BONN – A ocitocina (ou oxitocina), às vezes chamada de “hormônio do amor”, de acordo com um estudo, incentiva a fidelidade masculina. Os pesquisadores têm mostrado que se um homem tem uma concentração mais elevada de ocitocina, ele percebe sua parceira sendo mais atraente do que outras mulheres. Os pesquisadores alemães da Universidade de Bonn chegaram a estas conclusões e publicaram no final de novembro 2013 seu estudo na revista americana Proceedings.
O estudo realizado pelo Dr. Hurlemann e sua equipe analisou 40 homens heterossexuais, todos eles estavam em um relacionamento estável. Os pesquisadores mostraram-lhes uma imagem de sua parceira e, em alguns casos, em comparação a uma foto de uma mulher que não era sua parceira.
Os participantes receberam uma dose de ocitocina na forma de spray nasal, e mais tarde também um placebo. Note que a ocitocina é secretada naturalmente pelo cérebro, nesta experiência, no entanto, os participantes receberam uma dose adicional de ocitocina como uma droga.
Quando os participantes receberam a ocitocina ao em vez de um placebo, os pesquisadores observaram que o sistema de recompensa do cérebro era mais ativo quando olhavam para as fotos de suas parceiras, e elas estavam mais atraentes do que as outras mulheres.
Quando os cientistas tinham outras imagens de mulheres como de amigas ou colegas, o efeito no cérebro não era o mesmo. Ou seja, a ocitocina age seletivamente, neste caso somente sobre a parceira amorosa.
Segundo o Dr. Hurlemann que participou do estudo, a ação da ocitocina no cérebro é muito semelhante a uma droga, para casais em uma relação estável. De fato, se uma pessoa usa uma droga, é por causa do sistema de recompensa que ela quer reviver o efeito de antes do produto viciante. Isso poderia explicar as grandes dores psíquicas em casos de ruptura sentimental, algumas mágoas de amor podem causar grande sofrimento e levar à depressão, assim como nos casos de desintoxicação em relação a uma droga.
Do ponto de vista científico, a ocitocina também seria uma razão para um comportamento monogâmico relativamente comum em seres humanos. A testosterona é outro hormônio com um papel-chave na sexualidade masculina. É óbvio que outros fatores entram em jogo, como aspectos culturais ou religiosos para explicar a fidelidade (ou não) em um casal.
Contra o autismo também
Um estudo publicado na revista PNAS no início de dezembro de 2013 mostrou que a ocitocina pode ajudar a socialização para crianças com autismo, de acordo com pesquisadores da Escola de Medicina de Yale.
Estes estudos e muitos outros já publicados sobre a oxitocina sempre justificam o seu nome de “hormônio do amor” ou “hormônio social”.
Por Xavier Gruffat, update: 21.02.2017 – Fonte: SDA – Los Angeles Times. Fotos: Fotolia.com
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