Pele seca
Resumo pele seca
A pele seca é um problema dermatológico muito frequente, que pode ir além de ser somente um problema estético.
A nossa pele tem o papel de proteger nosso corpo de agressões externas (organismos vivos, calor, frio, raios UV, traumas) e de interagir com o ambiente. Quando possuímos em problema em nossa pele, como a pele seca, essas funções podem ser prejudicadas.
Pessoas com pele seca possuem menos substância oleosa na camada externa da pele, o que ocasiona uma perda importante de água, deixando a pele desidratada e sensível.
Existem inúmeros fatores que auxiliam o desenvolvimento de uma pele seca, dentre eles tempos: sol, frio, ar seco, vento, exposição constante à água (muitos banho, piscina,..), banhos quentes, usa muito sabonete (principalmente os muito básicos), utilizar produtos que contém álcool, utilização de certos medicamentos e envelhecimento. Além de algumas doenças (hipotireoidismo, psoríase, eczema de contato, ictiose, neurodermatite) e fatores genéticos (hereditários ou não).
Os principais sintomas são a pele rosada ou branca, fina, com falta de brilho, aspereza, sensível e muitas vezes com fissuras e escamas.
É importante tratar bem a pele seca, para evitar dores ou feridas, coceiras inúteis, infecções da pele (a pele seca favorece a entrada de agentes infecciosos), assim como complicações em um longo prazo: que podem ser, dermatoses como a dermatite atópica (neurodermatite), o eczema ou a psoríase.
O principal tratamento é através do uso de hidratantes, que estão disponíveis em diversas formas (pomadas, loções, cremes, óleos) e com diversas substâncias (parafina, vaselina, propilenoglicol, gliceina, uréia, dexpantenol, entre outros). Para saber qual o melhor hidratante para sua pele é necessário consultar um especialista para que ele analise seu tipo de pele, procure um dermatologista.
Além dos hidratantes convencionais, existem algumas plantas medicinais que também podem ser utilizadas, a mais estudada e conhecida é a aloe vera (babosa). Outras plantas medicinais que ajudam a hidratação são: borragem,camomila, erva-dos-burros, soja. Estas plantas são geralmente utilizadas em forma de óleo, cremes ou pomadas.
Mas além de tratar é necessário tomar alguns cuidados como: não tomar banhos muitos quentes, utilizar sabonetes neutros (de preferência somente uma vez por dia), usar protetor solar, evitar coçar, manter uma alimentação saudável, beber bastante líquido (pelo menos 2L por dia) e quando o ar estiver muito seco utilizar umidificador de ambiente.
Definição
Para sabermos quais são os problemas que a pele seca pode causar, primeiro precisamos entender o papel desempenhado pela da pele, que é resumido em duas funções: barreira física e interação com o meio ambiente. Qualquer problema na pele pode afetar suas funções, o que origina os problemas que a pele seca pode causar.
A pele seca é caracterizada por uma diminuição da substância oleosa (camada lipídica da pele), principalmente na camada externa (epiderme) da pele. Em seguida ocorre uma perda importante de água, pois a barreira lipídica não pode mais exercer o seu papel protetor,deixando de ser impermeável à água, além de ficar mais sensível e sujeita a irritações e infecções. Portando, a pele seca não é só um problema estético.
Podemos compreender por qual motivo falamos em pele seca, pois existe realmente uma desidratação (perda de água).
Epidemiologia
Nos Estados Unidos, 50% dos idosos sofrem de pele seca, de acordo com a revista Prevention (edição de janeiro de 2021). A causa principal é a diminuição na produção do sebo, uma substância oleosa que é produzida naturalmente e com menor frequência após os 40 anos.
Causas
Inúmeras causas podem provocar a pele seca:
– Condições climáticas específicas: sol, frio, ar seco (principalmente no inverno, em apartamentos com muito aquecimento), vento do inverno, poluição…
– Tomar muitos banhos durante o dia. De fato, quanto mais nos expomos à água, mais eliminamos as camadas protetoras da pele, o que favorece a eliminação da água e deixa a pele seca. Principalmente, banhos muito quentes.
– A utilização de um sabonete muito básico (alcalino) e de produtos contendo álcool em sua formulação.
