BRASÍLIA – Durante as enchentes e após o recuo das águas, a população deve ficar alerta para o risco de contaminação e proliferação de doenças. A maioria delas ocorre devido ao consumo de água contaminada ou ao seu contato com a pele. O acúmulo de lixo favorece a proliferação de animais e insetos causadores de doenças, como ratos, baratas e mosquitos. Para evitar a ocorrência de surtos neste período, o Ministério da Saúde recomenda alguns cuidados básicos para população que vive em locais afetados por enchentes.
É recomendável consumir sempre água potável. Se isso não for possível em caso de desabastecimento, as secretarias municipais e estaduais distribuem, gratuitamente, o hipoclorito de sódio (2,5%), sendo a proporção para o consumo humano de duas gotas por litro de água. Outra opção é filtrar e ferver a água por três minutos antes de ser consumida. “Também é aconselhável o uso de botas e luvas e, ainda, evitar o contato com a água da enchente”, explica a coordenadora da Vigilância em Saúde Ambiental dos Riscos Associados aos Desastres (Vigi desastres) do Ministério da Saúde, Eliane Lima e Silva
Segundo ela, essas pequenas ações podem prevenir várias doenças e fazem uma grande diferença. “É importante não consumir alimentos com cheiro, cor ou aspecto fora do normal (úmidos, mofados ou murchos). Comida contaminada pode causar diarreias, vômitos, febre e, em casos mais graves, até levar à morte”, observa a coordenadora. As principais doenças que podem ocorrer nestas situações são a leptospirose, hepatite A, doenças diarreicas e respiratórias, dengue, febre tifoide e cólera.
AÇÕES – Em conjunto com as instituições responsáveis pelo saneamento no país, o Ministério da Saúde está disponibilizando laboratórios móveis para a análise da qualidade da água. “Fizemos parcerias com municípios e estados para orientar e informar a população sobre os cuidados com a saúde após as enchentes. É uma campanha de educação e saúde, realizada em rádios, em carros de som e com a distribuição de folders”, informou a coordenadora.
Principais cuidados recomendados:
– Retornar para casa somente após autorização da Defesa Civil ou órgão equivalente;
– Retirar a sujeira deixada pela enchente (antes de começar a limpeza, colocar equipamentos de proteção, tais como, calça comprida, botas e luvas, para evitar o contato da pele com a água contaminada) e realize a limpeza do local com água, sabão e água sanitária para a desinfecção;
– Lavar as mãos;
– Sempre filtrar e ferver a água antes do consumo ou filtre e misture com hipoclorito de sódio. Em ocasiões de crise, a Defesa Civil recebe doações de água mineral, que deve ser usada pela população para beber, lavar os alimentos e cozinhar.
– Alimentos que tiveram contato direto com a enchente não devem ser consumidos. Os alimentos com embalagens abertas e que entraram em contato com a água, também devem ser descartados.
– Para evitar a presença de ratos, mantenha os alimentos bem guardados, em recipientes bem fechados e distantes do chão; conserve a cozinha limpa e sem restos de alimentos; retire as sobras de alimentos ou ração dos animais domésticos antes de anoitecer; evite o acúmulo de objetos sem uso no quintal ou dentro da cozinha e guarde o lixo em sacos plásticos bem fechados e em locais altos até a coleta ocorrer.
– Para evitar o tétano acidental, a melhor e mais segura forma de prevenção é a vacinação, disponível nos postos de saúde. Proteja pernas, pés, braços e mãos quando for manusear resíduos sólidos. Caso não lembre se foi vacinado, procure o serviço de saúde mais próximo e vacine-se.
– Para evitar acidentes com serpentes, aranhas e escorpiões, entre com cuidado em casa e bata colchões, sofás, roupas, sapatos, toalhas e lençóis. Caso encontre algum animal peçonhento, entre em contato com o Centro de Controle de Zoonoses ou o corpo de bombeiros.
– Realize a limpeza da caixa d’água.
Fonte: Ministério da Saúde, 12.01.2013