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Novo fármaco promissor mata o câncer estimulando a produção de proteínas

Novo fármaco promissor mata o câncer estimulando a produção de proteínasCAMBRIDGE, MA, EUAUma nova droga que superestimula a produção de proteínas cruciais para o crescimento do tumor é a nova estratégia para tratar uma ampla gama de cânceres. As células tumorais estão em rápida divisão celular, de maneira que essa abordagem estressa as células. Essas conclusões foram apontadas por pesquisadores norte-americanos e publicadas no jornal científico Cancel Cell no último dia 10 de agosto de 2015. Os cientistas testaram a droga em um rato e mostraram que o tratamento é eficaz em modelo de câncer de câncer de mama e eficiente em uma ampla gama de células tumorais humanas.

A eficácia da nova droga

Segundo o co-autor do estudo David Lonard do Bayor College of Medicine, antes nenhuma droga que estimulasse uma proteína tumoral tinha sido desenvolvida ou proposta para terapia do câncer. Essa nova droga funciona em vários tipos de tumor e mostra resultados encorajadores na batalha contra a doença.

As células cancerosas adquirem mutações em oncogenes – genes que podem transformar células normais em células tumorais – dessa forma, muitas pesquisas focam na identificação de genes que sejam alvos para novas terapias. Os membros da família do receptor de esteróides (SRC) são especialmente promissores como alvos terapêuticos, porque estas proteínas participam de processos importantes no desenvolvimento do tumor e na sua capacidade de se espalhar para outros órgãos.

Novo fármaco promissor mata o câncer estimulando a produção de proteínasLonard e o outro autor do estudo, Bert O’Malley, levantaram a hipótese de que alguns compostos poderiam matar células tumorais não por inibir, mas por estimular proteínas SRC. Eles pensaram que a estimulação do SRC pode ser tão eficaz quanto a sua inibição, uma vez que gera desequilíbrio no ciclo celular.
Para testar essa ideia, eles rastrearam centenas de milhares de compostos para identificar um ativador potente do SRC chamado MCB-613. Este composto matou tumores de mama, próstata, pulmão e fígado, poupando células normais, e com pouca toxicidade em camundongos.

Esse desbalanço fez com que as células tumorais produzissem uma grande quantidade de proteínas, gerando um estresse celular e acúmulo de proteínas com função anômalas. Essa estimulação excessiva de reciclagem leva ao acúmulo moléculas tóxicas que matam a célula.

Em entrevista à revista Cell, O’Malley se declarou otimista com essa nova droga e acredita que ela entrará em estudo clínico para melhorar a vida de muitos pacientes.

O tratamento do câncer

Em maio de 2015, a Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu 16 novos medicamentos na lista de medicamentos essenciais para tratamento do câncer. Com isso, a OMS considera 46 fármacos como medicamentos prioritários para tratamento da doença e devem ser oferecidos pelo sistema público de saúde de todos os países.

Essa nova lista inclui alguns medicamentos genéricos, mas também de alguns de alto custo, como o trastuzumab, o imatinib e o rituximab, que são usados para tratamento de câncer de mama, mieloide crônica e linfoma, respectivamente. A lista também conta com fármacos para o câncer em fase avançada e disseminada (metástase).

No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece vários dos medicamentos recém-incluídos na lista, mas alguns são restritos a tratamentos específicos. O trastuzumab é um exemplo, pois é usado apenas no pós-cirúrgico, para prevenir que a doença volte.

A epidemia de câncer

De acordo com a OMS, o câncer mata cada vez mais. Dos 14 milhões de novos casos registrados em 2014, 8 milhões resultaram em morte. Segundo o levantamento, 60% das mortes ocorreram na África, Ásia e América do Sul.

Ainda segundo a OMS, os casos devem aumentar em 70% nos próximos 20 anos, saltando para 22 milhões de casos por ano. Entre homens, os cinco tipos mais comuns da doença são os de pulmão, da próstata, colorretal, do estômago e de fígado. Entre as mulheres, os principais tipos são os de mama, colorretal, de pulmão, cérvix e estômago.

As estatísticas ainda apontam que m terço das mortes por câncer é resultado de cinco riscos comportamentais e alimentares: alto índice de massa corporal (IMC), baixo consumo de frutas e verduras, falta de atividade física, uso de tabaco e consumo de álcool.

O tabaco aparece como principal fator de risco para câncer, uma vez que responde por cerca de 30% das mortes pela doença e por 70% das mortes por câncer de pulmão em todo o mundo.

17 de agosto de 2015. Texto escrito por Matheus Malta de Sá (farmacêutico USP) Fontes: Cell Press Newsroom, OMS. Fotos: Fotolia.com.

 

Substância encontrada na pimenta mostra efeitos promissores contra obesidade

Substância encontrada na pimenta mostra efeitos promissores contra obesidadeADELAIDE, AUSTRÁLIAPesquisadores da Universidade de Adelaide na Austrália descobriram que uma dieta rica em gorduras pode prejudicar receptores importantes localizados no estômago que enviam ao cérebro sinais de saciedade. Para reverter esse efeito, os cientistas investigaram a ação da pimenta malagueta nesses receptores. Os dados do estudo foram publicados na revista científica Plos ONE no dia 19 de agosto de 2015.

