Dedaleira
Resumo
Planta medicinal indicada em caso de insuficiência cardíaca, vendida apenas sob prescrição médica, pode ser encontrada em forma de comprimido pronto para uso.
Nomes
Nome em português: dedaleira, beloura, bocas-de-lobo, estalos
Nome binomial: Digitalis purpurea (às vezes a subespécie: Digitalis purpurea ssp. purpurea)
Nome francês: digitale, digitale pourprée
Nome inglês: foxglove
Nome alemão: Roter Fingerhut
Nome italiano: digitale
Família
Scrofulariaceae (escrofulariáceas)
Constituintes
Glicosídeos cardiotônicos (cardenolídeos), digitoxina, digoxina, saponinas
Partes utilizadas
Folhas secas
Efeitos
Cardiotônico (inotrópico positivo: aumento da contratilidade do miocárdio e cronotrópico negativo: diminui o ritmo cardíaco), diurético, cicatrizante.
Indicações
Insuficiência cardíaca aguda ou crônica.
Efeitos secundários
Atenção, não ultrapasse a dose prescrita pelo médico (risco de intoxicação). Na compra de um medicamento, leia a bula e peça conselhos a um especialista.
Contra-indicações
Na compra de um medicamento, leia a bula e peça conselhos a um especialista.
Interações
Na compra de um medicamento, leia a bula e consulte um especialista. Há um risco particularmente elevado de interação entre a dronedarona e a digoxina.
Preparações
– Comprimidos à base de digoxina (princípio ativo da dedaleira), à venda em farmácias.
Atenção! Não faça infusões ou chás à base de dedaleira, pois isso pode ser muito tóxico (venenoso) e até mortal!
Onde cresce?
A dedaleira cresce na Europa, nos Alpes. É encontrada principalmente à beira das estradas. A planta pode atingir uma altura de 40 à 150 cm. Na Europa, a dedaleira floresce de junho a setembro. É perene (pode viver vários anos) ou bienal.
Observações
– Os medicamentos à base da dedaleira (cujo princípio ativo principal é a digoxina) devem ser sempre prescritos por um médico e em casos de doença cardíaca muito específica (por exemplo, insuficiência cardíaca.). Sob nenhuma circunstância eles devem ser consumidos em automedicação.
Em 2015, um estudo de estudos (meta-análise) mostrou que os pacientes com insuficiência cardíaca ou fibrilação atrial que usavam medicamentos provenientes da dedaleira, tais como a digitalina ou digoxina tiveram um risco de mortalidade 21% maior do que aqueles que não usam estes medicamentos.
Estas são as conclusões de um estudo conduzido por Stefan Hohnloser cardiologista da Clínica Universitária (Universitätsklinikum) de Frankfurt, na Alemanha, publicado na revista European Heart Journal em 2015. Os cientistas analisaram 19 estudos relacionados à digitalina realizados entre 1993 e 2014. Ao todo, estes estudos concentraram dados provenientes de mais de 326.000 pacientes, todos eles sofriam de insuficiência cardíaca ou fibrilação atrial.
Em pacientes que receberam a digitalina, a taxa de mortalidade foi em média 21% maior do que naqueles que foram prescritos outros medicamentos. Mais especificamente, os pacientes que sofriam com fibrilação atrial tiveram uma taxa de mortalidade 29% maior e aqueles com insuficiência cardíaca 14% superior.
Segundo os pesquisadores, existem alternativas efetivas aos tratamentos com extratos de dedaleira. Se um paciente está realizando este tratamento há bastante tempo, continuar ou parar o tratamento é uma decisão que se da caso a caso, a ser tomada conjuntamente com o médico e o paciente. Mas prescrever a dedaleira e seus extratos para um novo paciente atualmente não faz mais sentido. Podemos dizer que este é um medicamento antigo, do passado, pois os riscos superam os benefícios.
– Em casos de sinais de nervosismo, náuseas, aumento da frequência cardíaca, sinais cardíacos anormais ou outros efeitos colaterais suspeitos, entre em contato imediatamente com seu médico ou farmacêutico, pois pode ser uma overdose. A digoxina é um medicamento com uma janela terapêutica estreita, isto é, o intervalo entre a dose terapêutica e a dose tóxica é pequeno.
– O efeito da dedaleira sobre o coração foi reconhecido em 1786 pelo médico inglês William Withering.