SÃO PAULO – A doença ainda é pouco conhecida no Brasil, mas a febre zika é semelhante à dengue e transmitida pelo mesmo mosquito, o Aedes aegypti. O caso aconteceu no Estado de São Paulo e foi confirmado pela Secretaria de Saúde do Estado. A doença acometeu um morador de Sumaré de 52 anos de idade e o diagnóstico foi feito no Instituto Adolfo Lutz, referência para doenças infecciosas.
Entenda a doença
A febre zika é causada pelo vírus Zika da família Flaviviridae. O vírus é comumente encontrado em países da África e também na Malásia e na Micronésia. O primeiro caso foi reportado em 1947 na floresta Zika, na Uganda, e originou o nome da doença. Em 1978 houve um pequeno surto agudo na Indonésia.
Os sintomas variam normalmente de leves a moderados e duram de 2 a 7 dias. Eles incluem dores nas juntas, dores musculares, febre, rash cutâneo (manchas avermelhadas na pele) que normalmente se inicia na face, inchaço e dor atrás dos olhos. Assim como a dengue, o tratamento é sintomático e inclui uso de antipiréticos, analgésicos (como paracetamol) e hidratação. Não há vacinas para a doença. Até agora, não há registro de mortes provocadas pela doença.
A transmissão é feita através da picada do mosquito Aedes aegypti, que também transmite a dengue, a febre chikungunya e febre amarela em cidades. Em 2009, o professor Brian Foy da Colorado State University, Estados Unidos, provou que o vírus também pode ser transmitido por relação sexual entre humanos após infectar sua esposa. Não há, entretanto, casos conhecidos de transmissão em mulheres grávidas.
A febre zika no Brasil
O caso de São Paulo não é o primeiro no Brasil. No dia 14 de Maio de 2015, o Ministério da Saúde confirmou a circulação do vírus no país, restrito, até então, à região Nordeste, com 8 casos na Bahia e 8 no Rio Grande do Norte. O Ministro da Saúde, Arthur Chioro, ainda falou que há a possibilidade de 1200 pessoas estarem infectadas pelo vírus.
Apesar dos números, o ministro disse não haver motivos para a preocupação. A doença é benigna, apresentando normalmente sintomas leves como febre baixa, e de curta duração, evoluindo para a cura. O foco do país continua ainda a ser o combate à dengue, que é uma doença mais grave e pode levar à morte.
Combate ao mosquito Aedes aegypti
Apesar dos sintomas leves da febre zika e evolução para a cura em cerca de 1 semana, o combate ao mosquito se intensificou. Além dessa doença, o mosquito também transmite a dengue, que é potencialmente fatal, além dos sintomas serem muito mais graves.
O Ministério da Saúde continua recomendando medidas para evitar a proliferação do mosquito, incluindo:
– Evitar acúmulo de água limpa em cisternas, piscinas, vasos de plantas, pneus, garrafas, etc.
– Manter caixas d’água fechadas.
– Lavar semanalmente baldes, galões, calhas e outros recipientes que podem acumular água.
– Colocar lixos em sacos plásticos, mantendo a lixeira bem fechada.
Só esse ano, o país registrou mais de 745 mil casos de dengue até 18 de abril, sendo São Paulo o estado mais atingido com mais de 400 mil casos. Foram confirmadas 229 mortes nas 15 primeiras semanas de 2015 por causa da dengue, número 44,9% superior com relação ao mesmo período no ano passado.
25 de Maio de 2015. Texto escrito por Matheus Malta de Sá (farmacêutico USP). Fonte: Ministério da Saúde. Fotos: Fotolia.com.