ZURIQUE – Pessoas com depressão podem melhorar seu humor pela privação do sono. Os pesquisadores de Zurique (Suiça) já desvendaram uma parte do mistério mostrando que esta terapia tem o efeito de reestruturar certas regiões do cérebro. Durante a privação do sono controlada, a maioria dos pacientes fica acordada na segunda metade da noite e continua acordada por toda noite, explicou em um comunicado a Universidade de Zurique na segunda-feira (11). O processo é repetido três ou quatro vezes.
Seguindo este protocolo, 40 a 60 % dos pacientes deprimidos apresentam uma melhora imediata em seu estado de humor. No entanto, na maioria dos casos, o efeito positivo dura apenas cerca de três dias.
Nenhuma característica biológica foi encontrada até o momento para prever quais pacientes irão responder positivamente a esta terapia. No entanto, verificou-se que em pessoas que sofrem de depressão, as regiões do cérebro responsáveis por processos emocionais são hiperativas, enquanto que a regiões atribuídas aos benefícios racionais são inibidas.
Estudos recentes também mostraram que a conexão hiperativa entre diversas áreas cerebrais é responsável pela desregulação cognitiva e emocional observada em uma depressão. O trabalho publicado segunda-feira (11) na revista PNAS (Proceedings of the National Academy of Sciences) pela equipe de Zurique, liderada por Erich Seifritz psiquiátrica da clínica da universidade, têm mostrado que a privação do sono libera este nó.
Menos emocional e mais racional
Áreas cerebrais responsáveis por processos emocionais são desativadas enquanto as que regem o controle cognitivo são habilitadas.
“Este é um mecanismo biológico específico da privação do sono”, escreve o Professor Seifritz no comunicado.
Para este estudo, os pesquisadores examinaram a atividade cerebral de 12 pessoas saudáveis, com ou sem privação do sono. Em um estudo anterior, a mesma equipe havia mostrado que os antidepressivos que atuam em curto prazo também possuem o efeito de reduzir as conexões deste nó em questão. O presente estudo confirma essa observação.
Contra a artroseno joelho, o arsenal terapêutico inclui injeções intra-articulares de ácido hialurônico, entre outras. Mas, de acordo com uma análise da literatura científica realizada pela “Revue Prescrire” (revista francesa de referência, independente da indústria farmacêutica), este tratamento teria efeitos modestos, ao custo de reações locais, e muitas vezes efeitos secundários graves.
Em pacientes que sofrem com artrose no joelho, o tratamento encarregado pela dor é baseado em tratamentos analgésicos. As injeções de ácido hialurônico são propostas algumas vezes, mas “sem evidência de sua eficácia”, dizem os autores da Revue Prescrire.
Um estudo publicado em 2012 resumiu os estudos que compararam este tratamento com o placebo ou com a ausência de tratamento terapêutico, em aproximadamente 12.500 pacientes que sofrem de dores articulares no joelho. “O efeito analgésico das injeções é aparentemente fraco e com relevância clínica incerta. Os resultados foram os mesmos, independentemente da natureza do tempo de acompanhamento, o número de injeções ou o tipo de substância injetada”. Além disso, outra meta-análise chegou a conclusões semelhantes.
Uma doença da cartilagem
As reações locais após as injeções intra-articulares, como a dor prolongada ou derrame no joelho foram relatadas. “A hospitalização, perda de autonomia e outros eventos graves foram relatados em mais de 8 ensaios”.
Lembre-se que a artrose é uma doença caracterizada pelo desgaste da cartilagem, este pequeno “tecido” esbranquiçado que cobre todas as nossas articulações. É muito frágil, é utilizada frequentemente e não possui quase nenhuma cura. É por isso que a artrose é uma doença progressiva que afeta principalmente o pessoas com mais idade ou pessoas cujas articulações têm sofrido com “excesso de trabalho”.
Escrito por: Emmanuel Ducreuzet – Editado por Dominique Salomão
Fonte: A revisão de prescrição, n º 357, 12.11.2013
CIDADE DOMÉXICO –Em um dos países mais obesos do mundo, as autoridades mexicanas decidiram no fim de outubro aumentar os impostos sobre alimentos muito calóricos como os refrigerantes (entre outros). Estes impostos têm sido adotados em uma vasta reforma tributária afetando o segundo maior país da América Latina. Todos os alimentos que contenham mais de 275 calorias por 100 gramas serão tributados no próximo ano para 8 % de IVA (imposto sobre o valor acrescentado).
