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Câncer de próstata

Resumo câncer de próstata

Resumo câncer de próstataO câncer de próstata é uma doença que acomete uma glândula do aparelho reprodutor masculino. É exclusivo de homens, sendo mais freqüente em pessoas acima dos 50 anos.
O câncer de próstata ainda não tem causa definida, entretanto, há diversos fatores que parecem desencadear danos genéticos nas células e podem estar ligados à ocorrência da doença. Dentre eles destacam-se: tabagismo, alimentação não saudável e hábitos sedentários. Pacientes com histórico familiar de câncer de próstata tem risco aumentado de desenvolver a doença, assim como indivíduos negros.

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O câncer de próstata é um câncer raramente grave. De acordo com um artigo publicado em 10 de maio de 2016 no periódico americano de referência The Wall Street Journal, mais de 99% dos casos de câncer de próstata podiam ser tratados em 2016. Em outras palavras, apenas uma minoria dos pacientes irão desenvolver uma forma agressiva e potencialmente mortal desta forma de câncer. Uma das razões é que os tumores no nível da próstata se desenvolvem muito lentamente e na maioria dos casos permanecem inofensivos. A grande dificuldade para o médico é saber se o tumor requer ou não uma intervenção médica como uma cirurgia.

Os sintomas iniciais podem ser imperceptíveis ou confundidos com os sintomas da hiperplasia benigna de próstata (HBP) como dificuldade e incomodo ao urinar, dentre outros. Em estágios avançados, os sintomas se tornam mais expressivos e podem incluir dores ósseas, sangue na urina e outros.

O diagnóstico e a prevenção, que são essenciais na administração do câncer da próstata, são sempre feitos por um médico e em geral são baseados em um exame de toque retal e às vezes por uma dosagem do PSA (Prostate Specific Antigen). Antenção, o teste do PSA é controverso como forma de prevenção em homens saudáveis.
No entanto, um estudo publicado em 2016 na revista Current Medical Research and Opinion criticou o toque retal. Segundo os cientistas da Wake Forest Baptist Medical Center nos Estados Unidos, que realizaram este estudo, a medição do PSA é mais precisa para identificar esse tipo de câncer do que o exame de toque retal. Eles especificaram que se um médico realiza uma medição de PSA, o toque retal não é recomendado.
O médico confirma o diagnóstico através da realização de uma biópsia. A partir dos 45 anos (40 anos para os homens em risco), todo homem deve fazer uma inspeção anual da próstata em seu médico, uma vez que a maioria dos casos de câncer de próstata é detectada precocemente e as chances de recuperação são altas.
Testes genéticos, realizados em amostra de biópsia de próstata e que, analisando até 17 genes diferentes, permite cada vez mais avaliar a agressividade do câncer de próstata. Isso ajuda o médico e o paciente a tomarem a melhor decisão sobre o tratamento (por exemplo, se deve ou não realizar uma cirurgia).

As diretrizes podem variar de um país para outro, no Brasil e de acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) que em agosto de 2017 publicou no jornal Folha de S.Paulo, a partir dos 50 anos de idade todo homem deve consultar uma vez por ano um urologista. Para os negros e em casos de câncer na família, a visita anual é recomendada a partir dos 45 anos de idade.

O tratamento depende de qual estágio o câncer está, optando-se pela remoção cirúrgica (em casos do câncer está isolado) ou terapia hormonal com radioterapia (em casos de metástase).

Plantas medicinais estão sendo estudadas com efeito protetor ao câncer, como chá verde e sucupira. A homeopatia pode auxiliar no alivio dos efeitos colaterais da quimioterapia.

É importante que pacientes acima dos 50 anos sempre façam um controle diagnostico freqüente, assim como hábitos saudáveis de alimentação e de vida.

Definição

O câncer de próstata é uma doença que se desenvolve em uma glândula do aparelho reprodutor masculino, a próstata.

Assim como outros cânceres, este ocorre quando há uma proliferação anormal de células dessa glândula, que começam a se multiplicar de maneira desordenada, originando o tumor.

O câncer de próstata é uma doença maligna, diferentemente do aumento observado na próstata que normalmente acontece após os 50 anos, denominado Hiperplasia Benigna da Próstata (HPB).

