NOVA IORQUE – Pesquisadores da região de Nova Iorque descobriram que um constituinte do azeite de olivas prensadas a frio é capaz de matar células cancerosas, em experimento in vitro. Volta a uma pesquisa muito interessante publicada no início de 2015. Os cientistas americanos testaram o oleocanthal, um constituinte do azeite de oliva do tipo polifenol com efeito antioxidante, tendo constatado em laboratório que esta molécula leva à morte prematura de células cancerosas. Estas células são levadas à morte em 16 / 24 horas (fala-se de apoptose ou de morte programada), mas com o oleocanthal elas foram destruídas em alguns casos em 30 minutos e, em média, entre 30 minutos e 1 hora.
As células sadias não destruídas
Segundo o Prof. Paul Breslin, coautor do estudo que trabalha na Rutgers University, em Nova Jersey: “As células sadias não eram destruídas por esta substância, mas colocadas em stand-by”. Em outros termos, somente as células cancerosas eram mortas. Pode-se dizer que se trata de uma terapia que desperta particular interesse.
Efeito nos lisossomos
Os pesquisadores observaram que o oleocanthal destruía os lisossomos nas células cancerosas, verdadeiras pequenas fábricas de reciclagem no interior das células, em forma de vesículas. O oleocanthal fez com que “morresse” a membrana dessas vesículas. Tão logo destruídos os lisossomos, as células com tumor morriam rapidamente. Nas células cancerosas, os lisossomos são mais volumosos que nas células sadias e contêm mais resíduos.
Necessidade de outros estudos
De acordo com o principal autor deste estudo, o Dr. David Foster, do Hunter College em New York, outras pesquisas são necessárias para se saber se este elemento constituinte é capaz de bloquear massas tumorais, por exemplo, em seres humanos ou em animais. Como o estudo foi levado a cabo em laboratório (in vitro), pesquisas in vivo em animais e no homem podem levar a resultados diferentes.
Segundo o Dr. Foster: “Também precisamos entender por que as células cancerosas são mais sensíveis ao oleocanthal que as células não cancerosas”.
Futuramente, medicamentos à base de oleocanthal ou de azeites de oliva enriquecidos com esta substância poderiam se constituir em aplicações práticas na luta contra o câncer.
Este estudo foi publicado na revista científica Molecular and Cellular Oncology, em 23 de janeiro de 2015.
Consuma o azeite de oliva!
31.03.2016. Por Xavier Gruffat (farmacêutico). Fontes: Medicaldaily, Pubmed, Comunicado de imprensa da Universidade Rutgers. Fotos: Fotolia.com