– A hereditariedade: determinadas pessoas dispõe genéticamente de uma quantidade menor de lípidios na camada externa da pele. Sabemos, por exemplo, que as pessoas de pele negra têm tendência a ter pele seca.
– A genética: além de fatores hereditários, mutações no gene responsável pela produção da proteína filagrina aumentam o risco de problemas na pele, que inclui não só a pele seca como também dermatite atópica e outras doenças na pele.
– Problemas hormonais, como é o caso da menopausa, nas mulheres.
– A idade, com o passar dos anos a pele se torna naturalmente mais seca.
– As crianças também possuem uma pele naturalmente mais seca, pois elas ainda não produzem os hormônios sexuais.
– Os sintomas de uma doença da pele (dermatose) como a psoríase, ictiose, o eczema de contato, a neurodermatite…
– A ingestão de determinados medicamentos (é o caso com a isotretinoína, medicamento utilizado contra a acne grave que provoca freqüentemente pele seca como efeito secundário).
– Overdose de vitamina A, que geralmente ocorre devido à ingestão de mais de 100.000 unidades por dia.
– Insolação.
Sintomas
Os sintomas de uma pele seca são quase sempre fáceis de serem constatados. A pele é freqüentemente rosada ou branca acompanhada por falta de brilho e aspereza, às vezes associada à fissuras e escamas. Há uma forte sensação de coceira, que muitas vezes desencadeam em dores.
A pele seca é mais fina, áspera e mais sensível não só às condições climáticas (muito calor, frio e tempo seco) como também ao uso de produtos inadequados. Além de perder a elasticidade.
Regularmente ocorre um círculo vicioso, pois com o hábito de coçar, as dores aumentam e quando há dor, há vontade de se coçar, por isso é importante tratar rapidamente e com eficácia os problemas de pele seca.
Os sintomas são frequentemente temporários ou sazonais, por exemplo, uma pessoa pode sofrer de pele seca todo inverno, mas não durante outras estações.
Tratamentos
Em geral, a pele seca pode ser tratada com as chamadas preparações emolientes (do latim emollire, o que significa amolecer) para serem usadas externamente (topicamente). Para uma eficácia garantida, é importante que os agentes ativos desses produtos penetrem na pele. Em outras palavras, eles não devem permanecer na superfície, mas devem entrar nos tecidos da pele para serem ativos.
Quanto mais seca a pele, mais consistentes ou espessos devem ser os produtos utilizados.
Emolientes:
Existem muitas loções, cremes, pomadas ou banhos oleosos à venda nas farmácias para hidratar a pele e, portanto, combater o ressecamento. Se a área da pele seca for muito grande, é melhor usar uma loção ou banho oleoso. Já se a superfície a ser tratada for pequena, utilizar preferencialmente um creme ou pomada 1. A viscosidade e a polaridade (hidrofílica vs. lipofílica) desempenham um papel fundamental na escolha de qual preparação utilizar. Uma baixa polaridade significa uma quantidade significativa de base gordurosa (leia abaixo). Uma preparação lipofílica deve ser utilizada quando a pele estiver muito seca e no inverno (no verão, uma preparação menos oleosa é preferível).
Bases:
Essas preparações para uso externo geralmente contêm uma base gordurosa com função oclusiva como a parafina (óleo de parafina), o propilenoglicol, o óleo de amêndoa doce, a vaselina ou mesmo a glicerina (que também tem efeito reidratante). Para cada tipo de pele, uma preparação diferente é recomendada.
Moléculas:
Essas preparações geralmente contêm moléculas desinfetantes (2% de dexpantenol – também um agente calmante, ureia – também um agente reidratante, clorexidina, polidocanol), queratolíticas (ureia> 10-40%), descamantes, amaciantes ou mesmo reidratantes das camadas córneas da epiderme (ureia de 1 a 10%, glicerina até 25%, derivados do ácido láctico até 12%, ácido hialurônico) ou repositores de lipídeos (por exemplo, óleos naturais como óleo de amêndoa doce, ácido linoleico ou ceramidas).
A ureia pode aumentar o nível de hidratação da pele em 60%. Cremes ou pomadas à base de ureia são, portanto, fortemente recomendados contra pele seca.
Posologia:
Os emolientes geralmente devem ser aplicados pelo menos uma ou duas vezes ao dia, às vezes mais para pele muito seca 2.
