Dengue
Resumo dengue
A dengue é uma doença causada por um vírus do gênero Flavivírus, transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti, com 4 sorotipos: DEN1, DEN2, DEN3 e DEN4. Uma nova variedade, DEN-5, foi recentemente descrita como um novo sorotipo da doença. Esse sorotipo está sob investigação. É endêmica de zonas tropicais, sobretudo no verão e épocas chuvosas. No Brasil, as regiões Sudeste e Nordeste são as mais atingidas e anualmente o Ministério da Saúde faz diversas campanhas, sobretudo no verão, alertando a população para se prevenir contra a doença.
A transmissão se dá pela picada do mosquito infectado por já ter picado outra pessoa doente. O principal transmissor é o Aedes aegypti, um mosquito de hábitos diurnos. A saliva do inseto ao entrar em contato com o sangue humano faz com que o vírus se prolifere. O mosquito se reproduz em locais de água limpa e parada, portanto, populações que morem em regiões sem saneamento básico ou que acumulem locais de água limpa e parada, estão expostas a um risco maior.
Os sintomas da dengue clássica incluem dores musculares, febre alta, dores nas juntas, vômitos, enjôos, etc. Na dengue hemorrágica, sangramentos surgem após a diminuição da febre. O Ministério da Saúde alerta para alguns sintomas que podem indicar a dengue hemorrágica, como dor abdominal intensa, cianose e sangramentos espontâneos. O diagnóstico é feito com base na história clinica do paciente e os sintomas reportados. Exames de sangue podem, por vezes, serem necessários para comprovar a doença. Recentemente, pesquisas têm sido conduzidas com foco no desenvolvimento de métodos diagnósticos para a detecção precoce do vírus da dengue, incluindo pesquisas da proteína viral NS1.
O tratamento é sintomático e recomenda-s evitar o uso de medicamentos à base de ácido acetilsalicílico. Existem pelo menos duas vacinas disponíveis em alguns países para prevenir a dengue.
O combate à dengue deve ser feito não deixando água limpa acumulada em garrafas, telhas, calhas, etc. O uso de telas, repelentes e inseticidas também ajuda na prevenção da picada do mosquito. É muito importante também que você conscientize os seus amigos, parentes e familiares para que eles tomem as medidas necessárias de prevenção da doença. Muitas pessoas são contaminadas por mosquitos que vêm de focos longe de suas residências.
Definição
A dengue é uma doença infecciosa aguda, de gravidade variável, causada por um vírus do gênero Flavivírus, cuja transmissão ocorre através da picada de um mosquito que ocorre em países tropicais e subtropicais, como países da América Latina, Caribe e Sudeste Asiático. Existem 4 tipos de dengue DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. No Brasil já foram identificados os 4 tipos da doença. Recentemente (em Outubro de 2013), pesquisadores descreveram um possível quinto tipo da doença, a DEN-5. Esse tipo está ainda em estudo pelos cientistas.
A doença pode se manifestar de forma leve ou severa. Na forma leve, o paciente apresenta febre e dores musculares, dentre outros sintomas. A forma severa, também conhecida como dengue hemorrágica, pode levar o paciente à morte devido à queda de pressão sanguínea devido à hemorragia.
Epidemiologia
Segundo a OMS, cerca de 390 milhões de pessoas são contaminadas pelo vírus da dengue anualmente ao redor do mundo, aproximadamente 96 milhões acabam precisando de tratamento. As pessoas infectadas residem em grande parte nas regiões tropicais e subtropicais da Ásia, da África, da América Latina (Brasil, Antilhas…) e do Pacífico (Austrália). Em geral as zonas afetadas são urbanas e semiurbanas.
Mais de 2,5 bilhões de pessoas (de acordo com a OMS) são direta ou indiretamente afetadas pela dengue.
Em geral, a dengue mata alguns milhares de pessoas por ano em todo o mundo. Em 2015, foram 4.032 mortes causadas pela dengue.
No início de 2013 (janeiro a abril), o Paraguai foi particularmente afetado pela dengue. Em 20 de abril de 2013, foram contabilizados 45 mortes e 65.000 casos da doença. O recrudescimento dos casos de dengue também atingiu o vizinho Brasil. De 1o a 23 de janeiro de 2013, 635.000 casos e 108 mortes foram registrados pelo Ministério da Saúde brasileiro.
No Estado de São Paulo, a doença matou mais de 1o de janeiro a 17 de abril de 2015, com 122 mortes, que durante todo o ano de 2014.
