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A dieta para uma pele bonita

A dieta para uma pele bonitaSÃO PAULOA pele é o espelho da nossa saúde interna, portanto cuidar dela também significa cuidar do nosso corpo como um todo. Problemas da pele como acne, cravos, secura, excesso de oleosidade, coceira, dentre outros, podem ser resolvidos com a adoção de hábitos mais saudáveis como a prática de esportes e alimentação balanceada. Pensando nisso, o Criasaude fez uma lista com dicas de alimentos que melhoram a saúde da pele e que podem ser incluídos na sua dieta.

Pele acneica e oleosa

A pele acneica e com excesso de oleosidade precisa de cuidados especiais, como limpeza adequada e uso de produtos que combatam a acne. A alimentação pode ajudar a combater as acnes e limpar a pele. Alimentos ricos em ômega-3 como salmão, sardinha, atum, sementes de chia, abacate, semente de linhaça e nozes ajudam a prevenir o aparecimento de espinhas. Isso porque estudos mostram que o ômega-3 controla a produção de leucotrienos B4, molécula que aumenta a produção de sebo e causa a reação inflamatória que gera a acne.

Alimentos ricos em vitamina A também são recomendados, pois essa vitamina regula a produção de sebo pelas glândulas sebáceas. Você pode encontrar a vitamina A em frutas e legumes alaranjados, como abóbora, cenoura, pêssego, damascos, e também em folhas verdes escuras, como couve e espinafre.

O zinco é outro nutriente que combate a acne, pois tem ação anti-inflamatória. Esse mineral pode ser encontrado em frutos do mar, ostras e na castanha-do-pará.

Pele seca

A pele seca necessita de hidratação frequente com agentes suaves e que reponham a água perdida. Com relação à dieta, alimentos hidratantes são recomendados. Invista em frutas cítricas, ricas em vitamina C, que ajuda a repor os nutrientes perdidos pela pele, além de ser um poderoso antioxidante. Frutas como pera, maçã, melancia, melão, mamão, dentre outras, são altamente hidratantes e recomendados.

Consuma também castanhas, nozes, avelãs e outras frutas secas oleaginosas, pois são ricas em vitamina E, nutriente que ajuda na manutenção da pele.

Pele flácida

Para a flacidez, uma dieta rica em colágeno pode ajudar a manter a firmeza da pele. O colágeno é encontrado em carnes e gelatina. Além disso, invista em alimentos com vitamina C, pois esse nutriente é fundamental na formação das fibras elásticas e colágenas que sustentam a pele.

Os antioxidantes também são muito recomendados, pois combatem os radicais livres que degradam o colágeno da pele. Frutas vermelhas, açaí, chá verde, tomate, uvas, abacate, alho e cebola são excelentes fontes de antioxidantes como as catequinas, vitamina A, C e E. O ovo é outra importante fonte do antioxidante selênio, além de ser rico em zinco, proteínas e outras vitaminas.

Beba água

Independentemente do seu tipo de pele, médicos e dermatologistas são unânimes num ponto: beber água é fundamental para a saúde da pele. Ao ingerir água, você dilui e elimina toxinas e radicais livres que danificam a pele. Além disso, a água hidrata, repõe minerais perdidos ao longo do dia e aumenta o fluxo sanguíneo que leva nutrientes para as células da pele de todo o corpo. O ideal é beber, pelo menos, 2 litros de água por dia.

Pratique esportes

Uma forma saudável de manter a pele sempre bonita é praticar atividades físicas. O esporte ajuda a eliminar toxinas através da transpiração. Além disso, a prática aumenta a circulação sanguínea que leva oxigênio e nutrientes para as células. Mas tenha em mente que o suor produzido durante as atividades físicas podem causar inflamações dos poros e irritações, portanto, é importante tomar um banho logo após a prática esportiva.

Durma bem

De acordo com pesquisas científicas, pessoas com problemas para dormir sofrem mais de estresse, o que aumenta a liberação de cortisol, um hormônio que pode levar problemas na estrutura e função da pele, favorecendo o aparecimento de irritações e acnes. O ideal é dormir de 7 a 8 horas por noite.

Os inimigos da pele bonita

Assim como alguns alimentos ajudam você a ter uma pele bonita, outros fazem o contrário e aumentam a incidência de acnes, irritações e outros incômodos. Evite consumir alimentos ricos em gordura e carboidratos simples, pois eles aumentam os níveis de insulina e cortisol, favorecendo a produção de sebo pelas glândulas sebáceas, propiciando sua oclusão. Produtos industrializados como doces, refrigerantes, bebidas adoçadas, pães, carnes embutidas e enlatados devem ser deixados de lado.

Além disso, produtos com alto índice glicêmico produzem toxinas que danificam as fibras colágenas da pele, acelerando a flacidez. O segredo é investir em alimentos menos processados como grãos integrais, leguminosas, frutas, folhas, verduras e legumes.

Leia também: 10 dicas para combater a acne10 dicas para ter uma pele sempre bonita

11 de Maio de 2015. Texto escrito por Matheus Malta de Sá (farmacêutico, USP). Fotos: Fotos: Criasaude e Fotolia.com.

 

Para viver mais, é importante se levantar e andar por 2 minutos a cada hora

O que você aprenderá nesse artigo

Para viver mais, é importante se levantar e andar por 2 minutos a cada hora– Andar por 2 minutos a cada hora aumenta a expectativa de vida.
– Conselhos práticos para te ajudar a se levantar e andar a cada hora de trabalho.
SALT LAKE CITY Um novo estudo mostrou que se levantar e andar durante dois minutos a cada hora pode melhorar a saúde de pessoas sedentárias, incluindo lutar contra os efeitos nocivos causados por ficar muito tempo sentado. Caminhando 2 minutos reduziu o risco de morte em mais de 30% entre os participantes do estudo. Sabe-se que ficar sentado por muito tempo aumenta o risco de mortalidade.

