Ocitocina
A ocitocina (ou oxitocina) é um hormônio secretado principalmente pelo cérebro, conhecida há décadas especialmente em mulheres por promover o aleitamento materno e estimular a contração do músculo uterino. Outros órgãos, além do cérebro, também são capazes de sintetizar a ocitocina.
A ocitocina também é conhecida como “hormônio do amor”, pois promove a fidelidade (veja abaixo em estudos) e outros comportamentos interpessoais ou sociais. Às vezes, é conhecida como “hormônio da felicidade” ou “hormônio social”.
A testosterona diminui a concentração de ocitocina no cérebro. Alguns cientistas acreditam que esta é uma razão pela qual os adolescentes, que possuem altos níveis de testosterona, são frequentemente pouco sociáveis ou mau humorados nesta idade.
A ocitocina também tem um efeito sobre a memorização, para as memórias positivas e negativas (causando ansiedade).
Em novembro de 2014, pesquisadores alemães de Bonn publicaram um estudo na revista “Biological Psychiatry”, mostrando que a oxitocina pode ser eficaz em pessoas ansiosas. A oxitocina inibe o centro do medo no cérebro e reduz os estímulos de ansiedade. “Sob a influência de oxitocina, um momento de ansiedade desaparece mais rapidamente do que sem esse hormônio”, disse o responsável pelo estudo, Dr. René Hürlemann, quarta-feira, 12 de novembro.
A ocitocina é particularmente eficaz durante um evento gerador de ansiedade como um acidente de carro. Posteriormente, uma imagem, um som ou um cheiro que lembra o triste acontecimento pode gerar ansiedade, este hormônio permite apagar da memória mais facilmente essas lembranças ruins.
A ocitocina é um hormônio peptídeo, com base em 9 aminoácidos, que lembra o hormônio diurético ou vasopressina, mas seus efeitos são bastante diferentes. No cérebro, este hormônio é sintetizado nos núcleos supraóptico e paraventricular do hipotálamo e secretado pela hipófise posterior. [Fonte: Wikipedia.org em francês, acessado em 04 de dezembro de 2013].
O termo ocitocina vem do grego e significa “entrega rápida”. Ele também intervém no momento do parto.
No nível médico, a oxitocina é usada principalmente na forma injetável (intravenosa) ou spray nasal (intranasal).
A ocitocina pode causar alguns efeitos colaterais, como a ansiedade. Pode parecer paradoxal pelas informações acima e pelo estudo alemão publicado em novembro de 2014, mas a ansiedade é um processo complexo e, provavelmente há diferentes formas de ansiedade.
Estudos sobre a ocitocina
A ocitocina, o hormônio da fidelidade
BONN – A ocitocina, às vezes chamada de “hormônio do amor”, de acordo com um novo estudo, incentiva a fidelidade masculina. Os pesquisadores têm mostrado que se um homem tem uma concentração mais elevada de ocitocina, ele percebe sua parceira sendo mais atraente do que outras mulheres. Os pesquisadores alemães da Universidade de Bonn chegaram a estas conclusões e publicaram no final de novembro 2013 seu estudo na revista americana “Proceedings”.
O estudo realizado pelo Dr. Hurlemann e sua equipe analisou 40 homens heterossexuais, todos eles estavam em um relacionamento estável. Os pesquisadores mostraram-lhes uma imagem de sua parceira e, em alguns casos, em comparação a uma foto de uma mulher que não era sua parceira.
Os participantes receberam uma dose de ocitocina na forma de spray nasal, e mais tarde também um placebo. Note que a ocitocina é secretada naturalmente pelo cérebro, nesta experiência, no entanto, os participantes receberam uma dose adicional de ocitocina como uma droga.
Quando os participantes receberam a ocitocina ao em vez de um placebo, os pesquisadores observaram que o sistema de recompensa do cérebro era mais ativo quando olhavam para as fotos de suas parceiras, e elas estavam mais atraentes do que as outras mulheres.
Quando os cientistas tinham outras imagens de mulheres como de amigas ou colegas, o efeito no cérebro não era o mesmo. Ou seja, a ocitocina age seletivamente, neste caso somente sobre a parceira amorosa.
Segundo o Dr. Hurlemann que participou do estudo, a ação da ocitocina no cérebro é muito semelhante a uma droga, para casais em uma relação estável. De fato, se uma pessoa usa uma droga, é por causa do sistema de recompensa que ela quer reviver o efeito de antes do produto viciante. Isso poderia explicar as grandes dores psíquicas em casos de ruptura sentimental, algumas mágoas de amor podem causar grande sofrimento e levar à depressão, assim como nos casos de desintoxicação em relação a uma droga.
Do ponto de vista científico, a ocitocina também seria uma razão para um comportamento monogâmico relativamente comum em seres humanos. A testosterona é outro hormônio com um papel-chave na sexualidade masculina. É óbvio que outros fatores entram em jogo, como aspectos culturais ou religiosos para explicar a fidelidade (ou não) em um casal.
Contra o autismo também
Um estudo publicado na revista “PNAS” no início de dezembro de 2013 mostrou que a ocitocina pode ajudar a socialização para crianças com autismo, de acordo com pesquisadores da Escola de Medicina de Yale.
Estes estudos e muitos outros já publicados sobre a ocitocina sempre justificam o seu nome de “hormônio do amor” ou “hormônio social”.
Por Xavier Gruffat , 09 de dezembro de 2013 – Fonte: SDA – Los Angeles Times – Traduzido por Adriana Sumi.