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Na grande maioria dos casos (cerca de 90%), o câncer é de crescimento lento, ou seja, muitas vezes leva anos para se desenvolver antes de eventualmente se tornar perigoso (formação de metástase, por exemplo).

Epidemiologia

O câncer de próstata é uma doença exclusivamente masculina, atingindo homens acima dos 50 anos de idade. De acordo com dados de estudos epidemiológicos, este é o tumor mais comum em homens.

No Brasil o câncer de próstata é o segundo mais comuns entre os homens brasileiros (fica atrás do câncer de pele). Estima-se que 60.180 homens foram diagnosticados com câncer de próstata em 2012 (fonte: Inca).

Sua incidência varia de acordo com a região do mundo, entretanto, estudos indicam que, no geral, os números de casos de tumor de próstata têm aumentado. Dados de 2003 do Ministério da Saúde revelaram que as maiores taxas anuais de câncer de próstata no Brasil por 100 mil habitantes são do Distrito Federal (112,1), Goiânia (99,3) e São Paulo (86,4). Estima-se que cerca de 400 mil homens entre 45 e 75 anos no país possuam a doença, mas ainda não sabem.

A ocorrência desse tumor é estimada entre 2 e 2,3% entre homens de 45 a 75 anos de idade. O aumento geral observado na incidência do tumor de próstata pode ser devido à melhoria nas técnicas diagnósticas, à melhoria no sistema de coleta e registro de dados de câncer e também pode estar associado ao aumento da expectativa de vida do brasileiro.

Na grande maioria dos casos (cerca de 90%), este câncer é de evolução lente, em outros termos, ele leva frequentemente anos para se desenvolver antes de eventualmente se tornar perigoso (formação de metástases, por exemplo).

Um estudo publicado em 14 de setembro de 2016 no New England Journal of Medicine mostrou que a taxa de sobrevivência de pelo menos 10 anos em pessoas diagnosticadas precocemente, com uma taxa de PSA mais elevada do que o normal, foi de 99%. Este estudo considerou mais de 82.000 homens no Reino Unido entre 50 a 69 anos que realizaram um teste de PSA. Os pesquisadores centraram-se em homens com câncer de próstata numa fase inicial, o que significa que a doença não se difundiu muito e está confinada apenas na próstata. Dentre estes homens que sofrem desta forma inicial de câncer, 1.643 concordaram em receber aleatoriamente cirurgia, radioterapia ou nenhum tratamento, mas com monitoramento ativo. Neste último caso, os pacientes tiveram que passar por exames de sangue a cada 3 ou 6 meses, conselhos médicos e tratamento só se havia sinais de deterioração da doença.

Este estudo mostrou 10 anos mais tarde que a taxa de sobrevivência de 99% foi o mesma ou quase a mesma em pacientes que fizeram a cirurgia ou que tinham concluído a radioterapia, em comparação com aqueles que não receberam tratamento. Entre os 1.643 pacientes acompanhados, 112 tiveram a uma piora no quadro do câncer (é verdade que mais pacientes recebiam monitoramento ativo), contra 46 para aqueles que realizaram cirurgia ou e 46 que receberam radioterapia. Mas a cirurgia e radiação levaram a mais efeitos colaterais (por exemplo: incontinência, disfunção eréctil).

O principal autor do estudo, Dr. Freddie Hamdy da Universidade de Oxford, acredita que não há nenhuma evidência séria de que tratar a doença numa fase precoce pode fazer a diferença. Na verdade, tem sido muito difícil até o momento saber qual paciente, por exemplo, com uma PSA anormal, irá desenvolver uma forma grave da doença. É por isso que os pesquisadores de Oxford estão se perguntando se o tratamento (cirurgia, radioterapia) não deveria ser evitado nos casos de estágio inicial da doença.

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Nos Estados Unidos, em 2018, estimou-se em 29.000 o número de mortes por ano de câncer de próstata. Em 2018, cerca de 165.000 americanos foram diagnosticados com câncer de próstata, de acordo com uma edição do Wall Street Journal de abril de 2018.