Ficar sentado, o “tabagismo” da nossa geração

Vários estudos anteriores mostraram que ficar muito tempo sentado durante o dia aumenta o risco de doenças cardiovasculares, diabetes e câncer (incluindo câncer colorretal). Também foi observado aumento do risco de morte precoce.

Em 2013, o famoso blog de economia Harvard Business Review lançou um artigo de grande sucesso de audiência escrito por Nilofer Merchant: “Ficar sentado está se tornando o fumo em nossa geração” (“Sitting is the smoking of our generation”). De fato, com o aumento das horas trabalhadas em nossas sociedades ocidentais, os problemas de saúde só tendem a piorar. Foi-se o tempo em que a maioria dos trabalhadores ficava em pé, seja na fazenda, fábrica ou mercearia.

O estudo em detalhe

Pesquisadores americanos da Universidade de Utah, em Salt Lake City, examinaram dados de 3626 participantes. Eles usaram um dispositivo de medição de atividade física ao longo do dia, fornecendo aos pesquisadores informações sobre a atividade física desses participantes. O rastreamento durou três anos e, ao final deste acompanhamento 137 pessoas morreram.

Os pesquisadores de Utah observaram que os participantes que se levantaram e andaram durante uma média de 2 minutos por hora tiveram uma taxa de mortalidade 33% menor do que a população em geral. Para aqueles que sofrem de doença renal crônica, a queda da mortalidade foi de 41%.

Esta pesquisa, no entanto, deve ser confirmada por outros estudos conduzidos em uma população maior, como observado pelos próprios autores.

Este estudo foi publicado em 30 de abril de 2015 no jornal online Clinical Journal of the American Society of Nephrology.

Mesmo pequenas mudanças

Para o Dr. Tom Greene, diretor de um centro de estudo da Faculdade de Medicina da Universidade de Utah e principal autor do estudo: “Fazer exercício físico é excelente, mas a realidade é que muitas vezes é difícil praticar exercícios de maneira intensa (por exemplo, é difícil praticar musculação no ambiente de trabalho, por exemplo). Nosso estudo mostra que mesmo pequenas mudanças podem ter um grande impacto”.

150 minutos de exercício moderado a intenso por semana

Recomenda-se realizar pelo menos 150 minutos de atividade moderada a vigorosa ou 75 minutos de atividade vigorosa por semana. Ou seja, andar em um ritmo rápido pouco mais de 20 minutos todos os dias ou 40 minutos a cada 2 dias, ou ainda correr em uma alta taxa por 40 minutos 2 vezes por semana. Estas recomendações devem ser mantidas.

O que este estudo mostra é a importância de contrabalançar os efeitos nocivos de um estilo de vida sedentário (ficar sentado muito tempo). Além disso, é também aconselhável se levantar e andar durante 2 minutos a cada hora. Trabalhar em pé seria ainda melhor, mas como veremos a seguir, isso nem sempre é possível por razões de custo e conforto.

Escrivaninhas moduláveis

Cada vez mais e mais empresas, especialmente em tecnologia, oferecem aos seus funcionários escrivaninhas flexíveis, onde é possível trabalhar em pé. Ou seja, esses móveis podem ir para cima e para baixo para que a pessoa possa trabalhar enquanto está sentada ou em pé. Infelizmente essas escrivaninhas são caras. Se você, como a maioria dos trabalhadores, gosta de uma mesa e uma cadeira simples, considere levantar-se a cada hora e caminhar 2 minutos para beber um pouco de água, por exemplo. Você provavelmente também precisará ir ao banheiro, outra oportunidade de andar na próxima hora.

Conselhos práticos

Se você trabalha em um computador, este site www.tomato-timer.com (que atualmente só funciona no Google Chrome) é um cronômetro e vai inspirá-lo a fazer pausas regulares. Neste caso não é a cada 2 minutos por horas, mas 5 minutos a cada 30 minutos. Essa é também uma ferramenta ideal para aumentar sua produtividade, basta abrir o site e pressione o botão verde “Iniciar” para começar a contagem dos 25 minutos. Após 25 minutos você ouve um som e faz uma pausa de 5 minutos. O ciclo pode começar de novo quantas vezes for necessário.

18 de Maio de 2015. Texto traduzido por Matheus Malta de Sá (farmacêutico USP). Fontes: Resumo do estudo, Medscape.com – Fotos: Fotolia.com.

 

Febre zika chega ao Estado de SP

Febre zika chega ao Estado de SPSÃO PAULOA doença ainda é pouco conhecida no Brasil, mas a febre zika é semelhante à dengue e transmitida pelo mesmo mosquito, o Aedes aegypti. O caso aconteceu no Estado de São Paulo e foi confirmado pela Secretaria de Saúde do Estado. A doença acometeu um morador de Sumaré de 52 anos de idade e o diagnóstico foi feito no Instituto Adolfo Lutz, referência para doenças infecciosas.

Entenda a doença

A febre zika é causada pelo vírus Zika da família Flaviviridae. O vírus é comumente encontrado em países da África e também na Malásia e na Micronésia. O primeiro caso foi reportado em 1947 na floresta Zika, na Uganda, e originou o nome da doença. Em 1978 houve um pequeno surto agudo na Indonésia.

Os sintomas variam normalmente de leves a moderados e duram de 2 a 7 dias. Eles incluem dores nas juntas, dores musculares, febre, rash cutâneo (manchas avermelhadas na pele) que normalmente se inicia na face, inchaço e dor atrás dos olhos. Assim como a dengue, o tratamento é sintomático e inclui uso de antipiréticos, analgésicos (como paracetamol) e hidratação. Não há vacinas para a doença. Até agora, não há registro de mortes provocadas pela doença.