Em 15 de novembro de 2015, cerca de 1,5 milhões de brasileiros sofreram com a dengue durante o decorrer do ano, ainda de acordo com o Ministério da Saúde brasileiro.
Sri Lanka
– Uma epidemia terrível de dengue foi observada no Sri Lanka, foram mais de 114 mil pessoas infectadas e 315 mortes entre o início de janeiro e o final de julho de 2017, de acordo com estatísticas oficiais citadas pela agência de imprensa alemã dpa. A polícia e o exército foram mobilizados na capital do país, Colombo, para combater os mosquitos que transmitem a dengue. De acordo com a Cruz Vermelha, é a pior epidemia conhecida do país.
Causas & transmissão
– Uma pessoa com dengue pela segunda vez tem um maior risco de desenvolver uma forma grave da dengue (dengue hemorrágica). A vacinação seria adequada para evitar as complicações da doença, e, por isso, há diversos pesquisadores no mundo todo trabalhando para encontrar uma vacina contra a dengue.
Efeito do clima na transmissão do vírus da dengue
O vírus da dengue se desenvolve e se espalha mais rapidamente em mosquitos em temperaturas mais altas, e mais lentamente quando as temperaturas são mais baixas ou flutuam. Estes resultados são de um estudo publicado em 2017 e sugerem que as condições meteorológicas locais podem ter uma grande influência sobre as epidemias de dengue. Se a temperatura externa for alta por um período prolongado de tempo, as estratégias de prevenção da dengue devem ser uma prioridade, como revelam os cientistas que realizaram este estudo, da Southern Medical University, em Guangzhou, China. Em particular, a equipe de pesquisadores descobriu que temperaturas relativamente altas (23 a 28 °C) resultaram em crescimento viral mais rápido e níveis mais altos de vírus nos mosquitos. As condições quentes levaram a um menor período de incubação do vírus e o vírus se espalhou mais cedo no mosquitos até as glândulas salivares, o que significa que mais mosquitos podem infectar. Ao contrário, em condições mais frias (a 18 °C), o vírus se desenvolveu de forma devagar e não se espalhou para as glândulas salivares. Este estudo foi publicado em 1º de dezembro de 2017 na revista científica Frontiers in Microbiology (DOI: 10.3389 / fmicb.2017.02337).
Transmissão
A transmissão da dengue é feita através da picada do mosquito Aedes aegypti ou Aedes albopictus. No Brasil, ocorre com mais frequência o Aedes aegypti. Esses mosquitos picam durante o dia, ao contrário dos mosquitos comuns (Culex) que picam durante a noite. O Aedes aegypti é principalmente encontrado em áreas tropicais e subtropicais do mundo, sendo que o período de maior expansão e transmissão da doença é durante o verão, durante ou imediatamente após períodos chuvosos.
A transmissão se dá pela picada do mosquito que ficou infectado porque picou uma pessoa doente. Durante a picada, a saliva do mosquito mistura-se com o sangue humano, ocorrendo a infecção do hospedeiro humano. A proliferação do mosquito se dá próxima a casas e habitações onde tenham água limpa e parada (local ideal para sua reprodução). Locais que acumulam água, como pneus velhos, garrafas de bebidas, caixas d’água destampadas, bromélias, pratos de vasos de plantas, etc, são depósitos de larvas do mosquito. Não há transmissão direta de um doente para uma pessoa sadia, assim como não há transmissão através da água, alimentos ou objetos ou de um mosquito para outro.
No Brasil, os tipos DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4 já foram identificados, sendo que em 2013, segundo dados da Secretaria de Vigilância em Saúde, o sorotipo DEN-4 foi o mais prevalente nas amostras estudadas.
Grupos de risco
A dengue atinge a população como um todo, não existindo um grupo específico de maior risco. No Brasil, as regiões Centro-Oeste, Sudeste e Norte são aos mais atingidas pela doença, e as pessoas que vivem em cidades dessas regiões são as que apresentam maior risco de contrair a doença. É importante notar que a região Sul, historicamente a região que apresenta a menor incidência da doença, registrou um aumento grande na incidência com relação a 2012: 7,6 (em 2012) para 205,9 (2013). O estado do PR registrou 56.173 casos da doença, sendo o estado com maior número de infecções na região Sul.
