Câncer de estômago
Resumo câncer de estômago
O câncer de estômago, ou câncer gástrico, é uma neoplasia que atinge as células do estômago. O tipo mais comum é o adenocarcinoma, responsável por cerca de 95% dos casos da doença. A sua incidência é maior em homens que em mulheres e varia de acordo com o país, provavelmente associado à dieta. Em países como EUA e França, a incidência é baixa. Já na America Latina e Japão, a incidência da doença é alta.
As causas do câncer ainda não são totalmente esclarecidas, mas acredita-se que dietas ricas em alimentos defumados, curados e enlatados desencadeiem a doença. Os principais grupos de risco são os de pacientes com histórico de câncer e que tenham uma alimentação ruim. Os sintomas muitas vezes não são específicos e envolvem fadiga, cansaço, perda de apetite, dor abdominal, febre, vômito com sangue, gastrite persistente e diarréia.
É importante que o paciente converse com o médico sobre a doença e procure se informar o máximo possível. Como formas de prevenção recomenda-se que a pessoa tenha uma dieta balanceada a base de vegetais, peixes e vitaminas, reduza o consumo de alimentos enlatados e curados, evite o fumo e pratique exercícios físicos.
Definição
O câncer de estômago, ou também conhecido como câncer gástrico, é uma neoplasia maligna que atinge as células do estômago. Os tumores de estômago se apresentam praticamente em três formas distintas:
– Adenocarcinoma de estômago: quando o tumor se inicia nas células produtoras do muco gástrico. É o tipo mais comum de câncer gástrico, responsável por 95% dos casos.
– Linfoma: quando as células atingidas são os linfonodos. Responsável por cerca de 3% dos casos.
– Leiomiossarcoma: câncer originado dos tecidos musculares.
Há outros tipos de tumores, como o tumor carcinoide e o tumor estromal gastrintestinal.
Epidemiologia
A incidência do câncer de estômago varia muito dependendo do país, principalmente em relação à alimentação e ao nível de desenvolvimento do país (nível de riqueza).
– Nos Estados Unidos, as estimativas da American Cancer Society de câncer de estômago para o ano de 2021 são: aproximadamente 26.560 novos casos de câncer de estômago (16.160 em homens e 10.400 em mulheres) e cerca de 11.180 mortes devido a este tipo de câncer (6.740 homens e 4.440 mulheres)1.
O câncer de estômago é responsável por cerca de 1,5% de todos os novos cânceres diagnosticados nos Estados Unidos a cada ano, de acordo com a American Cancer Society.
– De acordo com a OMS em 2017, cerca de 750.000 pacientes morrem de câncer de estômago a cada ano. O câncer de estômago é um dos cânceres mais letais.
Diferença entre homens e mulheres:
A incidência é maior entre homens do que entre mulheres e é um dos cânceres mais comuns em homens em alguns países.
Influência da idade
Nos Estados Unidos, a idade média das pessoas, quando diagnosticadas com câncer de estômago, é de 68 anos. A cada ano, cerca de 6 em cada 10 pessoas diagnosticadas com câncer de estômago têm 65 anos de idade ou mais, de acordo com a American Cancer Society.
Taxa de sobrevida em 5 anos:
A taxa de sobrevida em 5 anos para câncer de estômago nos Estados Unidos é de 32%. Existem diferenças importantes entre o estágio e a localização da doença. Se o câncer for localizado, a taxa de sobrevida em 5 anos é de 70%, mas cai para 5% na presença de metástase2.
Causas
Fatores genéticos também podem influenciar no aparecimento do câncer de estômago. Todas essas causas reunidas causam mutações nas células do estômago que começam a se proliferar de maneira descontrolada, gerando um tumor. Esse tumor pode ser localizado ou pode se espalhar para outros órgãos e isso é conhecido como metástase.
