Tuberculose
Resumo sobre a tuberculose
A tuberculose é uma doença infecciosa que permanece sendo um grande problema de saúde pública no mundo, principalmente nos países de terceiro mundo.
A tuberculose pode ser fatal caso não seja diagnosticada e tratada. No entanto é uma doença que pode ser prevenida. A identificação e tratamento dos infectados é o principal meio de prevenção para que a infecção não se espalhe na comunidade.
Esta doença é causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis e transmitida atravésde gotículas de salíva da tosse ou espirro de pessoas infectadas. Mas um estudo sul-africano publicado em outubro de 2021 (mais informações em Causas abaixo) estima que o simples ato de respirar pode ser um dos principais meios de transmissão da tuberculose.
Não são todas as pessoas que entram em contato com a bactéria que desenvolvem a doença, geralmente as pessoas conseguem eliminar a bactéria sem serem infetadas.
Existem casos onde a pessoa não expulsar a bactéria mas consegue controlá-la e não manifesta a doença (tuberculose latente). Mas esta tuberculose pode ser reativada levando a manifestação da doença, isto ocorre em casos de tratamentos não completados e em pessoas com o sistema imune fragilizado, como aidéticos, diabéticos e pessoas que fazem uso de medicamentos imunossupressores.
Tabagistas, idosos, pessoas que vivem em abrigo ou asilos, prisioneiros e profissionais da área da saúde, também possuem um maior risco de desenvolver a doença.
Os principais sintomas são: tosse (com ou sem cátaro e sangue), febre baixa, suor noturno, perda de apetite, emagrecimento, fadiga, dores no peito e dificuldade de respirar.
O diagnóstico é geralmente é feito através do histórico do paciente, sintomas, exame microscópico direto e raio X do tórax.
O tratamento da tuberculose consiste na utilização de vários antibióticos, em geral 3 ou 4, que devem ser tomados todos os dias e por no mínimo 6 meses. O tratamento feito corretamente cura praticamente 100% dos casos.
Definição
A tuberculose é uma doença infecciosa causada por uma bactéria que atinge principalmente os pulmões, mas que pode também atingir outros órgãos.
Existem dois estágios/tipos de tuberculose, a latente e a ativa:
– Tuberculose latente: A pessoa infectada consegue controlar a bactéria, não manifesta sintomas e não transmite a doença. Se tratado neste estágio, a tuberculose ativa pode ser prevenida. Aproximadamente 1/3 da população mundial esta infectada com tuberculose latente.
– Tuberculose ativa: Corre quando há reativação da tuberculose, nos casos onde a tuberculose latente não é tratada completamente ou nos casos em que o indivíduo esta imunodeprimido (como no caso da AIDS). A reativação ocorre em 5 a 10% dos casos de tuberculose latente.
Os casos extra-pulmonares (fora do pulmão), com exceção dos pacientes com a imunidade comprometida, ocorrem geralmente devido a uma reativação da doença e não por um infecção primária. A tuberculose pode causar meningites, infecções renais,hepática,da glândula supra-renal, pleural e óssea. Nas crianças a incidência de tuberculose extra-pulmonar é maior, ocorre em 20% dos casos.
A tuberculose é bem controlada nos países mais industrializados (EUA, Canadá, Japão, alguns países da Europa), mas é muito mais problemática nos países em desenvolvimento, como na África, onde a epidemia da AIDS se conjuga com a tuberculose e dificulta a erradicação da doença.
Outro problema que causa o aumento dos casos de tuberculose no mundo é o desenvolvimento da resistência aos antibióticos dos tratamentos antituberculose.
História:
O médico grego Hipócrates (cerca de 400 anos antes de Cristo) acreditava que a tuberculose era a doença mais disseminada de sua época.
Epidemiologia
Mundo
– Em 2021, a OMS (Organização Mundial da Saúde) estimou que a cada ano 1,5 milhão de pessoas morrem de tuberculose no mundo. Segundo a OMS, estima-se que 10,6 milhões de casos de tuberculose foram diagnosticados em todo o mundo em 20211.
Estados Unidos
– Em 2021 nos Estados Unidos foram diagnosticados 7.882 casos de tuberculose e até 13 milhões de pessoas viviam com tuberculose latente, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (Centers for Disease Control and Prevention).
Causas
A maioria dos casos de tuberculose provém da bactéria Mycobacterium tuberculosis (bacilo de Koch). Esta bactéria geralmente afeta os pulmões, mas pode afetar outras partes do corpo.
Transmissão
A transmissão da tuberculose é feita, por exemplo, através das finas gotículas de saliva da tosse ou do espirro de uma pessoa atingida pela tuberculose, essa bactéria se distribui pelo pulmão, principalmente na porção superior (no ápice).