A transmissão é feita através da picada do mosquito Aedes aegypti, que também transmite a dengue, a febre chikungunya e febre amarela em cidades. Em 2009, o professor Brian Foy da Colorado State University, Estados Unidos, provou que o vírus também pode ser transmitido por relação sexual entre humanos após infectar sua esposa. Não há, entretanto, casos conhecidos de transmissão em mulheres grávidas.

A febre zika no Brasil

O caso de São Paulo não é o primeiro no Brasil. No dia 14 de Maio de 2015, o Ministério da Saúde confirmou a circulação do vírus no país, restrito, até então, à região Nordeste, com 8 casos na Bahia e 8 no Rio Grande do Norte. O Ministro da Saúde, Arthur Chioro, ainda falou que há a possibilidade de 1200 pessoas estarem infectadas pelo vírus.

Apesar dos números, o ministro disse não haver motivos para a preocupação. A doença é benigna, apresentando normalmente sintomas leves como febre baixa, e de curta duração, evoluindo para a cura. O foco do país continua ainda a ser o combate à dengue, que é uma doença mais grave e pode levar à morte.

Combate ao mosquito Aedes aegypti

Apesar dos sintomas leves da febre zika e evolução para a cura em cerca de 1 semana, o combate ao mosquito se intensificou. Além dessa doença, o mosquito também transmite a dengue, que é potencialmente fatal, além dos sintomas serem muito mais graves.

O Ministério da Saúde continua recomendando medidas para evitar a proliferação do mosquito, incluindo:

– Evitar acúmulo de água limpa em cisternas, piscinas, vasos de plantas, pneus, garrafas, etc.

– Manter caixas d’água fechadas.

– Lavar semanalmente baldes, galões, calhas e outros recipientes que podem acumular água.

– Colocar lixos em sacos plásticos, mantendo a lixeira bem fechada.

Só esse ano, o país registrou mais de 745 mil casos de dengue até 18 de abril, sendo São Paulo o estado mais atingido com mais de 400 mil casos. Foram confirmadas 229 mortes nas 15 primeiras semanas de 2015 por causa da dengue, número 44,9% superior com relação ao mesmo período no ano passado.

25 de Maio de 2015. Texto escrito por Matheus Malta de Sá (farmacêutico USP). Fonte: Ministério da Saúde. Fotos: Fotolia.com.

Consumir azeite de oliva e nozes ajuda no bom funcionamento do cérebro de idosos

Consumir azeite de oliva e nozes ajuda no bom funcionamento do cérebro de idososBARCELONA Pesquisadores espanhóis mostraram que comer mais azeite e nozes, dois alimentos ricos em gordura vegetal e base da dieta mediterrânea, permite aumentar o desempenho do cérebro em idosos, uma vez que o cérebro precisa de gorduras boas para o bom funcionamento dos neurônios. Com um suplemento de azeite ou de nozes é possível retardar o declínio cognitivo em idosos, como observado pelo principal autor do estudo, Dr. Emilio Ros do Hospital Clínico de Barcelona.
Estudos anteriores demonstram que os oxidantes são prejudiciais para o cérebro e, em particular, promovem demências, tais como a doença de Alzheimer. Estudos mostraram que a inclusão da dieta mediterrânea, rica em substâncias antioxidantes, pode adiar o declínio cognitivo, mas os pesquisadores espanhóis não tinham evidência clínicas para comprovar tal fato. A equipe médica do Dr. Ros testou se a dieta mediterrânea rica em óleos vegetais permitia melhorar o funcionamento do cérebro.

A dieta mediterrânica

A dieta mediterrânea é baseada no consumo regular e alto de frutas frescas e vegetais, grãos, sementes, nozes, peixes e azeite de oliva. Esta dieta inclui baixo consumo de carne vermelha. Cada vez para mais médicos e cientistas, esta é a melhor dieta a seguir para uma boa saúde.

O estudo em detalhe

Para realizar o estudo, os cientistas recrutaram catalães entre 2003 e 2009, sendo ao todo 447 voluntários (homens e mulheres) morando em Barcelona e sem nenhum comprometimento cognitivo, como demência. Entretanto, todos os participantes do estudo tinham um risco cardiovascular elevado. A idade média dos participantes foi de 67 anos. No início e no fim do estudo, cada participante teve de realizar uma avaliação neuropsicológica, sendo que ao final do estudo, o teste foi realizado em 334 de 447 participantes.

Três grupos

O estudo foi randomizado. Isto significa que, por sorteio, cada participante foi obrigado a seguir uma dieta mediterrânea suplementada com 1 litro de azeite de oliva extra-virgem por semana, 30 gramas de nozes (incluindo amêndoas) ou mais por dia, ou mais a seguir uma dieta normal, sem consumir mais azeite ou nozes. Neste último grupo, os cientistas recomendaram que eles não consumissem uma grande quantidade de gordura. Três grupos foram assim formados. Em média, os participantes seguiram esta dieta por 4 anos.

Resultados

Para uma população de idosos, os pesquisadores espanhóis chegaram à conclusão que adicionar à dieta habitual 1 litro de azeite por semana ou 30 gramas de nozes ajuda a melhorar as funções cognitivas do cérebro. Para chegar a estas conclusões, os pesquisadores realizaram bateria de testes nos participantes, incluindo testes de memória e reflexão.

Este estudo foi publicado 11 de maio de 2015 na revista JAMA Internal Medicine.

