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Ferro

O ferro é um nutriente importante na alimentação. Uma das principais funções do ferro é fornecer oxigênio ao corpo. Ele ajuda, em particular, na produção de hemoglobina, uma proteína presente nos glóbulos vermelhos. O ferro também contribui para a criação da mioglobina, uma proteína que fornece oxigênio aos músculos.

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Nomes
Nomes em português: ferro, ferrum (em latim)
Nome científico (nome químico): Fe
Nome em inglês: iron

Em quais alimentos ele pode ser encontrado?
– Carne, fígado, gema de ovo, peixe, aves, vegetais de folhas verdes, feijões secos, spirulina, tomilho seco. Leia também: 7 classes de alimentos ricos em ferro.

Ferro heme – Ferro não heme
O ferro é absorvido pelo sistema digestivo e se apresenta em duas formas. O ferro heme, encontrado em carnes, peixes ou frutos do mar, é melhor absorvido. Já o ferro não heme, presente em vegetais e produtos lácteos, tem uma absorção menor.

Papel da ferritina
No corpo, o ferro é transportado e armazenado pela ferritina (uma proteína).

Dose diária recomendada
Dose diária recomendada (adulto), também chamada de IDR para ingestão diária recomendada:
– 8 mg para homens.
– cerca de 15 mg para mulheres não grávidas (há uma necessidade aumentada devido às perdas menstruais ou em caso de gravidez). Algumas fontes médicas falam de um consumo de 18 mg por dia de ferro em mulheres (antes da menopausa ou até os 50 anos) e 8 mg após a menopausa (a partir dos 51 anos)1.Para uma mulher grávida, a dose diária recomendada é de 27 mg. Para uma mulher que amamenta, a dose é de 9 a 10 mg.

Observação: 
É importante saber que o ferro proveniente da alimentação ou de suplementos alimentares é muito mal absorvido pelo corpo humano, apenas cerca de 10%. Por isso, é necessário consumir doses muito maiores do que a necessidade diária de ferro quando ingerido através de suplementos.

Indicações
Anemia ferropriva  (por deficiência de ferro), mulheres grávidas (necessidade aumentada de ferro), síndrome pré-menstrual (leia abaixo nas Observações), menstruações abundantes em mulheres, doenças que causam sangramentos como úlceras, câncer, síndrome das pernas inquietas, fadiga,

Efeitos / mecanismo de ação
– Permite o desenvolvimento e o bom funcionamento da hemoglobina (molécula dos glóbulos vermelhos que transporta oxigênio) e da mioglobina.

Problemas em caso de deficiência de ferro
– Anemia por deficiência de ferro (sintomas típicos: palidez, fadiga, problemas respiratórios), aftas, etc.

Problemas em caso de excesso de ferro (leia também em Contraindicações, abaixo)
– Problemas no fígado e no coração, hemocromatose (causada por uma absorção excessiva de ferro; sintoma típico: pele pálida, fadiga), diabetes tipo 2 se o ferro for consumido na forma de carne ou aves (leia também nas Observações).

Dose máxima de ferro: 
Nos Estados Unidos, o National Institutes of Health (NIH)2 indicam os seguintes aportes máximos de ferro:
– 40 mg : pessoas com 13 anos ou menos
– 45 mg : pessoas com 14 anos ou mais

Efeitos colaterais
Ao tomar ferro em suplementos alimentares ou medicamentos:
Distúrbios gastrointestinais: náuseas e vômitos, problemas gástricos, constipação e diarreia. Observação: comprimidos ou preparações de liberação prolongada ou a redução da dose de ferro podem ajudar a diminuir ou eliminar os distúrbios gastrointestinais. As fezes podem ficar escuras.
Ao receber ferro por injeção intravenosa, outros efeitos colaterais podem ocorrer. Leia a bula do medicamento.

Contraindicação
Nem todas as anemias são causadas por deficiência de ferro, hemocromatose, outras doenças que podem piorar com o ferro (ex. porfiria cutânea tardia).

Interações
O ferro pode interagir com vários medicamentos, formando quelatos insolúveis, como as quinolonas (antibióticos), as tetraciclinas (antibióticos), os antiácidos ou os bisfosfonatos. Esses quelatos insolúveis prejudicam a absorção adequada do ferro e desses medicamentos ou moléculas. Além disso, interações também parecem possíveis com a levodopa e a tiroxina.