O efeito da pimenta nos receptores

Os pesquisadores do Centro de Nutrição e Doenças Gastrointestinais da Universidade de Adelaide investigaram a ação de uma substância encontrada na pimenta malagueta nos receptores TRPV1 localizados no estômago. O foco da investigação foi na sensação de saciedade sentida após a ingestão de alimentos.

De acordo com a autora principal da pesquisa, a Professora Amanda Page, o estômago se estende quando está cheio, o que ativa sinais nervosos que diz ao cérebro que você já comeu o suficiente. A ativação desses receptores é mediada pelo receptor TRPV1, que por sua vez é ativado por uma substância encontrada na pimenta, a capsaicina.

Estudos anteriores já mostravam que a capsaicina, encontrada principalmente nas pimentas chilli do gênero Capsaicum, reduz a quantidade de alimentos ingerida. O que esse estudo esclarece é que a sensação de saciedade é estimulada por receptores TRPV1. A remoção desse receptor, ou a dessensibilização do mesmo com alimentos gordurosos, faz com que a sensação de saciedade demore mais para acontecer, o que faz com que a pessoa ingira mais alimentos, resultando em ganho de peso.

Além da possibilidade de incluir pimenta nos pratos diários para aumentar a sensação de saciedade, a Professora Amanda Page fala que os resultados podem levar à descoberta de novos medicamentos que ajam no receptor TRPV1 e combatam a epidemia de obesidade.

Segundo o doutor Kentish, médico da Faculdade de Medicina da Universidade de Adelaide, os pesquisadores agora tentam descobrir se é possível reverter o efeito negativo de uma dieta rica em gorduras.

O uso da pimenta em dietas

Substância encontrada na pimenta mostra efeitos promissores contra obesidade

As propriedades terapêuticas da pimenta têm sido estudadas há muito tempo. A capsaicina é a substância responsável pelo ardor produzido pelas pimentas e, além de estimular os receptores TRPV1, ela libera endorfina, neurotransmissor que dá sensação de prazer e saciedade. Além disso, pimentas como a malagueta, dedo-de-moça e chilli são ricas em vitamina A, do complexo B e C, cálcio, ferro, antioxidantes e substâncias anti-inflamatórias.

As pimentas também são conhecidas por serem alimentos termogênicos, ou seja, que aceleram o metabolismo. A inclusão de alimentos termogênicos na dieta acelera a queima de gordura e auxilia no processo de emagrecimento.

Os efeitos benéficos da capsaicina vão além da queima de gordura e aumento da saciedade. A ação antioxidante dessa molécula é duas vezes mais potente que a da vitamina C. Além disso, cremes à base de capsaicina estão disponíveis para tratamento de dores musculares e reumáticas. A capsaicina ainda ajuda na digestão, é um expectorante e tem ação vasodilatadora e relaxante dos vasos, o que reduz o risco de doenças cardiovasculares obstrutivas, como a aterosclerose.

No Brasil, há diversas variedades de pimenta, sendo que as mais comumente cultivadas são a pimenta malagueta, pimenta dedo-de-moça, pimenta cumari, pimenta de cheiro e pimenta doce. Elas podem ser usadas para temperar alimentos tanto doces quanto salgados.

Leia também: 12 alimentos que ajudam a emagrecerTermogênicos: riscos, benefícios e termogênicos naturais

24 de agosto de 2015. Texto escrito por Matheus Malta de Sá(farmacêutico USP). Fontes: News University of Adelaide. Fotos: Fotolia.com.

 

Estudo mostra ligação entre baixos níveis de vitamina D e esclerose múltipla

Estudo mostra ligação entre baixos níveis de vitamina D e esclerose múltiplaMIAMI, EUAUm estudo genético divulgado no dia 25 de Agosto mostrou uma ligação entre os baixos níveis de vitamina D e maior risco de desenvolvimento de esclerose múltipla (EM). Esta ligação fornece novas alternativas para tratamento da doença que, atualmente, não tem cura e é de difícil prevenção.
Estudos anteriores já haviam mostrado uma ligação entre os níveis de vitamina D, que é gerada pela luz ou ingerida em certos alimentos, e a esclerose múltipla, uma doença autoimune degenerativa que afeta o sistema nervoso central e a medula espinhal. Entretanto, esses mesmos estudos não demonstraram que baixos níveis de vitamina D levavam à EM, e mostravam apenas que os doentes tendiam a se expor menos à luz solar.

Risco duas vezes maior

Estudo mostra ligação entre baixos níveis de vitamina D e esclerose múltiplaO estudo publicado foi publicado no jornal científico PLOS e conduzido pelo Dr. Brent Richards, da Universidade McGill, no Canadá. Os dados analisaram níveis de vitamina D geneticamente baixos e a probabilidade de desenvolver EM em 14 498 pacientes com a doença e 24 091 pessoas saudáveis.
As pessoas com níveis mais baixos de vitamina D tinham um risco duas vezes maior de desenvolver EM, normalmente diagnosticado entre as idades de 20 e 50 anos.
“Os bebês que nascem com genes associados com a deficiência de vitamina D foram duas vezes mais propensos a desenvolver EM em fase adulta “, diz o Dr. Benjamin Jacobs, diretor da da pediatria do Hospital Royal National Orthopedic, em Londres.