Ganho da bainha de mielina

Os neurônios são cercados pela bainha de mielina, que é rica em gordura e proteínas. A bainha de mielina protege os neurônios e promove a interação entre as células. O cérebro precisa de gordura que vem de alimentos para manter e assegurar o bom funcionamento destas bainhas. Estima-se que a maior parte dessa gordura é saudável, tal como o ácido oleico encontrado no azeite de oliva, e ajuda o cérebro funcionar bem. O ômega-3, encontrado em nozes e no peixe, também desempenha um papel importante na estrutura da bainha de mielina.

Conselhos práticos de nutrição

Recomenda-se consumir todos os dias nozes e amêndoas ou cozinhar com azeite de oliva. Uma dica útil é substituir ao máximo a gordura pelo azeite

Questão ética

O problema com esse tipo de estudo é que, caso a dieta mediterrânea realmente proteja contra doenças cardiovasculares e demências, como a doença de Alzheimer, é eticamente questionável não recomendar que todos os participantes consumissem esses alimentos. Em outras palavras, os participantes do terceiro grupo (que não consumiram azeite ou nozes) irão, talvez, morrer de doença cardiovascular ou atualmente sofrem de Alzheimer. A realização deste tipo de estudo, portanto, não é tão fácil e pode levantar questões éticas por parte dos pesquisadores.

Leia também: Pessoas idosas – o azeite de oliva pode prevenir um AVC

01 de Junho de 2015. Texto traduzido por Matheus Malta de Sá (farmacêutico USP). Fonte: JAMA Internal Medicine, CBSNews. Fotos: Fotolia.com.

Tratamento multidisciplinar para a obesidade no Brasil

Tratamento multidisciplinar para a obesidade no BrasilSÃO PAULONo passado, a obesidade era tratada sem nenhuma colaboração entre os diferentes profissionais da saúde. Nos últimos anos, entretanto, a medicina e a ciência têm se adaptado para realizar um trabalho cada vez mais multidisciplinar, ou seja, visando associar o trabalho do médico, do nutricionista, do psicólogo e do educador físico na luta contra a obesidade. Essas informações são de um simpósio realizado no dia 4 de junho, em São Paulo, no Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo. O Criasaude resume os principais pontos discutidos.

Nenhuma receita milagrosa

Para a Professora Ana Dâmasco, especialista em exercício físico, não há milagre na luta contra a obesidade. Ela ainda ressalta a importância do trabalho multidisciplinar no tratamento. É importante individualizar a prática de exercício físico para cada paciente.

De acordo com a Professora Glauce Lamoglie de C. Sanches, é importante não se esquecer do aspecto psicológico na perda de peso. Apenas foco em nutrição (dieta) não conduz à perda de peso em todos os casos. É importante realizar exercícios físicos regulares e acompanhar o estado psicológico do paciente, reforçando a motivação.

Esta conferência também destacou a importância da educação alimentar para crianças e exercício físico regular, uma vez que a obesidade infantil tem se tornado um problema de saúde pública.

Exercício físico e alimentação

Para a Professora Fabiana Evangelista, outra especialista no assunto, a perda de peso só com base na prática de exercício físico muitas vezes não é muito eficaz, como mostrado na literatura médica. Para perder peso, é importante combinar a prática de exercícios físicos com uma dieta adequada. Mais uma vez, o trabalho multidisciplinar é essencial na luta contra a obesidade. Um ponto crucial é lutar contra a adiposidade e o excesso de gordura, personalizando o atendimento para cada paciente.

Excesso de peso e obesidade em crianças

Outro ponto observado nesse simpósio é o elevado número de crianças obesas ou com excesso de peso no Estado de São Paulo. A luta contra este problema também é baseada em uma abordagem multidisciplinar, incluindo o trabalho com nutricionistas e professores de educação física. Um ponto importante é fazer o diagnóstico da situação, como por exemplo, levantar o número de crianças obesas ou com excesso de peso em escolas. Em seguida, é importante tomar medidas como reforçar o aconselhamento nutricional para crianças, propondo, por exemplo, 1 hora por semana de uma aula de educação alimentar.

Genética e obesidade

Finalmente, um palestrante fez uma pergunta interessante sobre a influência dos genes na obesidade. De acordo com a Professora Ana Dâmasco, os fatores que influenciam a obesidade são complexos, com vários genes envolvidos, além de fatores ambientais. Por enquanto, é necessário cautela antes de iniciar um tratamento nutricional ou uma atividade física baseados apenas no perfil genético do paciente. Essa é, entretanto, uma área muito promissora para estudos futuros.

07 de junho de 2015. Texto escrito por Xavier Gruffat (farmacêutico) e traduzido por Matheus Malta de Sá (farmacêutico USP). Fonte: Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo. Nota: Xavier Gruffat participou desta conferência nos dias 4 e 6 de junho, sendo um dos maiores e mais respeitados congressos médicos na América Latina. Este artigo refere-se ao simpósio realizado em 4 de junho de 2015, 14:00-14:45 com o nome de Colóquio: Estratégias interdisciplinares para o tratamento da obesidade.

 

O cuidado com a alimentação durante o inverno ajuda a emagrecer e a combater doenças

O cuidado com a alimentação durante o inverno ajuda a emagrecer e a combater doençasSÃO PAULO No inverno, devido às baixas temperaturas, as pessoas tendem a se alimentar de comidas mais calóricas e praticar menos atividades físicas. Como consequência, o aumento de peso parece ser inevitável durante essa estação do ano. Entretanto, segundo nutricionistas, o inverno é a melhor época do ano para perder o peso, pois o metabolismo fica mais acelerado para aquecer o corpo. Portanto, quem vive brigando com a balança pode aproveitar o inverno para perder alguns quilos. 

