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Hepatite A

Definição

A hepatite A é uma doença infecciosa aguda que atinge o fígado e é causada pelo vírus da hepatite A (HAV). O HAV é um picornavírus, cujo genoma é de RNA. Trata-se de uma doença extremamente contagiosa.

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Epidemiologia

O vírus da hepatite A está presentes em todo o mundo (chamada de uma doença onipresente), mas com uma prevalência particular nos países do sul (América Latina, África, Ásia), especialmente nas áreas pobres. Estudos publicados no Brasil têm mostrado uma ligação importante com a situação socioeconômica das pessoas infectadas.

Em San Diego (Califórnia), nos Estados Unidos, as autoridades de saúde registraram 5 mortes causadas por hepatite A entre novembro de 2016 e 17 de Julho de 2017, particularmente dentre a população de moradores de rua do município (condado) de San Diego, de acordo com informações do jornal local The San Diego Union-Tribune.

De 2015 a 2019, o número de casos de infecção por hepatite A aumentou 300% nos Estados Unidos, de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) americano, que publicou um relatório em maio de 2019 sobre o assunto. O uso de drogas e pessoas em situação de rua são citados como as duas principais causas desse forte aumento no número de casos nos Estados Unidos.

Causas & Transmissão

Causas hepatite A
O causador da hepatite A é o vírus HAV do gênero da família picornavirus e gênero hepatovírus.

Transmissão hepatite A
A principal forma de transmissão do vírus é pela via fecal-oral, através de águas ou alimentos contaminados ou mal preparados. Estes, uma vez contaminados com fezes que contenham o vírus, tornam-se uma fonte de transmissão da doença. Além disso, a transmissão também pode ocorrer pelo consumo de frutos do mar contaminados e não lavados adequadamente, contato de mãos não lavadas com alimentos a serem preparados e através de vegetais não devidamente higienizados.

Grupos de risco

Os grupos de risco são aqueles que vivem em países em desenvolvimento, com pouca infra-estrutura em saneamento básico e, sobretudo, nas populações mais carentes, uma vez que elas não tem devido acesso às condições de higiene, tanto de alimentos quanto da água.

Além disso, as crianças constituem um grupo de risco importante, sendo que é nessa fase que geralmente entra-se em contato com o vírus (contato com brinquedos sujos, alimentos não lavados, mãos sujas, etc).

Como visto em Epidemiologia acima, nos Estados Unidos, os usuários de drogas e pessoas em situação de rua estão particularmente em risco de hepatite A. Os homossexuais homens (gays) também estão entre os grupos de risco, como revelado pela Mayo Clinic.

Sintomas

Após a ingestão do vírus através de alimentos ou água contaminados segue-se o período de incubação, que dura em média 1 mês. Os vírus então apresentam preferência pelas células do fígado e os sintomas são decorrentes da infecção dessas células ou sintomas decorrentes do sistema imunitário do paciente. Cerca de metade dos infectados pelo vírus HAV são assintomáticos e cerca de 70% das crianças infectadas não apresenta nenhum sintoma.

Após um período de 15 a 30 dias depois do primeiro contato, o doente pode sentir náuseas, dores no corpo, dores no abdome, dor de cabeça, cansaço, falta de apetite e febre. Após alguns dias, pode a pele e a mucosa podem adquirir coloração amarelada (icterícia). Um amarelamento da pele e da parte branca dos olhos, junto com a coceira intensa são outros sintomas da hepatite A. Outros sintomas característicos são urina escura, fezes claras e coceira pelo corpo. A evolução geralmente é benigna e a resolução total ou cura acontece após cerca de 2 meses, não existindo forma crônica da doença.

Diagnóstico

O diagnóstico é feito de acordo com a história clínica dos sintomas do paciente. A confirmação é feita pelo exame de sangue que detecta alterações hepáticas e anticorpos da fase aguda da doença (anticorpos IgM e IgG).

Complicações

A evolução da doença é benigna, curando-se espontaneamente. Raramente, em cerca de 1% dos casos, a doença pode evoluir para a forma fulminante, com rápida perda da função renal e risco de vida ao paciente.

Outros sintomas característicos dessa fase fulminante são o coma hepático (com sonolência e confusão mental), hemorragia, necrose hepática e sepsis (embora rara).

Tratamentos

Não existe tratamento específico para a hepatite A, sendo que as medidas adotadas visam a redução dos sintomas e do incômodo sentidos pelo paciente. Não existe necessidade de dieta especial, entretanto, o uso de bebidas alcoólicas deve ser interrompido.

Fitoterapia

O uso de plantas medicinais tem o objetivo de reduzir os sintomas da doença. Dentre as plantas usadas destacam-se o boldo, casca de limão e o Sylibum marianum.

Dicas

– Recomenda-se ao doente com hepatite A estar em repouso relativo;

– Não ingerir bebidas alcoólicas ou medicamentos que lesionem o fígado (como paracetamol);

– Adotar medidas de higiene para evitar a transmissão da doença (lavar as mãos após ir ao banheiro, lavar os alimentos, sobretudo frutas e verduras, usar água tratada ou fervida, etc).

Prevenção

A prevenção da hepatite A se faz através da adoção de medidas higiênicas, com:

– Lavar bem as mãos antes de comer ou manipular alimentos.

– Lavar os alimentos antes de comê-los.

– Usar água potável ou fervida para beber e cozinhar.

– Saneamento básico de qualidade, com tratamento de águas e esgotos.

Uso de vacinas com o vírus atenuado. O Ministério da Saúde disponibilizou, a partir de Julho de 2014, vacinas contra a hepatite A para crianças. O objetivo é imunizar a população infantil e, também, adulta. A vacina contra a hepatite A tornou-se amplamente disponível em 1995.

Fontes:
Mayo Clinic, Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC)

Redação
Por Xavier Gruffat (farmacêutico)

Fotos: 
Fotolia.com/Adobe Stock

Atualização:
22.10.2019

Observação da redação: este artigo foi modificado em 22.10.2019

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