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Pimenta-malagueta

Revisão clínica: Xavier Gruffat (farmacêutico)
Artigo atualizado em: 19.01.2024

Resumo

A pimenta malagueta, também chamada de pimenta caiena, é uma planta originária do continente americano que é utilizada externamente principalmente contra reumatismos e dores musculares. A pimenta malagueta é geralmente utilizada na forma de pomada, emplastro ou compressa.

Nomes

Nome em português: pimenta-malagueta, Pimente Cayenne, pimenta de caiena
Nome científico: Capsicum frutescens Capsicum annuum L. (anteriormente conhecido como Capsicum frutescens L.)
Nom inglês: Capsicum Frutescens
Nome francês: poivre de Cayenne, piment
Nome inglês: Cayenne pepper, Capsicum, Chilli pepper
Nome alemão: Cayenne-Pfeffer, Chili
Nome italiano: pepe di Cayennapeperoncino
Nome espanhol: chili, chile, pimiento, pimienta de Cayena

Família

Solanaceae (Solanáceas)
Observe que no mundo há mais de 1.500 variedades do género Capsicum.

Constituintes

– Capsaicinóides, incluindo a capsaicina (leia também em Observação, no final do artigo, para uma crítica ao uso da capsaicina). Nota: A capsaicina apresenta propriedades antioxidantes.
– Óleos essenciais
– Saponinas
– Pirazinas
Vitaminas C, A, E

Partes utilizadas

– Frutas maduras e secas (em latim: Capsici fructus acer) – às vezes utilizadas na forma de frutas frescas
– Sementes

Pimenta-malagueta Indicações

Efeitos da pimenta-malagueta

Uso externo:
Hiperemiante, anti-prurido.

Uso interno:
Estimulante das secreções gastro-intestinais.

Indicações da pimenta-malagueta

Uso externo (pomadas, tinturas, compressa quente, emplastro):
– Reumatismo: dor muscular sobretudo aguda, artrite, artrose, dor e tensão muscular
Dor nas costas
– Coceira
Herpes zóster
– Neuralgia
Obs.:
Para as pomadas: concentração em capsaicina de cerca de 0.01% a 0.025% .

pimenta-malagueta Interações

Atenção! Peça conselhos a um médico ou farmacêutico sobre a possibilidade da aplicação externa de medicamento à base de pimenta.

Efeito da capsaicina:

No uso externo, a capsaicina é absorvida pela pele e liga-se a receptores específicos que atuam reduzindo uma substância responsável pela transmissão de dor para o cérebro. Indiretamente, a capsaicina age como um analgésico.

Uso interno:
– Problemas gastrointestinais, doença de viajante (náuseas), diabetes

Efeitos secundários

Uso interno:
Diarreia, problemas gastrointestinais.

Uso externo:
Vermelhidão, alergias, irritação, queimaduras. Estes efeitos secundários geralmente aparecem durante as primeiras aplicações e, em seguida, diminuem ao longo do tempo. Se a vermelhidão e irritação persistirem, é aconselhável parar o tratamento à base de pimenta caiena.

Contra-indicações

Alergia à planta

Interações

Desconhecemos

Preparações à base de pimenta-malagueta

– Compressa à base de pimenta-malagueta

– Pomada de pimenta-malagueta (por exemplo, preparada por um farmacêutico)

– Emplastro de pimenta-malagueta

– Pó de pimenta-malagueta

– Infusão de pimenta-malagueta

Onde cresce a pimenta-malagueta?

A pimenta-malagueta cresce em regiões de clima quente, como o México e a América do Sul. É possível cultivá-la na Europa e na América do Norte (por exemplo, Quebec). Pode ser cultivada dentro de casa. Atualmente, os dois principais produtores de pimenta-malagueta (da espécie Capsicum annuum) são a Índia e a China.

Quando colher as pimentas (pimenta-malagueta)?

As pimentas são colhidas no verão, quando estão maduras. Uma vez colhidas, secá-las na sombra.