Aumento do metabolismo

Estudos apontam que o metabolismo do corpo aumenta em temperaturas mais baixas. A finalidade desse aumento no metabolismo é gerar mais calor para o corpo através do gasto de energia. Como consequência, a fome aumenta para repor a energia perdia, e é aí que mora o perigo. A tendência é comer mais calorias que o corpo pode gastar para gerar calor, resultando em acúmulo de gordura. Embora o aumento do apetite no inverno seja normal, nutricionistas indicam que é possível criar estratégias para não engordar.

Evite alimentos gordurosos e cremosos

É comum as pessoas comerem sopas cremosas e fondues durante essa época do ano. A estratégia é evitar alimentos gordurosos como queijos, cremes, pizzas, fondues, chocolates e outras delícias comuns nessa época. Substitua as sopas cremosas por caldos de legumes, por exemplo. Prefira queijos brancos aos queijos integrais e evite a ingestão em excesso de açúcar refinado. Evite também gordura animal em excesso, como bacon, embutidos e carnes vermelhas.

Outra dica importante é fazer várias refeições diárias, de 5 a 6. Isso ajuda a manter o metabolismo sempre acelerado, evita os excessos de fome e prolonga a sensação de saciedade. A ideia é ter 3 refeições principais (café, almoço e jantar) e 2 ou 3 refeições menores e mais leves.

Aumente a ingestão de proteínas

Estudos mostram que quanto maior a ingestão de proteínas, maior é a saciedade. Um estudo publicado em 2005 na revista científica American Journal of Clinical Nutrition provou que aumentar a ingestão de proteínas de 15% para 30% reduziu o consumo diário de calorias em cerca de 440 kcal. Isso acontece porque as proteínas são digeridas mais lentamente, o que aumenta o período de saciedade.

Dê preferência para carnes magras, como aves e peixes. Prefira os grelhados ou cozidos às preparações fritas em óleo. Uma boa dica é incluir sementes oleaginosas na sua dieta, pois elas são ricas em proteínas e gorduras poli-insaturadas.

Invista em vegetais

É comum no inverno as pessoas deixarem de lado folhas, legumes e frutas. Entretanto, é extremamente importante que esses alimentos sejam incluídos na refeição. Além de conterem minerais e vitaminas, os vegetais também são ricos em fibras, o que aumenta a saciedade, reduz a absorção de gorduras e melhora o trânsito intestinal.

Uma boa maneira de preparar os vegetais é cozinhá-los no vapor ou refogá-los. Dessa maneira, eles são aquecidos e se tornam mais interessantes para comer. Cuidado com preparações como purês e suflês, pois elas normalmente levam muita gordura e creme. As frutas também podem ser usadas para substituir doces feitos com açúcar refinado. Ao invés de utilizar cremes gordurosos em bolos e tortas, use frutas como morango, maçã e até mesmo a banana. Outra dica é assar as frutas ao forno e salpicar canela, mel ou açúcar mascavo.

Não se esqueça dos chás

Os chás são importantes aliados da dieta. Além de aquecerem o corpo, muitos chás aceleram o metabolismo e combatem radicais livres. Alguns chás particularmente importantes são o chá verde, chá preto, chá de gengibre, chá de hibisco e chás de ervas (hortelã, boldo, dente de leão, etc…).

Hidrate o corpo

Além de tomar chás e sopas de legumes, é importante manter a hidratação alta durante o inverno. A tendência é que as pessoas sintam menos sede devido à pouca transpiração. Entretanto, beber muita água é fundamental para manter o metabolismo acelerado e o corpo hidratado.

A água, além de ajudar no processo de emagrecimento, hidrata o corpo, evitando ressecamento da pele e do cabelo, comuns durante o inverno. Muitas vezes o que pensamos ser fome é na verdade sede e pode ser facilmente sanado com um copo de água. A ingestão de líquidos também hidrata e lubrifica as vias aéreas superiores que estão expostas ao ar frio do inverno. A hidratação da traqueia e garganta ajuda a evitar doenças respiratórias como gripe e resfriados.

Pratique atividades físicas

Nada aquece mais o corpo que o exercício físico. A prática de esportes, além de ajudar na eliminação dos quilinhos indesejados, aumenta o metabolismo e ajuda a manter o corpo aquecido por muito tempo.

Escolha sua atividade preferida para facilitar a adesão e saia do sedentarismo comum do inverno. Estudos mostram que quanto maior a massa muscular, mais fácil é a queima de gordura. Além disso, os músculos são ricos em mitocôndrias que são responsáveis pelo metabolismo do corpo e por gerar calor mesmo em repouso.

Considerações finais

Embora seja difícil manter uma dieta saudável e praticar atividade física durante o inverno, há muitas vantagens para o corpo manter hábitos não sedentários. E não se esqueça que o inverno dura apenas 3 meses e logo após as estações mais quentes do ano vêm.

15 de junho de 2015. Texto escrito por Matheus Malta de Sá (farmacêutico USP). Fonte: American Journal of Clinical Nutrition. Fotos: Fotolia.com.

 

Crise de gota, entrevista com o médico Dr. Alexander Dumusc

LAUSANNEO Criasaude teve a oportunidade de entrevistar, em fevereiro 2015, o Dr. Alexander Dumusc, diretor clínico adjunto do serviço de reumatologia do hospital ortopédico do Centro Hospitalar Universitário Vaudois (CHUV) em Lausanne, Suíça. O CHUV é um hospital com uma ótima reputação internacional.

Crise de gota, entrevista com o médico Dr. Alexander Dumusc

Criasaude – A maioria dos pacientes se queixam de dor terrível no momento da gota, qual(is) medicamento(s) você prescreve para aliviar a dor?

