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Tratamento mais agressivo para pressão alta pode salvar vidas

Tratamento mais agressivo para pressão alta pode salvar vidasWASHINGTON DC, ESTADOS UNIDOSUm novo estudo mostrou que tratar a hipertensão arterial de maneira mais agressiva e enfática do que as medidas habituais reduz o risco de morte por doença cardíaca em pessoas com mais de 50 anos de idade. As conclusões são de um estudo patrocinado pelo Instituto Nacional de Saúde do Estados Unidos (NIH) chamado de Systolic Blood Pressure Intervention Trial (SPRINT, ou em português Estudo de Intenvenção da Pressão Sistólica Sanguínea).
A melhor maneira de controlar a pressão em pessoas mais velhas ainda é alvo de estudos. Mas os resultados preliminares do SPRINT foram tão animadores que o NIH interrompeu o estudo para rapidamente comunicar os resultados.
Segundo o Dr. Gary Gibbons, diretor do Instituto Nacional do Coração, Pulmão e Sangue do NIH, o manejo mais intenso da pressão alta em pessoas com 50 anos ou mais pode salvar vidas e reduzir complicações cardiovasculares, como o infarto.

Tratamento mais agressivo para pressão alta pode salvar vidasNos Estados Unidos, estima-se que 1 em cada 3 adultos tenha pressão arterial alta, aumentando o risco de ataques cardíacos, acidente vascular cerebral, insuficiência renal e outros problemas de saúde.
A pressão arterial normal é definida como uma medida abaixo de 120 mmHg por 80 mmHg, ou o famoso 12 por 8 (12/8). As pessoas são diagnosticadas com pressão arterial elevada uma vez que os valores ultrapassem 14 por 9. Nos Estados Unidos, apenas metade das pessoas com pressão alta tem a hipertensão controlada.
Embora haja controvérsias com relação a quão baixa a pressão arterial deva ser, orientações médicas indicam que a pressão sistólica (o maior valor) não deva ser maior que 14 (ou 140 mmHg) em pacientes saudáveis, e não maior que 13 (ou 130 mmHg) em pacientes com problema renal ou diabetes. O que esse novo estudo apontou é que quanto menor a pressão for mantida, melhor para o paciente e sua qualidade de vida.

O estudo em detalhes

Tratamento mais agressivo para pressão alta pode salvar vidasO estudo começou em em 2010 e recrutou mais de 9300 pacientes acima de 50 anos de idade que foram considerados sob risco de doença cardíaca ou renal. Metade das pessoas recebeu em média dois medicamentos para manter a pressão abaixo de 140 mmHg. A outra metade recebeu em média três medicamentos com o objetivo de manter a pressão abaixo de 120 mmHg.
O grupo que manteve a pressão abaixo de 120 mmHg teve risco 25% menor de morte e 30% menor de ataques cardíacos e AVC que o outro grupo, disse o correspondente em entrevista à CBS News, Dr. Jon LaPook.
Os pesquisadores do estudo SPRINT continuaram seguindo os pacientes e monitorando as taxas de morte e outras complicações, como efeitos colaterais aos medicamentos. Eles continuarão para monitorar como as funções renal e cognitiva são afetadas pelo tratamento.

A pressão alta no Brasil

Tratamento mais agressivo para pressão alta pode salvar vidasOs números de hipertensão no Brasil não são nada animadores. Segundo o Ministŕio da Saúde, o país tem hoje cerca de 30 milhões de pessoas com hipertensão. De acordo com a Sociedade Brasileira de Hipertensão e dados da Escola de Economia de Londres, do Instituto Karolinska (Suécia) e da Universidade do Estado de Nova York, esse número pode subir 80% até 2025.
Ainda, no Brasil a hipertensão causa 420 mil mortes por ano em consequência do AVC e 1,2 milhões de mortes por doenças cardiovasculares. Cerca de 300 mil brasileiros são acometidos por infarto do miocárdio a cada ano, o que faz com que as doenças cardiovasculares sejam a principal causa de morte no Brasil.
A hipertensão arterial é o principal fator de risco para doenças como insuficiência renal e cardíaca, aneurisma arterial, infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral. A doença pode ser controlada com medidas que combatam a obesidade e o sedentarismo, como a prática de atividades físicas e dieta balanceada.

Tratamento mais agressivo para pressão alta pode salvar vidas

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14 de setembro de 2015. Texto escrito por Matheus Malta de Sá (farmacêutico, USP). Fontes: CBS News, Ministério da Saúde e Sociedade Brasileira de Hipertensão. Fotos: Fotolia.com.

 

Observação da redação: este artigo foi modificado em 14.10.2015

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