Diabetes tipo 1
Resumo diabetes tipo 1
As causas ainda não são totalmente conhecidas, entretanto há um forte componente genético por detrás da doença, e também fator ambiental (infecção viral).
Dessa forma, os principais grupos de risco para a doença incluem pessoas com casos de diabetes tipo 1 na família, mulheres e caucasianos.
Os principais sintomas incluem fome, fadiga, urinação intensa, sudorese e muita sede.
O diagnóstico é feito através de exames de sangue que medem o nível total de glicose e também a porcentagem de hemoglobina glicada. Caso o diabetes não seja controlado, pode causar diversas complicações, como perda da visão e problemas cardíacos e vasculares.
O tratamento para o diabetes tipo 1 baseia-se na injeção de insulina. O médico também indica medicamentos para controle do colesterol e pressão alta. Algumas plantas medicinais e tratamentos homeopáticos ajudam a controlar a homeopatia e as complicações da doença.
É importante que o paciente com diabetes tenha uma dieta controlada, com base em frutas, vegetais e grãos integrais. Fique atente ao peso, aos níveis de glicemia e evite álcool e cigarro. Exercite-se com freqüência e evite o estresse.
Definição
A diabetes tipo 1, no entanto, é mais difícil de tratar que a diabetes tipo 2, pois o pâncreas do paciente é incapaz de sintetizar (=fabricar) insulina naturalmente e deve injetá-la, além de seguir corretamente a sua glicemia (taxa de açúcar no sangue) para evitar qualquer complicação (hipo ou hiperglicemia). Apesar das inúmeras pesquisas em diabetes tipo 1, a doença ainda continua sem cura.
Ressaltamos que a insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas (uma glândula) que permite a entrada do açúcar nas células. A falta de insulina pode ser mortal, pois o corpo não consegue mais inserir açúcar (que tem um papel de carburador) no organismo. Podemos comparar isso com um carro tem escapamento de gasolina no reservatório. A diabetes tipo 1 deve ser, portanto, muito bem tratada para evitar complicações em um curto prazo (hiperglicemia) e longo prazo.
Epidemiologia
Nos Estados Unidos, cerca de 18.000 crianças são diagnosticadas com diabetes tipo 1 a cada ano, de acordo com o National Institutes of Health (NIH).
Causas
A causa exata da produção desses auto-anticorpos pelo corpo ainda é incerta. Estima-se que no início, as causas hereditárias (genéticas) podem explicar o processo auto-imune desta doença metabólica. O gene que confere maior suscetibilidade está no cromossomo 6p.
Alguns cientistas acreditam que a diabetes do tipo 1 pode ter origem viral, em alguns casos, um enterovírus chamado Coxsackie B4. Seria necessário um ambiente genético favorável para desenvolver e provocar a diabetes tipo 1, ou seja, é necessária a presença de certos genes para o vírus atacar o pâncreas.
Ao nível biológico, estima-se que os enterovírus infectam células beta (que sintetizam a insulina) no pâncreas, o que resulta em uma inflamação que provoca um desequilíbrio no sistema imunológico. As células beta são atacadas pelas próprias células do sistema imune (resposta autoimune) e, assim, provoca uma queda na produção de insulina.
De acordo com um estudo sueco publicado em 28 de abril de 2015 no jornal “Diabetologia”, a diabetes tipo 1 é mais comum em filhos e filhas de mães obesas. O estudo mostrou que as crianças nascidas de mulheres que são obesas (IMC acima de 30) durante o primeiro trimestre da gravidez, tinham um aumento de 33% no risco de sofrer de diabetes tipo 1 em comparação com crianças nascidas de mulheres de peso normal (IMC entre 18,5 e 25).
Grupos de risco
O diabetes tipo 1 ainda é uma doença desconhecida em muitos aspectos, de forma que não há fatores ou grupos de risco bem definidos para a doença. Alguns dos pontos conhecidos são:
– Pessoas com histórico familiar de diabetes tipo 1.