As células que levam ao tumor são: células glandulares (adenocarcinoma), linfonodos (linfomas), células produtoras de hormônios (tumor carcinóide), células musculares (leiomiossarcoma) e células do tecido nervoso no estômago (tumor estromal gastrintestinal).
O consumo excessivo de sal, ou seja, mais de 5 a 6g por dia, é um fator de risco importante para o câncer de estômago. Lembre-se que os brasileiros consomem em média 12g de sal por dia. O sal parece favorecer o surgimento da Helicobacter pylori no estômago. Estima-se que 75% dos casos de câncer de estômago estão ligados à bactéria H. pylori, que aumenta o risco de úlceras gástricas que é um fator de risco para o câncer de estômago.
Fatores genéticos também podem influenciar no aparecimento desse tipo de câncer.
Outras causas ou fatores de risco são obesidade (e sobrepeso), consumo excessivo de álcool, excesso de sal na dieta e tabagismo.
Grupos de risco
Outros grupos de risco são os seguintes:
– Pacientes com histórico familiar de câncer de estômago
– Pacientes infectados com Helicobacter pylori
– Pacientes com pólipos estomacais
– Pacientes com gastrite crônica ou outras inflamações crônicas do estômago
– Pacientes com anemia perniciosa
– Fumantes
– Dietas pobres em fibras
– Dietas pobres em verduras, legumes e frutas
– Dietas ricas em alimentos curados e defumados
– Dietas ricas em alimentos com sal e conservantes
– Ingestão de alimentos com aflatoxinas, como alguns grãos e amendoim
Sintomas
– Febre
– Queimação no estômago
– Gastrite
– Vômito
– Perda de peso
– Falta de apetite
Quando a doença está em estágio avançado, o paciente pode apresentar outros sinais clínicos, como massa palpável na região abdominal, aumento de vísceras como fígado e baço, ínguas inflamadas na região do pescoço, sangramento gástrico, vômito com sangue e sangue nas fezes (normalmente as fezes ficam escurecidas, pastosas e com forte odor).
É importante que o paciente procure um médico se apresentar sintomas iniciais da doença, como gastrite crônica e incurável, ou se a pessoa está em um grupo de risco (como histórico familiar de câncer).
Diagnóstico
– Endoscopia
– Tomografia computadorizada
– Exame radiológico do estômago
– Biópsia
– Avaliação citológica
– Ultrassonografia endoscópica
– Ressonância magnética
De acordo com o resultado do exame, o câncer pode ser classificado em um dos quatro estágios:
– Estágio I: o tumor está limitado ao seu local inicial de origem.
– Estágio II: nesse estágio, o câncer começa a atingir as camadas mais profundas do tecido.
– Estágio III: o câncer cresce para camadas mais profundas do estômago e pode se expandir para os linfonodos.
– Estágio IV: o câncer já cresceu além do estômago e atingiu estruturas vizinhas. Nesse estágio ele pode atingir outros órgãos (metástase).
Complicações
A principal complicação do câncer de estômago é a metástase, ou seja, o potencial do tumor se espalhar para outros órgãos. O tumor chega aos vasos sanguíneos e pode atingir outros tecidos e se proliferar. Nessas condições, o tumor pode levar o paciente à morte.
Outra complicação que pode acontecer é a obstrução da passagem de alimentos devido ao crescimento da massa tumoral no estômago. Sangramentos também são freqüentes e incômodos para o paciente, além de vômitos e diarréias. Isso pode levar à perda de peso do paciente, o que pode agravar as condições de saúde gerais dele.
Tratamento
Cirurgia
A cirurgia tem como função remoção da massa tumoral. O médico pode removê-la nos estágios iniciais e impedir que o tumor cresça e se espalhe. Outra opção é a gastrectomia parcial, que consiste na remoção de parte do estômago. A gastrectomia total envolve a retirada total do estômago e tecidos adjacentes.
Há também a possibilidade da cirurgia de remoção dos linfonodos, caso o tipo de câncer seja linfoma.