Causas

Causas câncer de próstataO câncer de próstata não é uma doença transmissível. Assim como outros tipos de tumores, ainda não se conhece a causa específica que leva a uma proliferação anormal das células da próstata.
Pesquisas sugerem que uma combinação de fatores genéticos, hormonais, hábitos alimentares e condições ambientais desencadeiem a doença. Um dos fatores que os cientistas consideram de risco é o histórico familiar de câncer na próstata.
O hormônio sexual masculino testosterona está ativamente envolvido na causa do câncer de próstata. Pesquisas realizadas com animais castrados, ou seja, sem a produção de testosterona, revelaram que o tumor regride de maneira significativa, ao passo que animais tratados cronicamente com testosterona mostraram uma tendência a desenvolver esse tipo de câncer. A testosterona não é indutora do câncer, entretanto, ela desempenha um papel importante no seu desenvolvimento.

Dietas também parecem estar envolvidas no desenvolvimento do câncer de próstata. Pesquisas revelam que alimentações ricas em gordura predispõem ao aparecimento dessa doença, ao passo que dietas ricas em fibras diminuiriam sua incidência.

De acordo com pesquisadores americanos da Universidade da Califórnia, o câncer de próstata pode ser uma doença sexualmente transmissível causada ou influenciada por uma doença infecciosa frequente e silenciosa transmitida através do sexo, a tricomoníase. Esta teoria ainda não foi confirmada pela comunidade científica e exige mais pesquisas.

Grupos de risco

Grupos de risco câncer de próstataO câncer de próstata é mais incidente na idade avançada, ocorrendo, normalmente, em homens acima dos 50 anos, sendo que 75% dos casos ocorrem em pacientes com mais de 65 anos.
O histórico familiar de casos de câncer de próstata é um fator de risco. Homens cujo pai ou irmão tiveram a doença têm risco aumentado de desenvolver o tumor. Indivíduos da raça negra apresentam risco cerca de 2 vezes maior de manifestar a doença, além de chance de 2,5 a 3 vezes maior de morrer pelo câncer.

Outro fator de risco são os níveis elevados de hormônios sexuais masculinos, como ocorre no caso de usuários de anabolizantes. Fumantes também têm risco aumentado devido aos efeitos carcinogenéticos dos componentes inalados do cigarro.

Uma alimentação não saudável (ingestão exagerada de gorduras e baixo consumo de frutas e vegetais) e hábitos sedentários de vida também são fatores que podem desencadear alterações genéticas e celulares, levando ao aparecimento do câncer.

Pessoas com calvície precoce (na idade de 20 anos). De acordo, com um estudo publicado em fevereiro de 2011, os homens que sofriam de câncer de próstata foram duas vezes mais propensos a sofrer calvície prematura (com a idade de 20 anos). A calvície precoce pode então significar um sinal de alerta devendo-se fazer uma triagem com a idade de 40 anos.

Homens cujo dedo indicativo da mão direita é menor do que o dedo anelar tem 33% mais chances de desenvolver câncer de próstata em relação aos homens com um dedo indicativo maior do que o dedo anelar (Veja também sintomas e o diagnóstico de câncer de próstata).

Os homens com tricomoníase, uma doença sexualmente transmissível (DST). De acordo com pesquisadores americanos, esta DST pode promover o desenvolvimento do câncer de próstata.

Sintomas

Sintomas câncer de próstataO câncer de próstata ocorre muitas vezes sorrateiramente, nenhum sintoma se manifesta na fase inicial e é nesta fase que o tratamento tem uma taxa de cura mais alta. Esta última afirmação, no entanto, foi contestada por um estudo da Universidade de Oxford publicado em setembro de 2016, como vimos no tópico de Epidemiologia (acima). Este estudo mostrou que 99% tiveram uma taxa de sobrevivência de 10 anos ou mais em caso de câncer de próstata, esta taxa foi igual entre pacientes que passaram por cirurgia, que realizaram radioterapia e aqueles que não receberam tratamento. Em outras palavras, os pesquisadores britânicos estão se perguntando se continuam a tratar os casos de câncer de próstata descobertos na fase inicial, pois a taxa de sobrevivência é idêntica na ausência de tratamento.

