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Cremes dentais não resolvem sozinhos erosão dental e hipersensibilidade dos dentes

Mau hálitoSÃO PAULO / BERNA – Por conta do aumento da prevalência de problemas como erosão dental e hipersensibilidade dentinária, cremes dentais voltados para esses problemas ganharam o mercado. Se há 20 anos eles nem existiam, hoje há uma grande variedade de marcas, com diferentes atributos.

No entanto, em estudo feito na Universidade de Berna, na Suíça – do qual participou uma bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP -, nenhuma das nove pastas analisadas se mostrou capaz de diminuir um problema elementar à erosão e à hipersensibilidade dentinária: a perda de estrutura do esmalte.

“Estudos mostram que, para haver hipersensibilidade, é preciso que o paciente tenha a dentina exposta (túbulos abertos). E um dos fatores para a exposição da dentina é a erosão. Foi por isso que no nosso estudo analisamos pastas de dente que apresentam esses dois atributos (antierosivo e dessensibilizante) como diferencial”, disse Samira Helena João-Souza, doutoranda na Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo, no Brasil, e primeira autora do artigo.

De acordo com artigo publicado na Scientific Reports (DOI : 10.1038/s41598-017-18154-8), todas as pastas testadas causaram, inclusive, diferentes graus de perda de superfície do dente. Nenhuma delas foi capaz de proteger o esmalte da erosão e da abrasão dental.

Os autores do estudo ressaltam que esses tipos de pasta têm a sua função. Porém, devem ser usadas como um complemento e não como o tratamento em si. João-Souza afirma que é preciso haver a associação de, pelo menos, três fatores: o tratamento acompanhado por um dentista, o uso de pastas indicadas e a mudança no estilo de vida do paciente, principalmente nos hábitos alimentares.

“A erosão dental é multifatorial, tem relação com a escovação e, principalmente, com a alimentação, que está se tornando cada vez mais ácida em virtude, por exemplo, dos alimentos industrializados”, disse.

A erosão dental, ressalta a pesquisadora, é a perda de tecidos duros dentários causados por ácidos não bacterianos – ou seja, uma perda de estrutura dental não relacionada a bactérias, como é o caso da cárie. Quando associada a ações mecânicas, como a da escovação, resulta no desgaste erosivo. Nessas situações, é comum o paciente sentir incômodo ao beber ou comer algo gelado, quente ou doce.

“Ele ou ela chegam ao consultório achando que é cárie, mas se trata de uma exposição da dentina causada por escovação errada, com uma pasta de dente muito abrasiva, por exemplo, combinada a um alto e frequente consumo de bebida e alimentos ácidos”, disse a professora Ana Cecília Corrêa Aranha, orientadora de João-Souza e também autora do artigo.

“Nas clínicas, vemos pacientes com esse problema na região cervical do dente, entre a gengiva e o dente. O esmalte nessa área é mais fino e mais suscetível ao problema”, complementou.

Metodologia

Foram testadas oito pastas dessensibilizantes e/ou antierosivas e uma pasta controle – todas encontradas em farmácias do Brasil ou da Europa.

A pesquisa realizou uma simulação do efeito de uma escovação (uma vez ao dia) e da exposição de uma solução ácida no esmalte do dente durante ciclos de cinco dias consecutivos. O estudo usou dentes pré-molares humanos doados para testes científicos, saliva artificial e a escovação com as pastas analisadas.

“Utilizamos o teste de microdureza, para calcular a perda da estrutura do esmalte decorrente da escovação com as pastas testadas. Na análise química, foram medidos o pH e a concentração de cálcio, fosfato e flúor em cada uma das pastas”, disse João-Souza.

Na análise física, os pesquisadores pesaram e mediram o tamanho das partículas abrasivas contidas nas pastas. Também foi feito teste de “wetability”, ou quanto o preparado de pasta de dente misturado com saliva artificial consegue se espalhar na superfície do dente.

“Durante as escovações com as misturas das pastas com a saliva artificial notamos que as propriedades das pastas eram diferentes. Por isso, decidimos ampliar as análises, avaliando os fatores químicos e físicos das pastas e deixar o trabalho mais completo”, disse João-Souza.

Estatisticamente sem vencedores

De acordo com o estudo, o uso de todas as pastas analisadas apresentou perda de superfície progressiva do dente após os cinco ciclos de escovação. “Não há uma melhor e a indicação vai depender de cada caso. O teste mostrou que algumas tiveram menos perda de superfície do que outras, mas também não foi muito diferente da pasta controle. Estatisticamente, elas não diferiram, embora numericamente exista diferença”, disse Aranha.

“Agora, estamos fazendo outros trabalhos com dentina para pensar em possibilidades, pois o resultado mostrou algo preocupante: nenhuma das pastas foi capaz de prevenir erosão dental ou hipersensibilidade dentinária”, disse Aranha.

O grupo pretende iniciar um outro estudo, mais específico e in vivo, o que possibilitará também fazer a avaliação de dor.

14.03.2018. Fonte: press release. Reference: Scientific Reports (DOI : 10.1038/s41598-017-18154-8).

Ler: dor de dente

4 hábitos eficazes para perder do peso ou mantê-lo (estudo)

Sente-se por menos tempo para viver maisNOVA YORK  – Nos Estados Unidos 2 pesquisas, a National Weight Control Registry (NWCR) e a Global Healthy Weight Registry (GHWR), acompanham a evolução e examinam os dados de pessoas obesas ou com sobrepeso, as quais tenham logrado perder peso de forma considerável e duradoura, assim como de indivíduos que nunca apresentaram excesso de peso.  Esta forma de considerar o tratamento da obesidade e do sobrepeso, parcialmente baseada no conceito Big Data (número elevado de dados), é muito interessante para entendermos melhor e enfrentarmos este problema global. 