Locais que acumulam água limpa são os locais preferidos para proliferação dos mosquitos, portanto, regiões carentes que não possuem saneamento básico adequado ou populações pouco orientadas sobre os modos de transmissão da dengue apresentam risco aumentado de serem infectados com a doença. Entretanto, como o mosquito se desloca por vastas regiões, outros locais também apresentam risco.
Dessa forma, o principal grupo de risco é de pessoas que vivem em regiões endêmicas da doença, como áreas tropicais ou subtropicais, especialmente em países da América Latina, Sudeste Asiático e Caribe. Pacientes que já foram infectados pelo vírus também têm risco aumentado de desenvolver a forma severa da doença.
Um levantamento recente do Ministério da Saúde apontou que idosos apresentam 12 vezes mais chances de morrer de dengue. As causas ainda não estão totalmente esclarecidas, mas acredita-se que possam estar relacionada à maior prevalência de doenças crônicas nessa população, como diabetes. Em 2013, 39,6% dos óbitos, ou seja, 61 das 154 mortes registradas por dengue, ocorreram em idosos acima dos 60 anos de idade. A segunda faixa etária a apresentar maior incidência de óbito foi de 40 a 59 anos, com 26,6% das mortes.
Genética – africanos menos afetados (estudo)
Um estudo realizado em parte pelo Instituto Pasteur mostrou que os asiáticos e europeus são mais propensos a sofrer de dengue grave (severe dengue em inglês) do que os africanos por razões genéticas. A dengue é uma doença viral transmitida por mosquitos endêmicos, especialmente nas regiões tropicais e subtropicais do leste da Ásia e da América Latina, mas o vírus se espalhou nos últimos anos também na América do Norte e Europa. Em alguns casos graves, o vírus da dengue pode levar à morte após a síndrome do choque fatal da dengue. Pesquisadores há muito se perguntavam por que a dengue era mais prevalente na América Latina e Ásia do que na África, que também está localizada nos trópicos e subtrópicos. Os pesquisadores identificaram dois genes relacionados à inflamação dos vasos sanguíneos que conferem risco de dengue grave e quatro genes relacionados ao metabolismo que afetam o risco da dengue clássica. Os pesquisadores descobriram que os africanos têm genes que os protegem mais contra a dengue severa do que os europeus. Estes últimos, no entanto, eram menos propensos a sofrer de dengue normal ou clássica. Os asiáticos tinham um risco significativo de sofrer de dengue normal. Este estudo foi publicado em 15 de fevereiro de 2018 na revista científica PLOS Neglected Tropical Diseases (DOI: 10.1371/journal.pntd.0006202).
Sintomas
Primeiramente é preciso realçar que os sintomas aparecem em cerca de 40 a 50% das pessoas infectadas com o vírus da dengue. Em outras palavras, 50-60% das pessoas picadas por um mosquito infectado não apresentam sintomas (assintomáticos).
O período de incubação do vírus dura de 3 a 15 dias após a picada. Os primeiros sintomas da dengue clássica são: febre alta (de 38⁰ a 40⁰C), dores de cabeça, cansaço, dores pelo corpo, dores musculares e nas articulações, dores nos olhos, enjoos, vômitos, manchas vermelhas pelo corpo, dor abdominal (principalmente em crianças), dentre outros sintomas. Esses sintomas podem durar até uma semana, após esse período, o cansaço e indisposição podem persistir.
Dengue hemorrágica
Na dengue hemorrágica, os primeiros sintomas são semelhantes aos da dengue clássica e duram de 3 a 4 dias. Após esse período, a febre baixa e surgem hemorragias pelo corpo, principalmente em gengivas, cavidades nasais, hemorragias gastrintestinais e genitais. Essas hemorragias podem causar dano a muitos órgãos internos e levar a morte. Pacientes que já foram infectados pelo vírus também têm risco aumentado de desenvolver a forma severa da doença (dengue hemorrágica). O Ministério da Saúde alerta para os seguintes sinais, que podem ser indicativos da dengue hemorrágica:
- Intensa dor de estômago (resistente ao tratamento padrão) ou dor abdominal
- Agitação ou letargia (sonolência)
- Vômitos persistentes, com ou sem sangue
- Pulso rápido ou fraco
- Hepatomegalia (aumento do fígado) dolorosa
- Extremidades frias, pele pálida, fria e úmida
- Queda de pressão (hipotensão)
- Sangramento de nariz, gengivas ou sob a pele
- Cianose
- Manchas vermelhas na pele
- Sede excessiva e boca seca
- Dificuldades respiratórias
Além disso, o Ministério da Saúde estabeleceu uma classificação que aloca o paciente em 4 grupos de acordo com seus sintomas. Essa classificação de risco destina os pacientes para prioridade de atendimento. Veja o quadro a seguir:
Essa classificação auxilia e facilita o tratamento dos pacientes que chegam aos postos de saúde e hospitais.