Mas um estudo sul-africano publicado em 19 de outubro de 2021 pela Universidade do Cabo, na África do Sul, estima que o simples ato de respirar pode ser um dos principais meios de transmissão da tuberculose. Seus autores preconizam uma mudança fundamental nas estratégias de contenção dessa doença, que até agora se concentravam na tosse. Se a hipótese de transmissão da tuberculose pela respiração for confirmada, significa que o tratamento de pessoas que já desenvolveram os sintomas é insuficiente para bloquear a propagação da doença. Os pesquisadores sul-africanos avaliaram a transmissão desta bactéria por 39 pessoas afetadas. Para isso, eles mediram a quantidade dessa bactéria emitida por pessoas infectadas quando respiravam normalmente, profundamente e quando tossiam. Após 5 minutos, nuvens de partículas contendo as bactérias foram produzidas em todos os três casos. A tosse produziu três vezes mais bactérias do que a respiração. Mas, de acordo com os pesquisadores, o fato de respirarmos continuamente pode significar que 90% das bactérias emitidas por uma pessoa infectada são emitidas dessa forma. Daí a importância de ventilar adequadamente os locais que potencialmente contenham pessoas infectadas, segundo os pesquisadores. Em 19 de outubro de 2021, este trabalho ainda não havia sido revisado por outros cientistas, ele foi apresentado em uma conferência online internacional dedicada à saúde pulmonar2.
Geralmente, em pessoas com o sistema imunológico em plena condição, a bactéria é expulsa do organismo, muitas sem que ela seja infectada.
Existem casos em que a pessoa desenvolve uma resposta imunológica que controla a bactéria, nestes casos a pessoa não desenvolve tuberculose ativa e nem fica doente, falamos em tuberculose latente. Mas a doença pode progredir levando a tuberculose ativa, muitas vezes silenciosamente, podendo até levar à morte.
A bactéria permanece oculta
Uma das razões pelas quais a bactéria (Mycobacterium tuberculosis) sobreviveu há centenas de anos e dela ser difícil de se tratar, é que ela desenvolveu um mecanismo sofisticado para se esconder no corpo. Na verdade, a bactéria reside em glóbulos brancos chamados macrófagos, células que normalmente as matariam. Essas observações vêm de um estudo publicado em 14 de agosto de 2017 na revista científica PLoS Pathog (10.1371 / journal.ppat.1006551).
Grupos de risco
As crianças e as pessoas com mais de 60 anos são as mais atingidas pela tuberculose. Observamos que tanto as mulheres como os homens são igualmente afetados pela doença.
As pessoas com sistema imunológico mais frágil, tais como aidéticos, diabéticos, pacientes sob tratamento de imunossupressores, pessoas que sofrem de doenças pulmonares, entre outros, são os mais atingidos pela tuberculose, pois sua defesa face à bactéria é limitada.
O tabagismo, também está associado a um maior risco de adquirir a doença, de ter recidiva e maior mortalidade pela doença.
Outros grupos de risco são comunidades com alta prevalência de tuberculose, pessoas que tiveram contato com tubercolosos, moradores de abrigos ou asilos, prisioneiros e profissionais da área de saúde.
Sintomas
A primeira infecção, ou primo-infecção (primeiro contato entre o paciente e o bacilo de Koch) ocorre quase sempre sem manifestação dos sintomas, é mais frequente em crianças. Em geral, um câncro tuberculoso se forma nos pulmões.
Todavia, quando os sintomas aparecem, estes são principalmente:
– Uma tosse (freqüentemente seca). A tosse pode durar de 3 a 4 semanas ou, em alguns casos, até mais3.
– Uma sensação de mal estar (geral)
– Irritabilidade
– Sudorese noturna
– Febre baixa
Se a doença progredir, em geral cerca de 2 a 6 semanas após a primeira infecção, os sintomas que tendem a aparecer são os seguintes:
– Uma tosse produtiva com cuspes ou catarros que podem ser amarelados ou esverdeados e também podem ter sangue misturado.
– Dores na região do tórax, principalmente em caso de forte inspiração.
– Dificuldade respiratória
– falta de ar após algum esforço
– Febre (vespertina e geralmente não passa de 38,5°C)
– Falta de apetite e perda de peso
– Transpiração excessiva (suores noturnos)
– Fadiga
Quando a tuberculose não é bem tratada, outros órgãos além do sistema respiratório podem ser afetados, como o coração e o cérebro, isso faz da tuberculose uma doença perigosa que necessita absolutamente de uma terapia (antibióticos).
Ressaltamos que os sintomas e seus nomes podem variar (ex. pleurisia tuberculosa, tuberculose miliar,…), aqui nós lhe oferecemos apenas um resumo, pois é difícil mencionar todos os sintomas da tuberculose (somente um médico poderá lhe fornecer informações detalhadas sobre o assunto).