NWCR, pessoas que perderam muito peso
A NWCR conta atualmente com mais de 10.000 pessoas, das quais cerca de 80% de mulheres, que perderam ao menos 13,6 kg no transcorrer dos últimos 12 meses, sem voltar a ganhar estes quilos perdidos. Os participantes são convidados a preencherem regularmente um formulário, com perguntas com respeito ao seu peso atual, à sua alimentação, à prática de atividades físicas, bem como sobre eventuais métodos utilizados para perder peso.  Este banco de dados de referência, levando principalmente em conta a população americana, data do ano de 1994.

GHWR, pessoas que jamais tiveram problemas de peso
Por sua vez, a GHWR inclui pessoas que sempre conseguiram se manter em padrões normais, ou seja, indivíduos que jamais sofreram com sobrepeso ou obesidade. Este banco de dados é orientado com maior ênfase para a prevenção, comparativamente aos métodos disponíveis para se perder peso, tais como é o caso da NWCR. De acordo com os cientistas que criaram o GHWR, os 2 bancos de dados se completam.  A GHWR, de abrangência internacional, é bem mais recente que a NWCR.

Quatro hábitos para emagrecer ou permanecer no peso parecem derivar destes 2 bancos de dados.

Laranja1. A maioria das pessoas toma café da manhã. Quer seja no banco de dados da NWCR ou da GHWR, mais de 80% dos participantes tomam café da manhã. Apesar de algumas pesquisas contraditórias, numerosos estudos mostraram que fazer esta primeira refeição do dia era importante para perder ou manter o peso. No banco de dados da GHWR, ou seja, das pessoas sem sobrepeso ou obesidade, 51% consomem frutas e legumes no café da manhã.
Um estudo americano voltado para mulheres com idade entre 18 e 55 anos (na pré-menopausa), apresentado em um congresso sobre a obesidade, realizado em novembro de 2013 na cidade de Atlanta (Estados Unidos), mostrou que comer alimentos ricos em proteínas, tais como ovos, no café da manhã, diminui a sensação de fome durante o restante do dia.

bmi-une2. Eles se pesam com frequência. No banco de dados da NWCR, 75% dos participantes se pesam no mínimo uma vez por semana. O ato de se pesar permite corrigir rapidamente eventuais hábitos ruins. Por exemplo, se em uma semana você constatar ganho significativo de peso, tente “rebobinar o filme” dos 7 últimos dias, lembrando-se do que foi ingerido, se foram ou não praticadas atividades físicas, se as horas normais de sono foram cumpridas (um sono desregrado pode favorecer o ganho de peso), etc. Na semana subsequente, assim você poderá mudar os seus hábitos para perder peso ou ao menos mantê-lo.
Um estudo clínico mostrou que aqueles que se pesam ao menos 5 vezes por semana perdem mais peso que aqueles que se pesam com menor frequência.
Aparentemente, este conselho é particularmente precioso para as pessoas com sobrepeso ou obesas.

3. Eles praticam atividades físicas com regularidade. Isso não causa surpresa, juntamente com a alimentação, estes são com frequência os 2 principais métodos recomendados pelos especialistas para se perder peso. Muito embora pesquisas recentes tenham mostrado que a alimentação era mais importante que a prática de exercícios físicos na luta contra o sobrepeso e a obesidade, os participantes dos 2 bancos de dados (NWCR e GHWR) fazem bastante atividade física. Aproximadamente 90% dos participantes da NWCR, relembrando, pessoas que perderam mais de 13,6 kg em período de mais de 12 meses sem voltar a engordar, fazem cerca de 60 minutos de exercícios quase todos os dias da semana. Na GHWR, em torno de 42% dos participantes fazem exercício físico ao menos 5 dias por semana.

10 alimentos para turbinar a imunidade4. Eles não seguem qualquer dieta específica, mas se alimentam de forma sadia. No banco de dados da GHWR, 74% dos participantes afirmam não seguirem ou raramente seguirem qualquer dieta particular e 48% declararam jamais seguirem. Em contrapartida, eles escolham os alimentos com atenção, especialmente frutas, legumes ou cereais. Por exemplo, 35% comem diariamente salada na hora do almoço. Eles também comem na maioria das vezes em sua própria casa, ou seja, eles evitam comer com exagerada frequência em restaurantes. Ainda segundo o banco de dados da GHWR, 37% afirmam jamais beberem refrigerantes ou bebidas doces e 33% não bebem álcool.
Mas atenção, 98% dos participantes do banco de dados da NWCR reduziram o número de alimentos ingeridos. Se você estiver com sobrepeso ou for uma pessoa obesa, alterar a sua alimentação parece ser algo fundamental para perder peso de modo significativo.

Dica: contudo, se você quiser escolher um regime para ter certa estruturação da dieta, especialmente no tocante à escolha das receitas, nós lhe aconselhamos a dieta mediterrânea. Provavelmente, uma das melhores dietas da atualidade, tal como mostraram vários estudos científicos.

Suplementarmente
Os participantes da NWCR também assistem menos televisão que a média dos americanos, o que lhes proporciona mais tempo para se exercitarem fisicamente todos os dias (ou quase).

Update: 14.03.2018. Por Xavier Gruffat (farmacêutico). Fontes: www.nwcr.wswww.healthyweightregistry.orgWebmd.com, Wikipedia.org (em inglês). Fotos: Fotolia.com

Ler: Dicas para perder barriga

Uma dieta saudável pode não compensar a alta ingestão de sal

Água salgada usoLONDRES – Uma dieta saudável, por exemplo, rica em frutas e vegetais, não compensa os efeitos da alta ingestão de sal em relação à pressão arterial alta (hipertensão arterial), de acordo com um estudo.