Observações:
A ureia às vezes é mal tolerada, com sensações de queimação na pele. A ureia, em todo caso na Suíça, é contraindicada em crianças menores de 2 anos. Para crianças menores de 2 anos, a glicerina deve ser preferida.
Óleo para bebê:
Em casos avançados ou graves de pele seca, o uso de óleo (por exemplo, óleo para bebê) pode ser útil. O óleo é mais eficaz do que os hidratantes à venda nas farmácias ou no mercado para combater a pele seca.
Inflamação e dores:
– Em caso de coceira ou dor forte, você também pode usar um creme ou pomada contendo pelo menos 1% de hidrocortisona. O objetivo é reduzir a inflamação.
– O polidocanol de 3 a 10% também pode atuar como um anestésico local (geralmente por no máximo 30 minutos). O mentol pode ter um efeito de resfriamento.
Consulte um especialista (dermatologista, farmacêutico e sua equipe) para encontrar a melhor preparação para o seu tipo de pele.
Fitoterapia
As plantas medicinais mencionadas abaixo demonstraram eficácia contra a pele seca:
– A aloe vera, a ser utilizada em forma de creme ou pomada. Gel de aloe. Aplique o gel diretamente na pele seca, repita várias vezes ao dia, se necessário.
– A borragem (óleo de borragem), a ser administrada em forma de creme, pomada ou cápsula.
– A camomila, a ser utilizada em forma de creme ou pomada.
– A erva-dos-burros (óleo de erva-dos-burros), a ser administrada em forma de creme, pomada ou cápsula.
– A soja (óleo de soja), a ser administrada em forma de creme, pomada ou cápsula.
Não existem estudos que comprovem o efeito de remédios caseiros. Tome cuidado, pois muitos podem irritar mais a pele e piorar o caso. Fizemos uma lista daqueles que não prejudicam a pele (exceto em casos de alergias à esses produtos):
– Mel, para ser aplicado puro sob a pele.
– Banho de leite com óleo de semente de uva. O leite sozinho não tem efeito, mas com a combinação do óleo de semente de uva adquire o efeito de tornar a pele mais macia.
Dicas
– Evite tomar muitos banhos durante o dia (tome no máximo, um ou dois por dia), pois isso resseca rapidamente a pele. Em caso de duchas ou banhos frequentes, utilize sabonete no corpo todo somente uma vez ao dia e aplique uma loção hidratante após o mesmo. No banho, não fique mais de 5 a 10 minutos.
– Dê preferência ao uso de sabonetes neutros ou levemente ácidos.
– Aplique pomadas, loções ou cremes hidratantes regularmente (sobretudo após o banho). Quando for tomar banho, utilize loções ou óleos de banhos (que podem ser encontrados em farmácias), pois isso permite reidratar a pele do corpo todo. É bastante eficaz.
– Evite se coçar, pois um círculo vicioso pode se instalar e isso pode agravar a situação.
– Adote uma alimentação saudável, rica em diversas vitaminas antioxidantes (C, E, A), principalmente em vitamina E (coma, por exemplo, gérmen de trigo, cenoura), minerais e oligo-elementos. Procure também beber bastante água.
– Vista-se de maneira apropriada, sobretudo dentro de condições climáticas extremas: frio intenso, calor intenso, clima seco, etc.
– Aplique cremes oleosos de proteção e em caso de exposição ao sol utilize um bom protetor solar com fps apropriado.
– No inverno, procure umidificar (com um umificador) e arejar regularmente o apartamento.
– Evite aplicar produtos que contenham álcool em sua formulação ou substâncias que irritam a pele.
– Use roupas feitas de fibras naturais, como algodão ou seda. Evite roupas feitas de fibras sintéticas, a respiração da pele não é tão boa neste caso. Atenção com a lã (embora uma fibra natural), pois pode ser irritante para a pele.
Redação:
Por Xavier Gruffat (farmacêutico)
Fotos:
Fotolia.com
Atualização:
Este artigo foi modificado em 21.10.2021
Bibliografia e referências científicas:
- Artigo de jornal publicado pela Universidade de Basileia (Suíça), [email protected], edição de setembro de 2021, dedicado a emolientes
- Artigo de jornal publicado pela Universidade de Basileia (Suíça), [email protected], edição de setembro de 2021