Observações

– A utilização da pomada à base de pimenta malagueta, muitas vezes preparada na farmácia mediante prescrição médica, pode ser eficaz em casos de reumatismo e principalmente em casos de dores nas costas, segundo estudo da Cochrane datado de 2014 (DOI: 10.1002/14651858 .CD004504.pub4). O estudo conclui que a pimenta malagueta (na época com o nome de espécie Capsicum frutescens, atualmente Capsicum annuum) reduz a dor mais do que um placebo.
Para preparar uma pomada com pimenta malagueta, a farmácia adiciona a pimenta malagueta na forma de pó ou óleo essencial à base de pomada. Esta planta também pode ser utilizada na forma de emplastros, adesivos ou loções oleosas.
A capsaicina, princípio ativo da pimenta caiena encontrada na fruta, é responsável pelo efeito analgésico no reumatismo. A duração recomendada do tratamento para reumatismo, como a artrite, é geralmente de 6 a 8 semanas.

– Um estudo publicado no final de 2009 pela Universidade de Ulsan na Coréia do Sul mostrou que o uso interno da pimenta-malagueta em pó tem um efeito positivo contra diabetes. É também a substância capsaicina que possui este efeito medicinal.

Pimenta e obesidade, ação sobre a sensação de saciedade
– Os pesquisadores do Centro de Nutrição e de Doenças Gastrointestinais da Universidade de Adelaide na Austrália, publicaram um estudo em agosto 2015 na revista Plos ONE sobre os efeitos da pimenta sobre a obesidade. Os cientistas australianos descobriram que uma alimentação rica em gorduras poderia perturbar receptores importantes localizados no estômago, que enviam um sinal de saciedade ao cérebro. Eles estudaram a ação de uma substância, a capsaicina, encontrada na pimenta (ex. na espécie Capsicum frutescens L.), sobre receptores chamados de TRPV1 localizados no estômago.
– Os cientistas observaram que o estômago se expande quando está repleto, o que ativa os sinais nervosos que informam o cérebro de que foi ingerida uma quantidade suficiente de alimento (saciedade). A ativação deste processo é feita através dos receptores TRPV1, que são principalmente ativados pela capsaicina, encontrada na pimenta. A inibição destes receptores ou a dessensibilização por alimentos gordos provoca um atraso no aparecimento da sensação de saciedade. Em seguida, a pessoa consome mais alimento, o que provoca um ganho de peso. A pimenta pode ser utilizada na perda de peso e pode conduzir à descoberta de novos medicamentos. É aconselhável comer pimenta todos os dias em casos de sobrepeso ou obesidade. [Fonte: Comunicado de imprensa da Universidade de Adelaide, agosto de 2015]

– No México, a pimenta é utilizada na medicina tradicional contra a dor de dente. No passado, os Maias utilizavam pimenta-malagueta para tratar infecções e os Astecas justamente contra dor de dente.

– A pimenta é uma especiaria nativa de regiões tropicais e subtropicais das Américas. A pimenta-malagueta foi descrita pela primeira vez pela equipe espanhola de Cristóvão Colombo em 1493 (século XV), nota-se que Cristóvão Colombo era italiano, mas trabalhava para a coroa espanhola. Os Portugueses, em seguida, introduziram o tempero na Índia e na África durante o século XVI. A pimenta-malagueta é amplamente utilizada em muitas culturas culinárias, como a culinária mexicana (em espanhol é chamada de chili ou chile, particularmente, chili com carne), indiana e italiana.

Criticas sobre a utilização da capsaicina
A revista francesa de referência Prescrire  publica periodicamente uma lista de medicamentos comercializados na França e na União Europeia, mas que devem ser evitados devido à relação risco-benefício não ser favorável. A capsaicina indicada contra dor neuropática, é uma molécula que pode ser encontrada na lista da Prescrire de 2017, não seria mais eficaz do que o placebo e poderia causar efeitos secundários tais como a dor severa ou queimaduras.

Fontes:
Prescrire

Fotos

Planta medicinal pimenta-malagueta

Ferro

O ferro é um nutriente importante na alimentação. Uma das principais funções do ferro é fornecer oxigênio ao corpo. Ele ajuda, em particular, na produção de hemoglobina, uma proteína presente nos glóbulos vermelhos. O ferro também contribui para a criação da mioglobina, uma proteína que fornece oxigênio aos músculos.