Segundo o Dr. Jacobs, que não contribuiu para o estudo, a descoberta relatada no estudo é significativa. Isso mostra que a vitamina D participa de interações genéticas complexas e que sua deficiência pode levar ao surgimento de diversas síndromes.

Uso preventivo de vitamina D

De acordo com o Dr. Jacobs, ainda não se sabe se a suplementação com vitamina D em crianças reduzirá o risco de desenvolvimento de EM, entretanto, estudos clínicos estão em andamento para testar essa hipótese.

A EM é uma doença crônica que afeta cerca de 2,3 milhões de pessoas no mundo, alterando a visão e a fala, causando tremores, fadiga extrema, problemas de memória e paralisia.

A esclerose múltipla no Brasil

De acordo com Academia Brasileira de Neurologia (ABN) e o Ministério da Saúde, a doença atinge 35 mil pessoas no Brasil, sendo que a incidência é maior no Sul e Sudeste do país. No dia 30 de agosto, comemora-se o Dia Nacional de Conscientização da Esclerose Múltipla.

A doença ainda é pouco conhecida do público e muito associada a outros problemas mentais, como demência, mal de Alzheimer ou até mesmo esquizofrenia. A falta de informação da população leva ao atraso no diagnóstico e no tratamento, além de gerar preconceito entre familiares e conhecidos do paciente.

A EM é uma doença autoimune em que anticorpos do próprio paciente atacam a bainha de mielina, que é o revestimento dos neurônios. A bainha de mielina tem função importante na condução dos impulsos nervosos e sem esse isolamento, o impulso é comprometido, de maneira a prejudicar funções do corpo.

Normalmente a perda da visão em um dos olhos é um dos primeiros sintomas. Seguem a isso formigamento em membros, perda de movimento e problemas de memória. O diagnóstico é feito por um neurologista, que realiza diversos exames para excluir outras possíveis causas.

A doença não tem cura e os tratamentos buscam melhorar as funções fisiológicas do paciente (movimento, formigamento, etc). Embora os novos medicamentos não curem a doença, eles modificam sua evolução, ou seja, reduzem os ataques agudos da EM, restabelecem funções do paciente e retardar a neurodegeneração. Porém, sua eficácia é limitada e alvo de intensos estudos clínicos.

Leia também: Carência de vitamina D associada ao AlzheimerVitamina D para a saúde do cérebro

30 de agosto de 2015. Texto originalmente escrito por Xavier Gruffat (farmacêutico), traduzido e modificado por Matheus Malta de Sá (farmacêutico USP). Fontes: PLOS, ABN e Ministério da Saúde. Fotos: Fotolia.com.

 

Quem dorme pouco tem 4 vezes mais chance de pegar um resfriado

Quem dorme pouco tem 4 vezes mais chance de pegar um resfriadoSÃO FRANCISCO, EUAUm novo estudo conduzido por um pesquisador do sono da Universidade da Califórnia em São Francisco (UCSF) comprova aquilo que os pais e avós vêm dizendo há séculos: para evitar doenças, certifique-se de dormir o suficiente.
O grupo de pesquisa, que inclui pesquisadores da Carnegie Mellon University e University of Pittsburgh Medical Center, descobriu que pessoas que dormem seis horas por noite ou menos são quatro vezes mais propensas a pegar um resfriado quando expostas ao vírus, em comparação com aqueles dormem pelo menos 7 horas por noite.
Este é o primeiro estudo a usar medidas objetivas do sono para associar os hábitos circadianos com a propensão de doenças, de acordo com o Dr. Aric Prather, professor assistente de psiquiatria da UCSF e principal autor do estudo. Os resultados ressaltam a importância que o sono tem na manutenção da nossa saúde.

Quem dorme pouco tem 4 vezes mais chance de pegar um resfriadoDe acordo com do Dr. Prather, a curta duração do sono foi o fator mais importante na probabilidade de se pegar um resfriado. “Não importa a idade dos pacientes, seu nível de estresse, sua raça, nível de escolaridade, renda, presença ou não de tabagismo. Com todos esses fatores levados em consideração, a duração do sono foi mais importante”.
O estudo intitulado “Behaviorally assessed sleep and susceptibility to the common cold”, foi publicado na edição on line de setembro da revista científica Sleep.

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos consideram o sono insuficiente uma epidemia de saúde pública, ligando a má qualidade do sono com acidentes de carro, acidentes industriais e erros médicos. De acordo com uma pesquisa de 2013 nos EUA, um em cada cinco americanos têm menos de seis horas de sono.

Os cientistas sabem há muito tempo que o sono é importante para a nossa saúde, e poucas horas de sono estão associadas a doenças crônicas, e até mesmo aumento da suscetibilidade de morte prematura. Estudos anteriores do Dr. Prather mostraram que pessoas que dormem menos horas são menos protegidas contra doenças, mesmo após receber uma vacina. Outros estudos confirmaram que o sono é um dos fatores que regulam os níveis de células T, responsáveis pela defesa do corpo.

