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Como adaptar o organismo ao horário de verão

sono-velhiceSÃO PAULO – O conceito do horário de verão consiste em adiantar os relógios em uma hora para melhor aproveitar a luz solar e economizar energia. O primeiro país a adotar essa tática foi a Alemanha, em 1916, durante a Primeira Guerra Mundial, como medida para economizar carvão. Atualmente, diversos países do mundo adotam o horário de verão com o mesmo intuito: economia de energia elétrica. Dentre eles estão os Estados Unidos, Canadá, diversos países da Europa ocidental e central, parte da Austrália, países da Escandinávia, alguns países do norte da África, dentre outros.

Entretanto, o horário de verão não tem efeito benéfico em todas as pessoas. De acordo com o National Sleep Foundation nos Estados Unidos, muitas pessoas são suscetíveis à perda de uma hora de sono, de maneira que isso causa impacto negativo na qualidade de vida dos indivíduos. Outro estudo publicado na Neuroscience Letters constatou que as pessoas que perdem uma hora de sono tem sua qualidade reduzida, mesmo após o fim do horário de verão. De acordo com um estudo do American Journal of Cardiology, durante o horário de verão há picos de ataques cardíacos, pois a falta de sono aumenta o estresse durante o dia. De acordo com um estudo publicado durante um congresso de cardiologia em Washington, nos EUA no final de março, a mudança para o horário de verão aumenta o número deinfarto do miocárdio em 25% na segunda-feira após o ajuste do horário. Mais uma vez, o responsável por esse aumento de incidência é a perda de 1 hora de sono.

Entretanto, o horário de verão tem efeitos benéficos no corpo. Um estudo de 2014 publicado na revista científica International Journal of Behavioral Nutrition and Physical Activity concluiu que durante esse período, crianças de 5 a 16 anos tendem a fazer mais atividade físicas durante o dia. A provável explicação é a maior duração do dia, o que as estimula a serem mais ativas.

Cuidados a se tomar durante o período

Se você é suscetível à perda de uma hora de sono, especialistas recomendam que, durante os primeiros dias do horário de verão, a pessoa que tem problemas para dormir evite estimulantes, como café e produtos com cafeína (como chá verde, chá preto e certos refrigerantes), chocolate (sobretudo o amargo), etc. Além disso, é importante criar um ambiente calmo, tranquilo e agradável antes de dormir.

Um estudo publicado em 2012 na revista científica Journal of Applied Psychology mostrou que durante os primeiros dias do horário de verão, as pessoas tendem a ficar mais tempo na internet e na televisão. Isso não é benéfico caso você tenha problemas para dormir. A recomendação é que a pessoa desligue aparelhos eletrônicos cerca de 1 hora antes de ir para a cama.

A alimentação também desempenha um papel importante no ciclo de sono das pessoas, e pode ser um auxiliar no reequilíbrio do corpo durante o horário de verão. Faça refeições leves à noite e dê preferência a alimentos que estimulem o sono, como banana e produtos lácteos. Durante a manhã, prefira refeições mais substanciosas para te dar energia no começo do dia, horário no qual as pessoas normalmente estão mais sonolentas. A atividade física é também recomendada, pois garante bem-estar físico e mental.

Essas recomendações também valem para pessoas que viajam para outros fusos horários ou mudam de turnos de trabalho.

O horário de verão no Brasil

No Brasil, o horário de verão é adotado anualmente desde 1985 nos estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste. O Norte e o Nordeste, por estarem mais próximos à linha do Equador, não adotam ao horário de verão, uma vez que os dias têm praticamente a mesma duração ao longo do ano.

Quer conhecer outras dicas para regular o seu sono? Leia mais em: 10 dicas para mandar a insônia para longe – 11 alimentos para uma boa noite de sono

18 de Outubro de 2015. Texto escrito por Matheus Malta de Sá (farmacêutico). Fontes: International Journal of Behavioral Nutrition and Physical Activity, Journal of Applied Psuchology, National Sleep Foundation, Neuroscience Letters, The American Journal of Cardiology. Fotos: Fotolia.com

Observação da redação: este artigo foi modificado em 28.10.2015

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