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Cólicas menstruais

Resumo dismenorréia / cólicas menstruais

A dismenorréia, também conhecida como a dor menstrual severa ou cólicas menstruais, é um distúrbio que afeta um grande número de mulheres em idade fértil. As cólicas dolorosas são devido a alterações hormonais no ciclo menstrual e ocorrem durante a menstruação.

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Os principais sintomas da dismenorréia são cólicas abdominais, espasmos, dor de estômago, dores de cabeça e até mesmo pontadas de dor (aguda e penetrante) que podem atingir as coxas inferiores ou interiores.

Estes sintomas geralmente não dão origem a complicações médicas graves, mas em algumas mulheres a dismenorréia pode provocar distúrbios sociais graves e interferem em suas atividades cotidianas (trabalho, vida em família, etc).

O tratamento sintomático da dismenorréia implica na utilização de AINES (anti-inflamatórios) e/ou paracetamol. Ele irá evitar o uso de aspirina (ácido acetilsalicílico), porque esse medicamento pode favorecer as hemorragias.

Em alguns casos, o médico também pode prescrever contraceptivos orais. Esses hormônios bloqueiam a ovulação e podem limitar as dores associadas a esta condição.

Na fitoterapia, diversas plantas medicinais podem ser recomendadas como: agnocasto, alquemila ou angélica.

Descubra todas as plantas utilizadas contra a dor menstrual severa.

Para tratar e prevenir o aparecimento da dor, aqui vão algumas dicas úteis que consistem em adotar um estilo de vida saudável: sono adequado, descanso quando a dor for muito intensa, praticar atividade física, ter uma dieta equilibrada e evitar certos alimentos ou bebidas tais como café, álcool ou tabaco especialmente durante o período pré-menstrual e menstrual.

Definição

As cólicas menstruais, também conhecidas mais medicalmente como dismenorréias, afetam inúmeras mulheres com idade de procriação. Estima-se que mais de 70% das adolescentes sofrem ocasionalmente de cólicas menstruais.

Trata-se de um distúrbio caracterizado por uma variação hormonal do ciclo, que é produzida durante as menstruações. Algumas mulheres não sentem nenhum sintoma, mas outras podem ter complicações leves ou muito sérias e perturbadoras (forte dor quase que cotidiana antes e durante as menstruações,…).

A dismenorréia é dividida em dismenorréia primária e secundária.

A dismenorréia primária (às vezes chamada de dismenorréia fisiológica ou essencial) geralmente ocorre poucos meses após a primeira menstruação (menarca) e ocorre quando a dor não é causada por patologia pélvica. Ela atinge sua intensidade máxima em torno de 16 a 17 anos e geralmente é menos pronunciada ao longo dos anos.

A dismenorréia secundária é o resultado da presença de determinadas condições ou doenças  ginecológicas (doença inflamatória pélvica, endometriose, cistos ovarianos, varicocele pélvica, etc) ou em outras áreas do corpo (apendicite, cólica renal ou infecções biliares urinárias, síndrome do intestino irritável). Esta forma de dismenorréia pode aparecer durante a menarca na idade adulta.

A maioria das mulheres sofrem de dismenorréia um ou dois dias por mês, com sintomas leves e geralmente aceitáveis. No entanto, cerca de 10-15% das mulheres sofrem de cólicas (dolorosas), às vezes, ao ponto de comprometerem suas atividades cotidianas.

Causas

As cólicas menstruais podem ser causadas por:

– distúrbios hormonais, variação hormonal do ciclo

– problemas psicológicos, a mulher pode ter determinados genes ou problemas de acordo com o seu ciclo (menstruação,…)

– distúrbios de origem física (tumor benigno do útero, má-formação de órgãos genitais, endometriose)

Estima-se que no nível molecular a causa de dismenorréia primária (ver definição abaixo), muitas vezes de origem genética, reside na produção excessiva de prostaglandinas. Essas substâncias estimulam os músculos, causando contrações uterinas dolorosas, espasmos do útero, dor abdominal (geralmente grave), dores de cabeça e dor nas costas, por vezes, e náuseas.

As causas da dismenorréia secundária são associadas com diversas condições ou doenças, especialmente perturbações ginecológicas (ver também a definição a seguir).

Sintomas

As cólicas menstruais e suas complicações são, em geral, associadas aos sintomas seguintes (podendo ter um ou vários sintomas):

– fortes cólicas na parte inferior da barriga, como espasmos ou forte pressão, dor de barriga

dores de cabeça

enxaqueca

– pele hipersensível (pele seca,…)

acne

– cabelos mais secos e com menos volume

náuseas e vômitos

– a dor intensa, dor de disparo (aguda e penetrante) que pode refletir no interior das coxas.

dor nas costas

diarréia (après nausées)

estresse e nervosismo

– transtornos do humor

fadiga

– tonturas

– desmaio (perda de consciência)

Nota: as cólicas menstruais tendem a diminuir com a idade e após o parto1.

Complicações

Dor menstrual não costuma causar complicações médicas. No entanto, esta condição pode interferir significativamente com as atividades sociais (trabalho, família, escola) de (jovens) mulheres.