O estudo em detalhes

Quem dorme pouco tem 4 vezes mais chance de pegar um resfriadoOs pesquisadores recrutaram 164 voluntários da área de Pittsburgh, entre 2007 e 2011, e administraram neles o vírus da gripe comum. Os pacientes foram submetidos a dois meses de exames de saúde, entrevistas e questionários para estabelecer linhas de base para fatores como estresse, temperamento e uso de álcool e cigarro. Os pesquisadores também mediram os hábitos de sono normais dos participantes uma semana antes da inoculação do vírus da gripe comum.
Eles descobriram que os indivíduos que dormiram menos de seis horas por noite na semana anterior foram 4,2 vezes mais propensos a ficaram doentes em comparação com aqueles que dormiram mais de sete horas. Já aqueles que dormiram menos de cinco horas, foram 4,5 vezes mais suscetíveis a contraírem a doença.
Segundo a Fundação Nacional do Sono nos EUA, a quantidade de horas dormidas varia conforme a faixa etária. Recém-nascidos necessitam de 14 a 17 horas de sono por dia. Bebês de quatro a onze meses precisam de 12 a 15 horas de sono por dia. Conforme a idade aumenta, a necessidade de sono diminui. Crianças de um a 5 anos de idade precisam dormir de 10 a 14 horas; dos 6 aos 13 anos, a recomendação é de 9 a 11 horas; dos 14 aos 17 anos, 8 a 9 horas de sono são suficientes. Adultos de 18 a 64 anos deveriam dormir de 7 a 9 horas por dia, e idosos acima de 64 anos precisam de 7 a 8 horas de sono por dia.

A qualidade do sono do brasileiro

Segundo a Associação Brasileira do Sono, cerca de 43% dos brasileiros sofrem de algum distúrbio do sono. Os distúrbios mais comuns são: apneia, bruxismo, ronco, insônia, sonambulismo e terror noturno.

As crianças também podem apresentar distúrbios como terror noturno e pesadelos.

Leia também: 10 dicas para mandar a insônia para longe

06 de setembro de 2015. Texto escrito por Matheus Malta de Sá(farmacêutico USP). Fontes: UCSF News Center, Associação Brasileira do Sono. Fotos: Fotolia.com.

 

Tratamento mais agressivo para pressão alta pode salvar vidas

Tratamento mais agressivo para pressão alta pode salvar vidasWASHINGTON DC, ESTADOS UNIDOSUm novo estudo mostrou que tratar a hipertensão arterial de maneira mais agressiva e enfática do que as medidas habituais reduz o risco de morte por doença cardíaca em pessoas com mais de 50 anos de idade. As conclusões são de um estudo patrocinado pelo Instituto Nacional de Saúde do Estados Unidos (NIH) chamado de Systolic Blood Pressure Intervention Trial (SPRINT, ou em português Estudo de Intenvenção da Pressão Sistólica Sanguínea).
A melhor maneira de controlar a pressão em pessoas mais velhas ainda é alvo de estudos. Mas os resultados preliminares do SPRINT foram tão animadores que o NIH interrompeu o estudo para rapidamente comunicar os resultados.
Segundo o Dr. Gary Gibbons, diretor do Instituto Nacional do Coração, Pulmão e Sangue do NIH, o manejo mais intenso da pressão alta em pessoas com 50 anos ou mais pode salvar vidas e reduzir complicações cardiovasculares, como o infarto.

Tratamento mais agressivo para pressão alta pode salvar vidasNos Estados Unidos, estima-se que 1 em cada 3 adultos tenha pressão arterial alta, aumentando o risco de ataques cardíacos, acidente vascular cerebral, insuficiência renal e outros problemas de saúde.
A pressão arterial normal é definida como uma medida abaixo de 120 mmHg por 80 mmHg, ou o famoso 12 por 8 (12/8). As pessoas são diagnosticadas com pressão arterial elevada uma vez que os valores ultrapassem 14 por 9. Nos Estados Unidos, apenas metade das pessoas com pressão alta tem a hipertensão controlada.
Embora haja controvérsias com relação a quão baixa a pressão arterial deva ser, orientações médicas indicam que a pressão sistólica (o maior valor) não deva ser maior que 14 (ou 140 mmHg) em pacientes saudáveis, e não maior que 13 (ou 130 mmHg) em pacientes com problema renal ou diabetes. O que esse novo estudo apontou é que quanto menor a pressão for mantida, melhor para o paciente e sua qualidade de vida.

O estudo em detalhes

Tratamento mais agressivo para pressão alta pode salvar vidasO estudo começou em em 2010 e recrutou mais de 9300 pacientes acima de 50 anos de idade que foram considerados sob risco de doença cardíaca ou renal. Metade das pessoas recebeu em média dois medicamentos para manter a pressão abaixo de 140 mmHg. A outra metade recebeu em média três medicamentos com o objetivo de manter a pressão abaixo de 120 mmHg.
O grupo que manteve a pressão abaixo de 120 mmHg teve risco 25% menor de morte e 30% menor de ataques cardíacos e AVC que o outro grupo, disse o correspondente em entrevista à CBS News, Dr. Jon LaPook.
Os pesquisadores do estudo SPRINT continuaram seguindo os pacientes e monitorando as taxas de morte e outras complicações, como efeitos colaterais aos medicamentos. Eles continuarão para monitorar como as funções renal e cognitiva são afetadas pelo tratamento.