Radioterapia
Quimioterapia
A quimioterapia é o uso de medicamentos para eliminação do tumor. Ela pode ser administrada antes da cirurgia (terapia neoadjuvante) ou após a cirurgia (terapia adjuvante). A quimioterapia pode ser conduzida com agentes alquilantes, alcalóides da vinca, ou outros agentes quimioterápicos usados para o câncer. Outras drogas utilizadas são o imatinibe e o sunitinibe.
Fitoterapia
– Canela
– Melissa
– Banchá
Converse com o seu médico para saber se ele indica o uso de alguma planta específica.
Homeopatia
– Calêndula
– Traumel S
– Iodum
– Phosphorus
– Lapis Albus
Converse com o seu médico e veja se ele indica a homeopatia de acordo com o seu quadro clínico.
Dicas
– Procure não faltar nas sessões de quimioterapia. Elas são muito importantes para a recuperação do paciente. Normalmente quando se perde uma sessão, as células tumorais tornam-se mais resistentes aos medicamentos.
– Converse como seu médico sobre a doença. Apóie-se em familiares e amigos para superar toda a angustia. Há associações médicas específicas para dar suporte ao paciente com câncer.
– Converse com o seu médico sobre o tratamento. Se os efeitos colaterais estiverem muito fortes, peça medicamentos para combater as náuseas, vômitos, e outros sintomas.
– Alimente-se bem e tenha uma dieta rica em proteínas, fibras e vitaminas. Se necessário, peça para o seu médico suplementos alimentares à base de proteínas e nutrientes.
– Procure terapias complementares, como ioga, acupuntura, relaxamento, etc. Elas melhoram a qualidade de vida do paciente e sua reação frente aos medicamentos.
– Em caso de remoção do estômago (gastrectomia), o paciente deve tomar suplementos alimentares, principalmente de vitamina B12, para compensar deficiências.
Prevenção
– Tenha uma dieta rica em frutas, legumes e verduras, sobretudo os ricos em vitamina A e vitamina C.
– Alimente-se de fibras.
– Faça exercícios físicos regularmente. Isso ajuda a eliminar toxinas do organismo.
– Beba muita água.
– Evite o fumo.
– Reduza a quantidade de alimentos defumados na sua dieta.
– Evite consumir alimentos curados, como queijos e embutidos. Evite o consumo excessivo de alimentos enlatados
– Reduza a quantidade de sal.
– Alimente-se de peixes e carnes brancas.
– Combata o H. pylori e a gastrite
– De acordo com um estudo britânico publicado em 2014, a ingestão diária de 75 a 100 mg de aspirina (ácido acetilsalicílico) reduz o risco de câncer de estômago em 30% após 10 anos do início do tratamento, o risco de morrer desse tipo de câncer diminuiu em 35 a 50%. No entanto, o efeito protetor da aspirina somente se manifesta durante um período de tratamento de pelo menos 5 anos, se possível 10 anos. A ingestão diária de aspirina deve começar entre 50 e 65 anos, com acompanhamento médico.
– Não consuma mais de 5g de sal por dia, o sal é um fator de risco para o câncer de estômago. Como os alimentos processados geralmente contêm uma grande quantidade de sal, evite este tipo de alimento e prefira pratos cozinhados por você. Lembre-se que os brasileiros consomem em média 12g de sal por dia.
Fontes & referências:
Cell Host & Microbe (DOI : 10.1016/j.chom.2017.09.005), Mayo Clinic.
Redação:
Por Xavier Gruffat (farmacêutico)
Fotos:
Fotolia.com
Atualização:
Este artigo foi modificado em 20.03.2021
Bibliografia e referências científicas:
- American Cancer Society, site acessado pelo Criasaude.com.br em 19 de fevereiro de 2021
- American Cancer Society, artigo de 22 de janeiro de 2021, site acessado pelo Criasaude.com.br em 19 de fevereiro de 2021