Vitiligo
Resumo sobre o vitiligo
O vitiligo é uma doença da pele que provoca manchas brancas (despigmentação) associada a diminuição ou ausência de melanócitos nestas regiões. Os melanócitos são as células da pele responsáveis pela produção da melanina, que é a substância que dá cor à pele. O vitiligo geralmente começa nas mãos, antebraços, pés e rosto1.
A doença ocorre em qualquer idade, pode começar na infância ou na idade adulta. Muitas vezes ocorre depois de um trauma psicológico (divórcio, morte) ou doença (gastroenterite).
A causa do vitiligo não é conhecida, mas existem diversas teorias, como causa genética, processo autoimune, atuação de radicais livres, anormalidade intrínseca dos melanócitos, distúrbios emocionais entre outras. Ao contrário que muitas pessoas acham, a exposição solar não possui relação com o surgimento do vitiligo, mas pode evidenciar as manchas de pessoas com pele clara. Sabemos também que o estresse desempenha um papel-chave o surgimento e tratamento da doença.
Não é uma doenças contagiosa e não trás outros problemas de saúde além de afetar o psicológico devido a alteração estética.
As manchas brancas são geralmente envolta por uma borda hiperpigmentada, elas podem ser isoladas ou espalhadas pelo corpo. As áreas mais afetadas são o rosto, juntas, extremidades das mãos e pés.
O diagnóstico geralmente é feito através na análise clinica realizada pelo médico. Outras causas de manchas brancas devem ser excluídas, como micoses. A biopsia pode ser necessária para diferenciar de outras doenças.
Tratamentos
O tratamento mais utilizado é a repigmentação, que pode ser feita através de produtos tópicos como corticoides e inibidores de calcineirina, através de fototerapia ou cirurgia. Pessoas que possuem mais de 50% (as vezes 80%) da pele afeta podem se submeter à despigmentação da pele sadia. O uso de protetor solar também é essencial, pois a ausência de melanina torna as áreas afetadas mais sensíveis aos efeitos maléficos dos raios solares. Além do tratamento físico, é muito importante o acompanhamento psicológico.
Definição
O vitiligo é uma afecção da pele caracterizada por manchas brancas (ou despigmentação da pele). Isto ocorre devido a uma falta de melanócitos – células que da cor à pele, responsáveis pela produção de melanina, pigmento da pele (ver foto em sintomas).
Esta doença não é contagiosa e não causa outros danos à saúde além das manchas e problema emocional ligado à estética.
Estatísticas
– O vitiligo atinge cerca de 1% da população.
– Apesar de atingir pessoas de todas as raças, a doença torna-se mais evidente nos negros.
Idade
– O aparecimento da doença não está relacionada com nenhuma idade, mas os surtos parecem estar concentrados entre os 20 e 30 anos2. Muitas vezes o vitiligo ocorre depois de um trauma psicológico (divórcio, morte) ou doença (gastroenterite).
Causas
As causas desta condição de pele não são totalmente conhecidas. Aqui estão algumas teorias possíveis para explicar a origem do vitiligo, bem como os fatores de risco:
Em geral, quando um membro da família tem vitiligo, os outros membros têm um risco maior de ter também. Em torno de 20 a 30% das pessoas que desenvolvem esta doença possuem histórico familiar da doença.
Existem indícios de que a doença envolva um processo autoimune contra os melanócitos, baseado no fato de não se encontrar melanócitos nas áreas afetadas e da ocorrência concomitante de outras doenças autoimunes nas pessoas com vitiligo. As doenças autoimunes mais frequentes em pessoas com vitiligo são: doenças tireoidianas, anemia perniciosa, lúpus e doença de Addison.
O estresse pode desencadear o aparecimento de manchas brancas sobre a pele, um bom gerenciamento do estresse é essencial para a prevenção e terapia do vitiligo.
Para explicar a doença em pessoas sem histórico familiar da doença ou de doenças autoimunes existem outras teorias que incluem: anormalidade intrínseca dos melanócitos, aumento de liberação local de catecolamina, defesa inadequada de radicais livres e infecção de citomegalovórus. Mas nenhuma teoria foi realmente comprovada.
Alguns fatores esternos podem estar envolvidos no desencadeamento da doença, como o estresse e exposição a certos produtos químicos industriais. Apesar de novas manchas de vitiligo poder aparecer em áreas de trauma como queimadura solares, não existe nenhuma ligação causal da exposição solar com o vitiligo. Mas pessoas com vitiligo devem evitar a exposição solar, pois são mais sensíveis aos raios solares devido a ausência de melanina. Por exemplo, as queimaduras solares às vezes podem desencadear o vitiligo.