Nomes
Nomes em português: ferro, ferrum (em latim)
Nome científico (nome químico): Fe
Nome em inglês: iron

Em quais alimentos ele pode ser encontrado?
– Carne, fígado, gema de ovo, peixe, aves, vegetais de folhas verdes, feijões secos, spirulina, tomilho seco. Leia também: 7 classes de alimentos ricos em ferro.

Ferro heme – Ferro não heme
O ferro é absorvido pelo sistema digestivo e se apresenta em duas formas. O ferro heme, encontrado em carnes, peixes ou frutos do mar, é melhor absorvido. Já o ferro não heme, presente em vegetais e produtos lácteos, tem uma absorção menor.

Papel da ferritina
No corpo, o ferro é transportado e armazenado pela ferritina (uma proteína).

Dose diária recomendada
Dose diária recomendada (adulto), também chamada de IDR para ingestão diária recomendada:
– 8 mg para homens.
– cerca de 15 mg para mulheres não grávidas (há uma necessidade aumentada devido às perdas menstruais ou em caso de gravidez). Algumas fontes médicas falam de um consumo de 18 mg por dia de ferro em mulheres (antes da menopausa ou até os 50 anos) e 8 mg após a menopausa (a partir dos 51 anos)1.Para uma mulher grávida, a dose diária recomendada é de 27 mg. Para uma mulher que amamenta, a dose é de 9 a 10 mg.

Observação: 
É importante saber que o ferro proveniente da alimentação ou de suplementos alimentares é muito mal absorvido pelo corpo humano, apenas cerca de 10%. Por isso, é necessário consumir doses muito maiores do que a necessidade diária de ferro quando ingerido através de suplementos.

Indicações
Anemia ferropriva  (por deficiência de ferro), mulheres grávidas (necessidade aumentada de ferro), síndrome pré-menstrual (leia abaixo nas Observações), menstruações abundantes em mulheres, doenças que causam sangramentos como úlceras, câncer, síndrome das pernas inquietas, fadiga,

Efeitos / mecanismo de ação
– Permite o desenvolvimento e o bom funcionamento da hemoglobina (molécula dos glóbulos vermelhos que transporta oxigênio) e da mioglobina.

Problemas em caso de deficiência de ferro
– Anemia por deficiência de ferro (sintomas típicos: palidez, fadiga, problemas respiratórios), aftas, etc.

Problemas em caso de excesso de ferro (leia também em Contraindicações, abaixo)
– Problemas no fígado e no coração, hemocromatose (causada por uma absorção excessiva de ferro; sintoma típico: pele pálida, fadiga), diabetes tipo 2 se o ferro for consumido na forma de carne ou aves (leia também nas Observações).

Dose máxima de ferro: 
Nos Estados Unidos, o National Institutes of Health (NIH)2 indicam os seguintes aportes máximos de ferro:
– 40 mg : pessoas com 13 anos ou menos
– 45 mg : pessoas com 14 anos ou mais

Efeitos colaterais
Ao tomar ferro em suplementos alimentares ou medicamentos:
Distúrbios gastrointestinais: náuseas e vômitos, problemas gástricos, constipação e diarreia. Observação: comprimidos ou preparações de liberação prolongada ou a redução da dose de ferro podem ajudar a diminuir ou eliminar os distúrbios gastrointestinais. As fezes podem ficar escuras.
Ao receber ferro por injeção intravenosa, outros efeitos colaterais podem ocorrer. Leia a bula do medicamento.

Contraindicação
Nem todas as anemias são causadas por deficiência de ferro, hemocromatose, outras doenças que podem piorar com o ferro (ex. porfiria cutânea tardia).

Interações
O ferro pode interagir com vários medicamentos, formando quelatos insolúveis, como as quinolonas (antibióticos), as tetraciclinas (antibióticos), os antiácidos ou os bisfosfonatos. Esses quelatos insolúveis prejudicam a absorção adequada do ferro e desses medicamentos ou moléculas. Além disso, interações também parecem possíveis com a levodopa e a tiroxina.

