Morfina
A morfina é uma droga da classe dos opiáceos. Esta molécula tem forte efeito analgésico e é usada frequentemente em condições muito dolorosas, como durante estágios avançados do câncer ou no herpes zoster.
A palavra morfina vem do deus grego Morfeu, deus do sono.
A morfina é um alcaloide extraído do látex de frutos verdes (ópio) da papoula. A codeína é outro alcaloide do ópio amplamente utilizado.
No início do século 19, o químico alemão Friedrich Wilhelm Sertürner isolou pela primeira vez a morfina do ópio.
A morfina foi usada pela primeira vez na guerra civil no século 19 nos Estados Unidos como um analgésico para feridos. A classe dos opiáceos inclui outras moléculas, tais como a codeína, a fentanila, a oxicodona e oximorfona. A fentanila tem a vantagem de poder ser utilizada como um adesivo na pele.
Efeitos da morfina
Esta molécula é um analgésico poderoso. A morfina age sobre os receptores de opiódes do tipo μ e κ.
Indicações da morfina
A morfina é usada para o tratamento de diversas dores, a OMS definiu três níveis de dor (veja infográfico abaixo), de acordo com a sua intensidade.
O nível III corresponde à dor severa ou quando os tratamentos indicados para a fase II falharam. Nesta fase, o médico receitará fortes opióides como a morfina e seus derivados.
Pode-se usar a morfina em dor intensa nas seguintes situações (lista não exaustiva):
– Doenças crônicas: câncer e forma grave do herpes zoster.
– Cirurgias: pós-cirurgia e para anestesia.
– Dor aguda: depois de um acidente.
Principais efeitos colaterais da morfina
– Dependência de morfina e outros opiáceos, incluindo a dependência causada pela euforia (com uma forte sensação de prazer). Existe o risco e o paciente pode voltar a usar drogas, como a heroína.
Nota: Para diversos de especialistas em dor, o risco de dependência de morfina é muito baixo se o tratamento for feito adequadamente no local com profissionais de saúde, como médicos e uma equipe multiprofissional.
– Prisão de ventre. Nota: o tratamento à base de morfina em longo prazo (várias semanas ou mais), o médico receita frequentemente laxantes para prevenir a constipação, um efeito colateral comum de morfina.
– Náuseas e vômitos
– Boca seca
– Fadiga.
– Depressão respiratória
– Vasodilatação
– Distúrbios psicológicos: ansiedade, alucinações
– Rigidez muscular
Formas de administração da morfina
– Sob formas injetáveis (subcutânea, intramuscular, intravenosa), orais (comprimidos, gotas) e formas retais (supositórios).
Informações interessantes
O regulamento da morfina é regido pelo direito internacional. Na verdade, por causa do risco de dependência e tráfico de drogas (como a heroína, que é um derivado sintético da morfina), um regulamento global foi estabelecido. As Nações Unidas são responsáveis pelo desenvolvimento e implantação de tais leis.
Na maioria dos países do mundo, a morfina exige uma receita especial. O médico geralmente usa um receituário dedicado à prescrição de narcóticos como a morfina. As autoridades de saúde do país, então, controlam essas receitas, incluindo o montante emitido pelo médico ou farmácia (gestão de estoques, contabilidade) para evitar abusos.
Alguns dos médicos mundo, incluindo o Brasil, se queixam de excesso de burocracia relacionada com a emissão de receitas de morfina. Em outras palavras, os pacientes que sofrem de câncer, por exemplo, devem preencher muitos formulários, assim como os médicos, antes de receberem esta droga, o que atrasa a medicação.
Nos EUA, a emissão de morfina parece mais fácil. Entretanto, devido ao número de casos casos de dependência, o governo dos EUA está seguindo os passos do Brasil e as recomendações da ONU, com mais burocracia para retardar o consumo da droga. Estima-se que 80% do consumo mundial de morfina é realizado nos Estados Unidos, sendo que dois terços desse consumo seria ilegal.