Sabemos que dor menstrual severa para as mulheres jovens é a principal causa de abstenção escolar e de trabalho.

Em caso de sintomas fortes e  incapacitantes, é muito importante consultar um médico, especialmente se a dismenorréia ocorrer subitamente na idade adulta (dismenorréia secundária), pois pode ser um sintoma de uma doença mais grave (tais como endometriose, que pode causar problemas de fertilidade).

Tratamentos

É preferível consultar um médico para tratar esta afecção, no entanto, saiba que os medicamentos e moléculas listados abaixo são eficazes contra as cólicas menstruais.

1.  Medicamentos da classe dos AINES e/ou paracetamol, vendidos sob prescrição médica

– o ibuprofeno (um AINES) em cápsula ou comprimido, na dosagem de 200 a 400 mg. Para saber o nome da marca e a posologia exata, procure um especialista (médico ou farmacêutico).

Os médicos estimam que as prostaglandinas (pequenos hormônios que trasmitem informações) teriam um papel muito importante no desenvolvimento das cólicas menstruais, é por isso que os antiinflamatórios não esteroidais (AINES) como o ibuprofeno são tratamentos de primeira escolha, pois eles agem especificamente sobre as prostaglandinas.

Ressaltamos também que não é aconselhado tomar preparações à base de aspirina (ácido acetilsalicílico) pois isso pode favorecer a ocorrência de hemorragias (menstruações).

– o paracetamol, em diferentes formas galênicas, na dosagem de 500 mg ou 1’000 mg, age especificamente sobre a dor. Para saber o nome da marca e a posologia exata, pergunte a um especialista.

2.  Outros medicamentos prescritos pelo médico como:

– a pílula contraceptiva (tem um efeito efeito favorável no combate às cólicas menstruais em inúmeras mulheres).

– os inibidores da ovulação (IO) e outros contraceptivos

Contraceptivos orais contêm hormônios, impedindo a ovulação, reduzindo a dor. Essas drogas são particularmente importantes para as mulheres que sofrem de dor menstrual severa. Fale com o seu médico.

Se os sintomas são muito severos com náuseas e/ou vômitos, você também pode usar drogas anti-eméticas, além de AINEs.

3. Alternativa natural: diversas plantas podem ter um efeito favorável.

Fitoterapia

As plantas medicinais seguintes demonstraram eficácia contra as cólicas menstruais:

– o agnocasto

– a alquemila

o óleo de prímula (erva-dos-burros)

– a camomila

– as folhas de framboeseira

– o óleo de borragem

As plantas seguintes demonstraram eficácia contra os espasmos e as dores de barriga associadas às cólicas menstruais:

– a menta

– a mil-folhas

Estudos sérios (publicado em diversas revistas científicas) têm mostrado a importância do ácido gama-linolênico como um precursor de efeitos anti-inflamatórios. Portanto plantas e nutrientes ricos nessa substância, tal como óleo de prímula e óleo de borragem podem ter um efeito interessante na terapia da menstruação dolorosa. Pode ser interessante também tomar suplementos dietéticos que contenham cobre, zinco e magnésio para aliviar os sintomas.

Um estudo recente confirmou também a eficácia da erva-doce (Foeniculum vulgare), no tratamento da dismenorréia primária.

Além disso, alguns medicamentos fitoterápicos como agnocasto podem ajudar a reduzir os sintomas psicológicos associados à dismenorréia, enquanto o óleo de borragem e óleo de prímula como vêm acima (a ser tomado com zinco, magnésio e cobre) podem ajudar a reduzir os problemas físicos.

Em geral, para resumir, as plantas medicinais seguintes têm sido capazes de mostrar eficácia contra dor menstrual severa.

Óleo essencial:
Óleo essencial contra menstruações dolorosas

Dicas terapia

– Aplique uma bolsa térmica sobre a parte inferior da sua barriga, isso pode ajudar a aliviar a dor (o calor traz um efeito positivo sobre as dores e a inflamação).

– É aconselhado ter uma vida saudável com uma boa noite de sono, dormir o suficiente e repousar quando as dores forem muito intensas. O estresse pode favorecer as cólicas menstruais.

– Evite determinados alimentos ou bebidas como o café, o álcool ou ainda o tabaco, durante o período que precede e durante as menstruações. Uma aimentação rica em vitamina E, ômega-3 e magnésio pode ter um efeito positivo sobre as cólicas menstruais.

– Realizar atividades físicas regularmente, reduz a dor menstrual. Atividades recomendadas são caminhadas, ciclismo ou natação.

– Relaxe através de técnicas como a acupuntura, meditação e ioga. Isso pode aumentar o limiar de dor e, portanto, torná-la mais suportável.

Redação:
Por Xavier Gruffat (farmacêutico)

Fotos: 
Fotolia.com/Adobe Stock

Atualização:
30.09.2021

Bibliografia e referências científicas:

  1. Livro em inglês: Mayo Clinic – Book of Home Remedies – Segunda edição, Cindy A. Kermott, Martha P. Millman, 2017, Mayo Clinic
Observação da redação: este artigo foi modificado em 10.12.2021

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