Formas farmacêuticas
No Brasil, o ferro pode ser encontrado nas seguintes formas:
Por via oral:
À base de Fe2+:
– Cápsulas de 34 mg
– Comprimidos de liberação prolongada de 80 mg a 105 mg
– Drágeas de liberação prolongada de 80 mg a 105 mg
– Cápsulas de liberação prolongada de 80 mg a 105 mg
– Gotas de 10 mg/ml

À base de Fe3+:
– Comprimidos revestidos de 100 mg
– Comprimidos mastigáveis de 100 mg
– Gotas de 50 mg/ml
– Xarope de 10 mg/ml

Injeção:
À base de ferro com complexo polissacarídeo:
– Complexo de sacarato de 20 mg/ml
– Complexo de carboximaltose de 50 mg/ml

Observações e estudos sobre ferro

Absorção em jejum
As preparações (medicamentos) à base de ferro podem causar efeitos colaterais como prisão de ventre, diarreia ou até dores de estômago. Mesmo que o ferro seja melhor absorvido com o estômago vazio, é aconselhável, em caso de efeitos colaterais, tomar as preparações à base de ferro junto com as refeições.

Formas de ferro e formulações
– O ferro na sua forma Fe2+ é melhor absorvido do que na forma Fe3+ (também chamado ferro férrico). Mais informações também acima na seção Formas Farmacêuticas.
– Em certos casos, o paciente deverá tomar ferro na forma injetável (via intravenosa). Estes casos são geralmente reservados a pessoas com distúrbios de absorção de ferro ou outras doenças.

Informações úteis sobre o ferro
– Os problemas de anemia podem ser provenientes de uma alimentação pobre em ferro ou de um problema na absorção de ferro.
– O corpo humano é incapaz de sintetizar ferro, por isso é necessário um suprimento externo. O ferro desempenha um papel fundamental em certas moléculas, como a hemoglobina, responsável pelo transporte de oxigênio.
– O consumo simultâneo de alimentos ricos em vitamina C auxilia na melhor absorção do ferro dos alimentos, principalmente de origem vegetal.

Síndrome pré-menstrual (SPM) e ferro
Um estudo estadunidense publicado em fevereiro de 2013 no American Journal of Epidemiology mostrou que o consumo de ferro de fontes vegetais reduziu em um terço o risco de sofrer de síndrome pré-menstrual. Este estudo envolveu 3.000 mulheres e ocorreu durante 10 anos. O ferro de origem vegetal pode ser encontrado, por exemplo, em vegetais de folhas verdes, no feijão ou na espirulina (uma alga). O risco de desenvolver síndrome pré-menstrual caiu significativamente em mulheres que consumiam mais de 20 mg de ferro por dia. O risco mais baixo foi observado até mesmo em mulheres que tomavam mais de 50 mg de ferro por dia. No entanto, de acordo com a Sra. Bertone-Johnson que participou do estudo, a ingestão diária máxima recomendada para mulheres antes da menopausa é de 18 mg por dia. É importante não ultrapassar a dose diária de ferro para evitar efeitos colaterais, que às vezes são perigosos para a saúde. Segundo os pesquisadores, a ingestão de ferro (e outros minerais eficazes no tratamento da SPM, como magnésio, zinco ou cálcio) pode ser feita através da alimentação ou de suplementos alimentares. Como o estudo se concentrou no ferro de origem vegetal, também seria preferível consumir suplementos alimentares com ferro de origem vegetal (ferro não ligado ao heme, uma molécula que se encontra mais frequentemente no ferro de origem animal).

Carência de ferro
Nos Estados Unidos, estima-se que cerca de 10 milhões de americanos tenham deficiência de ferro, ou pouco menos de 3% da população (dados de 2017). Por outro lado, em 2020, a revista estadunidense Prevention estimou que cerca de 16 milhões de estadunidenses tinham excesso de ferro, o que também pode causar problemas de saúde (ex.: danos no fígado ou no coração).

Risco de diabetes
Um estudo realizado em 2017 pela Duke-NUS Medical School, em Singapura, mostrou que o consumo de carne e aves aumentava o risco de diabetes (tipo 2). O ferro, na sua forma heme, encontrado em quantidades significativas na carne e nas aves, explica em parte este risco aumentado de sofrer de diabetes. Este estudo foi publicado em 22 de agosto de 2017 no American Journal of Epidemiology.