O presidente do México Enrique Peña Nieto afirmou poucas horas antes da votação que a reforma tributária que afeta os alimentos calóricos é necessária em um país afetado por uma “verdadeira epidemia de obesidade”. Ele também recomenda outras medidas como nas embalagens, programas de educação alimentar e maior incentivo ao esporte.
Uma má alimentação e uma falta de exercício levou a uma situação dramática, ao observar o efeito na taxa de obesos mais elevada que nos Estados Unidos. No México, 32,8 % da população é obesa. Nós falamos em obesidade quando o IMC é superior a 30.
Além disso, 70% dos adultos mexicanos estão com sobrepeso (ou obesidade) e 30% dos jovens e adolescentes estão com sobrepeso ou já obesos.
Também se estima que quase 10 % dos mexicanos têm diabetes, a grande maioria de diabetes do tipo 2, sendo este último fortemente relacionado com a obesidade. A epidemia de diabetes matou 500 mil pessoas ao longo dos últimos seis anos no México, de acordo com algumas organizações que apoiam a nova lei.
Observamos também que para alguns produtores de refrigerantes, o México é um dos seus maiores mercados, se não o maior em termos de volume (consumo por habitante). A clara ligação entre refrigerantes e obesidade não está mais em dúvida. As indústrias de alimento têm naturalmente exercido um lobby importante para evitar que a lei seja aprovada, o que finalmente acabou não tendo o impacto esperado.
A maioria das organizações de saúde, como a OMS tem apoiado esta legislação.
O esporte pode ser tão útil quanto os medicamentos
Os médicos deveriam prescrever “o esporte na receita médica”, de acordo com pesquisadores.
LONDRES – Um grande estudo mostrou que o esporte pode ser tão ou mais eficaz do que os medicamentos contra certas doenças, particularmente em relação à mortalidade. O esporte é especialmente interessante após umacidente vascular cerebral (AVC),durante certos problemas cardíacos e em casos de pré-diabetes tipo 2, fase que precede adiabetes tipo 2. Este estudo foi publicado no início de outubro no famoso jornal britânico “British Medical Journal”.
Os pesquisadores incluíram dados de vários estudos anteriores incluindo 339 mil pessoas sofrendo com doenças cardíacas, AVC e pré-diabetes tipo 2. A Faculdade de Economia do Reino Unido e a Faculdade de Medicina de Harvard em Londres participaram desta meta-análise.
Os cientistas chegaram à conclusão que os médicos deveriam sempre recomendar o aumento de exercício e esporte aos seus pacientes. Embora os benefícios do esporte e do exercício sejam bem conhecidos e amplamente estudados, havia muito poucos estudos comparando claramente à prática do esporte com o tratamento medicamentoso.
Resultados muito interessantes contra o AVC
Este estudo mostrou um efeito particularmente favorável do esporte após um AVC, principalmente durante a fase de reabilitação. Comparando os dados entre os pacientes que tomaram medicamentos e aqueles que praticam esporte, os pesquisadores demonstraram que a prática de exercícios foi mais eficaz do que o tratamento farmacológico.
Se olharmos o impacto sobre certas doenças cardíacas ou glicemia, importante no surgimento ou não da diabetes tipo 2, o esporte se mostrada tão eficaz quanto a tomada de medicação. Apenas nos casos de insuficiência cardíaca que a ingestão de diuréticos foi superior em termos de eficiência em relação aos esportes ou outra terapia medicamentosa.
Prescrição de esporte
Este estudo claramente focou-se no impacto da mortalidade. Um conceito cada vez mais utilizado em estudos médicos e científicos. Além disso, a prática de esportes pode minimizar a mortalidade assim como o tratamento medicamentoso, em outras palavras, simplesmente prolongar a vida. Assim, os pesquisadores acreditam que os médicos devem prescrever “o esporte na receita médica”, prescrever sessões de fitness, corrida, etc. Especialmente nos casos onde os medicamentos existentes não têm eficácia plenamente confirmada e comprovada.
Os pesquisadores também recomendam a indústria farmacêutica a também começar a comparar os seus (novos) medicamentos em relação à prática do esporte e não apenas um placebo. Segundo o Criasaude, esta é provavelmente somente uma vontade, porque a indústria farmacêutica, que pesa mais de 800 bilhões de dólares em vendas anuais, provavelmente não vai querer ver a sua cota de mercado diminuiu em favor da venda do esporte e fitness.
Devido à elevada divulgação na mídia deste estudo, algumas organizações de saúde britânicas como Diabetes UK se manifestaram com um lembrete de que a prática do esporte e exercício físico na prevenção de muitas doenças é conhecida há muito tempo. Eles também deixaram claro que nunca devemos parar o tratamento em curso e não se automedicar durante uma doença crônica. Adicionalmente não se deve parar abruptamente todos os medicamentos e começar imediatamente a praticar esportes sem primeiro falar com o seu médico.