A pressão alta no Brasil

Tratamento mais agressivo para pressão alta pode salvar vidasOs números de hipertensão no Brasil não são nada animadores. Segundo o Ministŕio da Saúde, o país tem hoje cerca de 30 milhões de pessoas com hipertensão. De acordo com a Sociedade Brasileira de Hipertensão e dados da Escola de Economia de Londres, do Instituto Karolinska (Suécia) e da Universidade do Estado de Nova York, esse número pode subir 80% até 2025.
Ainda, no Brasil a hipertensão causa 420 mil mortes por ano em consequência do AVC e 1,2 milhões de mortes por doenças cardiovasculares. Cerca de 300 mil brasileiros são acometidos por infarto do miocárdio a cada ano, o que faz com que as doenças cardiovasculares sejam a principal causa de morte no Brasil.
A hipertensão arterial é o principal fator de risco para doenças como insuficiência renal e cardíaca, aneurisma arterial, infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral. A doença pode ser controlada com medidas que combatam a obesidade e o sedentarismo, como a prática de atividades físicas e dieta balanceada.

Tratamento mais agressivo para pressão alta pode salvar vidas

Leia também: 12 alimentos para reduzir a hipertensão

14 de setembro de 2015. Texto escrito por Matheus Malta de Sá (farmacêutico, USP). Fontes: CBS News, Ministério da Saúde e Sociedade Brasileira de Hipertensão. Fotos: Fotolia.com.

 

O FDA adverte contra o risco de infarto e AVC com anti-inflamatórios não esteroidais

O FDA adverte contra o risco de infarto e AVC com anti-inflamatórios não esteroidaisWASHINGTONA agência reguladora de medicamentos dos EUA, o FDA, pediu aos fabricantes de medicamentos com sede nos Estados Unidos para reforçar a bula de todos os anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs), como o ibuprofeno, o naproxeno e o diclofenaco, por causa do risco de infarto do miocárdio ou acidente vascular cerebral. O FDA revisou vários estudos científicos para chegar a estas conclusões. Os AINEs são vendidos sem necessidade de receita médica e já contêm a referência para o risco de ataque cardíaco e AVC na bula, mas ainda não está presente em todas as bulas. A novidade desta pesquisa diz que um indivíduo ao tomar um AINE, mesmo que não tenha histórico de problemas cardiovasculares, tem risco aumentado de sofrer de ataque cardíaco ou derrame. Em outras palavras, todo mundo está em risco ao tomar um medicamento desta classe.

AINEs, medicamentos muito prescritos

Os AINEs são remédios contra dor e inflamação e estão dentre os mais prescritos. Estes anti-inflamatórios são indicados em muitas doenças e distúrbios tais como a artrite, desordens menstruais, dores de cabeça, dores nas costas, infecções virais, etc. Ao contrário das drogas anti-inflamatórias esteroidais, como a cortisona, acredita-se que os AINEs têm menos efeitos colaterais e contraindicações, e por isso são amplamente utilizados sem prescrição médica. Exemplos de AINEs são o ibuprofeno, o diclofenaco, o celecoxibe e o naproxeno (pouco utilizado na Europa, mas muito mais comum no continente americano). É importante citar que o paracetamol não pertence à classe dos AINEs.

Nova decisão do FDA

O FDA, provavelmente a agência de medicamentos mais influente do mundo (pelo seu orçamento e peso dos EUA na medicina global), tem forçado os fabricantes de AINEs desde 2005, com o escândalo do Vioxx, a expressar na embalagem dos medicamentos um aviso em preto sobre o risco de infarto do miocárdio e AVC. Desde 2005, o FDA revisou uma série de estudos sobre os AINEs, incluindo dados clínicos.

Risco mesmo após algumas semanas de tratamento

Especialistas de Washington concluíram que os AINEs vendidos nos Estados Unidos (exceto a aspirina e genéricos), tanto com ou sem prescrição, devem incluir a seguinte informação na bula:

– O risco de infarto do miocárdio ou AVC pode se manifestar já nos primeiros meses de tratamento com um AINE. O risco pode aumentar com a duração do tratamento (observação: segundo os cientistas, mais estudos são necessários para confirmar ou refutar essa hipótese).

– O risco é maior com o aumento da dose.

– Os cientistas inicialmente pensaram que o risco de ataque cardíaco e AVC era o mesmo para todos os AINEs. No entanto, e de acordo com novos estudos do FDA, os pesquisadores têm dúvidas. Pode ser que alguns AINEs tenham um risco maior, mas são necessários mais estudos para ver este efeito mais claramente. É por isso que, por enquanto, o FDA recomenda colocar a mesma informação para todos os AINEs (exceto a aspirina).

– Os AINEs podem aumentar o risco de ataque cardíaco e AVC em pessoas com ou sem fator de risco. Em outras palavras, cada indivíduo, a tomar esta classe de fármacos, poderá estar em maior risco.

Note que a lista não é exaustiva, para simplificar tomamos os pontos mais essenciais. Você pode encontrar o artigo completo nas referências do FDA ao final desse texto.

Questão prática, quando procurar um médico?

Se uma pessoa está tomando um AINE e tem sintomas como dor no peito, dificuldade em respirar e falta de ar, fraqueza em um lado do corpo ou fala arrastada, consulte imediatamente um médico de emergência.

Para lembrar

Este estudo mostra que é importante consumir menor quantidade de AINE, com dose e duração também menores. Não hesite em pedir aconselhamento ao seu médico ou farmacêutico e, possivelmente, encontrar alternativas.

