Tétano
Definição
O tétano é uma doença infecciosa causada por uma bactéria (Clostridium tetani). Esta produz uma toxina que ataca o sistema imunológico causando uma desordem do sistema nervoso, caraterizada por espasmos musculares e paralisia.
A bactéria, presente no solo, penetra no corpo humano através de lesões (cortes com objetos contaminados, enferrujados, espinhos das rosas).
Essa doença pode ser fatal, se não for tratada à tempo. Ela provoca espasmos violentos, sendo que a paralisia pode afetar os sistemas respiratório e cardíaco.
O tétano pode ser evitado por uma vacinação de rotina.
O tétano em recém nascidos ocorre em crianças de até 14 dias de idade, geralmente causado devido à infecção do cordão umbilical, que pode estar associado à falha na higienização do cordão, aplicação de produtos alimentares (como sucos, manteigas, etc), mãos e instrumentos contaminados.
Causas
Bactérias
A bactéria responsável por esta doença é a Clostridium botulinum. Ela está presente na terra (solo), poeira e excremento de animais. Mais especificamente, o tétano é causado por uma toxina produzida pelos esporos da bactéria Clostridium tetani.
Penetração no corpo
No caso de feridas, erupções cutâneas (úlceras, hemorragias, queimaduras, mordidas, arranhões devido a espinhos, úlceras varicosas em idosos), as bactérias podem entrar no corpo humano e fabricar a sua toxina.
A bactéria gosta de lugares sem oxigênio (anaeróbico); elas se proliferam melhor em feridas sujas e profundas.
Tempo de incubação
O tempo de incubação varia entre 8 e 15 dias, após os quais os sinais clínicos aparecem.
Doença quase desapareceu
Nos países ocidentais ou industrializados (ex. Brasil), o tétano quase desapareceu graças à vacinação, que se tornou compulsória desde 1939. Assim, os pacientes geralmente são idosos e vivem no campo.
Países em desenvolvimento
Infelizmente, esta vacinação não é obrigatória nos países em desenvolvimento. E assim muitas vezes a entrada da bactéria ocorre durante o parto (tétano obstétrico) feito em condições anti-higiênicas.
Pessoas de risco
– Pessoas não vacinadas
– Pessoas idosas (nascidas antes de 1939)
– Jardineiros (que trabalham muito com a terra)
– Diabéticos (devido ao fato que muitas vezes eles não sabem que estão lesionados)
– Crianças (que brincam no jardim, sujeitas a se ferir)
– Pessoas que sofrem de úlceras varicosas
– Pessoas com isquemia localizada
– Recém nascidos (devido a infecção no umbigo)
– Pacientes recém operados
A bactéria do tétano não se instala em tecidos saudáveis, é necessário ter um ferimento, outras infecções ou doenças.
Sintomas
O tétano pode causar sintomas locais (raro) ou sistêmicos (mais frequente). Uma vez que a bactéria entra na ferida, ela pode produzir uma toxina que afeta a capacidade dos músculos de trabalhar. Isso pode levar a uma rigidez muscular.
Os primeiros sinais do tétano são:
– Uma contratura da mandíbula (trismo), com uma incapacidade para comer e falar, irritabilidade, inquietação sudorese e taquicardia.
Em seguida:
– As contraturas se estendem para o rosto, pescoço, tronco, membros superiores e membros inferiores, acompanhada de crises de espasmos violentos, a sudorese profusa, arritmias cardíacas, hipertensão lábil ou hipotensão e febre também podem estar presente.
Os sintomas geralmente duram de 4 a 6 semanas.
O tétano pode ser uma doença muito grave, especialmente quando afeta os músculos da respiração, às vezes levando à morte do paciente.
Diagnóstico
O diagnóstico é clínico, feito pelo médico que analisa os sintomas e o histórico do paciente.
Complicações
O tétano causa contrações e espasmos em alternância.
As complicações graves da doença são paralisia, doenças respiratórias e cardio-vasculares (arritmia cardíaca).
Essas complicações são a causa de morte por tétano.
O tétano é responsável por aproximadamente 6% das mortes em recém-nascidos pelo mundo.
Quando consultar seu médico?