Grupos de risco
O vitiligo atinge tanto os homens quanto as mulheres de todas as raças. No entanto, ele é bem mais visível em pessoas de pele escura.
Pessoas com olhos azuis possuem um risco menor de desenvolver vitiligo, de acordo com um estudo publicado em 08/05/2012 na versão on-line do jornal Nature Genetics. Foram estudadas quase 3 mil pessoas com vitiligo de origem não-hispânica e descendêmcia europeia, pela Universidade de Medicina do Colorado nos Estados Unidos.
Apesar de não estar relacionado com nenhuma idade, o auge da doença tende a estar concentrado entre os 20 e 30 anos.
Sintomas
O vitiligo se caracteriza por manchas brancas envoltas por uma borda hiper-pigmentada. As bordas das manchas são afiadas e têm uma superfície lisa. Você deve saber que o vitiligo não é doloroso, pelo menos não diretamente. A pele pode ser dolorosa, por exemplo, após uma queimadura solar. Algumas pessoas com vitiligo relataram ter comichão na pele algumas vezes, inclusive antes do início da despigmentação.
Cabelos brancos e vitiligo
Se uma pessoa tem vitiligo em um lugar onde há cabelo, pode também ficar branca.
Progressão
O vitiligo geralmente começa como algumas pequenas manchas brancas que podem gradualmente se espalhar pelo corpo ao longo de vários meses. As vezes as manchas maiores continuam a se alargar e a se espalhar, mas geralmente permanecem no mesmo lugar durante anos.
Localização
No vitiligo generalizado geralmente as manchas aparecem nas axilas, no dorso das mãos, no rosto (geralmente ao redor da boca, olhos, nariz), juntas (joelhos, cotovelos, juntas dos dedos,…) e genitais. Também podem aparecer em áreas com lesões, principalmente em áreas de atrito como pescoço, ombros e pulsos. O vitiligo geralmente começa nas mãos, antebraços, pés e rosto[Artigo da Cleveland Clinic (Health Library) sobre o vitiligo, datado de 13.01.2020, acessado pelo Criasaude.com.br em 21.09.2022[/efn_note].
Extensão
A extensão das manchas brancas varia de pessoa para pessoa: às vezes elas são pequenas e isoladas, mas podem cobrir uma grande parte do corpo.
Tipos de vitiligo
O vitiligo pode ser:
– Generalizado, que é o tipo mais comum, quando as máculas aparecem em vários lugares do corpo.
– Segmental, que é restrito a um lado do corpo ou a uma área, como as mãos ou o rosto.
– Mucosal, que afeta as mucosas da boca e/ou dos órgãos genitais.
– Focal, que é um tipo raro em que as máculas estão em uma área pequena e não se espalham em um certo padrão dentro de um a dois anos.
– Trichome (do inglês), que significa que há um centro branco ou incolor, depois uma área de pigmentação mais clara, e depois uma área de pele normalmente colorida.
– Universal, outro tipo raro de vitiligo, e um em que mais de 80% da pele do corpo carece de pigmento.
Reversão do vitiligo
Aproximadamente 10 a 20% das pessoas com vitiligo vivenciam a repigmentação espontânea de algumas áreas.
Diagnóstico
O diagnóstico do vitiligo é feito por um médico, através da análise clínica: aparência das manchas brancas. O uso de uma lâmpada especial pode ser útil para examinar áreas mais difíceis.
A biopsia pode ser necessária para diferenciar o vitiligo de outras doenças.
Devido a possível ligação com doenças autoimune, recomenda-se que faça uma triagem para algumas delas.
Complicações
O vitiligo não evolui de maneira previsível, as manchas aparecem por surtos.
A exposição ao sol sem protetor solar pode causar câncer de pele. É importante saber que as manchas brancas do vitiligo são mais suscetíveis aos efeitos nocivos do sol.
Tratamentos
A escolha do tratamento depende da sua idade, da quantidade de pele afetada e do local onde ela se encontra, da velocidade de evolução da doença e de como ela afeta a sua vida, de acordo com a Mayo Clinic.
O tratamento do vitiligo deve ser feito o mais rápido possível, uma vez que a doença pode ser fisicamente e emocionalmente desfigurante.