24 de Julho de 2015. Texto traduzido por Matheus Malta de Sá (farmacêutico USP). Fontes: Farmavagas.com.br, www.fda.gov

Suplementos de cálcio não fortalecem os ossos

Suplementos de cálcio não fortalecem os ossosAUCKLAND, NOVA ZELÂNDIAUm novo estudo mostrou que suplementos de cálcio ou laticínios não previnem fraturas ou retarda a osteoporose. O novo estudo constatou que pessoas acima de 50 anos não ficam com os ossos mais fortes ao tomar suplementos com cálcio ou ingerir mais leite ou derivados ao longo do dia.

O estudo em detalhes

A pesquisa foi realizada pela Universidade de Auckland na Nova Zelância. O Dr. Ian Reid e colegas compilaram dados da literatura científica de diversos estudos ao redor do mundo para verificar o que eles apontavam sobre o consumo de cálcio de fortalecimento dos ossos. Os resultados saíram na revista científica British Medical Journal e apontam que ingerir suplementos de cálcio, além de ser desnecessário, pode prejudicar a saúde. Isso acontece pois o excesso de cálcio, que não vai para o fortalecimento dos ossos, pode se acumular nas artérias causando problemas cardíacos, ou nos rins, gerando pedras nos rins.

A maioria dos estudos coletados pelos pesquisadores mostrou que pessoas acima dos 50 anos não se beneficiam dos suplementos de cálcio ou do cálcio extra ingerido em alimentos. Segundo o Dr. Reid, pessoas ingerindo suplementos de cálcio tiveram as mesmas chances de sofrerem fraturas que pacientes que não tomavam nenhum tipo de suplemento.

Em 2012, um órgão do governo americano, o US Preventive Services Task Force, lançou um comunicado dizendo não haver evidências suficientes que justifiquem o consumo de suplementos de cálcio evitamina D na prevenção de fraturas dos ossos ou osteoporose.

A controvérsia do consumo de cálcio

Mulheres acima dos 50 anos de idade são recomendadas a ingerirem 1200 mg de cálcio por dia, e abaixo dos 50 anos, 1000 mg por dia. Os homens acima dos 50 anos são recomendados a tomarem 1000 mg de cálcio por dia, sendo que homens acima dos 70 anos precisam de 1200 mg por dia. Além disso, a ingestão de vitamina D (também produzida pela luz do sol no corpo humano) ajuda a absorver o cálcio.

Entretanto, diversos estudos mostram não haver diferenças na incidência de fraturas entre pessoas que fazem uso de suplementação de cálcio e das que não fazem. Dados apontam, entretanto, que o consumo em excesso aumenta o risco de pedras nos rins e problemas gastrintestinais.

Uma das principais fontes de cálcio é o leite e derivados. O Dr. Karl Michaelsson, da Universidade de Uppsala na Suécia, liderou um estudo que investigou o consumo de leite e a relação com fraturas ósseas. Os dados foram surpreendentes e mostraram que pessoas que bebiam mais leite por dia tinham mais fraturas do que aquelas que bebiam pouco leite.

O que fazer para melhorar a saúde dos ossos?

O que fazer para melhorar a saúde dos ossos?

Médicos apontam que a prática de exercícios físicos é uma excelente alternativa para manter a saúde dos ossos. Atividades como caminhada, corrida, tênis, musculação, dança, dentre outros, ajudam a aumentar a densidade óssea.

A atividade física tem sido especialmente recomendada para mulheres na pré-menopausa e após a menopausa. Mulheres nessa fase têm perda da densidade óssea devido a alterações hormonais e, devido a isso, a prática de esportes é encorajada.

Além de melhorar a densidade óssea, a prática esportiva melhora a massa muscular, a força dos tendões e o equilíbrio, o que por sua vez, previne quedas e fraturas. Evitar álcool e cigarro também ajuda a fortalecer os ossos.

13 de outubro de 2015. Texto escrito por Matheus Malta de Sá (farmacêutico, USP). Fontes: BMJ.com, NBCNews.com. Fotos: Fotolia.com

Controvérsia: suplementação com ômega-3 é realmente benéfica?

Controvérsia: suplementação com ômega-3 é realmente benéfica?NOVA IORQUE, EUAUm recente estudo publicado no periódico científico de grande pretígio Science questionou a importância da suplementação com ômega-3. Os autores do trabalho levantam a hipótese se realmente o ômega-3 tem efeito protetor em todo mundo, com base em dados coletados na população Inuit, moradora do Pólo Norte.

Entenda o estudo

Os povos Inuit são moradores do Ártico, região do globo conhecida pelo seu intenso frio e escassez de alimentos frescos. Ao longo dos séculos, esses povos se adaptaram a consumir grande quantidade de peixes, focas e baleias. Apesar de sua dieta rica em gorduras, a taxa de infarto nessa população é baixa.

Na década de 70, pesquisadores dinamarqueses propuseram que o ômega-3 encontrado nos peixes de águas frias tinha efeito protetor cardíaco, reduzindo o risco de doenças cardiovasculares. Isso levou ao consumo da suplementação de ômega-3 na forma de pílulas e até mesmo em alimentos enriquecidos com esse ácido graxo.

