SÃO PAULO – Hortas comunitárias em São Paulo abrigam uma diversidade de plantas medicinais que ficam disponíveis para quem estiver por perto e alimentam a tradição do uso de plantas no tratamento de problemas de saúde de baixa complexidade.
Desde setembro de 2012 que muitos espaços públicos ociosos (praças, parques, terrenos abandonados, …) da cidade de São Paulo vêm sendo tomados por iniciativas de pessoas que buscam a melhoria da qualidade de vida através do resgate do contato com a terra e da difusão de informações sobre alimentação, nutrição, meio ambiente, entre outras.
As hortas comunitárias urbanas proporcionam espaços de mudança e reflexão da maneira de produção e consumo de alimentos, integração e protagonismo da comunidade ao redor, apropriação e revitalização de espaços públicos pela população, educação ambiental e educação alimentar.
Segundo Cláudia Visoni, voluntária da Horta das Corujas e integrante do grupo “Hortelões Urbanos”, a maioria das hortas comunitárias urbanas “não visam primordialmente o abastecimento, mas a educação ambiental na prática através da reconexão com os ciclos da natureza; a educação nutricional por meio do aprendizado de onde vem o alimento e como cultivá-lo; diversificação alimentar, pois muitos alimentos plantados não são encontrados em supermercados”.
Plantas Medicinais
Ao lado de hortaliças e outros vegetais destinados para a alimentação, é comum encontrar nos canteiros ou em cantos isolados, algumas espécies de plantas medicinais que não são consumidas corriqueiramente, mas que podem ser úteis em certos casos de problemas de saúde.
Além de fortalecer a tradição do uso do uso medicinal de plantas para tratar problemas de saúde de baixa complexidade, estas hortas comunitárias agem como ponto de disseminação de mudas e sementes para o cultivo domiciliar.
Outros benefícios à saúde
Não é apenas pelo poder das plantas medicinais que estas hortas comunitárias melhoram a saúde da população ao redor. Outros benefícios à saúde podem ser colhidos devido o aumento das áreas verdes urbanas, acesso a alimentos orgânicos e saudáveis, acesso a temperos que diminuem o consumo de sal, bem como a troca de conhecimento sobre saúde entre os frequentadores da horta.
Cláudia ainda enfatiza que “não existe propaganda de milho e brócolis na TV, o contato com a horta traz a aproximação destes alimentos na vida das crianças, o que faz com que elas queiram comer mais vegetais”.
Hortas comunitárias urbanas | Endereço | Bairro | Plantas medicinais encontradas |
Horta das Corujas | Praça Dolores Ibarruri | Vila Beatriz | Alecrim, arnica-do-mato, arruda, babosa, boldo, capim-santo, capuchinha, cavalinha, citronela, estomalina,guaco, hortelã, lavanda, manjericão, melissa, novalgina, ora-pro-nobis, orégano, sabugueiro, sálvia, tomilho |
Horta BNH | Praça Maria Noeli Carly Lacerda | Pinheiros | – |
Horta da Vila Anglo | Rua Rifaina | Perdizes | – |
Horta da Nascente | Praça Homero Silva | Pompéia | – |
Horta comunitária da Vila Pompéia | R. Saramenha com R. Francisco Bayardo | Pompéia | – |
Horta do CCSP | Centro Cultural de São Paulo | Vergueiro | alecrim, arruda, boldo, capim-santo, carqueja, cavalinha, citronela, confrei, erva-doce, hortelã, lavanda, manjericão, melissa, menta, mil-folhas, orégano, sálvia, tomilho |
Horta do Ciclista | Av. Paulista com a Rua da Consolação | Bela Vista | Alecrim, babosa, boldo, capim-limão, guiné, hortelã, lavanda, melissa |
Horta da Brasilândia | R. Itambé do mato dentro com a R. Jesuino Antônio Batista | Brasilândia | Babosa e boldo |
Horta da Vila Industrial | Rua Pacari da Mata | São Lucas | – |
Horta Arborecer | Rua Cachoeira Nova Vida | São Lucas | – |
Hortão Casa Verde | R. Caetano Desco, 123 | Casa Verde | Bálsamo, boldo, capim-limão, centelha asiática, cidreira, hortelã, macaé, malva, menta, piava-branca, picão-branco, picão-preto |
Horta da Vila Nova Esperança | Av. Eng. Heitor Antonio Eiras Garcia, 9200 | Raposo Tavares |
Babosa, bálsamo-verde, boldo, hortelã, manjericão, açafrão |
Escrito por: Adriana Sumi
Colaboração: Ana Terra