16 de outubro de 2013, por Xavier Gruffat farmacêutico (Dipl. ETH Zurich, Suíça) – texto em grande parte traduzido do nosso site alemão (Kreapharma.ch)
SÃO PAULO – Mais uma vez o Ministério da Saúde apoia a campanha de doação de sangue do time paulista de futebol, o Corinthians. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, participa neste sábado (5), em São Paulo, da 12ª edição da mobilização do time. A campanha, que teve início no mês passado, é idealizada e promovida pela torcida organizada com o objetivo de conscientizar a população brasileira sobre a importância de doar sangue. A doação contará ainda com a presença do idealizador desta ação, Milton Oliveira e será realizada na Fundação Pró-Sangue, no Hospital das Clínicas.
Em abril deste ano, o Ministério da Saúde a formalizou parcerias com outros times de futebol para incentivar a doação entre os torcedores brasileiros e aumentar os estoques de sangue nos hemocentros. Cerca de 30 times brasileiros aderiram à mobilização, entre eles, Santos (SP), Vasco (RJ), Fluminense (RJ), Palmeiras (SP), Internacional (RS), Grêmio (RS), Payssandú (PA), Avaí (SC), Ponte Preta (SP), Portuguesa (SP), Paraná (PR), Santa Cruz (PE), Sport (PE), Botafogo (RJ), Guarani (SP), São Paulo (SP) e Brasília (DF).
APOIO– Nas duas edições anteriores da campanha de doação de sangue do Corinthians foram coletadas cinco mil bolsas de sangue no país. Essa é a terceira vez que o ministro participa da mobilização corinthiana e a expectativa é arrecadar mais 2,5 mil bolsas. Para o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a doação de sangue é um ato de vida, uma corrente do bem. “É muito importante fazer parte de uma mobilização como essa que organiza a uma torcida num ato de solidariedade para salvar a vida de milhares de brasileiros”, afirma.
A ação corinthiana deste ano acontece em 40 cidades de 10 estados brasileiros. A expectativa é coletar somente em São Paulo aproximadamente 600 bolsas. Existem 37 postos de coleta espalhados pelo Brasil e três no exterior – um no Japão, que participa desde a primeira edição, além de postos no Chile e nos Estados Unidos, que integram a campanha pela primeira vez.
REDE PARA DOAÇÃO –Atualmente, 2% da população brasileira têm o hábito de doar sangue e o número de coletas chega a 3,6 milhões de bolsas por ano no Brasil. Embora o percentual esteja dentro dos parâmetros da Organização Mundial de Saúde (OMS), o governo federal trabalha para chegar ao índice de 3%.
O Sistema Único de Saúde (SUS) conta com 32 hemocentros coordenadores e 368 regionais e núcleos de hemoterapia distribuídos em todo o país. O investimento do Ministério da Saúde na rede de sangue em hemoderivados chegou a R 1,5 bilhão até 2014.
As ações de incentivo à doação do Ministério da Saúde são permanentesnas redes sociais, por meio dos perfis do ministério no Facebook, Twitter e Instagram. Os torcedores podem acessar e divulgar informações pela hashtag #torcedorsanguebom.
Os torcedores e demais interessados em doar sangue devem procurar o serviço mais próximo de sua residência.
BRASÍLIA– O sistema brasileiro de transplantes alcançou nova marca. Balanço do Ministério da Saúde, apresentado nesta quarta-feira (25), mostra que quatro estados (Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo) e o Distrito Federal conseguiram acabar com a espera para a realização de transplante de córnea. Nesses locais, o tempo que o paciente aguarda pela cirurgia é praticamente nulo, já que a capacidade instalada dos serviços especializados e a quantidade de doações são suficientes para atender a demanda atual, sem que o paciente precise aguardar numa lista.
Juntos, os quatro estados e o Distrito Federal realizaram 3.967 cirurgias de córnea no primeiro semestre deste ano, o equivalente a 58% das cirurgias deste tipo realizadas no país (6.781, no total). Comparado com os primeiros seis meses de 2012, quando ocorreram 7.777 atendimentos, houve redução de 13%. Essa redução se deve à diminuição das listas de espera.
Os dados do Ministério revelam ainda que em outros sete estados (Acre, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Sergipe, Rio Grande do Norte, Mato Grosso e Minas Gerais) a espera por transplante de córnea foi reduzida com tendência a zerar as listas.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, mostrou que, além dos avanços nas cirurgias de córnea, os novos dados revelam o aumento de transplante de grande complexidade – crescimento de 35% nas cirurgias de coração e pulmão, entre os anos de 2010 e 2012, e de 12% para transplante de fígado, no mesmo período. “Em 2010, havia concentração dos serviços. Os dados do balanço mostram o acerto das medidas adotadas pelo Ministério, em parceira com os estados e municípios”, completou.