O atual estudo publicado na revista Science mostra que na verdade os povos Inuit desenvolveram, ao longo dos séculos, mecanismos genéticos capazes de metabolizar o excesso de ômega-3 consumido nos alimentos. O autor do estudo e geneticista Ramus Nielsen, da Universidade da California em Berkeley, levanta a questão se realmente o excesso de ômega-3 exerce algum efeito protetor do coração.

Controvérsia: suplementação com ômega-3 é realmente benéfica?Essa diferença no metabolismo é responsável por uma variação em um conjunto de genes que produzem enzimas chamadas de ácidos graxos desaturases. Essa variação é muito frequente na população Inuit, mas pouco frequente em europeus ou chineses. A diferença genética faz com que o excesso de ômega-3 seja metabolizado mais rapidamente, de forma que a concentração de ácidos graxos no sangue seja controlada. Segundo Marit E. Jorgensen, outro autor do estudo da Universidade da Dinamarca, esse conjunto de genes neutralizaria os possíveis efeitos benéficos do ômega-3.

Além de um metabolismo diferenciado, pessoas com esses genes são, no geral, 3 cm menores e cerca de 5 kg mais magras.

A controvérsia da suplementação de ômega-3

Em uma meta-análise publicada na revista médica Journal of the American Medical Society (JAMA) em 2012, o pesquisador Evangelos Rizos analisou 20 estudos randomizados com total de 68680 pacientes e concluíram que suplementação com ômega-3 não tem efeitos significativos na redução do risco de acidente vascular cerebral e infarto. Contudo, o mesmo estudo identificou redução de 10% no risco de morte por outras causas cardíacas.

 Controvérsia: suplementação com ômega-3 é realmente benéfica?O efeito benéfico do ômega-3 e outros ácidos graxos poliinsaturados é indiscutível. Nosso corpo não produz essas gorduras naturalmente e elas são parte importante da composição das membranas das células e do sistema nervoso central. O que se questiona é sua habilidade de prevenir doenças cardíacas, infarto, declínio cognitivo e até depressão.
Um editorial da revista científica Nature, publicado em 2012, apontou que a suplementação com ômega-3 pode ser benéfica para algumas pessoas e ter nenhum efeito em outras. Essas variações individuais são difíceis de serem medidas em estudos clínicos.
Devemos ou não suplementar nossa dieta com pílulas de ômega-3? Muitos médicos e cientístas concordam que a melhor opção é consumir peixes oleosos como salmão e atum, e estudos apontam que o consumo de peixes reduz riscos de desenvolver doenças crônicas, como diabetes e doença de Alzheimer. Se a pessoa, entretanto, não consome ômega-3 oriundo de peixes ou outras fontes, a suplementação com pílulas e alimentos enriquecidos pode ser uma boa ideia. Segundo o cardiologista da Universidade de Harvard, Dr. Mozaffarian, em entrevista à revista Nature, é melhor consumir alguma fonte de ômega-3 (mesmo que em pílulas) do que nenhuma.

21 de setembro de 2015. Texto escrito por exto escrito por Matheus Malta de Sá (farmacêutico, USP). Fontes: New York Times, Science, JAMA, Nature. Fotos: Fotolia.com.

 

O Outubro Rosa e o câncer de mama

O Outubro Rosa e o câncer de mamaSÃO PAULOO mês de outubro é muito importante para a saúde feminina e é conhecido, mundialmente, como “Outubro Rosa”. O movimento começou na década de 1990 nos Estados Unidos como forma de conscientização da população no controle e prevenção do câncer de mama. O movimento ganhou força no mundo inteiro e hoje diversos países celebram o começo do Outubro Rosa com corridas e eventos abertos ao público.

O câncer de mama

O câncer de mama é um tumor maligno e o tipo de câncer mais comum em mulheres em todo mundo. A doença é relativamente rara antes dos 35 anos de idade, sendo que acima dessa idade, a incidência aumenta, especialmente depois dos 50 anos.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 1,4 milhões de mulheres são diagnosticadas com a doença todo ano, sendo cerca de 460 mil mortes anuais. No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima mais de 57 mil novos casos da doença no ano de 2015. Desses novos casos, a estimativa é que a doença mate por volta de 14 mil mulheres.

O câncer de mama é multifatorial, ou seja, tem como causa diversos fatores distintos, dentre eles:
– Fatores hormonais
– Exposição à radiação ionizante, radioterapia e outros carcinógenos
– Obesidade, tabagismo, consumo excessivo de álcool
– Fatores genéticos, como a presença de mutações nos genes BRCA1 e BRCA2

Embora muitos desses fatores sejam de difícil controle, médicos e cientistas falam que controle de peso, atividade física e alimentação balanceada podem reduzir em até 28% o risco da mulher desenvolver o câncer de mama.

O diagnóstico precoce, feito normalmente por exames de mamografia, reduz o risco de metástase e mortalidade da doença. Devido a isso, a recomendação do Ministério da Saúde é que esse exame seja realizado anualmente em mulheres acima dos 40 anos. Em mulheres com histórico familiar de câncer de mama, os exames devem ser feitos antes dessa idade.

Uma vez instalado, os tratamentos da doença são a quimioterapia, a radioterapia, a imunoterapia e a remoção cirúrgica da mama comprometida.

