).
– O T4 é verificado a cada 2 semanas, depois a cada 4 a 6 semanas e finalmente a cada 3 meses.
– Tireostatos como carbimazol devem ser interrompidos pelo menos uma semana antes de tomar radioiodo.
Alternativas:
– Em comparação com o propylthiouracil, outro tireostático, carbimazol tem mais estudos publicados e é mais eficaz1.
– Entretanto, o propiltiouracil pode ser uma alternativa eficaz, especialmente na gravidez, mas tem maior toxicidade hepática do que o carbimazol.
– O iodeto de potássio é uma boa alternativa para a preparação da tireoidectomia.
– Outras alternativas são a tireoidectomia e o iodo radioativo.

Fontes & Refências: 
Fontes: 
Pharmawiki.ch
Referências e literatura:
“100 wichtige Medikamente” – Infomed (2020).

Créditos das fotos /Adobe Stock :
Fotolia.com

Redação: 
Xavier Gruffat (farmacêutico suíço)

Última atualização: 
28.09.2021

Bibliografia e referências científicas:

  1. “100 wichtige Medikamente” – Infomed (2020)
Observação da redação: este artigo foi modificado em 28.09.2021

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