Diagnóstico
O diagnóstico da tuberculose é feito sempre através do exame microscópico das expectorações, permite detectar de 60 a 80% dos casos de tuberculose pulmonar, este teste parecer ser pouco confiável e data de mais de cem anos. Portanto, seria importante que nos próximos anos surgissem testes de diagnóstico mais simples, que possam despistar rapidamente a tuberculose (fonte: ATS, 10 de março de 2008), principalmente nos países mais pobres, onde as radiografias dos pulmões são muito caras.
A cultura para micobactéria é um exame que aumenta em 30% o diagnóstico da tuberculose, mas é pouco usado pois é um método mais caro e demorado.
Devemos considerar que o médico examinará também os principais sintomas do paciente, o que poderá lhe levar eventualmente à pista da tuberculose. Ele pode também pedir radiografias para complementar o diagnóstico.
No caso do diagnóstico da tuberculose latente, é usada a prova tuberculina que injeta na pele partes da bactéria e caso a pessoa desenvolva reação com formação de alo vermelho maior que 15 mm, a prova é positiva. O teste positivo significa que a pessoa esta ou já esteve infectada pela bactéria.
Observação: é sempre difícil resumir os utensílios de diagnóstico do médico, tratam-se de informações que podem evoluir e variar de um país a outro, sendo assim, somente um médico pode efetuar o diagnóstico.
Complicações
As principais complicações da tuberculose são em particular, a efusão pleural (fluido na cavidade pleural) e o pneumotórax (gás na cavidade pleural).
Tratamentos
Estes antibióticos podem levar a determinados efeitos secundários (mudança na coloração das urinas, hepatites medicamentosas), mas em geral são bem tolerados. O seu médico lhe fornecerá mais informações sobre o assunto.
É importante ressaltar também que cada vez mais tuberculosos estão desenvolvendo resistência a esses antibióticos, principalmente no caso de uma monoterapia (administração de um único antibiótico). Quando os pacientes são tratados por tri- ou tetraterapias, as resistências são bem mais fracas.
Na chamada tuberculose latente, a equipe médica pode recomendar o tratamento medicamentoso quando há alto risco de desenvolver tuberculose ativa.
Em casos de algumas complicações e de reação adversa aos fármacos a cirurgia pode ser uma opção.
Durante o tratamento é importante evitar o consumo de álcool e paracetamol, pois ambos podem aumentar o risco de problemas no fígado.
Nos casos onde não há resistência ao tratamento, o paciente não tem mais risco de transmissão após 15 dias de tratamento. Deve ser verificado a evolução do paciente.
História dos tratamentos da tuberculose:
Em 1947, o antibiótico estreptomicina foi identificado por ensaios clínicos como um tratamento eficaz contra a tuberculose.
Dicas
– Se você sofre de tuberculose, é muito importante que siga corretamente o tratamento medicamentoso (à base de vários antibióticos) e sobretudo, é importante que você respeite a duração do tratamento prescrito pelo médico (em geral, de no mínimo 6 meses), pois senão você pode desenvolver uma resistência aos antibióticos e portanto colocar a sua saúde e a dos outros em perigo.
Prevenção
– A prevenção da tuberculose é feita principalmente através da vacinação. A vacina B.C.G (Bacilo de Calmette e Guérin), não possui eficácia de 100%, mas perimitiu reduzir o número de casos de tuberculose no mundo todo.
A BCG protege contra manifestações graves de primoinfecção com as disseminações de algumas complicações, mas não evita a infecção. É indicada para crianças de até 4 anos de idade, sendo obrigatória para menores de 1 ano, os recém-nascidos devem ter peso igual ou maior que 2 kg. É contra-indicada nos casos de doenças dermatológicas, seja no local da vacinação ou generalizada, uso de imunodepressores ou esteróides e pacientes com HIV.
– Se uma pessoa for atingida pela tuberculose, pode ser útil colocá-la em quarenta, até que ela não esteja mais contagiosa (a partir da terceira semana de tratamento com antibióticos).
Fonte:
OMS
Redação:
Por Xavier Gruffat (farmacêutico)
Fotos:
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Atualização:
Este artigo foi modificado em 21.05.2023
Bibliografia e referências científicas:
- Artigo da Mayo Clinic de 22 de março de 2023, Consumer Health: What are the symptoms of TB?, site acessado pelo Criasaude em 22 de março de 2023, link funcionando nesta data
- Keystone-ATS, 20 de outubro de 2021
- Artigo da Mayo Clinic de 22 de março de 2023, Consumer Health: What are the symptoms of TB?, site acessado pelo Criasaude em 22 de março de 2023, link funcionando nesta data