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Em alguns casos, na fase inicial, os pacientes apresentam sintomas semelhantes àqueles da hiperplasia benigna de próstata (HPB) (dificuldade ao urinar, freqüência urinária aumentada, jato urinário fraco). Alguns pacientes também podem apresentar dificuldade na ereção ou ejaculação dolorosa.

Na fase avançada, o câncer de próstata pode se espalhar pelo corpo e apresentar outros sintomas como dor óssea (normalmente na coluna, pelve ou costelas), incontinência ou retenção urinária e fecal (devido à compressão de algumas partes desses aparelhos), dores ao urinar, sangue na urina ou sêmen, dificuldade de ereção, insuficiência renal, perda de peso e infecções generalizadas (em fases mais tardias).

4 estágios da doença
Médicos e cientistas definem 4 estágios (chamados Stage em inglês, veja infográfico abaixo) do câncer de próstata. No primeiro estágio, o tumor é muito pequeno e geralmente não há sintomas. No estágio 2, o tumor cresce e depois no estágio 3 o tumor tem um tamanho que representa grande parte da próstata. No estágio 4, o tumor provavelmente já se espalhou para outros órgãos com risco de metástase, conforme explicado pela Mayo Clinic.

Complicações

 O câncer de próstata quando não tratado devidamente pode se proliferar para outras partes do corpo, causando metástases. Nesses novos locais, o câncer se desenvolve e se transforma em massas tumorais. Neste caso, é possível o surgimento de sintomas como dor óssea, anemia, ou perda de peso.

Além disso, o câncer de próstata pode apresentar algumas outras complicações como impotência e incontinência urinária, além de danos a outros órgãos.

Muitas vezes também são devido aos efeitos colaterais do tratamento de câncer (cirurgia, radioterapia).

Diagnóstico

O diagnóstico do câncer de próstata pode ser feito através de alguns exames.

Toque retal: realizado por um médico, o médico apalpa a próstata (uma glândula) do paciente localizada no reto e observa de acordo com sua experiência se há uma modificação na glândula em relação a sua forma (irregularidade) ou tamanho. Deve se notar que o toque retal é menos específico do que a medição do PSA, mas alguns pacientes têm níveis normais de PSA mesmo na presença do câncer de próstata, a medição do PSA fornece uma orientação em alguns casos, mas não é um método de conclusão de diagnóstico suficiente.
Como observado no resumo no início deste artigo, um estudo publicado em 2016 na revista Current Medical Research and Opinion aponta críticas em relação ao exame de toque retal. De acordo com cientistas da Wake Forest Baptist Medical Center nos Estados Unidos que realizaram este estudo, a medição do PSA é mais precisa para identificar câncer do que o toque retal. Afirmam que, se um médico realiza uma medição de PSA o toque retal não é recomendado.
De acordo com uma pesquisa do Datafolha realizada em 2017 no Brasil, 27% dos homens com mais de 60 anos disseram que nunca fizeram o exame de toque retal.

PSA: O teste de PSA mede no sangue o antígeno ou proteína PSA, que significa ” Prostat Specific Antigen ” ( antígeno prostático específico). Se a concentração de PSA no sangue excede certo limite, o médico pode suspeitar de câncer de próstata e realizar outros testes de diagnóstico: biópsia e exame de toque retal para confirmar o diagnóstico. No entanto, este teste não é muito específico e sua utilização ainda gera controvérsias.

Como visto acima (especialmente em Epidemiologia e Sintomas), um estudo publicado em setembro 2016 pela Universidade de Oxford mostrou que 99% tiveram uma taxa de sobrevivência de câncer de próstata de 10 anos ou mais, a mesma porcentagem em pacientes que tiveram a cirurgia ou que realizaram radioterapia quando comparados a aqueles que não receberam tratamento. Em outras palavras, os pesquisadores britânicos estão se perguntando se continuam tratando os casos de câncer de próstata detectados numa fase inicial, pois a taxa de sobrevivência é quase idêntica na ausência de tratamento.