Formas farmacêuticas
No Brasil, o ferro pode ser encontrado nas seguintes formas:
Por via oral:
À base de Fe2+:
– Cápsulas de 34 mg
– Comprimidos de liberação prolongada de 80 mg a 105 mg
– Drágeas de liberação prolongada de 80 mg a 105 mg
– Cápsulas de liberação prolongada de 80 mg a 105 mg
– Gotas de 10 mg/ml

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À base de Fe3+:
– Comprimidos revestidos de 100 mg
– Comprimidos mastigáveis de 100 mg
– Gotas de 50 mg/ml
– Xarope de 10 mg/ml

Injeção:
À base de ferro com complexo polissacarídeo:
– Complexo de sacarato de 20 mg/ml
– Complexo de carboximaltose de 50 mg/ml

Observações e estudos sobre ferro

Absorção em jejum
As preparações (medicamentos) à base de ferro podem causar efeitos colaterais como prisão de ventre, diarreia ou até dores de estômago. Mesmo que o ferro seja melhor absorvido com o estômago vazio, é aconselhável, em caso de efeitos colaterais, tomar as preparações à base de ferro junto com as refeições.

Formas de ferro e formulações
– O ferro na sua forma Fe2+ é melhor absorvido do que na forma Fe3+ (também chamado ferro férrico). Mais informações também acima na seção Formas Farmacêuticas.
– Em certos casos, o paciente deverá tomar ferro na forma injetável (via intravenosa). Estes casos são geralmente reservados a pessoas com distúrbios de absorção de ferro ou outras doenças.

Informações úteis sobre o ferro
– Os problemas de anemia podem ser provenientes de uma alimentação pobre em ferro ou de um problema na absorção de ferro.
– O corpo humano é incapaz de sintetizar ferro, por isso é necessário um suprimento externo. O ferro desempenha um papel fundamental em certas moléculas, como a hemoglobina, responsável pelo transporte de oxigênio.
– O consumo simultâneo de alimentos ricos em vitamina C auxilia na melhor absorção do ferro dos alimentos, principalmente de origem vegetal.

Síndrome pré-menstrual (SPM) e ferro
Um estudo estadunidense publicado em fevereiro de 2013 no American Journal of Epidemiology mostrou que o consumo de ferro de fontes vegetais reduziu em um terço o risco de sofrer de síndrome pré-menstrual. Este estudo envolveu 3.000 mulheres e ocorreu durante 10 anos. O ferro de origem vegetal pode ser encontrado, por exemplo, em vegetais de folhas verdes, no feijão ou na espirulina (uma alga). O risco de desenvolver síndrome pré-menstrual caiu significativamente em mulheres que consumiam mais de 20 mg de ferro por dia. O risco mais baixo foi observado até mesmo em mulheres que tomavam mais de 50 mg de ferro por dia. No entanto, de acordo com a Sra. Bertone-Johnson que participou do estudo, a ingestão diária máxima recomendada para mulheres antes da menopausa é de 18 mg por dia. É importante não ultrapassar a dose diária de ferro para evitar efeitos colaterais, que às vezes são perigosos para a saúde. Segundo os pesquisadores, a ingestão de ferro (e outros minerais eficazes no tratamento da SPM, como magnésio, zinco ou cálcio) pode ser feita através da alimentação ou de suplementos alimentares. Como o estudo se concentrou no ferro de origem vegetal, também seria preferível consumir suplementos alimentares com ferro de origem vegetal (ferro não ligado ao heme, uma molécula que se encontra mais frequentemente no ferro de origem animal).

Carência de ferro
Nos Estados Unidos, estima-se que cerca de 10 milhões de americanos tenham deficiência de ferro, ou pouco menos de 3% da população (dados de 2017). Por outro lado, em 2020, a revista estadunidense Prevention estimou que cerca de 16 milhões de estadunidenses tinham excesso de ferro, o que também pode causar problemas de saúde (ex.: danos no fígado ou no coração).

Risco de diabetes
Um estudo realizado em 2017 pela Duke-NUS Medical School, em Singapura, mostrou que o consumo de carne e aves aumentava o risco de diabetes (tipo 2). O ferro, na sua forma heme, encontrado em quantidades significativas na carne e nas aves, explica em parte este risco aumentado de sofrer de diabetes. Este estudo foi publicado em 22 de agosto de 2017 no American Journal of Epidemiology.

Exame de sangue para o ferro – diagnóstico
É fácil medir a concentração de ferro no sangue com um simples exame de sangue. O seu médico poderá, portanto, verificar seu nível de ferro no organismo e, se estiver muito baixo, prescrever suplementos alimentares ou medicamentos à base de ferro, ou melhor ainda, incentivá-lo a consumir alimentos ricos em ferro.

Fontes (referências):
Prevention (revista estadunidense sobre saúde), American Journal of Epidemiology

Refrências e literatura:

“100 wichtige Medikamente” – Infomed (2020).

Redação:
Xavier Gruffat (farmacêutico)

Última atualização:
21.09.2024

Bibliografia e referências científicas:

  1. Artigo da Cleveland Clinic, What Iron Does for Your Body, de 25 de julho de 2024, site acessado pelo Criasaude em 27 de julho de 2024, link funcionando nessa data
  2. Iron, Fact Sheet for Consumers, documento de 17 de agosto de 2023, acessado pelo Criasaude em 27 de julho de 2024
Observação da redação: este artigo foi modificado em 21.09.2024

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