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Analisar a respiração para detectar câncer

Analisar a respiração para detectar câncerPARIS – Analisar a respiração para detectar o câncer: a ideia que pode parecer absurda, é realmente uma experiência corporal na Itália para detectar câncer de cólon. Um nariz primeiro eletrônico foi desenvolvido nos Estados Unidos para “farejar” tumores de pulmão.

Um teste experimental desenvolvido pela equipe de Donato Altomare na Universidade de Bari, determinou com 76% de precisão se um paciente  tinha ou não câncer colorretal, a segunda principal causa de morte por câncer na Europa.

“A técnica de coletar amostras da respiração é muito simples e não invasiva”, diz o Dr. Altomare em um comunicado que acompanhou o lançamento, quarta-feira, de seu estudo na revista “British Journal of Surgery” (BJS). Reconhece-se, contudo, que a técnica ainda está em uma “fase experimental”.

Os testes desenvolvidos pela equipe são baseados na análise por cromatografia gasosa de compostos orgânicos voláteis (VOC em inglês) contidos na respiração de pacientes. Já é conhecido há alguns anos que a produção destes VOC é “alterada” em pacientes com câncer, mas ninguém entende completamente os mecanismos bioquímicos envolvidos.

Amostra muito pequena

Primeiramente, a equipe do professor Altomare desenvolveu um perfil de conteúdo de VOC na respiração de pacientes com câncer colorretal e em seguida dos pacientes saudáveis, trabalhando com 37 pacientes com a doença  e 41 pessoas saudáveis. Eles, então, testaram a sensibilidade do teste desenvolvido em outros 25 pacientes (15 pacientes com câncer e 10 saudáveis), obtendo um diagnóstico correto em 19 deles.

Uma taxa de precisão de cerca de 75% “é muito pequena”, diz a gastroenterologista francesa Isabelle Nion-Larmurier. “Mas a amostra é pequena e devemos ver um maior número de exames”, acrescenta ela.

Para a especialista, com este tipo de teste seria muito mais fácil de obsevar de perto a população em geral do que com o teste atual, o tipo Hemoccult, com base na pesquisa de sangue nas fezes, que é sempre difícil de ser realizado em pessoas com mais de 50 anos (apenas um terço da população alvo a ser submetida).

Uma característica interessante do estudo italiano é que a sensibilidade deste teste também parece ser alta para diagnóstico de câncer em estágios iniciais (estágios I e II) em comparação com estágios avançados (estágios III e IV).

“Nariz eletrônico”

A equipe do Prof. Altomare não é o única a trabalhar sobre o assunto. Uma pequena empresa da Califórnia, Metabolomx desenvolveu um nariz eletrônico para a detecção experimental de câncer do pulmão, mais uma vez por meio do ar expirado do paciente.

A empresa diz em seu site que os testes realizados pela Cleveland Clinic mostraram que a máquina era tão confiável quanto um scanner tradicional para diagnosticar o câncer de pulmão e mais do que isso, o nariz artificial foi capaz de determinar o tipo de células cancerosas envolvidas.

Criasaude: 05 de dezembro de 2012

Observação da redação: este artigo foi modificado em 19.09.2017

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