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Diagnóstico câncer de próstata

Controvérsia e orientações sobre a utilização do teste de PSA
Em outubro de 2011 um estudo publicado nos EUA pelo Grupo de Trabalho de serviços preventivos dos Estados Unidos (USPSTF) recomendou não realizar o teste de PSA em homens saudáveis , porque não salva vidas e conduz para tratamentos desnecessários.
Em abril de 2017, o mesmo grupo de trabalho americano, o USFSTF, mudou um pouco suas diretrizes e agora recomenda que homens entre 55 e 69 anos que correm de médio a alto risco (câncer em familiares, africanos ou afro-americanos) de desenvolver câncer de próstata discutam com seu médico sobre a possibilidade de serem testados pelo teste de PSA. Em outras palavras, a decisão é feita conjuntamente entre o paciente e o médico.
Essa mudança foi decidida porque a pesquisa mostrou que triagem do câncer de próstata entre as idades de 55 e 69 poderia reduzir ligeiramente o risco de morte por este câncer.
Os homens com mais de 70 anos não devem realizar o teste de PSA, de acordo com o USPSTF.
De acordo com o USPSTF a vantagem de usar o teste de PSA , caso exista, é muito tênue após 10 anos (ao nível epidemiológico).
As razões científicas para essa crítica são as seguintes:
– A grande maioria dos homens, mesmo portadores de células cancerosas, jamais serão afetados por esse tipo de câncer cujo desenvolvimento muitas vezes é bem lento. Mesmo para aqueles que sofrem de um tumor agressivo na próstata, o teste não melhora a taxa de sobrevivência, uma vez que não há nenhuma evidência até agora sobre uma vantagem em iniciar o tratamento mais cedo para esses cânceres que são metastáticos.
– Os resultados de PSA levaram um milhão de homens a serem submetidos à cirurgia de próstata ou radioterapia, ou ambos. Destes, pelo menos 5000 morreram após a cirurgia e entre 10.000 a 70.000 sofreram complicações graves.
– O comitê também estimou que 200.000 a 300.000 deles sofreram de impotência, incontinência urinária ou ambos. Estas complicações e o grande número de homens que sofrem levaram o inventor do teste, o Dr. Richard Ablin , a o qualificar como “desastre de saúde pública “.
Em outras palavras, o presente estudo mostra que muitos tratamentos desnecessários de câncer de próstata têm sido estabelecidos. Eles sugerem dados epidemiológicos interessantes ao escrever sobre 1.000 homens detectados por um teste de PSA, 1 homem que evitaria a morte de câncer de próstata (por causa do teste de PSA ), 1 homem desenvolveria coágulos de sangue em suas pernas ou nos pulmões devido ao tratamento de câncer, 2 homens sofreriam um ataque cardíaco por causa do tratamento e 40 homens sofreriam de disfunção erétil ou dificuldade em controlar a urina ( incontinência urinária ), também por causa dos tratamentos.
– Em maio de 2013, os urologistas americanos emitiram uma posição com mais detalhes: realizar teste de PSA nos grupos de risco e, após uma discussão, com o paciente que é uma pessoa saudável, uma abordagem mais personalizada para a medicina.
– Adicionalmente, para os homens do grupo de risco (negros, casos de câncer na família), eles aconselham a realizar um teste de PSA anualmente entre os 40 e 69 anos.
– Em pessoas saudáveis (que não estão em grupos de alto risco), os urologistas recomendam a discussão com o médico, para ver “caso a caso”, se é recomendável realizar o teste anualmente para homens com idade entre 55 a 69 anos (entre 50 et 69 anos no Brasil, fonte: Sociedade Brasileira de Urologia, nov. 2013).
– Antes dos 40 anos para o grupo de risco, dos 55 anos (no Brasil é 50 anos, fonte: Sociedade Brasileira de Urologia, nov. 2013) para pessoas saudáveis e após 70 anos não é recomendado o teste de PSA (exceto quando recomendado pelo médico).