Ele destacou ainda a expansão dos serviços e a criação de incentivos financeiros para estimular a doação de órgão, acrescentando que desde 2011, o Ministério da Saúde tem adotado medidas para regionalizar a oferta de cirurgias nos estados que antes não contavam com serviços transplantadores, como no Norte e Nordeste.
ÓRGÃOS SÓLIDOS –O Brasil também aumentou o número de transplantes de órgãos sólidos (pulmão, coração, pâncreas, rim e fígado). No primeiro semestre de 2013, o Sistema Nacional de Transplantes (SNT) registrou um total de 3.842 cirurgias realizadas, o que representa aumento de 3,8% de crescimento em relação ao mesmo período de 2012 (3.703). Os transplantes de medula óssea também cresceram 13% na comparação do último ano. Foram 974 no primeiro semestre de 2013 contra 862 (primeiro semestre de 2012). No total, o Brasil realizou 11.569 até junho de 2013.
Em termos percentuais, o transplante de pulmão teve aumento de 113%, chegando a 64 atendimentos no primeiro semestre de 2013 contra 30 cirurgias realizadas no mesmo período de 2012. Em segundo lugar, ficou o transplante conjugado de pâncreas e rim, que totalizou 65 neste ano, no período avaliado, correspondendo a 18% a mais do que em 2012. Logo depois, vem o transplante de coração, que fechou o primeiro semestre de 2013 com 124 atendimentos, contra 108 realizados em 2012, um incremento de 14,8%. Quanto aos transplantes de fígado, o Brasil realizou 860 cirurgias, crescimento de 7% os primeiros seis meses de 2013, contra 801 no mesmo período de 2012.
DOAÇÃO– O coordenador do Sistema Nacional de Transplantes (SNT), Heder Murari, acrescentou ainda que também houve um aumento expressivo da quantidade de doadores por milhão de habitantes (pmp). “Aumentamos o números de doadores e reduzimos a recusa das famílias, o que é o principal indicador do bom funcionamento do sistema de transplantes”, disse.
O Brasil levou mais de duas décadas para atingir 9,9 doadores por milhão de pessoas. Nos últimos três anos, esse número cresceu para 13,5 doadores (projeção para o ano) por milhão da população (1º semestre de 2013). A meta do SNT é chegar 15 pmp até 2014.
NOVIDADES– Nesta quarta-feira, o ministro Alexandre Padilha assinou ainda duas portarias para qualificar e ampliar a oferta de transplantes do país. Uma das medidas institui o Plano Nacional de Apoio às Centrais de Notificação Captação e Distribuições de Órgãos Estaduais (CNCDOs) e cria o incentivo financeiro para a estruturação e qualificação das centrais. Os valores pagos pelo Ministério serão de R 200mil, além de custeios mensais.
A outra portaria assinada pelo ministro aumenta as cotas para cadastros de doadores no Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME). Com esta medida, podem ser realizados até 400 mil exames por ano pelos estados. Atualmente, podem ser feitos até 267 mil registros. A medida vai gerar impacto financeiro no valor de R 327,8 milhões em 2003 para R$ 1,4 bilhão em 2013. E, para estimular a realização de mais transplantes no SUS, o Ministério da Saúde também liberou, em 2012, mais incentivos financeiros para hospitais que realizam cirurgias na rede pública. Com as novas regras, os hospitais que fazem quatro ou mais tipos de transplantes podem receber um incentivo de até 60%. Para os que fazem três tipos de transplantes, o recurso será de 50% a mais do que é pago atualmente. Nos casos das unidades que fazem dois ou apenas um tipo de transplante, será pago 40% e 30% acima do valor, respectivamente.
SNT –O Brasil é referência mundial no campo dos transplantes. Atualmente, 95% das cirurgias no país são realizadas no Sistema Único de Saúde (SUS). O SNT é gerenciado pelo Ministério da Saúde, pelos estados e municípios. Para atender a quantidade de pacientes e cirurgias de transplantes, existem no país 27 centrais de notificação, captação e distribuição de órgãos, 11 câmaras técnicas nacionais; 748 serviços distribuídos em 467 centros; 1.047 equipes de transplantes; além de 62 Organizações de Procura por Órgãos (OPOs), no Brasil. O trabalho exige profissionais de várias áreas, como enfermagem, psicologia e assistência social.