Exame de sangue para o ferro – diagnóstico
É fácil medir a concentração de ferro no sangue com um simples exame de sangue. O seu médico poderá, portanto, verificar seu nível de ferro no organismo e, se estiver muito baixo, prescrever suplementos alimentares ou medicamentos à base de ferro, ou melhor ainda, incentivá-lo a consumir alimentos ricos em ferro.

Fontes (referências):
Prevention (revista estadunidense sobre saúde), American Journal of Epidemiology

Refrências e literatura:

“100 wichtige Medikamente” – Infomed (2020).

Redação:
Xavier Gruffat (farmacêutico)

Última atualização:
21.09.2024

Noz-de-cola

Resumo

A noz-de-cola ou cola é uma semente com propriedades estimulantes devido em grande parte à cafeína. As preparações de cola, vendidas em forma de cápsulas ou em bebidas (ex. Coca-Cola), são indicadas especialmente em casos de fadiga física ou mental.

Noz-de-cola

Nomes

Nome em português: noz-de-cola, cola, abajá, café-do-sudão, mukezu, obi.
Nome científico: Cola acuminata (Pal.) Schott & Endl, Cola nitida (Vent.) Schott & Endl.
Observação: Existem duas espécies de cola. A Cola nitida tem folhas mais estreitas e flores maiores do que a Cola acuminata 1.
Nome em inglês: Cola, Cola Nut Tree (nome da árvore)
Nome em alemão: Kola
Nome em italiano: cola
Nomes em francês: kola, cola, kolatier (nome da árvore), colatier (nome da árvore)

Família

Malvaceae (Malváceas). Observação: anteriormente, a noz-de-cola era classificada entre as Sterculiaceae.

Constituintes/Princípios ativos

– Alcaloides: cafeína (aproximadamente 1,5% a 3% do peso das sementes), teobromina
– Taninos e compostos fenólicos (ex. catequina, epicatequina, procianidinas)

Partes utilizadas

– Sementes ou nozes (Colae semen)

​Efeitos

Estimulante (efeito da cafeína), digestivo, tônico, adstringente.

Indicações (principalmente efeitos da cafeína, leia também em Observações)

Fadiga (física ou mental), dor de cabeça, enxaqueca, depressão

Efeitos colaterais

Os efeitos colaterais são, em nossa opinião, principalmente devido à cafeína, consulte em Café para a lista dos possíveis efeitos colaterais.

Contraindicação

Consulte em Café para a lista de possíveis contraindicações.

Interações

Consulte em Café para a lista de possíveis interações.

Nomes de preparações

No Brasil, a noz-de-cola é vendida principalmente na forma de pó ou tintura.

Preparações – Em qual forma? (formas farmacêuticas)

– Cápsulas de noz-de-cola

– Pó de noz-de-cola

– Tintura de noz-de-cola (baseada em extrato, por exemplo)

– Bebidas à base de noz-de-cola (ex. Coca-Cola e outras bebidas energéticas)

Onde cresce a noz-de-cola?

A noz-de-cola cresce principalmente na África e na América do Sul. A árvore da cola é originária da África Ocidental (Oeste da África). Pode atingir até 15 m 2.

Quando colher as sementes de noz-de-cola?

As sementes de noz-de-cola são colhidas quando atingem a maturidade.

​Observação

– A cola é uma planta interessante do ponto de vista histórico. De fato, é graças a esta planta (em conjunto com a coca) que a famosa Coca-Cola® nasceu (responsável pela palavra Cola de Coca-Cola®, a folha de coca sendo responsável pela primeira palavra). Um farmacêutico de Atlanta, John Pemberton, criou essa famosa bebida no final do século XIX. Ele procurava desenvolver uma bebida para combater a fadiga. A Coca-Cola® é hoje uma das marcas mais valiosas do mundo.

Eficiência científica: 
– Em uma edição especial de julho de 2020 da revista francesa Science & Vie sobre plantas medicinais, que estudou a eficácia de 77 plantas medicinais, a noz-de-cola foi considerada uma planta com eficácia comprovada como estimulante, para manter a vigília e concentração, bem como para aumentar o desempenho físico, devido ao seu teor de cafeína. Outras plantas ricas em cafeína, também com eficácia comprovada, segundo a revista Science & Vie, incluíam café, chá preto, chá verde, erva-mate e guaraná.