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Estudo muito favorável à medição do PSA (2017)
No início de setembro de 2017, um novo estudo norte-americano que examinou a análise de dois grandes estudos clínicos sobre o PSA descobriu que a medição do PSA sanguíneo reduziu o risco de mortalidade por câncer de próstata entre 25% a 32%.
De acordo com a bioestatística Ruth Etzioni, do Fred Hutchinson Cancer Research Center em Seattle (Estados Unidos), que participou desta revisão de estudos, o número de diagnósticos precoces foi fortemente correlacionado com um risco reduzido de mortalidade por câncer de próstata. No entanto, ela ponderou sua análise observando que a medida do PSA também pode ser prejudicial, pois sua estimativa é que provavelmente os homens serão tratados 5 vezes mais de forma errada do que salvos. Do ponto de vista prático, ela recomenda que o paciente discuta com o médico, devido ao risco de tratamento desnecessário, para ver se o paciente gostaria de medir o PSA no sangue. Sabe-se que certos tratamentos para câncer de próstata podem levar a efeitos colaterais sérios, como a incontinência e a disfunção erétil, que afetam a qualidade de vida dos homens.
Para chegar a essas conclusões, os cientistas de Seattle usaram modelos matemáticos de dois estudos clínicos realizados nos Estados Unidos e na Europa. O estudo norte-americano descobriu que a medição de PSA reduziu o risco de mortalidade por câncer de próstata entre 27% e 32% e o estudo europeu entre 25% e 31%. Este estudo de Seattle foi publicado em 4 de setembro de 2017 na revista científica Annals of Internal Medicine.

– Medir o tamanho dos dedos (método mais original)

Homens cujo dedo indicador da mão direita é menor do que o dedo anelar são 33% mais propensos a desenvolver o câncer de próstata quando comparado com homens que possuem o dedo indicativo maior que o dedo anelar. Deve se notar que a maioria dos homens possui o dedo indicador bem menor que o dedo anelar.

O Professor Ros Eeles que participou deste estudo observou que esta análise rápida do tamanho dos dedos poderia ser complementada, especialmente em homens com mais de 60 anos (grupos de risco).

A questão diante de nós é se há alguma ligação entre o tamanho dos dedos e o câncer de próstata. Bem, isso se deve a testosterona. Na verdade, de acordo com este estudo britânico a causa dessas diferenças entre homens baseia-se ao nível gestacional. O tamanho dos dedos é determinado pelo contato com uma concentração alta ou baixa de testosterona no útero. Uma menor concentração desse hormônio resulta em um tamanho do dedo indicador maior do que o dedo anelar e protege após tantos anos contra o câncer de próstata. Ao contrário, uma maior concentração aumenta o risco de desenvolver este câncer, uma das causas mais comuns nos homens. Aqui está um a explicação racional deste estudo bastante original.

Testes genéticos
Os testes genéticos, realizados em uma amostra de biópsia da próstata e, que analisam até 17 genes diferentes, são cada vez mais usados pelos médicos americanos para avaliar a agressividade do câncer de próstata. Um desses testes, que analisa 17 genes, leva o nome de Oncotype DX nos Estados Unidos. Esses testes genéticos ajudam o médico e o paciente a tomarem a melhor decisão sobre o tratamento. Por exemplo, se o resultado de um teste genético indica um risco estatístico muito baixo (por exemplo, 3%) de morrer de câncer de próstata durante a década seguinte, uma solução é não realizar a cirurgia, mas monitorar ativamente a evolução da doença. Em outras palavras, esses testes genéticos podem ser uma boa ajuda na tomada de decisões, mesmo que seja impossível prever o futuro com 100% de precisão.

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Tratamentos

Primeiro, observe que o tratamento de câncer de próstata é um caso exclusivo para médicos (particularmente de urologista ou oncologista). Esta página pode apenas dar-lhe alguma orientação, mas sempre siga o conselho de seu médico.

Também é importante saber que ainda não há consenso entre os médicos em relação ao tratamento de câncer de próstata, ainda é difícil para esses profissionais saberem se a cirurgia ou radioterapia são os tratamentos mais eficazes. O estudo da Universidade de Oxford ( de setembro 2016) mencionado várias vezes acima neste artigo (ver em Epidemiologia, Sintomas ou Diagnóstico) vai em direção de evitar o tratamento com cirurgia ou radioterapia para fases precoces ou estágios iniciais de câncer de próstata.