Para chegar a essas conclusões, pesquisadores internacionais, incluindo a prestigiada instituição de inglês Imperial College London, analisaram as dietas de mais de 4.000 pessoas. Os cientistas chegaram à conclusão de que não era possível enganar em relação à ingestão de sal, ou seja, todo o sal ingerido durante o dia não poderia ser compensado por uma dieta saudável (por exemplo, rico em frutas e vegetais).

No Reino Unido, o limite superior recomendado por dia de sal é de 6 g, cerca de uma colher de chá. Entre os participantes que vieram dos Estados Unidos, Reino Unido, Japão e China, o sal médio consumido por dia foi de 10,7 g. No Reino Unido, o consumo diário de sal foi de 8,5 g, nos Estados Unidos 9,6 g, China 13,4 g e Japão 11,7 g. Um aumento na ingestão de sal acima dessa quantidade média foi associado ao aumento da pressão arterial. Por exemplo, um aumento de 7 g (1,2 colheres de chá) na ingestão de sal por dia acima da ingestão média foi associado a um aumento da pressão arterial sistólica de 3,7 mmHg.

A Dr. Queenie Chan, principal autor da pesquisa no Imperial College London, disse em um comunicado divulgado em 5 de março de 2018 que este estudo mostra a importância de reduzir a ingestão de sal. Dr. Chan diz: “Atualmente, temos uma epidemia global de nível de pressão arterial elevada. Este estudo mostra que não há truques possíveis quando se trata de baixar a pressão sanguínea. Uma dieta baixa em sal é essencial – mesmo que sua dieta seja saudável e equilibrada. “. Ela conclui: “Como grande parte do sal em nossa dieta provém de alimentos processados, pedimos aos fabricantes de alimentos que tomem medidas para reduzir o sal em seus produtos. ”

Este estudo foi publicado na edição de março de 2018 da revista científica Hypertension (DOI: 10.1161 / HYPERTENSIONAHA.117.09928).

6 de março de 2018. Por Xavier Gruffat (farmacêutico). Fontes: comunicado de imprensa do estudo. Referência: Hipertensão (DOI: 10.1161 / HYPERTENSIONAHA.117.09928).

Vírus da febre amarela é detectado em urina e sêmen quase um mês após a infecção

A presença do vírus da febre amarela em amostras de urina e de sêmen de um paciente que sobreviveu à doença foi detectada quase um mês após ele ter sido infectado. A descoberta foi feita por pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP), no Brasil, em colaboração com colegas dos institutos Butantan, de Infectologia Emílio Ribas e da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

A constatação, feita no âmbito de projetos realizados com apoio da FAPESP, foi descrita em um artigo publicado na revista Emerging Infectious Diseases, do Centers for Disease Control and Prevention (CDC), agência de proteção à saúde do governo dos Estados Unidos.

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Os pesquisadores acompanharam um paciente de 65 anos natural de São Paulo e que não entrou na fase tóxica da doença. Detectaram a presença de RNA (material genético) do vírus em quantidade significativa em amostras de urina e do sêmen 15 e 25 dias após o surgimento dos sintomas iniciais de febre amarela.

“Em um trabalho feito em colaboração com o grupo do professor Edison Durigon [do ICB-USP], já tínhamos identificado a presença dos vírus da dengue e de Zika na urina de pacientes infectados e, no caso do Zika, também no sêmen. Por isso, decidiu-se verificar se isso também ocorria com o vírus da febre amarela”, disse Paolo Zanotto , professor do ICB-USP e um dos autores do estudo.

“Essa detecção é bastante preocupante porque sugere, primeiramente, que o período de contágio do vírus da febre amarela pode ser mais extenso do que o esperado em uma infecção aguda [com duração de, no máximo, 10 dias]”, complementou o pesquisador.

Transmissibilidade da febre amarela: novos horizontes

Segundo o conceito atual, o período de transmissibilidade da febre amarela inicia-se entre 24 horas e 48 horas antes do aparecimento dos primeiros sintomas e vai até três a sete dias após o início da manifestação da doença. Na maioria dos casos, os sintomas desaparecem após três ou quatro dias.

Um baixo percentual de pessoas infectadas entra em uma segunda fase mais tóxica no espaço de 24 horas após a recuperação dos sintomas iniciais, e metade delas morre em um período de sete a 10 dias.

“Essa descoberta, agora, sugere que o vírus da febre amarela também é um arbovírus [vírus transmitidos por vetores artrópodes hematófagos, que têm como hospedeiros animais vertebrados, como macacos e o homem] com capacidade de ser excretado pelo sistema urinário”, disse.

Os pesquisadores ainda não sabem quais podem ser as implicações da presença do vírus da febre amarela em amostras de urina e sêmen, além de com que frequência e por quanto tempo ele persiste nesses materiais biológicos, uma vez que analisaram um único paciente.

No caso do Zika, estudos anteriores, conduzidos em colaboração pelos grupos de Durigon e de Zanotto, mostraram que o vírus permanece no sêmen de pacientes durante meses e, depois, começa a decair lentamente. Além disso, também se confirmou que o vírus pode ser transmitido sexualmente.

“Ainda não temos uma boa amostragem para determinar por quanto tempo o vírus da febre amarela pode ser detectado na urina e no sêmen. Mas nossa estimativa, feita com base no acompanhamento do paciente que avaliamos durante um período de 21 dias após a observação dos sintomas iniciais da doença, é de que o vírus pode ser detectado nesses materiais biológicos pelo menos quase um mês após a infecção”, disse Zanotto.

Melhoria do diagnóstico

O genoma do vírus isolado da amostra de urina do paciente foi sequenciado. A análise do sequenciamento apontou que o vírus se agrupou a genótipos isolados na América do Sul, incluindo dois isolados em 2017 no Espírito Santo.

Na avaliação dos pesquisadores, os testes da presença do vírus da febre amarela, principalmente em amostras de urina de pacientes com suspeita de terem sido infectados, podem facilitar e melhorar o diagnóstico da doença.

