SÃO PAULO – Você certamente já deve ter ouvido falar dos alimentos probióticos. Nos últimos anos, produtos assim denominados ganharam as prateleiras dos supermercados e as mesas dos consumidores. Além disso, os probióticos estão sempre na mídia como alimentos saudáveis a serem inclusos na alimentação. Entretanto, nem todos sabem da importância desses alimentos e nem como encontra-los.
O que são os probióticos?
O termo probiótico vem do grego e significa “pró-vida”. Antigamente, probióticos eram definidos como microrganismos que, quando ingeridos, ajudam a regular a flora intestinal. Com o passar dos anos, a definição foi sendo modificada e, atualmente, um probiótico é um alimento ou suplemento alimentar contendo microrganismos vivos que trazem benefícios ao consumidor.
As bactérias contidas nos probióticos são resistentes à ação do suco gástrico e conseguem chegar intactas ao intestino. Lá, elas ajudam no processo digestório e regulam a flora intestinal. Os exemplos mais comuns de bactérias probióticas são os Lactobacillus, os Streptococcus e as Bifidobactérias.
Quais os benefícios dos probióticos?
Ao longo dos anos, nosso entendimento da flora intestinal e do papel da alimentação em sua regulação aumentou muito. Diversos estudos mostram que manter uma flora intestinal saudável traz diversos benefícios à saúde e pode ajudar a prevenir algumas doenças crônicas, como diabetes e alguns tipos de câncer do trato digestório. Devido a isso, os probióticos ganharam importância como alimentos que ajudam a equilibrar a flora intestinal.
O consumo desses alimentos traz benefícios como:
– Melhora na digestão e prevenção de constipação.
– Melhora na acidez gástrica, prevenindo gastrites e úlceras.
– Aumenta a absorção de vitaminas e nutrientes, como vitaminas do complexo B, aminoácidos essenciais, cálcio e ferro.
– Fortalece o sistema imune do organismo, pois estimula a produção de macrófagos.
– Diminui a quantidade de bactérias patogênicas e protege a mucosa intestinal, prevenindo doenças como excesso de gases, colite e diverticulite.
Além desses benefícios, os probióticos são particularmente importantes em pacientes fazendo tratamento com antibióticos. Esses medicamentos destroem a flora intestinal, sendo necessário o consumo de probióticos para repô-la.
Outro importante benefício é na prevenção de certos tipos de cânceres. Um estudo publicado no periódico científico The American Journal of Clinical Nutrition, coordenado pela pesquisadora Ingrid Wollowski, mostrou que as bactérias contidas nos probióticos ajudam a prevenir mutações genéticas que levam ao desenvolvimento de tumores, sobretudo os que causam câncer de cólon.
Alimentos probióticos
Dentre os mais comuns, estão os laticínios e derivados, como leite, iogurtes, kefir, queijos, coalhada, leite fermentado, e outros derivados.
Estudos também estão sendo conduzidos com outros alimentos com potencial probiótico, como a soja e produtos fermentados (misô, tofu, tempeh), carnes, peixes e extratos de sementes e vegetais.
Além de consumir os probióticos, é importante ter uma alimentação saudável e balanceada. De nada adianta consumir probióticos se o restante da dieta não favorece o crescimento de bactérias benéficas.
A dose de probiótico também muda conforme a faixa etária. Em adultos, a dose recomendada é de 5 bilhões de unidades formadoras de colônias (UFC), por dia, por pelo menos 5 dias. Isso corresponde à ingestão de 2 a 3 iogurtes por dia com probióticos. Para crianças, os especialistas ainda não estabeleceram uma quantidade exata, mas estudos mostram que os probióticos já podem ser inseridos na alimentação da criança a partir dos 18 meses de vida.
Probióticos x Prebióticos: qual a diferença?
Outro termo comumente encontrado é “prebiótico”. Os prebióticos são fibras que servem de alimento para as bactérias benéficas do intestino. Dois exemplos dessas fibras são os frutooligosacarídeos (FOS) e a inulina. Os alimentos com FOS são de origem vegetal e incluem tomates, cebola, banana, cevada, aveia, trigo e até o mel. Já a inulina pode ser encontrada na cebola, aspargos e na raíz de chicória.
20 de Julho de 2015. Texto escrito por Matheus Malta de Sá (farmacêutico USP). Fontes: The American Journal of Clinical Nutrition. Fotos: Fotolia.com.