Publicidade

Zika vírus confirmado em paciente dos EUA

Dengue: casos aumentam no Sudeste do paísNOVA YORK, EUAOs Centros para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) nos Estados Unidos confirmaram um caso de zika vírus em um viajante do Texas, que recentemente retornou da América Latina, segundo reportagem da rede de televisão KHOU, afiliada da CBS em Houston.

De acordo com um comunicado do centro de saúde Harris County Public Health & Environmental Services, o paciente desenvolveu sintomas muitas vezes associados com a infecção por zika vírus, incluindo febre, erupção cutânea e dor nas articulações.

O vírus é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti

A doença foi identificada pela primeira vez nas Américas menos de dois anos atrás e se espalhou rapidamente pela América do Sul e Central. Desde o primeiro caso local de zika detectado no Brasil em maio de 2015, as autoridades de saúde estimam que entre 440 mil e 1,3 milhão de pessoas possam ter contraído o vírus.

Vários casos foram detectados no México, em novembro, e o primeiro caso em Porto Rico foi relatado no começo de 2016.

Os cientistas brasileiros dizem que há ligação entre as infecções e um pequeno aumento recente nos casos de microcefalia, uma condição na qual os bebês nascem anormalmente com cabeças pequenas, que muitas vezes leva a retardo mental.

Mais de 2.700 bebês no Brasil nasceram com microcefalia em 2015, ante menos de 150 em 2014. As autoridades de saúde não dizem acreditar que o aumento está ligado ao surto repentino do vírus zika, mas especialistas internacionais advertem que é muito cedo para ter certeza e observam que a condição pode ter muitas outras causas.

De acordo com o CDC, na maioria dos pacientes a doença zika é relativamente leve, com sintomas que duram de vários dias a uma semana. Grave doença requerendo hospitalização é incomum e mortes são raras. Não existe vacina para evitar a doença e nenhum medicamento foi desenvolvido para sua cura.

O CDC recomenda que todas as pessoas, especialmente mulheres grávidas, que estão viajando para áreas onde o vírus zika é encontrado, tomem precauções para evitar picadas de mosquito para reduzir o risco de infecção, bem como outros vírus transmitidas por mosquitos, como a dengue e chikungunya.

Primeiro caso de microcefalia por zika nos EUA

Na sexta-feira, dia 15 de janeiro, um comunicado do hospital de Oahu, no Havaí, confirmou que um bebê nasceu com microcefalia e a mãe estava contaminada com o vírus zika. A mãe contraiu a doença enquanto morava no Brasil, e o vírus foi transmitido pela placenta à criança.

O CDC divulgou um comunicado alertando que mulheres grávidas evitem viajar locais afetados pelo zika vírus, incluindo o Brasil, Colômbia, El Salvador, Guiana Francesa, Guatemala, Haiti, Honduras, Martinica, México, Panamá, Paraguai, Suriname, Venezuela e Porto Rico. O alerta também se estende para mulheres em idade reprodutiva, especialmente aquelas que pretendem engravidar.

Análises de fetos mortos após o nascimento confirmaram a presença do vírus no tecido cerebral e também na placenta da mãe e, segundo os cientistas, essa é uma forte evidência da relação entre a infecção pelo zika e o desenvolvimento de microcefalia.

Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) de Riberão Preto desenvolveram um método diagnóstico que relaciona o zika vírus à microcefalia. O teste está ainda em análise na Faculdade de Medicina, mas consiste na detecção de anticorpos na mãe e no bebê.

O último relatório do Ministério da Saúde, do dia 11 de janeiro, apontou 3530 possíveis casos de microcefalia ligados ao zika em recém nascidos de todo país.

18 de janeiro de 2016. Texto escrito por Matheus Malta de Sá (farmacêutico USP). Fontes: CBSNews, Center for Disease Control and Prevention, Ministério da Saúde, USP

Observação da redação: este artigo foi modificado em 18.01.2016

Publicidade