Dr Dumusc – Uma crise de gota é realmente muito dolorosa. Existem vários possíveis tratamentos para uma crise de gota. A escolha do tratamento depende das outras doenças que o paciente sofre. Os tratamentos mais utilizados são os anti-inflamatórios não-esteroidais (naproxeno, indometacina, diclofenaco, ibuprofeno, …). Outros medicamentos utilizados são a colchicina ou cortisona. Em casos muito especiais, tratamentos biológicos (anti IL-1) às vezes são usados em centros de referência.

O medicamento mais prescrito no mundo inteiro para prevenir a ocorrência de crises de gota é o alopurinol, você da preferência a este tratamento ou usa outra terapia medicamentosa?

Em 2015, o alopurinol continua a ser o tratamento de escolha para a prevenção de crises agudas de gota em pacientes que sofrem de níveis de ácido úrico muito elevado. Outros tratamentos, como febuxostato são muitas vezes utilizados para os pacientes resistentes.

Em relação ao alopurinol, os estudos têm mostrado que muitas pessoas que sofrem de gota não tomam ou deixaram de tomar os medicamentos, apesar de uma prescrição do médico. É verdade que o alopurinol é muitas vezes um tratamento contínuo ao longo da vida e precisa de alguma disciplina. Como aumentar a adesão terapêutica (compliance em inglês) do alopurinol entre a população? Sabemos também que a baixa adesão pode sobrecarregar desnecessariamente os serviços de emergência, qual é a sua opinião?

A adesão terapêutica é um grande problema no caso da gota, que é uma doença crónica, principalmente no uso do alopurinol. De fato, os pacientes muitas vezes sofrem de várias outras doenças e devem tomar muitos medicamentos, o que reduz a aderência terapêutica. É importante lembrar que a interrupção abrupta do tratamento com alopurinol pode desencadear uma crise de gota.

A educação do paciente a respeito da doença é essencial. Se o paciente compreende o conceito de tratamento de prevenção das crises de gota e do tratamento da crise em si, é um ganho em autonomia e a aderência terapêutica aumenta.

Você tem alguns bons conselhos práticos de prevenção para os pacientes que sofrem regularmente de crises de gota?

Para os pacientes que sofrem de crises de gota regularmente é recomendada uma consulta com um reumatologista. Este especialista irá avaliar a possível indicação para iniciar um tratamento preventivo para crises de gota ou adaptá-lo. Ele também pode adaptar o tratamento habitual do paciente tentando remover alguns medicamentos que favorecem as crises de gota.

O paciente pode agir em sua própria alimentação para reduzir o risco de crises de gota. É recomendado consumir bebidas sem açúcar (sem frutose) e sem álcool (especialmente cerveja e destilados), além de se hidratar o suficiente. Evite comer carne, aves (especialmente a pele), vísceras, peixes e frutos do mar. Os produtos lácteos têm um efeito favorável contra as crises, reduzindo os níveis de ácido úrico no sangue.

Nós sabemos que os homens são mais afetados do que as mulheres pela gota. No entanto, é possível observar, como certos estudos internacionais têm apontado um aumento no número de mulheres afetadas pela gota nos últimos anos?

Na verdade a gota afeta majoritariamente os homens. Na prática clínica, não vejo um claro aumento do número de mulheres com gota, mas esta situação não é rara, especialmente em hospitais.

Os medicamentos atualmente comercializados agem principalmente sobre os sintomas, ou quando é utilizado para a prevenção deve ser usado quase por toda a vida. Será que um dia poderemos descobrir um medicamento capaz de curar definitivamente a gota?

A gota é favorecida por fatores ambientais (diabetes, obesidade, medicamentos, …) e genéticas (mutações de genes relacionados com o metabolismo do ácido úrico). É apenas uma consequência de níveis muito elevados de ácido úrico e sua cristalização. Podemos trabalhar na redução dos níveis de ácido úrico no sangue ou diminuindo sua produção, tanto promovendo a sua eliminação como tratando a crise de forma tão eficiente quanto possível em casos de cristalização (crise). A cura definitiva para a gota não é esperada por agora.

17.05.2015. Por Xavier Gruffat (Criasaude).

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O perigo da gordura trans para a saúde

O perigo da gordura trans para a saúdeSÃO PAULONo dia 16 de junho de 2015, os Estados Unidos baniram o uso da gordura trans nos alimentos. De acordo com Agência de Administração de Medicamentos e Alimentos, FDA, o uso de gorduras trans não é seguro para a saúde e produtos que contenham esse componente em sua composição devem ser retirados do mercado em até 3 anos. Desde de 2006, os produtos foram obrigados a incluir informações sobre o conteúdo de gordura nos rótulos, mas só agora uma lei proibiu alimentos com essa substância.

Entenda a gordura trans

Na natureza, as gorduras formadas por ácidos graxos insaturados estão normalmente na configuração cis. As gorduras trans são raramente encontradas naturalmente, mas elas são produzidas a partir de gorduras vegetais que são hidrogenadas em processos industriais. Seu uso na indústria alimentícia é muito difundido, pois as gorduras trans dão melhor aspecto aos alimentos e aumentam o prazo de validade.

Óleos vegetais líquidos quando submetidos à hidrogenação catalítica em processos industriais, adquirem a configuração trans e tornam-se gorduras sólidas. Esse aspecto firme é muito apreciado na indústria de alimentos para dar consistência, textura e sabor aos alimentos.

Problemas de saúde associados à gordura trans

Embora a gordura trans apresente benefícios na fabricação de alimentos, o seu consumo está associado a diversos problemas de saúde. Estudos apontam que o consumo de alimentos com gordura trans aumenta o chamado colesterol ruim (LDL) e reduz o colesterol bom (HDL), além de aumentar a gordura abdominal (visceral), obesidade e aumentar o risco de desenvolvimento de diabetes.