Redação:
Xavier Gruffat (farmacêutico)

Fontes & Referências:
Mayo Clinic, Literatura sobre plantas medicinais, Science & Vie

Créditos fotográficos:
Adobe Stock, Criasaude.com.br

Última atualização: 
21.11.2023

Foto noz-de-cola

Noz-de-cola

Pimenta-malagueta

Revisão clínica: Xavier Gruffat (farmacêutico)
Artigo atualizado em: 19.01.2024

Resumo

A pimenta malagueta, também chamada de pimenta caiena, é uma planta originária do continente americano que é utilizada externamente principalmente contra reumatismos e dores musculares. A pimenta malagueta é geralmente utilizada na forma de pomada, emplastro ou compressa.

Nomes

Nome em português: pimenta-malagueta, Pimente Cayenne, pimenta de caiena
Nome científico: Capsicum frutescens Capsicum annuum L. (anteriormente conhecido como Capsicum frutescens L.)
Nom inglês: Capsicum Frutescens
Nome francês: poivre de Cayenne, piment
Nome inglês: Cayenne pepper, Capsicum, Chilli pepper
Nome alemão: Cayenne-Pfeffer, Chili
Nome italiano: pepe di Cayennapeperoncino
Nome espanhol: chili, chile, pimiento, pimienta de Cayena

Família

Solanaceae (Solanáceas)
Observe que no mundo há mais de 1.500 variedades do género Capsicum.

Constituintes

– Capsaicinóides, incluindo a capsaicina (leia também em Observação, no final do artigo, para uma crítica ao uso da capsaicina). Nota: A capsaicina apresenta propriedades antioxidantes.
– Óleos essenciais
– Saponinas
– Pirazinas
Vitaminas C, A, E

Partes utilizadas

– Frutas maduras e secas (em latim: Capsici fructus acer) – às vezes utilizadas na forma de frutas frescas
– Sementes

Pimenta-malagueta Indicações

Efeitos da pimenta-malagueta

Uso externo:
Hiperemiante, anti-prurido.

Uso interno:
Estimulante das secreções gastro-intestinais.

Indicações da pimenta-malagueta

Uso externo (pomadas, tinturas, compressa quente, emplastro):
– Reumatismo: dor muscular sobretudo aguda, artrite, artrose, dor e tensão muscular
Dor nas costas
– Coceira
Herpes zóster
– Neuralgia
Obs.:
Para as pomadas: concentração em capsaicina de cerca de 0.01% a 0.025% .

pimenta-malagueta Interações

Atenção! Peça conselhos a um médico ou farmacêutico sobre a possibilidade da aplicação externa de medicamento à base de pimenta.

Efeito da capsaicina:

No uso externo, a capsaicina é absorvida pela pele e liga-se a receptores específicos que atuam reduzindo uma substância responsável pela transmissão de dor para o cérebro. Indiretamente, a capsaicina age como um analgésico.

Uso interno:
– Problemas gastrointestinais, doença de viajante (náuseas), diabetes

Efeitos secundários

Uso interno:
Diarreia, problemas gastrointestinais.

Uso externo:
Vermelhidão, alergias, irritação, queimaduras. Estes efeitos secundários geralmente aparecem durante as primeiras aplicações e, em seguida, diminuem ao longo do tempo. Se a vermelhidão e irritação persistirem, é aconselhável parar o tratamento à base de pimenta caiena.

Contra-indicações

Alergia à planta

Interações

Desconhecemos

Preparações à base de pimenta-malagueta

– Compressa à base de pimenta-malagueta

– Pomada de pimenta-malagueta (por exemplo, preparada por um farmacêutico)

– Emplastro de pimenta-malagueta

– Pó de pimenta-malagueta

– Infusão de pimenta-malagueta

Onde cresce a pimenta-malagueta?

A pimenta-malagueta cresce em regiões de clima quente, como o México e a América do Sul. É possível cultivá-la na Europa e na América do Norte (por exemplo, Quebec). Pode ser cultivada dentro de casa. Atualmente, os dois principais produtores de pimenta-malagueta (da espécie Capsicum annuum) são a Índia e a China.

