VIENA – A multiplicação de novas substâncias psicóticas e o aumento do número de internações de consumidores na emergência representam um “risco grave para a saúde pública”, disse a ONU. Estas substâncias não estão sob controle internacional, embora tenham os mesmos efeitos psicoativos que as drogas.
“Nos últimos anos, tem havido um aumento sem precedentes no abuso de novas substâncias psicoativas”, muitas vezes chamados de “drogas sintéticas”, “euforizantes legais” ou “plantas euforizantes”, disse terça-feira (05) o Órgão Internacional de Controle de Narcóticos (INCB), uma agência das Nações Unidas.
“Na Europa, por exemplo, o número de novas substâncias psicoativas passou por um aumento significativo de em média cinco por ano entre 2000 e 2005 para cerca de 10 vezes este número em 2011, uma nova substância relatada quase toda semana”, acrescentou a agencia. Os especialistas acreditam que “o número total destas substâncias no mercado foi da ordem de milhares”.
Ação solicitada
A INCB pede uma “ação combinada dos Estados para prevenir a fabricação, o tráfico e o abuso dessas substâncias”. O abuso de medicamentos prescritos é o segundo principal problema destacado pelo relatório da INCB.
Este problema continua a se espalhar por todo o mundo, mas “aumentou consideravelmente nos últimos anos na América do Norte, no sul e sudeste da Ásia e alguns países da Europa e América do Sul, se tornando um sério problema de saúde e social”, denunciou a agência da ONU.
A utilização abusiva aumenta o risco de infecção de AIDS, da hepatite B e C. “Mais de 6% dos estudantes do ensino médio têm abusado de tranquilizantes em alguns países da América do Sul”, disse a agência.
A INCB também apontou para o problema dos “programas de maconha medicinal, que são autorizadas pelo direito internacional sob condições específicas estabelecidas na Convenção Única de 1961 sobre Entorpecentes”.
Fundada em 1968, a INCB é um órgão independente que monitora e promove a implementação das convenções da ONU sobre o controle de drogas.
Criasaude, 11 de Março de 2013 – Gennadiy Poznyakov – Fotolia.com