Hoje, a confirmação clínica da infecção por febre amarela na fase precoce é baseada na detecção de RNA do vírus no sangue por sorologia, pela técnica de PCR de transcrição reversa (RT-PCR) ou pelo ensaio de imunoabsorção enzimática (ELISA, na sigla em inglês) – um teste que permite a detecção no plasma sanguíneo de anticorpos específicos, como a imunoglobulina M (IgM), que o organismo produz quando entra em contato com algum tipo de microrganismo invasor.

Esses testes são realizados geralmente quando pacientes com suspeita de terem sido infectados chegam aos hospitais. Mais de 50% dos infectados pelo vírus da febre amarela, porém, não apresentam sintomas da doença, como febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça e muscular, além de náuseas e vômitos.

“As pessoas que têm sido hospitalizadas são as que apresentam os sintomas da doença. Esses casos graves representam apenas a ponta do iceberg do problema da infecção por febre amarela no país, uma vez que grande parte dos infectados é assintomática”, disse Zanotto.

Eventualmente, a detecção do vírus por amostras de urina pode facilitar e agilizar o diagnóstico desses pacientes assintomáticos, principalmente em locais onde foram registradas mortes por febre amarela, indicaram os pesquisadores.

Os testes de diagnóstico de febre amarela em urina e sêmen também podem contribuir para reduzir os resultados falso-negativos e fortalecer a confiabilidade dos dados epidemiológicos durante surtos da doença, como o que ocorre atualmente nos estados de São Paulo e Minas Gerais, apontaram os pesquisadores.

“A detecção de vírus em amostras de urina já tem sido utilizada para confirmar infecções por outros flavivírus, como o vírus do Nilo Ocidental, o vírus Zika e o da dengue. No caso do vírus da dengue, esse método ainda não deve se tornar padrão, porque até agora não sabemos certamente quantas pessoas infectadas, de fato, apresentam o vírus na urina. Mas isso precisa ser estudado”, apontou.

Por não ser invasiva, como o diagnóstico sanguíneo, a detecção do vírus da febre amarela na urina tem se mostrado útil e já está sendo integrada na rotina de vários grupos de pesquisadores envolvidos no estudo do surto atual da doença em São Paulo, segundo Zanotto.

Transmissão urbana

Os pesquisadores do ICB-USP, em colaboração com o professor Amaro Nunes Duarte Neto e vários outros pesquisadores do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina da USP – liderados pelo professor Paulo Saldiva – estão verificando a presença do vírus da febre amarela em material de necrópsias, como diversos tecidos celulares, de pacientes diagnosticados com febre amarela que entraram na fase tóxica da doença.

As análises preliminares desses materiais indicam a presença do vírus em quantidades significativas em diferentes órgãos, inclusive no cérebro.

“Estamos encontrando o vírus praticamente em todas as amostras geradas pelo professor Duarte Neto de órgãos desses pacientes infectados que não resistiram à doença. Vários testes de identificação viral em órgãos estão sendo replicados no Instituto Adolfo Lutz, no Departamento de Gastroentrologia da Faculdade de Medicina da USP e no ICB para que se tenha maior confiança nos resultados” contou Zanotto.

Com financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), os pesquisadores do ICB-USP estão sequenciando e tentando isolar o vírus para estudar in vitro a variabilidade viral nos diferentes tecidos e analisar o que eventuais diferenças possam significar em termos de comportamento e capacidade de infecção em células humanas e vetores.

“Em colaboração com o grupo do professor João Renato Rebello Pinho, do Departamento de Gastroenterologia da Faculdade de Medicina da USP, estamos comparando a diversidade viral entre pacientes que vieram a óbito e os que se recuperaram”, disse Zanotto.

“Devido, inclusive, a observações feitas pelos pesquisadores do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina da USP, precisamos verificar se o vírus que circula em São Paulo é o mesmo ou é uma variante do que identificamos na urina e no sêmen do paciente que estudamos e que sobreviveu à doença, que é um vírus que causou um surto em Minas Gerais, veio para São Paulo e que agora está em volta da cidade”, disse Zanotto.

Os pesquisadores planejam iniciar pesquisas de campo, junto com equipes de outras unidades da USP, os grupos do pesquisador Renato de Souza, da Unidade de Arbovirologia do Instituto Lutz, e da pesquisadora Margareth Capurro, do Departamento de Parasitologia do ICB-USP, com o objetivo de verificar se tem ocorrido a transmissão urbana do vírus da febre amarela – por meio do mosquito Aedes aegypti – em São Paulo.

“Apesar da situação que temos vivido, com um grande número de casos de infecção na capital, ainda não temos evidência concreta e inequívoca de que tem ocorrido transmissão urbana da doença”, disse Zanotto. “Essa é uma informação crucial para poder avaliar possíveis estratégias de resposta ao vírus, inclusive estratégias de vacinação. Tentaremos obter essas respostas nas próximas semanas.”

01.03.2018. Fonte: press release (ver link). Fotos: Criasaude.com.br, Fotolia.com

Devemos realizar um check-up anual?

OuvidoriaNOVA YORKUma verificação anual no médico, o famoso check-up ou exame de saúde, é frequentemente recomendado pelos médicos, mas a situação pode mudar, pelo menos na sua frequência. Um grande estudo publicado em 2012 demonstrou que um check-up anual não reduz o risco de doenças nem a mortalidade. Para alguns, é simplesmente um desperdício de dinheiro que pode até ser perigoso em alguns casos, com o aparecimento de falsos positivos, ou seja, a realização de testes e tratamento desnecessários. Outros são mais conservadores e acreditam que este é um elemento essencial na prevenção, permitindo uma discussão saudável entre médico e paciente. Apresentamos uma visão geral deste tema controverso.

Do que estamos falando?