Risco de dengue hemorrágica e imunidade
É importante saber que as pessoas que foram vítimas da dengue no passado, causada por um dos cinco sorotipos do vírus da dengue, têm um risco maior de desenvolver a dengue hemorrágica no caso de uma nova infecção por um dos outros 4 sorotipos. Por exemplo, uma pessoa que sofreu de dengue pelo vírus DEN1 corre um risco maior de sofre de dengue hemorrágica no caso de ser picada por um mosquito portador do vírus DEN2, 3, 4 ou 5, em relação a pessoa que nunca sofrereu de dengue. Cada sorotipo do vírus pode levar à dengue hemorrágica.
No entanto, uma vez que a pessoa foi contaminada por um tipo de sorotipo do vírus da dengue, ela adquire imunidade vitalícia contra este tipo de vírus. Por exemplo, uma pessoa que tenha sofrido no passado de dengue causada pelo vírus sorotipo DEN1 não sofrerá novamente de dengue pelo mesmo sorotipo. Esta pessoa pode, contudo, sofrer de dengue em caso de picada de um mosquito que transporta os sorotipos DEN2, DEN3, DEN4 ou DEN5, desde que nunca tenha sofrido de uma dessas formas de dengue. Teoricamente uma pessoa pode sofrer de dengue no máximo 5 vezes em sua vida, um para cada sorotipo do vírus.
Diagnóstico
O diagnóstico da dengue é feito clinicamente, ou seja, com base na história clínica do paciente, exames de sangue, que indicam o tipo e a gravidade da doença, e exames específicos. Para se identificar qual o tipo de dengue o paciente tem, faz-se uma sorologia após o 4º dia de infecção. Outros exames complementares que podem ser feitos após o início dos sintomas são o isolamento do vírus, detecção de antígenos em tecidos fixados, teste de inibição da hemaglutinação e RT-PCR (Real Time PCR). Esses testes são mais específicos e servem para confirmar a infecção.
Para a dengue hemorrágica, há alguns exames que podem ser feitos como a prova do laço, contagem de plaquetas e contagem de células vermelhas. É importante que a dengue hemorrágica seja diagnosticada rapidamente, pois se não tratada, pode levar à morte. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) existem 4 critérios que facilitam o diagnóstico da dengue hemorrágica:
- Febre de 2 a 7 dias.
- Aumento da permeabilidade vascular, que se expressa por extravasamento de plasma, hemoconcentração e derrames cavitários.
- Trombocitopenia (plaquetas < 100.000/mm³).
- Tendência à hemorragia.
Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) recentemente desenvolveram uma metodologia de identificação do vírus da dengue em amostras de saliva e urina e o resultado sai em até 3 horas. O método de diagnóstico está em teste para poder ser empregado em larga escala, uma vez que se mostra mias rápido que o exame de sangue.
O teste rápido utiliza metodologia imunocromatográfica e identifica e diferencia as imunoglobulinas IgG e IgM. Nesse exame, identifica-se qualquer um dos 4 sorotipos da doença, com sensibilidade de 99% e especificidade de 98%.
Outro teste pesquisa a proteína viral NS1, que surge de 1-3 dias da doença. Esse exame indica a doença aguda e ativa no paciente. O teste possui sensibilidade de 70% quando comparado ao PCR. O teste de NS1 é indicado nos casos de diagnóstico precoce.
O diagnóstico rápido tem ganhado destaque pois facilitam a identificação da doença e quais os sorotipos circulantes mais presentes na população. Além disso, quanto mais rápida a doença for identificada, melhor o manejo da dengue, evitando, inclusive, sua transmissão e óbitos.
Complicações
Os pacientes com dengue não tratada apresentam taxa de mortalidade de 30%. Pacientes com dengue hemorrágica devem ser imediatamente tratados, pois correm risco de evoluírem para óbito. Uma complicação particularmente importante é chamada de Síndrome de Choque da Dengue. O paciente apresenta pulso fraco, inquietação, palidez e perda de consciência. Há complicações neurológicas como delírio, sonolência, depressão, coma, irritabilidade, psicose, demência, amnésia, paralisia e sinais de meningite. É importante citar que pacientes que já foram infectados pelo vírus também têm risco aumentado de desenvolver a forma severa da doença (dengue hemorrágica).
