NOVA YORK – O câncer de pâncreas é um dos cânceres mais letal, nos Estados Unidos a taxa de sobrevivência de 5 anos aumentou ligeiramente nos últimos anos para 9%. Mas permanecemos muito longe dos 99% da taxa de sobrevivência de 5 anos do câncer de próstata ainda nos Estados Unidos. As projeções citadas pela NYU Langone Health estimam que o câncer de pâncreas será o segundo câncer que causará a maioria das mortes em 2020 nos Estados Unidos, porque outros cânceres mais comuns, como câncer de próstata ou câncer de mama sempre serão melhores tratados. Atualmente, o câncer de pâncreas causa mais mortes do que o câncer de mama nos Estados Unidos. Para nos ajudar a avaliar este câncer, o Criasaude.com.br teve a chance de entrevistar um especialista mundial desta doença, a Profa. Diane M. Simeone (foto), MD, que trabalha em uma instituição médica na região de Nova York, a NYU Langone Health. Ela é professora de cirurgia e chefe de um centro especializado em câncer, o Pancreatic Cancer Center, instituição filiada ao NYU Perlmutter Cancer Center do NYU Langone Health.
Por que esse câncer é tão perigoso?
Detecção tardia
Muitas vezes, a detecção muito tardia desse câncer é uma razão importante para a alta taxa de mortalidade. No momento da descoberta o câncer muitas vezes já se desenvolveu em outros órgãos, como o fígado, em forma de metástases. É importante notar que a doença raramente causa sintomas antes de um estágio já bastante avançado. Em 2015, um estudo britânico lembrou que em mais de 80% dos pacientes este câncer já tinha se tornado generalizado no momento do diagnóstico. Os principais sintomas do câncer de pâncreas podem ser perda de peso, fadiga, dor abdominal ou falta de apetite.
Biópsia líquida
Uma área de pesquisa preferida pelos pesquisadores por permitir o diagnóstico precoce é a realização de biópsia líquida. Uma equipe liderada pelo Dr. Ken Zaret da Universidade da Pensilvânia e pela Dra. Gloria Peterson da Mayo Clinic, duas instituições americanas de referência, identificaram 2 proteínas-chave que aparecem no sangue na fase inicial do desenvolvimento do câncer. . Este estudo foi publicado em 12 de julho de 2017 na revista científica Science Translational Medicine (DOI: 10.1126 / scitranslmed.aah5583). Se tudo correr de acordo com o plano, este teste poderá estar disponível dentro de alguns anos e disponibilizado para pessoas com alto risco de sofrer a doença (por exemplo, casos na família). A Profa. Simeone contou ao Criasaude que os testes de diagnóstico por biópsia líquida podem estar disponíveis no mercado para a população em geral em cerca de 5 anos (2022-2023).
Cirurgia
Apenas cerca de 20% dos pacientes têm um tumor no pâncreas que pode ser removido por cirurgia, de acordo com a Profa. Simeone que falou em uma entrevista sobre o assunto em 2017 na revista da NYU Langone Health. No entanto, entre estes 20% o câncer reaparece em cerca de 75% dos casos e a taxa de sobrevivência de 5 anos para esses pacientes é de 25%. No entanto, a cirurgia é atualmente a melhor opção terapêutica e é especialmente possível para a detecção precoce de câncer de pâncreas. Em outras palavras e como observado pela Profa. Simeone em uma entrevista para o Criasaude, para a maioria dos pacientes, uma ressecção cirúrgica do tumor não é possível devido a um diagnóstico tardio. A chegada de novas tecnologias, como testes de biópsia líquida, pode aumentar o número de pacientes submetidos a tratamento cirúrgico e aumentar a taxa de sobrevivência de 5 anos.
Brasil
Finalmente, a Profa. Simeone especifica ao Criasaude.com.br que a atual taxa de sobrevivência de 9% dos Estados Unidos pode ser diferente em países emergentes como o Brasil. O objetivo é melhorar a qualidade dos cuidados a nível mundial, especialmente nos países emergentes e de baixa renda. O centro especializado em câncer de pâncreas do NYU Langone Health (Pancreatic Cancer Center at NYU Langone Health) em Nova York tratamenta pacientes do mundo inteiro, incluindo brasileiros.
12.12.2017. Por Xavier Gruffat (farmacêutico). Fontes: entrevista realizada por e-mail em inglês pelo Criasaude.com.br/Creapharma.ch (Xavier Gruffat) em novembro de 2017 com a Profa. Diane M. Simeone da NYU Langone Health e o serviço de comunicação da Instituição, revista da NYU Langone Health (edição autonoma, Fall Edition em inglês), CBSNews.com, University of Pennsylvania (Penn Medicine), Science Translational Medicine (DOI: 10.1126 / scitranslmed.aah5583), Prevention (revista de saúde americana).
Créditos fotográficos: divulgação (fotografia Profa. Simeone e do hospital) – créditos da NYU Langone Health, Fotolia.com