– As crianças nascidas de uma mãe obesa (leia também em causas)
– Presença de alguns genes indicam aumento do risco de desenvolvimento de diabetes tipo 1.
– Pessoas que vivem na Finlândia ou Sardenha têm alta incidência de desenvolverem diabetes tipo 1.
Alguns possíveis fatores de risco para o desenvolvimento da doença incluem:
– Baixos níveis de vitamina D têm sido apontados como fatores para o desenvolvimento do diabetes tipo 1.
Além disso, outros fatores ainda estão sendo estudados como protetores ou desencadeantes do diabetes tipo 1. Alguns deles são: quantidade ingerida de ômega-3, ingestão de nitratos, dentre outros.
Fatores pré-natais também parecem influenciar no aparecimento da doença. Podemos citar, por exemplo, gravidez antes dos 25 anos e pré-eclampsia durante a gestação.
Sintomas
Os sintomas do diabetes tipo 1, antes do diagnóstico e do tratamento médico, são sintomas típicos de uma hiperglicemia:
– fadiga, vontade freqüente de urinar, náuseas, sede, visão embaçada, coceira na região genital.
– perda de peso, fome exacerbada.
Aqui estão algumas informações interessantes após o inicío do tratamento (geralmente à base de insulina) depois do diagnóstico da diabetes tipo 1:
Sintomas da crise de diabetes tipo 1
– Estado confuso ou possível perda de memória (se isto ocorrer, fique de lado e chame o socorro)
– Hipoglicemia (tome açúcar ou refrigerante o mais rápido possível)
Diagnóstico
Os testes para verificar se o paciente tem ou não diabetes tipo 1 podem ser sumarizados a seguir:
– Teste de glicemia em jejum: nesse exame, amostras de sangue são coletadas e o nível global de açúcar é medido em mg/dL ou mmol/L. Níveis acima de 126 mg/dL indicam diabetes. Níveis entre 100 e 125 mg/dL indicam um estado pré-diabético, sendo que abaixo de 100 mg/dL é considerado normal.
– Exame de urina: se houver suspeita de diabetes tipo 1, o médico pode quantificar corpos cetônicos na urina.
Após o diagnóstico de diabetes, o paciente deverá passar por exames de sangue periódicos para avaliar a evolução da doença e eficácia dos tratamentos. Além disso, os níveis de colesterol também são medidos, bem como as funções renais e presença de doença celíaca. O médico também medirá sua pressão arterial e necessidade de aumento das doses de insulina.
Complicações
O diabetes tipo 1 pode afetar diversos órgãos do seu corpo, como coração, fígado, rim, nervos e vasos sanguíneos. É preciso manter os níveis de glicose no sangue sempre controlados. Em longo prazo, algumas das conseqüências do diabetes são:
– Microangiopatia, que é uma doença que afeta pequenos vasos com danos oculares. Isso pode afetar a retina e causar cegueira ou os vasos renais, causando insuficiência renal.
– Macroangiopatia ou problemas cardíacos: o diabetes tipo 1 aumenta o risco de desenvolver diversos problemas do coração, como angina, infarto, estreitamento de artérias e hipertensão.
– Problemas renais: o diabetes pode afetar os sistemas de filtração do rim, causando insuficiência renal e necessidade de hemodiálise.
Danos aos pés: problemas de irrigação sanguínea nas regiões dos pés e falta de sensibilidade nervosa aumenta o risco de complicações, conhecidamente como “pé de diabético”. Isso aumenta o risco de infecções e pode levar à amputação parcial ou total.
– Problemas na pele e boca: o diabetes leva a um aumento nos problemas de pele, como aumento de infecções e gengivite.
– Complicações na gravidez
– Problemas de audição
Todas essas complicações podem ser evitadas com um bom acompanhamento médico.