O tratamento pode ser demorado e geralmente está associado à repigmentação da pele (corticoides, inibidores de calcineurinas, raios ultravioletas, cirurgia). A despegmentação da pele sadia é considerada em poucos casos de vitiligo em estágios avançados, devido a perda total da proteção solar, fatores culturais e da natureza permanente do tratamento.
– Inibidores tópicos de calcineurinas (ex. pimecrolimus, tacrolimus). Possui poucos estudos, mas tem se mostrado uma boa alternativa por não causar atrofia da pele.
– Fototerapia (raios ultravioletas), para estimular a produção de melanina, com o usode psoraleno, por exemplo.
– Laser excimer, utiliza uma luz próximo à banda da UVB. Pode ser utilizado somente em áreas de pequenas dimensões, limitando seu uso. Apesar de possuir poucos estudos, tem se demonstrado mais efetivo que os raios ultravioletas.
– Análogos da vitamina D tópicos.
– Cirurgia, enxerto de pele (transplante) a partir de células saudáveis no lugar das células afetadas pelo vitiligo. Este tratamento alternativo é aparentemente mais praticado nos Estados Unidos. A cirurgia é conhecida como transplante de melanócitos-queratinócitos (em inglês melanocyte-keratinocyte transplantation ou MKTP). Os pacientes com vitiligo estabilizado que apresentam pequenas manchas (vitiligo) e localizadas, podem tirar melhor proveito deste tratamento alternativo (de acordo com a Academia Americana de Dermatologia). Em pacientes com manchas bem localizadas e de pele escura, parece ser particularmente eficaz.
Em 2010, pesquisadores do Hospital Henry Ford em Detroit (EUA) realizaram transplantes de pele em 32 pacientes. Após 6 meses, houve uma taxa de repigmentação variando de 52% a 74% da cor natural da pele.
Em julho de 2017, um estudo também realizado por pesquisadores do Hospital Henry Ford em Detroit mostrou que a operação de transplante de pele tinha benefícios a longo prazo (5 anos) na restauração da pigmentação da pele. Em um estudo dito retrospectivo, os pesquisadores constataram que a maioria das áreas de pele tratadas em pacientes com vitiligo com a cirurgia de transplante ainda apresentava uma pigmentação de cor “muito boa a excelente” cinco anos após a operação. Este estudo foi publicado em julho de 2017 na revista Journal of the American Academy of Dermatology (Revista da Academia Americana de Dermatologia). Para mais informações, consulte o seu dermatologista.
– Despigmentação da pele sadia com cremes à base de hidroquinona, quando o vitiligo for muito estendido. O efeito procurado é um aspecto homogêneo da pele, nas pessoas de pele escura. Em geral, as pessoas com mais de 50% (algumas fontes, mais de 80%) do corpo afetada por vitiligo podem se submeter à despigmentação total da pele. No entanto, é necessário atentar-se ao risco de complicações de tal método.
– Correção graças à cosmética (dissimulação das lesões, através de cosméticos).
– Proteção solar indispensável.
– Micropigmentação: Um tipo de tatuagem que geralmente é aplicada nos lábios das pessoas afetadas pelo vitiligo.
Além do tratamento físico, é muito importante que as pessoas afetadas pelo vitiligo tenham um acompanhamento psicológico, visto que grande parte sofre emocionalmente e que fatores emocionais podem agravar o aparecimento e evolução das lesões.
Dicas
– O uso de maquiagem pode ajudar a disfarçar as manchas.
– Não é necessário evitar o contato, pois não é uma doença contagiosa.
– Os problemas estéticos podem afetar emocionalmente, portanto é importante o acompanhamento psicológico.
– É recomendado fazer exames de triagem de doenças autoimunes.
– O estresse pode desencadear o aparecimento de manchas brancas sobre a pele, um bom gerenciamento do estresse é essencial para a prevenção e terapia do vitiligo.
Fontes:
Mayo Clinic, Cleveland Clinic.
Redação:
Por Xavier Gruffat (farmacêutico)
Fotos:
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Atualização:
Este artigo foi modificado em 21.09.2022
Bibliografia e referências científicas:
- Artigo da Cleveland Clinic (Health Library) sobre o vitiligo, datado de 13.01.2020, acessado pelo Criasaude.com.br em 21.09.2022
- Artigo da Cleveland Clinic (Health Library) sobre o vitiligo, datado de 13.01.2020, acessado pelo Criasaude.com.br em 21.09.2022