Aconselhamos a consultar em todos os casos, um médico durante o tétano ( ver sintomas).
Tratamentos
Como observado pela Mayo Clinic, não há terapia específica contra o tétano. O tratamento padrão é tratar as feridas, atenuar os sintomas e fornecer cuidados de suporte.
É possível prevenir e tratar o tétano. A prevenção do tétano é feita através da vacinação. Para as pessoas cuja infecção é suspeita, por causa dos ferimentos sujos e da data devalidade da vacinação, é possível fazer um reforço da vacina ou administrar imunoglobulina (para ajudar o corpo a se defender melhor contra a toxina).
Finalmente, uma vez que a doença se manifesta, o médico também irá remover o tecido morto (evitar proliferação) e administrar:
– antibióticos (combater as bactérias)
– imunoglobulinas (contra a toxina tetânica)
– controle de espasmos violentos (benzodiazepínicos, entre outros)
– dependendo dos sintomas outras drogas podem ser necessárias
– vacinação contra tétano e difteria (pessoas sem proteção contra tétano também são considerados desprotegidos contra difteria)
Durante um surto de espasmos violentos, o médico poderá prescrever benzodiazepínicos que produzem um efeito relaxante. Mas, em primeiro lugar, quando surgir uma lesão, deve-se limpar a ferida e desinfectá-la.
Vacina contra o tétano
A vacinação contra o tétano foi introduzida por volta de 1940, diminuindo muito a incidência de tétano ao longo dos anos, principalmente nos países desenvolvidos em que quase todas as crianças são vacinadas, como Estados Unidos e Inglaterra.
Nos os países em desenvolvimento, onde a vacinação não é realizada em larga escala, ocorrem aproximadamente 1.000.000 casos por ano somados pelo mundo, causando aproximadamente 300.000 mortes.
Em geral, a vacinação é feita em 3 vezes, a cada 2 meses. Posteriormente, é feita uma vacinação de reforço a cada 10 anos. Devemos chamar a atenção ao fato de que a imunidade contra o tétano não é definitiva.
Note que se uma pessoa é ferida cinco anos após a última imunização (vacina), e que se a ferida estiver suja,ela deve imediatamente fazer um reforço da vacina.
Por exemplo, se uma pessoa recebeu sua última vacina contra o tétano em 2013 e em 2018 (ou 2019, 2020, etc) é ferido, e a ferida está suja, deve-se adiantar o reforço da vacina prevista para 2023 (10 anos depois), no nosso exemplo, deve ser tomada em 2018 imediatamente após a lesão.
Existem várias vacinas contra o tétano. Ela pode ser única ou em combinação (pode prevenir muitas doenças):
– Vacina apenas contra o tétano
– Vacinas combinadas contra o tétano:
1. Difteria + Tétano
2. Difteria + Tétano + Coqueluche
3. Difteria + Tétano + Poliomelite
4. Difteria + Tétano + Coqueluche + Poliomelite
5. Difteria + Tétano + Coqueluche + Poliomelite + Influenza Haemophilus b
6. Difteria + Tétano + Coqueluche + Hepatite B + Polio + Influenza Haemophilus b
Imunoglobulina contra o tétano administrada em ferimentos com riscos de “pegar” Tétano (feridas profundas, sujas: utensílios enferrujados)
Prevenção
– Vacinação de rotina (vacina primária + vacina de reforço a cada 10 anos)
– Limpeza e desinfecção das feridas
– Injeção de Ig (Imunoglobulina) em todas as feridas suspeitas
Dicas
– É recomendado que crianças mais velhas e adultos sejam vacinadas novamente contra o tétano a cada 10 anos (em inglês falamos de vacinação “booster”) para garantir que um nível de imunidade ou proteção seja mantido contra a toxina do tétano.
– Limpeza e desinfecção de feridas. Sempre que uma pessoa adquire uma ferida que pode ser contaminada pelo solo ou poeira, ela pode desenvolver tétano.
– Injeção de Ig (imunoglobulinas) para todas as feridas suspeitas.
Fontes e Referências:
Mayo Clinic
Redação:
Por Xavier Gruffat (farmacêutico)
Fotos:
Adobe Stock/Fotolia, Criasaude.com.br
Atualização:
20.04.2019