Tratamentos
Dieta
Em caso de diagnóstico (geralmente na infância) da diabetes tipo 1, a primeira medida a ser tomada com o seu médico é efetuar uma dieta adaptada, isto é, consumir mais açúcares de liberação prolongada (como massas e pães), mais fibras e aumentar a ingestão de ácidos graxos polinsaturados (óleo de oliva e de girassol, óleos vegetais ao invés de óleos de origem animal).
Insulina
Disntiguimos as insulinas Ultra-rápidas (o efeito da insulina ocorre após 15 minutos e a sua duração é de 6 horas), Rápidas (efeito após 30 minutos e duração de 8 horas), Intermediárias/lentas (efeito após 30 minutos, 1h30 ou 2h30 e duração de 24 horas) e Ultra-lenta (efeito após 4 horas e duração de 28 horas) para outras informações, consulte um especialista.
O objetivo final do tratamento é conseguir uma estabilização da taxa de glicemia.
Conselho sobre os tratamentos à base de insulina
– Mude o local da injeção todos os dias, de no mínimo 2 cm. Guarde no refrigerador, mas cuidado, pois se a temperatura estiver abaixo de 15°C haverá dor no local da injeção.
– Efeito secundário clássico dos tratamentos à base de insulina: sobretudo hipoglicemia (<2.8 mmol/L) com os seguintes sintomas: transpiração profusa, tremores, palpitações, ansiedade, fome, irritabilidade, fadiga.
Em caso de hipoglicemia é necessário dar imediatamente 15 gr de açúcar (por exemplo, o açúcar da uva) ou glucagon, se necessário.
– Interação: a insulina pode ter interações com os betabloqueadores.
Outros medicamentos além da insulina são de uso oral
– Pramilintide: esse medicamento deve ser injetado antes das refeições e retarda a absorção de açúcares.
– Medicamentos para controle da hipertensão: mesmo que o paciente não tenha pressão alta, o médico indicará medicamentos para prevenção, como inibidores de angiotensina II.
– Controladores de colesterol: assim como os medicamentos para hipertensão, o médico indicará para que o seu colesterol não aumente durante o diabetes.
Transplante de pâncreas
Em alguns casos muito específicos de diabetes tipo 1, o médico pode recomendar um transplante de pâncreas. Como o procedimento nem sempre leva ao sucesso esperado e apresenta riscos significativos para o paciente, é reservado especialmente para pessoas que não conseguem controlar seu diabetes como especificado pela clínica de referência americana Mayo Clinic.
Fitoterapia
Algumas plantas medicinais podem se mostrar benéficas no tratamento do diabetes. Elas incluem:
– Astrágalo
– Chicória
– Cogumelo reishi
– Dente de Leão
– Funcho
– Ginseng
– Pata de vaca
Muitas dessas plantas ajudam a controlar os níveis de açúcar no sangue ou reduzem a absorção. Procure um médico e pergunte sobre tratamentos naturais para o diabetes e nunca se auto-medique sem a orientação de um profissional ou deixe de usar insulina.
Dicas
– Adote uma alimentação saudável (rica em frutas, açúcares lentos, grãos integrais e fibras), evite beber refrigerantes, favoreça as massas ou o arroz (açúcares lentos) e coma somente nahora das refeições, ou seja, não fique “beliscando”.
– Mantenha um peso saudável.
– Em caso de tratamento à base de insulina, mude o local da injeção em cerca de 2 cm, todos os dias.
– Úlceras do pé
Lave seus pés regularmente e verifique se não há lesão ou feridas, mesmo que pequenas. De fato, o diabetes mal tratado pode causar sérias complicações nos pés após uma interrupção do fornecimento de sangue aos capilares. Em casos avançados, é chamado de úlceras do pé diabético que são feridas abertas. As feridas se desenvolvem porque o diabetes danifica os nervos e os vasos sanguíneos nos pés.
É importante saber que um diabético pode ter uma sensibilidade menor nos pés do que uma pessoa que não sofre da doença. Daí a importância de observar regularmente os pés ou outras regiões suspeitas de uma pessoa que sofre de diabetes, mesmo que não sinta dor. Em caso de uma lesão suspeita no pé, consulte um médico diretamente.