A importância da prevenção no combate ao câncer de mama

Uma das etapas mais importantes na luta contra o câncer de mama é a prevenção da doença. Embora de difícil controle devido à sua característica multifatorial, a prevenção de alguns aspectos leva à melhoria da qualidade de vida das mulheres. O objetivo principal do movimento Outubro Rosa é fazer com que a população geral fique alerta para a doença e adote práticas mais saudáveis.

Em muitos países, o mês de outubro é marcado por corridas, pedaladas, caminhadas e práticas de atividade ao ar livre com intuito de educar a população sobre os perigos da doença. No Brasil, por exemplo, o primeiro domingo de outubro foi marcado por corridas em diversas cidades, como São Paulo, Manaus, Curitiba, Porto Alegre, Florianópolis, dentre outras. Além disso, eventos como palestras e distribuição de panfletos acontecem em diversos locais.

Outra fato comum é a iluminação de monumentos e prédios icônicos com a coloração rosa. Nos Estados Unidos, por exemplo, monumentos como a Estátua da Liberdade e a Casa Branca são iluminados. É comum ver também o laço rosa, símbolo da campanha, em locais públicos, cartazes e outdoors espalhados pela cidade.

No Brasil, o Outubro Rosa comemora, em 2015, 12 anos de existência. Ainda é preciso falar mais sobre a doença, haja visto o número elevado de casos e mortes por ano. O foco da campanha têm sido na prevenção do câncer de mama através de esportes e hábitos saudáveis. O diagnóstico precoce e exames regulares também são um dos focos da campanha como forma de controle da doença.

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04 de outubro de 2015. Texto escrito por Matheus Malta de Sá (farmacêutico, USP). Fontes: INCA, Ministério da Saúde. Fotos: Fotolia.com.

Terapia com células-tronco mostra avanços no combate ao HIV

Terapia com células-tronco mostra avanços no combate ao HIVLOS ANGELESCientistas da Universidade da Califórnia Los Angeles (UCLA) deram um passo a mais na luta contra o HIV. Eles desenvolveram uma ferramenta que faz com que o corpo a lute contra o vírus causador da AIDS e ganhe. A nova técnica utiliza a capacidade de regeneração das células-tronco para gerar uma resposta imunitária contra o vírus. O estudo foi publicado no jornal científico Molecular Therapy.

O estudo

Os pesquisadores Jerome Zack e Scott Kitchen foram os primeiros a relatar o uso de uma molécula chamada de receptor de antígeno quimérico, ou CAR (do inglês Chimeric Antigen Receptor), em células-tronco formadoras de sangue para combater o HIV. As células-tronco do sangue são capazes de se transformar em qualquer tipo de células sanguíneas, incluindo as células T, que são centrais para o sistema imunológico. Em um sistema imunitário saudável, as células T podem geralmente livrar o corpo de uma infecção viral ou bacteriana. Entretanto, no caso de pacientes com HIV, o vírus se muta muito rapidamente, de forma que as células T não conseguem lutar contra a infecção.

Os pesquisadores inseriram um gene do CAR em células-tronco formadoras de sangue no laboratório. O CAR, que é um receptor de duas partes que reconhece um antígeno, foi projetado para ser transportado pelas células T e encaminhá-las para localizar e matar as células infectadas pelo HIV. As células-tronco de sangue modificado com o CAR foram então transplantadas em camundongos infectados pelo HIV que tinham sido geneticamente modificados com sistema imunológico humano (como um resultado, a infecção pelo HIV causa doença semelhante à dos seres humanos). As células T com CAR conseguiram combater o vírus e houve diminuição nos níveis de HIV de 80 a 95%.

A epidemia de HIV

A infecção por HIV, vírus causador da AIDS, é a doença infecciosa que mais mata no mundo, sendo responsável por mais de 40 milhões de mortes em todo o mundo desde que foi identificada pela primeira vez no início de 1980. Uma vez que o vírus invade o corpo, ele atinge e enfraquece as células do sistema imunológico, de tal forma que o corpo não consegue mais combater mesmo as infecções mais simples. Certas drogas ajudam a enfraquecer o vírus, entretanto, como o corpo não consegue eliminar o HIV por completo, as pessoas continuam com a infecção para toda a vida.

Embora os medicamentos sejam eficazes para controlar a infecção, a maior parte dos 35 milhões de pessoas infectadas com o HIV pelo mundo não têm acesso às drogas. De acordo com os pesquisadores que coordenaram esse estudo, a abordagem com células T é mais flexível e potencialmente mais eficaz porque ela poderia, teoricamente, ser empregada em qualquer ser humano. Se os próximos testes forem promissores, os cientistas esperam que essa tecnologia esteja disponível para aplicação humana em 10 anos.

A prevenção do HIV

O HIV ainda não tem cura. Ele pode ser transmitido através do contato com fluidos corporais, como sangue e sêmen. Algumas formas de prevenção da doença incluem:

– Praticar relações sexuais com preservativos.

– Não compartilhar agulhas e seringas.

– Usar luvas ao manipular feridas e líquidos corporais.

– Testar o sangue previamente antes de realizar transfusões.

– Para as mães HIV-positivas, o uso de antirretrovirais deve ser feito durante toda a gravidez.

27 de Julho de 2015. Texto escrito por Matheus Malta de Sá (farmacêutico USP). Fontes: Newsroom UCLA. Fotos: Fotolia.com.