ZURIQUE – Pessoas com depressão podem melhorar seu humor pela privação do sono. Os pesquisadores de Zurique (Suiça) já desvendaram uma parte do mistério mostrando que esta terapia tem o efeito de reestruturar certas regiões do cérebro.
Durante a privação do sono controlada, a maioria dos pacientes fica acordada na segunda metade da noite e continua acordada por toda noite, explicou em um comunicado a Universidade de Zurique na segunda-feira (11). O processo é repetido três ou quatro vezes.
Seguindo este protocolo, 40 a 60 % dos pacientes deprimidos apresentam uma melhora imediata em seu estado de humor. No entanto, na maioria dos casos, o efeito positivo dura apenas cerca de três dias.
Nenhuma característica biológica foi encontrada até o momento para prever quais pacientes irão responder positivamente a esta terapia. No entanto, verificou-se que em pessoas que sofrem de depressão, as regiões do cérebro responsáveis por processos emocionais são hiperativas, enquanto que a regiões atribuídas aos benefícios racionais são inibidas.
Estudos recentes também mostraram que a conexão hiperativa entre diversas áreas cerebrais é responsável pela desregulação cognitiva e emocional observada em uma depressão. O trabalho publicado segunda-feira (11) na revista PNAS (Proceedings of the National Academy of Sciences) pela equipe de Zurique, liderada por Erich Seifritz psiquiátrica da clínica da universidade, têm mostrado que a privação do sono libera este nó.
Menos emocional e mais racional
Áreas cerebrais responsáveis por processos emocionais são desativadas enquanto as que regem o controle cognitivo são habilitadas.
“Este é um mecanismo biológico específico da privação do sono”, escreve o Professor Seifritz no comunicado.
Para este estudo, os pesquisadores examinaram a atividade cerebral de 12 pessoas saudáveis, com ou sem privação do sono. Em um estudo anterior, a mesma equipe havia mostrado que os antidepressivos que atuam em curto prazo também possuem o efeito de reduzir as conexões deste nó em questão. O presente estudo confirma essa observação.
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Criasaude.com.br, 18 de novembro de 2013