Abaixo está um resumo dos principais tratamentos para o tratamento do câncer de próstata:

Cirurgia

– Em um procedimento cirúrgico como a prostatectomia, a próstata é removida (deve-se ter cuidado em cada caso para o homem não se tornar estéril). A prostatectomia é a remoção cirúrgica da próstata, das vesículas seminais e bolhas deferente. Esta técnica é utilizada em casos avançados de câncer de próstata, mas não quando o câncer está em metástase. No passado, este método foi eficaz apenas quando outras terapias não existiam. As principais complicações da prostatectomia são a incontinência urinária e disfunção erétil.

Tratamento câncer de próstata

Nota interessante sobre prostatectomia na Inglaterra:

Segundo o livro “Entendendo Distúrbios Próstata” da “The British Medical Association”, escrito pelo professor David Kirk, na Inglaterra é atualmente realizada a prostatectomia principalmente em homens jovens para os quais não há razão para acreditar que o câncer se desenvolvam rapidamente e cuja expectativa de vida é mais 10 anos (vamos evitar realizar uma prostatectomia em pacientes de 85 anos).

Outra razão pela qual a prostatectomia não é aplicada ao paciente reside no fato de que o câncer já pode estar em uma fase generalizada (metastático) com tumores em outros órgãos e a remoção da próstata nao resolve o problema.

– Também é possível remover a próstata através de uma laparoscopia (método de cirurgia menos invasiva), parece haver alguma controvérsia com este método, o professor Kirk menciona em seu livro que a laparoscopia é cara e às vezes não tão eficaz como uma técnica convencional, ou pelo menos ainda não está provado que ambos os métodos são idênticos.

– Outro método envolve uma operação cirúrgica dos testículos, principalmente para evitar que os testículos produzam testosterona.

Radioterapia

– A radioterapia por feixe externo, é uma técnica amplamente utilizada. Especialmente durante um câncer generalizado (metástases em vários órgãos). O problema com a radioterapia é a falta de especificidade, podendo causar danos irreversíveis e muitos efeitos colaterais em órgãos adjacentes como bexiga e reto.

– Uma alternativa é a radiação interna ou “terapia de radiação mais direcionada”, conhecida como braquiterapia. O médico insere uma agulha na próstata com um produto radioativo. Cada molécula radioativa irradia para dentro da próstata e causa menos efeitos colaterais a outros órgãos adjacentes. A técnica ainda é bastante complexa, e é necessário inserir muitas moléculas radioativas no momento certo, uma vez que a radiação é baixa para limitar os efeitos colaterais. Em geral esta técnica é dada quando o câncer é pequeno e limitado à próstata.

Hormonioterapia

– Terapia de reposição hormonal (medicação): os hormônios femininos, como o dietilestilbestrol (pouco utilizados atualmente), anti-andrógenos (flutamida, acetato ciproterona, bicalutamida, nilutamide etc), drogas que bloqueiam a ação dos anti-andrógenos (cetoconazol, aminoglutamida) e drogas que inibem a liberação de gonadotrofinas são usadas em terapias hormonais para tratar ou complementar o tratamento de câncer de próstata. É também possível usar o hormônio luteinizante, goserelina, leuprorrelina ou triptorelina. Estas tratamentos podem interromper a produção de testosterona.

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Em geral, esta terapia é oferecida na fase inicial do câncer de próstata (um tipo de prevenção), cujo objetivo é reduzir o tamanho da próstata ou retardar o avanço.

Podemos observar que geralmente há uma série de efeitos colaterais, incluindo sexual (impotência).

Ultrassom

Um método ainda pouco usado consiste na utilização do ultrassom em alta frequência, esses raios focados na área cancerosa irá “queimar”, pelo forte calor, e destruir o tumor através de um cateter inserido no ânus. Este método pode focar nas células cancerosas ou em toda a próstata.

De acordo com algumas fontes médicas, nos casos em que se foca o ultrassom sobre as células cancerosas, os efeitos secundários, tais como a disfunção sexual e também a incontinência urinária, são mais baixos do que os outros métodos tradicionais de tratamento (cirurgia, radioterapia), em muitos países esta técnica ainda está em fase experimental.