Quando colher as pimentas (pimenta-malagueta)?

As pimentas são colhidas no verão, quando estão maduras. Uma vez colhidas, secá-las na sombra.

Observações

– A utilização da pomada à base de pimenta malagueta, muitas vezes preparada na farmácia mediante prescrição médica, pode ser eficaz em casos de reumatismo e principalmente em casos de dores nas costas, segundo estudo da Cochrane datado de 2014 (DOI: 10.1002/14651858 .CD004504.pub4). O estudo conclui que a pimenta malagueta (na época com o nome de espécie Capsicum frutescens, atualmente Capsicum annuum) reduz a dor mais do que um placebo.
Para preparar uma pomada com pimenta malagueta, a farmácia adiciona a pimenta malagueta na forma de pó ou óleo essencial à base de pomada. Esta planta também pode ser utilizada na forma de emplastros, adesivos ou loções oleosas.
A capsaicina, princípio ativo da pimenta caiena encontrada na fruta, é responsável pelo efeito analgésico no reumatismo. A duração recomendada do tratamento para reumatismo, como a artrite, é geralmente de 6 a 8 semanas.

– Um estudo publicado no final de 2009 pela Universidade de Ulsan na Coréia do Sul mostrou que o uso interno da pimenta-malagueta em pó tem um efeito positivo contra diabetes. É também a substância capsaicina que possui este efeito medicinal.

Pimenta e obesidade, ação sobre a sensação de saciedade
– Os pesquisadores do Centro de Nutrição e de Doenças Gastrointestinais da Universidade de Adelaide na Austrália, publicaram um estudo em agosto 2015 na revista Plos ONE sobre os efeitos da pimenta sobre a obesidade. Os cientistas australianos descobriram que uma alimentação rica em gorduras poderia perturbar receptores importantes localizados no estômago, que enviam um sinal de saciedade ao cérebro. Eles estudaram a ação de uma substância, a capsaicina, encontrada na pimenta (ex. na espécie Capsicum frutescens L.), sobre receptores chamados de TRPV1 localizados no estômago.
– Os cientistas observaram que o estômago se expande quando está repleto, o que ativa os sinais nervosos que informam o cérebro de que foi ingerida uma quantidade suficiente de alimento (saciedade). A ativação deste processo é feita através dos receptores TRPV1, que são principalmente ativados pela capsaicina, encontrada na pimenta. A inibição destes receptores ou a dessensibilização por alimentos gordos provoca um atraso no aparecimento da sensação de saciedade. Em seguida, a pessoa consome mais alimento, o que provoca um ganho de peso. A pimenta pode ser utilizada na perda de peso e pode conduzir à descoberta de novos medicamentos. É aconselhável comer pimenta todos os dias em casos de sobrepeso ou obesidade. [Fonte: Comunicado de imprensa da Universidade de Adelaide, agosto de 2015]

– No México, a pimenta é utilizada na medicina tradicional contra a dor de dente. No passado, os Maias utilizavam pimenta-malagueta para tratar infecções e os Astecas justamente contra dor de dente.

– A pimenta é uma especiaria nativa de regiões tropicais e subtropicais das Américas. A pimenta-malagueta foi descrita pela primeira vez pela equipe espanhola de Cristóvão Colombo em 1493 (século XV), nota-se que Cristóvão Colombo era italiano, mas trabalhava para a coroa espanhola. Os Portugueses, em seguida, introduziram o tempero na Índia e na África durante o século XVI. A pimenta-malagueta é amplamente utilizada em muitas culturas culinárias, como a culinária mexicana (em espanhol é chamada de chili ou chile, particularmente, chili com carne), indiana e italiana.

Criticas sobre a utilização da capsaicina
A revista francesa de referência Prescrire  publica periodicamente uma lista de medicamentos comercializados na França e na União Europeia, mas que devem ser evitados devido à relação risco-benefício não ser favorável. A capsaicina indicada contra dor neuropática, é uma molécula que pode ser encontrada na lista da Prescrire de 2017, não seria mais eficaz do que o placebo e poderia causar efeitos secundários tais como a dor severa ou queimaduras.

Fontes:
Prescrire

Fotos

Planta medicinal pimenta-malagueta