Devemos realizar um check-up anual?O check-up anual foi inventado na década de 1920 sem ter bases científicas. Embora possam existir diferenças de uma região ou país para outro, geralmente um check-up anual é baseado em uma conversa entre o médico e o paciente sobre vários problemas de saúde, história médica (anamnese) e exames físicos, tais como medição de pressão sanguínea, realização (muitas vezes terceirizada) e análise de exames de sangue, auscultação do coração e dos pulmões com um estetoscópio, um exame da pele olhando particularmente pintas suspeitas que possam ser um sinal de melanoma, palpação da glândula tiroide, etc.
Este exame tem muitas vezes uma função de triagem médica, isto é, o clínico geral ou médico da família realiza o check-up ao lado de um especialista, se necessário. Nos Estados Unidos, cerca de 2 terços dos americanos fazem um check-up anual, de acordo com uma pesquisa realizada em 2014 com 1.500 pessoas pela Kaiser Family Foundation.

O famoso estudo da Cochrane critica o check-up

Uma meta-análise da Cochrane, isto é, um “estudo dos estudos” publicados sobre um tema, lançado em 2012 mostrou que o check-up anual não reduz o risco de doença ou morte. A Cochrane é uma organização independente sem fins lucrativos que reúne mais de 37.000 voluntários que trabalham com medicina baseada em evidências, renomada pela sua seriedade e independência.

A medicina paternalista, uma visão radical

Entrevistado no final de 2015 pela Tech Nation na rádio NPR (Rádio Pública Americana), o professor americano de genética e cardiologista Dr. Erico Topel disse que os Estados Unidos têm a cada ano mais de 12 milhões de erros graves de diagnóstico. Uma razão é justamente o check-up anual que é muito geral e impreciso. O médico faz campanha para uma medicina personalizada, orientada e baseada em evidências. Ele considera que o check-up como uma medicina paternalista e ultrapassada, que muitas vezes faz mais mal do que bem, pois realiza exames muitas vezes inúteis e perigosos para o paciente.

Em favor do check-up

Em um artigo publicado em 19 de janeiro de 2016 no The Wall Street Journal, o maior jornal dos Estados Unidos em termos de circulação, o Dr. Himmelstein comentando sobre o trabalho da Cochrane disse que os pesquisadores não levaram em conta que os idosos e os doentes eram na maioria europeus. Em outras palavras, nos EUA os resultados podem ser diferentes. O Dr. Himmelstein é um médico de Nova York especialista no assunto e que publicou um editorial em favor de check-up anual com início em Janeiro de 2016, no periódico médico especializado Annuals of Internal Medicine.

Resumindo, fazer ou não um check-up anual?

Dependendo da situação atual, que é complexa de avaliar, acreditamos que é aconselhável continuar a realizar um check-up anual. No entanto, se você é um adulto saudável com idade inferior a 40 anos, provavelmente você pode fazer com uma frequência menor, a cada 2 a 3 anos se você não sentir quaisquer sintomas. Pergunte ao seu médico uma opinião sobre este assunto controverso.

Update 27.02.2018. Texto escrito por Xavier Gruffat (farmacêutico, MBA). Fontes: The Wall Street Journal, NPR (rádio pública americana). Fotos: Fotolia.com

Câncer de pâncreas, uma entrevista com uma especialista mundial do assunto sobre este câncer imponente

photo-prof-simeone-2017-credit-photo-nyu-langone-healthNOVA YORKO câncer de pâncreas é um dos cânceres mais letal, nos Estados Unidos a taxa de sobrevivência de 5 anos aumentou ligeiramente nos últimos anos para 9%. Mas permanecemos muito longe dos 99% da taxa de sobrevivência de 5 anos do câncer de próstata ainda nos Estados Unidos. As projeções citadas pela NYU Langone Health estimam que o câncer de pâncreas será o segundo câncer que causará a maioria das mortes em 2020 nos Estados Unidos, porque outros cânceres mais comuns, como câncer de próstata ou câncer de mama sempre serão melhores tratados. Atualmente, o câncer de pâncreas causa mais mortes do que o câncer de mama nos Estados Unidos. Para nos ajudar a avaliar este câncer, o Criasaude.com.br teve a chance de entrevistar um especialista mundial desta doença, a Profa. Diane M. Simeone (foto), MD, que trabalha em uma instituição médica na região de Nova York, a NYU Langone Health. Ela é professora de cirurgia e chefe de um centro especializado em câncer, o Pancreatic Cancer Center, instituição filiada ao NYU Perlmutter Cancer Center do NYU Langone Health.

Por que esse câncer é tão perigoso?

Definição Câncer de pâncreasCientistas como a Profa. Simeone observam que as células cancerígenas do pâncreas crescem extremamente rápido, ao contrário, por exemplo, das células tumorais da próstata em homens que crescem muito lentamente. As células tumorais do pâncreas também têm a capacidade de se separar no início do desenvolvimento da doença, espalhar-se para outros órgãos (por exemplo, o fígado) e formar metástases. Outro aspecto é que as células tumorais do pâncreas formam uma tecido de cicatrização (scar tissue em inglês) que parece servir de barreira à entrada de agentes terapêuticos. Outros fatores também tornam o tratamento deste câncer particularmente complexo, como um tumor que parece escapar do sistema imunológico, bem como tratamentos de quimioterapia ou de radiação.

Detecção tardia

Muitas vezes, a detecção muito tardia desse câncer é uma razão importante para a alta taxa de mortalidade. No momento da descoberta o câncer muitas vezes já se desenvolveu em outros órgãos, como o fígado, em forma de metástases. É importante notar que a doença raramente causa sintomas antes de um estágio já bastante avançado. Em 2015, um estudo britânico lembrou que em mais de 80% dos pacientes este câncer já tinha se tornado generalizado no momento do diagnóstico. Os principais sintomas do câncer de pâncreas podem ser perda de peso, fadiga, dor abdominal ou falta de apetite.

