WASHINGTON – Uma proteína no leite materno reduz significativamente a resistência aos antibióticos desenvolvidos por alguns patógenos causadores de pneumonias graves e outras infecções difíceis de tratar. Isto é o que revela um estudo publicado quarta-feira na revista americana “PLoS ONE”.
Esta descoberta é promissora para os hospitais. Eles são muitas vezes confrontados com o problema dos “superbactérias” resistentes a antibióticos, tais como o Staphylococcus aureusresistente à meticilina(SARM), responsável por um grande número de infecções hospitalares.
Experiências conduzida em culturas de laboratório e em animais demonstraram que esta proteína, chamada “Human Alpha-lactalbumine made lethal to tumor cell”, ou HAMLET (alfa-lactalbumina humana letal a células tumorais, em português), aumenta a sensibilidade de bactérias a múltiplos antibióticos, como a penicilina e a eritromicina.
Os efeitos foram tão pronunciadas que as bactérias resistentes incluindo a penicilina, como estreptococo da pneumonia e a SARM, recuperaram a sensibilidade a estes antibióticos a que tinham resistência anteriormente, explicam os pesquisadores, cujo Anders Hakansson, professor adjunto de microbiologia na Universidade de Buffalo, um dos três co-autores desta pesquisa.
HAMLET “tem o potencial de reduzir a concentração de antibiótico necessária para combater infecções e nos permite usar os antibióticos mais comuns contra patógenos resistentes”, disse Anders Hakansson.
Utilização orientada contra tumores
As bactérias parecem ter grande dificuldade em desenvolver resistência à HAMLET. Elas morrem em grande número, mesmo depois de terem sido expostas a esta proteína por muitas gerações, acrescentou.
“Ao contrário dos tratamentos sintéticos, HAMLET é uma substância que se forma naturalmente no leite humano e não tem efeitos colaterais tóxicos, que frequentemente são observados com antibióticos muito fortes necessários para matar agentes patogênicos multirresistentes” observa o pesquisador.
A HAMLET também foi pesquisado para a sua utilização direcionada contra tumores cancerígenos, especialmente aqueles resistentes a outros tipos de quimioterapia.
Criasaude.com.br, 7 de maio de 2013 – © Svetlana Fedoseeva – Fotolia.com