Outras técnicas

Muitas vezes outras técnicas são propostas, principalmente em modo experimental, como a crioterapia (destruição das células pelo frio) ou laser terapia fotodinâmica (VTP em Inglês).

Chance de cura do câncer de próstata

Quando o tumor está confinado à próstata, ou seja, ainda não sofreu metástases, as chances de cura são altas.

Fitoterapia

the-vert-plante– Pesquisa feita revelou que substâncias encontradas no chá verde podem retardar o câncer de próstata. A pesquisa foi feita em 26 homens entre 41 e 72 anos, diagnosticados com câncer de próstata que receberam cápsulas contendo um componente do chá verde conhecido como polifenol.
Esses pacientes apresentaram menores níveis de marcadores tumorais do desenvolvimento do câncer, como o PSA.

– Outras pesquisas estão sendo conduzidas e avaliam se o licopeno, um componente encontrado no tomate, tem efeito contra a doença. Este componente tem efeitos comprovados contra câncer de próstata, pâncreas, pulmão e cólon.

É importante que antes da utilização de qualquer medicamento, um profissional da saúde habilitado esteja ciente e oriente o paciente em seu uso.

– O café. Beber 3 xícaras de café por dia foi associado a um menor risco de sofrer de câncer de próstata, de acordo com um grande estudo (estudo de cobertura ou umbrella review em inglês) publicado em 22 de novembro de 2017 no jornal britânico The BMJ  (DOI : 10.1136/bmj.j5024). Este estudo também mostrou que beber 3 ou 4 xícaras de café por dia reduziu o risco de mortalidade geral e de doenças cardíacas.

Dicas

– O câncer de próstata é uma doença que atinge homens em idade avançada e que tem altas chances de cura se diagnosticado precocemente. Portanto, se você é homem e tem acima de 40 anos, consulte regularmente seu médico para que ele possa fazer os exames necessários. Não deixe que o preconceito ou o medo impeçam uma boa qualidade de vida.

– Mesmo que você não apresente sintoma nenhum, consulte um especialista.

Prevenção

– Algumas medidas podem ser adotadas para a prevenção da doença:

Prevenção câncer de próstata

– Manter uma alimentação saudável, rica em fibras, frutas e legumes;

– Evitar o fumo;

Prevenção câncer de próstata

– Evitar exposição a agentes tóxicos, como pesticidas e poluentes;

– Evitar o consumo excessivo de bebidas alcoólicas;

– Evitar levar uma vida sedentária;

– Controlar na ingestão de gorduras e manter o peso corporal dentro do indicado;

– Evitar o estresse e nervosismo.

– Essas atitudes, além de proporcionar outros benefícios ao seu corpo, ajudam a prevenir doenças genéticas, como o câncer.

– Ingerir 200 microgramas de selênio por dia na dieta ou na forma de suplementos têm um efeito significativo na prevenção do câncer de próstata, alguns estudos referem-se a uma diminuição do risco de 63%.

– Os homens não devem consumir muitos produtos lácteos. Um estudo europeu com mais de 10 mil homens mostrou que consumir 35 gramas de produtos lácteos por dia, o equivalente a um copo de leite, aumenta em 32% o risco de desenvolver câncer de próstata em comparação com aqueles que consumiam menos produtos lácteos. Os homens que bebiam dois copos de leite por dia tiveram seu risco de câncer de próstata aumentado em 60%.

Atenção, note que os suplementos de cálcio também aumentam o risco de câncer. Os homens que consumiram 400 mg de cálcio por dia ou mais viram o seu risco de câncer de próstata aumentar 51%.

– A ingestão excessiva de vitamina E aumenta em 68% o risco de desenvolver câncer de próstata.

Ler também: 7 alimentos que combatem o câncer de próstata

Fontes: 
The Wall Street JournalU.S. Preventive Services Task Force (USPSTF)

Redação:
Por Xavier Gruffat (farmacêutico)

Fotos: 
Fotolia.com

Atualização:
Este artigo foi modificado em 21.02.2022

Observação da redação: este artigo foi modificado em 21.02.2022

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