Biópsia líquida

Uma área de pesquisa preferida pelos pesquisadores por permitir o diagnóstico precoce é a realização de biópsia líquida. Uma equipe liderada pelo Dr. Ken Zaret da Universidade da Pensilvânia e pela Dra. Gloria Peterson da Mayo Clinic, duas instituições americanas de referência, identificaram 2 proteínas-chave que aparecem no sangue na fase inicial do desenvolvimento do câncer. . Este estudo foi publicado em 12 de julho de 2017 na revista científica Science Translational Medicine (DOI: 10.1126 / scitranslmed.aah5583). Se tudo correr de acordo com o plano, este teste poderá estar disponível dentro de alguns anos e disponibilizado para pessoas com alto risco de sofrer a doença (por exemplo, casos na família). A Profa. Simeone contou ao Criasaude que os testes de diagnóstico por biópsia líquida podem estar disponíveis no mercado para a população em geral em cerca de 5 anos (2022-2023).

Cirurgia

Apenas cerca de 20% dos pacientes têm um tumor no pâncreas que pode ser removido por cirurgia, de acordo com a Profa. Simeone que falou em uma entrevista sobre o assunto em 2017 na revista da NYU Langone Health. No entanto, entre estes 20% o câncer reaparece em cerca de 75% dos casos e a taxa de sobrevivência de 5 anos para esses pacientes é de 25%. No entanto, a cirurgia é atualmente a melhor opção terapêutica e é especialmente possível para a detecção precoce de câncer de pâncreas. Em outras palavras e como observado pela Profa. Simeone em uma entrevista para o Criasaude, para a maioria dos pacientes, uma ressecção cirúrgica do tumor não é possível devido a um diagnóstico tardio. A chegada de novas tecnologias, como testes de biópsia líquida, pode aumentar o número de pacientes submetidos a tratamento cirúrgico e aumentar a taxa de sobrevivência de 5 anos.

Brasil

Finalmente, a Profa. Simeone especifica ao Criasaude.com.br que a atual taxa de sobrevivência de 9% dos Estados Unidos pode ser diferente em países emergentes como o Brasil. O objetivo é melhorar a qualidade dos cuidados a nível mundial, especialmente nos países emergentes e de baixa renda. O centro especializado em câncer de pâncreas do NYU Langone Health (Pancreatic Cancer Center at NYU Langone Health) em Nova York tratamenta pacientes do mundo inteiro, incluindo brasileiros.

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12.12.2017. Por Xavier Gruffat (farmacêutico). Fontes: entrevista realizada por e-mail em inglês pelo Criasaude.com.br/Creapharma.ch (Xavier Gruffat) em novembro de 2017 com a Profa. Diane M. Simeone da NYU Langone Health e o serviço de comunicação da Instituição, revista da NYU Langone Health (edição autonoma, Fall Edition em inglês), CBSNews.com, University of Pennsylvania (Penn Medicine), Science Translational Medicine (DOI: 10.1126 / scitranslmed.aah5583), Prevention (revista de saúde americana).
Créditos fotográficos: divulgação (fotografia  Profa. Simeone e do hospital) – créditos da NYU Langone Health, Fotolia.com

10 dicas para evitar as doenças mais comuns do verão

SÃO PAULO O verão é uma estação deliciosa na qual as pessoas se juntam com amigos e familiares para comemorar, viajar e irem à praia. Mas é nessa época que muitas doenças indesejáveis acontecem, grande parte decorrente das atividades ao ar livre praticadas com pouco cuidado. Leias as nossas dicas para evitar as doenças mais típicas do verão e aproveitar o máximo dessa estação.

1. Não coma tudo o que vê pela frente. Isso principalmente se aplica às comidas vendidas na praia. A grande maioria delas não está adequadamente conservada, de forma que a proliferação de bactérias é grande e rápida. Comer alimentos sem saber a procedência pode levar a diarreias, disenterias e problemas intestinais. Procure restaurantes ou lanchonetes que você conhece bem.
ATENÇÃO: além das doenças citadas, o consumo de comidas contaminadas pode causar hepatite A.

2. Beba bastante água. O verão é uma estação muito quente e a desidratação é muito frequente. As pessoas ficam horas debaixo do sol e se esquecem de se hidratar. Beba, pelo menos, 3 litros de água por dia. Evite bebidas adoçadas como refrigerantes ou sucos de frutas.

Protetor solar ganha novas regras3. Evite longas exposições ao sol. A insolação talvez seja um dos problemas mais frequentes do verão. Muitas pessoas passam horas tentando pegar um bom bronzeado, mas se esquecem que o sol, além de bronzear, também queima. Evite longas exposições ao sol, mesmo com o uso de protetores solares de alto fator de proteção. Tome sol nos horários indicados e evite o mormaço. Para mais dicas de como ter um bronzeado perfeito no verão, leia nossa página.
ATENÇÃO: proteja também os olhos com óculos solares com proteção contra raios UVA e UVB.

4. Cuidado com a qualidade das praias. Muitas delas não são próprias para banho devido à grande poluição das águas. Nadar nesses locais pode trazer diversas doenças, como problemas gastrintestinais (diarreia, disenteria), doenças de pele (micose de pele, brotoejas), problemas nos olhos (conjuntivite), no cabelo (seborreia, caspa), etc. Sempre cheque o nível de poluição da praia ao planejar sua viagem.
ATENÇÃO: evite, inclusive, ficar na areia, pois elas também são contaminadas.

5. Cuidado com os animais marinhos. O número de queimaduras por águas-vivas e outros cnidários aumenta muito no verão. Algumas delas podem ser muito graves e por em risco a vida das pessoas. Cheque se a praia que você vai não é local de reprodução de animais marinhos. Caso você tenha uma queimadura leve por água-viva, leia como tratar com nosso remédio caseiro.