Essas doenças aumentam o risco de doenças cardiovasculares como acidente vascular cerebral (AVC), infarto do miocárdio, problemas de circulação, dentre outros. Estudos também apontam que a obesidade e diabetes favorecem o aparecimento de alguns tipos de câncer e propiciam o surgimento do mal de Alzheimer. Um estudo americano publicado na revista científica PLOS One ainda apontou que o consumo de gorduras trans pode estar associado a problemas de memorias em homens de até 45 anos de idade.

Onde as gorduras trans são encontradas?

Esse tipo de gordura é amplamente encontrado com comidas industrializadas e fast-food. A lista de alimentos com gorduras trans é enorme, mas aqui está uma lista com alguns exemplos:

– Comida de fast-food.

– Biscoitos (doces e salgados), pães e bolos industrializados.

– Misturas para preparar bolos, pães e biscoitos.

– Pipoca de micro-ondas.

– Alimentos congelados.

– Margarina, maionese e manteiga vegetal, além de outros produtos com gordura vegetal hidrogenada.

– Molhos prontos para salada.

– Recheios e coberturas para bolos (glacê, chantilly, etc).

– Doces industrializados e sorvete de massa.

– Chocolates em barra e bombons.

– Massas folheadas e salgadinhos de pacotes.

– Sopas e cremes instantâneos industrializados.

Esses alimentos, além de conterem gorduras trans, também contêm alto teor de açúcar refinado, colesterol, conservantes e sódio.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) o consumo de gorduras trans não deve ser maior que 2 g por dia. Hoje em dia, muitos produtos escrevem no rótulo se possuem ou não gorduras trans. Entretanto, é difícil controlar o seu consumo diário. Nutricionistas e médicos recomendam o consumo moderado de alimentos processados e aumentar o consumo diário de alimentos naturais e orgânicos, como vegetais, grãos integrais e frutas oleaginosas.

A situação no Brasil

No Brasil, desde 1° de agosto de 2006, fabricantes de alimentos são obrigados a declarar no rótulo dos produtos a quantidade de gordura trans. Essa medida foi sancionada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa. Entretanto, a legislação contem uma brecha que permite que produtos com menos de 0,2 g de gordura trans por porção não declarem essa informação no rótulo.

Além disso, a gordura trans pode estar “disfarçada” de outros nomes. Alguns normalmente encontrados são:

– Gordura

– Gordura vegetal (parcialmente hidrogenada)

– Gordura hidrogenada

– Creme vegetal

– Óleo vegetal (parcialmente) hidrogenado

– Margarina e margarina vegetal

Não há dados sobre o consumo de gordura trans no Brasil. Entretanto, os dados sobre a obesidade e sobrepeso no país não são animadores. Segundo uma pesquisa divulgada em abril pelo Ministério da Saúde, 52,5% dos brasileiros está na faixa do sobrepeso. Destes, 17,9% são obesos. A taxa de sobrepeso é maior nos homens que nas mulheres, 56,5% versus 49,1%, respectivamente. O aumento do sobrepeso é resultado de um padrão de vida mais sedentário e consumo de alimentos ricos em gordura e açúcar.

Dicas para evitar a gordura trans

A gordura trans é amplamente utilizada em alimentos. No Brasil ainda não existe uma lei como nos Estados Unidos que proíba o uso da gordura na indústria alimentícia. É preciso, portanto, ficar atento aos alimentos que contenham a substância.

É sempre importante lembrar que os fabricantes não precisam declarar a informação de presença de gordura trans se essa quantidade for inferior a 0,2 g por porção. Isso não quer dizer, entretanto, que um alimento está isento da gordura trans. Um pacote de biscoito de 150 g, por exemplo, as informações nutricionais são referentes a uma porção do produto, ou seja, cerca de 30 g de biscoito. Se nessas 30 g, ou cerca de 3 biscoitos, a quantidade de gordura trans não exceder 0,2 g, o fabricante não é obrigado a colocar essa informação. Entretanto, ao se comer o pacote inteiro, a pessoa poderá estar ingerindo quase 1 g de gordura trans sem saber.

O exemplo acima mostra que, embora os alimentos declarem possuir 0 g de gordura trans, isso pode não ser verdade.

A melhor sugestão é ingerir alimentos pouco processados e naturais. Substitua doces industrializados por frutas, evite usar margarina e gorduras vegetais e prefira azeite de oliva.

Leia também: Tratamento multidisciplinar para a obesidade no Brasil

21 de junho de 2015. Texto escrito por Matheus Malta de Sá (farmacêutico USP). Fonte: FDA, PLOS One. Fotos: Fotolia.com.

 

Perda de peso pode ajudar a melhorar os sintomas da menopausa

Perda de peso pode ajudar a melhorar os sintomas da menopausaSÃO PAULO, SPA menopausa é uma condição que afeta as mulheres e surge em média depois dos 50 anos de idade. Ela é caracterizada por uma redução da secreção dos hormônios femininos, o estrógeno e a progesterona. O primeiro sinal do começo da menopausa é a ausência de menstruação por cerca de 12 meses consecutivos. Após esse período, o corpo da mulher passa por diversas alterações, como ganho de peso, aumento do risco de osteoporose, secura da mucosa vaginal e, talvez o mais prevalente e característico, as ondas de calor.

Embora estudos científicos reportem que o início da menopausa dependa de fatores socioculturais e também biológicos (como dieta, nível de atividade física, etc), os sintomas que acompanham essa fase pertubam as mulheres de maneira praticamente unânime. As ondas de calor, também chamadas de fogachos, surgem normalmente à noite, e são acompanhadas de intenso suor, que produz frio intenso após cada episódio de calor.