Outras complicações acometem o sistema cardiorrespiratório e ainda podem causar insuficiência hepática, hemorragia digestiva e derrame pleural. Se o paciente não for rapidamente tratado, pode morrer. Outras complicações incluem danos aos pulmões e coração, devido ao choque hemorrágico causado.
Tratamentos
O tratamento para a dengue tem a função de combater os sintomas da doença, como a febre, o mal estar, vômitos, dores musculares, etc. Aconselha-se que o paciente fique de repouso e ingira bastante líquido.
O uso de medicamentos à base de ácido acetilsalicílico, como aspirina, é contra-indicado nos casos de suspeita de dengue, uma vez que eles facilitam a hemorragia. Antes do uso de qualquer medicamento, é importante consultar um médico para que ele indique o melhor tratamento.
O uso de inseticidas contra os mosquitos é ainda alvo de debate. Especialistas dizem que esses produtos prejudicam o meio ambiente, ao passo que outros apontam que linhagens do mosquito já se mostram resistentes aos produtos químicos. Há também a possibilidade do uso de larvicidas para matar as larvas do mosquito.
Especialistas alertam que o tratamento da dengue é mais complicado em pacientes obesos. Isso acontece porque, durante a infecção, os pacientes possuem maior permeabilidade capilar, o que faz com que o sangue passe dos vasos para os tecidos. As pessoas com alto índice de massa corpórea possuem capilares mais sujeitos a esse vazamento para os tecidos, e isso pode piorar com a dengue e causar complicações como muitos fluidos nos pulmões.
Vacina Qdenga®
No final de 2022, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) autorizou a vacina Qdenga®. A Qdenga é indicada para a prevenção da dengue em indivíduos a partir dos 4 anos de idade. Ela contém o vírus vivos atenuados da dengue1. A Qdenga® foi desenvolvida pelo laboratório japonês Takeda Pharmaceutical.
Dicas
Algumas dicas podem ser úteis no caso de dengue:
– Na suspeita dos sintomas da dengue, não utilize nenhum medicamento à base de ácido acetilsalicílico (como a aspirina).
– Consulte um médico para que ele faça o diagnóstico da doença e prescreva o tratamento.
– Para se evitar o contágio, não deixe água parada e limpa, pois podem ser criadouro do mosquito transmissor.
– Use areia ou pó de café nos pires dos vasos das plantas para evitar o acumulo de água. Evite deixar objetos que acumulam água expostos na chuva.
– Mantenha a caixa d’água sempre coberta e não deixe água da chuva acumulada nas calhas e telhas.
– Lave, semanalmente por dentro, com escovas e sabão, tanques utilizados para armazenar água.
– Ponha o lixo em sacos plásticos e tampe as lixeiras. Para mais detalhes sobre prevenção, veja o tópico a seguir.
– Oriente seus vizinhos, amigos e familiares a adotarem medidas de prevenção contra a doença. Muitas pessoas contraem dengue de focos que estão distantes de sua casa. A conscientização geral é a melhor medida de combate e prevenção à dengue.
– Receba bem os agentes de saúde que passam periodicamente para verificar a presença de focos e dedetizar as residências.
Prevenção
O mosquito transmissor da dengue se reproduz em água limpa e parada, portanto, para prevenir sua proliferação, evite manter água parada e limpa. Locais onde a água normalmente se acumula como vasos de plantas, pneus velhos, garrafas vazias, etc, devem ser monitorados e cobertos. Use tela nas janelas e repelentes, para evitar a picada do mosquito. O uso de inseticidas também ajuda a combater o mosquito da dengue.
Leia também: 10 dicas para combater a dengue
Fontes:
Frontiers in Microbiology (DOI: 10.3389 / fmicb.2017.02337), PLOS Neglected Tropical Diseases (DOI: 10.1371/journal.pntd.0006202), OMS.
Quem escreveu esta pasta?
Xavier Gruffat (farmacêutico)
Última atualização:
18.02.2023
Bibliografia e referências científicas:
- Pharmavista.ch, Dengue : vaccin tétravalent autorisé (tradução livre – Dengue: vacina tetravalente autorizada), em 21 de dezembro de 2022