10 dicas para evitar as doenças mais comuns do verão6. Cuidado com afogamentos. Esse é um problema particularmente grave, pois os casos de afogamento são fatais. Evite praias cujo mar seja bravio ou piscinas muito fundas. Sempre cheque se há salva-vidas por perto e instrua as crianças a tomarem cuidado.
ATENÇÃO: evite nadar ou entrar no mar depois de beber. O álcool altera os sentidos e aumenta o risco de afogamentos.

7. Evite esportes radicais se você não tem prática. Praticar uma atividade física sem conhecimento pode levar a diversos problemas, desde leves fraturas, entorses e contusões até traumas graves que podem levar à paralisia e morte. Sempre pratique atividades com equipamentos adequados e instrutores devidamente treinados.

8. Evite acidentes de trânsito. Nas férias, é comum as pessoas beberem e dirigirem. O número de acidentes aumenta drasticamente durante os feriados. A melhor coisa a se fazer é não dirigir se beber.
ATENÇÃO: pedestres também devem tomar cuidados e sempre respeitar as leis de transito, como atravessar nas faixas de pedestre no sinal favorável.

9. Cuidado com a dengue, zika e chiungunya. Além do calor, o verão é uma estação muito úmida, com muita chuva. A dengue se reproduz em locais de água limpa e parada. Evite a dengue tomando cuidado para que a água não se estagne por muito tempo. Para dicas de como evitar essa doença, leia nosso site sobre dengue.

Entenda melhor o que é a febre chikungunya, de acordo com os estudos mais recentes

10. Evite a micose. A pele úmida é o habitat ideal para a proliferação do fungo causador das micoses de praia. Seque-se bem após o banho e sempre tome banho caso transpire em excesso. E mais uma vez: evite nadar em praias poluídas ou piscinas públicas. Estes são os principais locais onde as pessoas se contaminam.
ATENÇÃO: suor e umidade retidos no corpo podem causar outras doenças de pele, como as brotoejas.

Aproveite o máximo do verão com saúde seguindo essas dicas.

Update: 23.12.2017

8 doenças comuns da primavera

SÃO PAULO – Estamos agora na primavera, uma das épocas mais bonitas do ano. Com a mudança de temperatura, muitas doenças começam a surgir, algumas relacionadas com o clima e outras com o desabrochar e polinização das flores. Leia nossas dicas para curtir a primavera com muito mais saúde e disposição.

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1. Conjuntivite. Com o desabrochar das flores, o pólen começa a se dispersar no ar e pode causar irritações nos olhos, resultando em casos de conjuntivite. O melhor a se fazer é manter os olhos sempre limpos e lubrificados e lavar eventualmente com soro fisiológico.

8 doenças comuns da primavera2. Rinite alérgica. Assim como na conjuntivite, o pólen pode irritar as vias aéreas causando rinite alérgica. A febre do feno é um outro nome dado à essa rinite causada pelo pólen das plantas. Além disso, a mudança climática propicia irritações nas mucosas nasais e da garganta. Beba muito líquido, como água e sucos de frutas naturais.

3. Catapora. Também conhecida como varicela, a catapora se prolifera com o aumento da temperatura. Na primavera é quando o vírus começa a se multiplicar e as infecções ficam muito mais frequentes. Vacine-se contra a catapora, sobretudo as crianças pequenas.

4. Leptospirose. Com o aumento da temperatura, aumenta-se a frequência das chuvas em muitas regiões do país, e a proliferação da leptospirose, uma doença transmitida por águas contaminadas, aumenta. A melhor medida a se tomar é evitar andar descalço na água da chuva, assim como evitar qualquer contato com água supostamente contaminada.

8 doenças comuns da primavera5. Dengue. Embora a doença atinja prevalência máxima no verão, durante a primavera os primeiros casos começam a surgir, sobretudo nas regiões mais chuvosas do país. Para evitar a transmissão da dengue, não deixe água limpa parada após as chuvas em pneus, vasos ou qualquer outro tipo de reservatório.

6. Sarampo. Assim como a catapora (varicela), os casos de sarampo começam a aumentar com a elevação da temperatura. As crianças pequenas são as mais suscetíveis. A melhor medida a se tomar é a vacinação.

7. Rubéola. A rubéola é uma doença viral extremamente grave para gestantes. Com o aumento da temperatura, o vírus se multiplica mais facilmente. Vacine-se contra a rubéola, com especial atenção para mulheres grávidas e crianças pequenas.

causas das alergias8. Alergias. As alergias podem se manifestar de diversas formas, como coceiras na pele, nariz pingando e olhos vermelhos. Casos graves envolvem fechamento da garganta e até parada respiratória. Com o aumento da polinização e dos insetos, as crises de alergia tornam-se muito mais comuns na primavera. Embora as alergias sejam, no geral, difíceis de serem antecipadas, o tratamento imediato evita a progressão dos sintomas e mais incômodos. Se você começou com algum sintoma de alergia, não hesite em tomar as medicações antialérgicas para evitar aborrecimentos.

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Fotos: Criasaude.com.br – Fotolia.com

11 alimentos contra a depressão

10 alimentos contra a depressãoA depressão é uma doença psiquiátrica que tem vários sintomas, sendo os mais comuns abatimento ou tristeza constantes, perda de apetite, falta de energia e vontade de realizar atividades, perda de peso, problemas para dormir, etc. O tratamento normalmente é feito com antidepressivos e terapia psicológica, mas também há alimentos que ajudam na melhora e manutenção do humor. Conheça alguns alimentos aliados no tratamento da depressão.

1. Peixes. Pesquisadores finlandeses apontam que o consumo de peixes gordurosos 3 ou mais vezes por semana reduz o risco de desenvolvimento de depressão. Peixes como atum, salmão, cavalinha e sardinha são ricos em ômega-3, essencial para a função do cérebro e na produção serotonina.