Recentemente, um estudo publicado na revista científica internacional Menopause mostrou que a perda de peso pode ajudar a controlar as ondas de calor da menopausa. O estudo foi conduzido com 40 mulheres com sobrepeso ou obesidade com, pelo menos, 4 episódios de fogachos por dia. Parte das pacientes foi então aleatoriamente alocadas num programa de redução de peso, que incluiu redução da ingestão calórica, aumento da atividade física e sessões de grupo para estimular a continuação no programa. Esse grupo foi comparado a um grupo controle, que não participou do programa de redução de peso.

No geral, as mulheres que participaram do programa de redução de peso apresentaram menos episódios fogachos menos severos. Além disso, o estudo concluiu que quanto maior a perda de peso, maior a redução das ondas de calor. Embora o estudo tenha sido feito com um número pequeno de mulheres, os resultados parecem indicar para uma possível terapia alternativa complementar à reposição hormonal.

Médicos recomendam fazer atividades físicas e manter uma dieta saudável, rica em vitaminas, cálcio, e com pouca gordura, de preferência poli-insaturada, derivada de peixes (salmão, atum, sardinha). Além de reduzir a incidência de fogachos, outros sintomas são também aliviados, como a osteoporose e a ansiedade.

Você quer saber mais sobre o assunto, como os tratamentos convencionais e alternativos? Leia nossa página sobre aMenopausa.

21 de Julho de 2014. Texto escrito por Matheus Malta de Sá (Farmacêutico). Fonte: Menopause e The North American Menopause Society.

Expectativa de vida no brasil aumentou, diz ONU

Expectativa de vida no brasil aumentou, diz onuBRASÍLIA, DF – Numa determinada população, o número médio de anos que um indivíduo vive é conhecido como expectativa ou esperança de vida. Esse é um dos índices mais usados por órgãos internacionais, como a Organização Mundial da Saúde, para medir a qualidade de vida de um país ou região. Além disso, a expectativa de vida é também usada para inferir sobre o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). De acordo com a Organização Mundial de Saúde em 2013, o país com a maior expectativa de vida foi Mônaco, com média de 87,3 anos, seguido de Japão (84,6 anos) e Andorra (84,2 anos).

De acordo com a Organização das Nações Unidas, a expectativa de vida no Brasil aumentou 17,9% entre 1980 e 2013, passando de 62,7 para 73,9 anos, um aumento real de 11,2 anos. O avanço foi apontado no Relatório de Desenvolvimento Humano 2014 divulgado nesta quinta-feira (24) pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Segundo o ministro da Saúde, Arthur Chioro, o crescimento foi possível em razão das medidas de combate à desnutrição, redução da mortalidade materna e infantil, ampliação do acesso a vacinas e medicamentos gratuitos, melhoria do atendimento às mães e bebês, enfrentamento das doenças crônico-degenerativas e das chamadas mortes violentas, entre outras ações na área de atenção básica e urgência e emergência.

O ministro ainda reforçou a redução na mortalidade infantil e destacou redução de 70% entre 1980 e 2012. Essa redução, no entanto, não foi igual. A queda foi maior no Norte e no Nordeste, onde era muito mais acentuada.

O relatório colocou o Brasil na 79ª posição do ranking do IDH entre 187 países, com um valor de 0,744 (categoria de Alto Desenvolvimento Humano), indicando aumento de 36,4% entre 1980 e 2013. O índice está acima da média de 0,735 para os países do grupo de Alto Desenvolvimento Humano e acima da média de 0,740 para os países da América Latina e Caribe.

Também houve crescimento na expectativa da vida nos últimos anos: em 2010, a estimativa era de 73,1 anos, já em 2013, passou para 73,9 anos. Os resultados seriam ainda melhores se o PNUD utilizasse dados atualizados para a elaboração do relatório. De acordo com dados recentes já disponíveis do IBGE de 2013, a esperança de vida ao nascer seria de 74,8 anos. Se fossem considerados esses números a outros dados defasados, como o de escolaridade, o país sairia da 79ª posição para a 67ª.

De acordo com a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, mais importante do que analisar o posto no ranking é considerar o verdadeiro IDH do país. “A gente passaria de 0,744 para 0,764, que é o avanço real, como está o Brasil hoje. Vários países têm seus indicadores com estatísticas atualizadas, similares às brasileiras, que estavam disponíveis e podiam ser utilizadas. O Brasil vem se esforçando em melhorar essa captação de dados por organismos internacionais. Não estamos tratando de dados alternativos ou não reconhecidos”, afirmou.

O relatório mostra que as desigualdades no Brasil estão diminuindo. O IDH do Brasil ajustado à desigualdade (IDHAD) ficou em 0,542 em 2013, com uma perda de 27% em relação ao IDH. Essa perda vem caindo ao longo dos últimos anos: era de 29,6% em 2006. Das três dimensões analisadas no IDHAD, a desigualdade na expectativa de vida ao nascer é a menor, com um índice de 14,5%, seguido da desigualdade na educação (24,7%) e da desigualdade na renda (39,7%).

Para o ministro da Educação, Henrique Paim, o relatório mostra que, em relação à expectativa de anos de estudo, o Brasil está melhor que os outros membros do BRICS (Rússia, Índia, China e África do Sul) e nações vizinhas, como o Chile. “Isso revela que há um esforço do país do ponto de vista de inclusão, de melhoria da frequência escolar. Esse processo está reconhecido no relatório”, observou.

28 de Julho de 2014. Texto escrito por Matheus Malta de Sá (Farmacêutico). Fontes: Ministério da Saúde e United Nations Statistics Division