Em casos avançados, as úlceras nos pés são tão graves que podem levar à amputação. Em um estudo realizado pela Universidade de Leeds e publicado 20 de novembro de 2017 na revista científica Diabetic Medicine (DOI: 10,1111 / dme.13537), mais da metade dos 299 pacientes estudados não viu o pé com úlcera curado durante um ano ou mais, um em cada sete pacientes teve que ter alguns ou todos os pés amputados. Neste estudo, também foi possível observar que as úlceras do pé são lentas para curar e propensas a infecções. No Reino Unido, as úlceras do pé afetaram cerca de um quarto dos 3,3 milhões de pessoas com diabetes em 2017, de acordo com um comunicado divulgado em novembro de 2017 pela Universidade de Leeds.
– Limite o consumo de álcool, pois ele pode piorar a diabetes.
– Exercite-se regularmente. A atividade física ajuda a reduzir os níveis de açúcar no sangue, mesmo muito tempo após ter terminado de exercitar-se.
– Monitore sua glicemia constantemente e tenha um registro dos valores ao longo do dia, antes e após as refeições, sob efeito ou não de insulina. Mesmo com o uso da insulina, os níveis de açúcar podem flutuar muito e variam conforme o tipo de alimentação, atividade física, consumo de álcool, outras doenças e medicações, nível de estresse e, no caso das mulheres, os níveis hormonais influenciam a taxa glicêmica.
– Fique atento aos sinais da hipoglicemia. Esses podem ser: sudorese, tremor, fome, ansiedade, tontura, fadiga, dores de cabeça, visão turva, irritabilidade, palidez da pele, batimento cardíaco acelerado e fraqueza.
Cuidado com hipoglicemia. Essa condição, caracterizada por baixos níveis de açúcar no sangue, pode acontecer a qualquer momento, como, por exemplo, quando você estiver dirigindo ou operando uma máquina pesada. Antes de exercer certos tipos de atividade, meça seu nível de glicose e assegure-se que ele está suficientemente alto.
No caso de hipoglicemia, tenha sempre à mão algo para comer e descanse por 15 minutos. Depois desse tempo, meça novamente a sua glicemia.
– Converse com o seu médico caso tenha a intenção de engravidar. A gestação de pessoas com diabetes tipo 1 pode apresentar complicações e o médico irá indicar qual a melhor conduta a se adotar. Medicamentos para reduzir a pressão alta e o colesterol devem ser interrompidos.
– Controle rigorosamente o diabetes durante s gestação. O risco do bebe nascer com má formação é maior em mulheres que tem diabetes não controlado.
– Fique alerta aos sinais da hiperglicemia, ou seja, um aumento dos níveis de açúcar no sangue. Esses podem ser: urinação freqüente, fadiga, visão turva, aumento da sede, dificuldade de concentração e náuseas.
– Fique atento ao nível de cetonas em sua urina. Esses compostos são produzidos quando o açúcar não entra na célula e o corpo começa a consumir gordura. O aumento de cetonas no organismo pode ocasionar náuseas, vômitos, dores abdominais e perda de peso. Cheque os níveis de cetonas na urina com testes de farmácia específicos para isso. Sempre tenha um acompanhamento médico em caso de qualquer alteração.
– Tenha suas vacinas em dia. Níveis altos de açúcar podem reduzir sua imunidade e te deixar mais suscetível a infecções.
– Cuide da sua saúde bucal: o diabetes aumenta a incidência de infecções na gengiva.
– Pare de fumar: o tabagismo aumenta a incidência e o risco das complicações do diabetes.
– Controle o estresse e aprenda técnicas de relaxamento. Isso ajudará a manter os níveis de glicose controlados no seu sangue.
Fontes:
Mayo Clinic, Diabetic Medicine (DOI: 10,1111 / dme.13537)