2. Arroz integral. Além de rico em fibras, a versão integral é fonte de vitaminas B1,B2 e ácido fólico. Esses nutrientes diminuem os níveis de homocisteína, uma das substâncias elevadas durante a depressão.

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3. Castanha-do-pará. Essa e outras sementes oleaginosas como nozes e castanhas são ricas em selênio, um antioxidante que colabora para melhora dos sintomas da depressão e redução do estresse.

4. Leite. Esse e outros derivados como queijos e iogurtes são ricos em cálcio e proteínas, que reduzem a irritabilidade, ajudam a controlar o estresse e o nervosismo.

5. Espinafre. Alimento rico em folato, betacaroteno, vitaminas A e C, cálcio, potássio e ferro que ajudam no bom funcionamento do cérebro. Além disso, o magnésio presente nas folhas atua no metabolismo cerebral, modulando o humor.

6. Pimenta. A pimenta é rica em capsaicina, que estimula as terminações nervosas e liberam endorfinas, hormônios que dão sensação de prazer e euforia. Algumas pimentas para esse uso são a malagueta, dedo-de-moça, vermelha e de cheiro.

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7. Abacate. Essa fruta é rica em vitamina B3, que tem ação no sistema nervoso central na manutenção dos hormônios cerebrais. Juntamente com o folato, a vitamina B3 atua também nos neurotransmissores. Mas cuidado: ingira com moderação, pois a fruta é calórica. A recomendação é de uma porção pequena 3 vezes por semana.

8. Banana. Essa fruta bem popular tem altos níveis de triptofano, que auxilia a liberação de serotonina, hormônio relacionado ao humor. Além disso, a banana tem vitamina B6 que age no metabolismo de substâncias importantes para o humor.

9. Melancia. Essa fruta é rica em triptofano, aminoácido essencial na produção de serotonina. A serotonina por sua vez é conhecida como “neurotransmissor do bom humor” e ajuda a prevenir a depressão.

10. Mel. O mel estimula a produção de serotonina, causando sensação de prazer e bem-estar. Além disso, o mel evita que os níveis de glicose no sangue diminuam, mantendo o metabolismo do cérebro sempre ativo.

11. Café. O café é rico em cafeína, substância estimulante do sistema nervoso central. Estudos recentes indicam que a cafeína ajuda a prevenir a depressão. Mulheres que beberam duas xícaras de café por dia tiveram menos incidência de depressão eu aquelas que não beberam.

Além disso, há algumas dicas alimentares que ajudam a combater a depressão. Estudos indicam que é importante reduzir a quantidade de açúcar, álcool, chocolate e cafeína ingeridos para a boa saúde do cérebro.

Update: 17.09.2017. Fotos: Fotolia.com

A ocitocina, o hormônio da fidelidade

A ocitocina, o hormônio da fidelidadeBONN – A ocitocina (ou oxitocina), às vezes chamada de “hormônio do amor”, de acordo com um estudo, incentiva a fidelidade masculina. Os pesquisadores têm mostrado que se um homem tem uma concentração mais elevada de ocitocina, ele percebe sua parceira sendo mais atraente do que outras mulheres. Os pesquisadores alemães da Universidade de Bonn chegaram a estas conclusões e publicaram no final de novembro 2013 seu estudo na revista americana Proceedings.

O estudo realizado pelo Dr. Hurlemann e sua equipe analisou 40 homens heterossexuais, todos eles estavam em um relacionamento estável. Os pesquisadores mostraram-lhes uma imagem de sua parceira e, em alguns casos, em comparação a uma foto de uma mulher que não era sua parceira.

Os participantes receberam uma dose de ocitocina na forma de spray nasal, e mais tarde também um placebo. Note que a ocitocina é secretada naturalmente pelo cérebro, nesta experiência, no entanto, os participantes receberam uma dose adicional de ocitocina como uma droga.

Quando os participantes receberam a ocitocina ao em vez de um placebo, os pesquisadores observaram que o sistema de recompensa do cérebro era mais ativo quando olhavam para as fotos de suas parceiras, e elas estavam mais atraentes do que as outras mulheres.

Quando os cientistas tinham outras imagens de mulheres como de amigas ou colegas, o efeito no cérebro não era o mesmo. Ou seja, a ocitocina age seletivamente, neste caso somente sobre a parceira amorosa.

Segundo o Dr. Hurlemann que participou do estudo, a ação da ocitocina no cérebro é muito semelhante a uma droga, para casais em uma relação estável. De fato, se uma pessoa usa uma droga, é por causa do sistema de recompensa que ela quer reviver o efeito de antes do produto viciante. Isso poderia explicar as grandes dores psíquicas em casos de ruptura sentimental, algumas mágoas de amor podem causar grande sofrimento e levar à depressão, assim como nos casos de desintoxicação em relação a uma droga.

Do ponto de vista científico, a ocitocina também seria uma razão para um comportamento monogâmico relativamente comum em seres humanos. A testosterona é outro hormônio com um papel-chave na sexualidade masculina. É óbvio que outros fatores entram em jogo, como aspectos culturais ou religiosos para explicar a fidelidade (ou não) em um casal.

Contra o autismo também

Um estudo publicado na revista PNAS no início de dezembro de 2013 mostrou que a ocitocina pode ajudar a socialização para crianças com autismo, de acordo com pesquisadores da Escola de Medicina de Yale.

Estes estudos e muitos outros já publicados sobre a oxitocina sempre justificam o seu nome de “hormônio do amor” ou “hormônio social”.

Por Xavier Gruffat, update: 21.02.2017 – Fonte: SDA – Los Angeles Times. Fotos: Fotolia.com

Ler também: oxitocina – ansiedade