BRASÍLIA – O Ministério da Saúde está ampliando a faixa etária para a vacinação contra o vírus do papiloma humano (HPV), usada na prevenção decâncer de colo do útero. Já em 2014, meninas dos 11 aos 13 anos receberão as duas primeiras doses necessárias à imunização, a dose inicial e a segunda seis meses depois. A terceira dose deverá ser aplicada cinco anos após a primeira.
Com a adoção do esquema estendido, como é chamado, será possível ampliar a oferta da vacina, a partir de 2015, para as pré-adolescentes entre 9 e 11 anos de idade, sem custo adicional. Assim, quatro faixas etárias serão beneficiadas, possibilitando imunizar a população-alvo (9 a 13 anos). A modificação no esquema vacinal foi anunciada nesta quarta-feira (18) pelo secretário de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, durante cerimônia de 40 anos do Programa Nacional de Imunizações (PNI), em Brasília.
“O esquema vacinal estendido adotado tem duas grandes vantagens. A primeira é que possibilita alcançar a cobertura vacinal de forma rápida com a administração das duas doses. Outro beneficio é que a terceira dose, cinco anos depois, funciona como um reforço, prolongando o efeito protetor contra a doença.” O Ministério da Saúde está investindo R 154 milhões. Além disso, a produção do imunobiológico contará com investimento de R 72,6 milhões. Do total, 78% foram na faixa etária prioritária. No ano passado, o investimento no atendimento e expansão dos serviços para tratamento de câncer na rede pública de saúde foi de R$ 2,4 bilhões, 26% maior que em 2010.
BRASÍLIA – Nos últimos 10 anos, o Brasil reduziu 40% a taxa de mortalidade na infância (menores de cinco anos). O número caiu de 28,4 mortes por mil crianças nascidas vivas, em 2002, para 16,9 óbitos por mil nascidos vivos em 2012. Em relação aos últimos 22 anos, a queda ainda mais expressiva: 68,5%, passando de 54 mortes por mil nascidos vivos em 1990 para 16,9 para 2012 (dados preliminares).
Na divulgação do Relatório de Progresso 2013 sobre o Compromisso com a Sobrevivência Infantil: Uma Promessa Renovada,o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) destacou o Brasil e suas ações para o combate aos fatores que contribuem para a mortalidade na infância. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, participou nesta sexta-feira (13), em Brasília, do evento de lançamento da Unicef e da Organização Panamericana de Saúde (Opas), que lembra a conquista brasileira, além de apresentar dados inéditos de mortalidade na infância em todo o mundo.
“É uma conquista importante, mas não podemos apenas comemorar. Os números mostram que ainda precisamos avançar dando continuidade ao nosso compromisso de reduzir ainda mais as taxas de mortalidade neonatal, infantil e na infância”, afirmou o ministro chamando atenção os fatores que contribuíram para a queda. Somente nos últimos três anos, a queda da taxa de mortalidade na infância foi de 9%, caindo de 18,6 mortes por cada mil crianças nascidas viva em 2010 para 16,9 em 2012. ”Sabemos que a redução desses índices começa com a qualidade na assistência à saúde da mãe e do bebê no pré-natal e com a ampliação do acesso à atenção primária de saúde. Assim, por meio do programa Mais Médicos, vamos garantir essa expansão com médicos especializados na Atenção Básica para todo o Brasil, especialmente nas áreas mais remotas e de mais difícil acesso. Vamos priorizar as regiões indígenas e periféricas e, em especial, as regiões Norte e Nordeste”, acrescentou.
De acordo com os dados da ONU, que utiliza uma metodologia de comparação internacional, a redução da taxa no país foi de 77%, passando de 62 mortes a cada mil nascidos vivos para 14 óbitos por mil nascidos vivos. O percentual de redução da taxa de mortalidade na infância no Brasil é superior à taxa mundial que foi de 47% de queda e da América Latina e Caribe que foi de 65%. Além disso, o País conseguiu alcançar o Objetivo do Milênio para redução da taxa de mortalidade na infância (ODM 4) quatro anos antes do prazo estabelecido.
A vantagem política brasileira deve influenciar outros países. O Brasil é observado por outros países aqui na América Latina. A linha de cooperação técnica internacional na qual o Ministério da Saúde, o Unicef e a OPAS se colocam é um futuro para o Brasil dar essa demonstração de que tudo é possível apesar de sua grande complexidade”, relata Cristina Albuquerque, representante do Unicef no Brasil.
Na análise de 1990 a 2012, pelos dados do Ministério da Saúde, o Nordeste foi a região com o maior percentual de queda: 77,5%, passando de 87,3 por 1000/NV para 19,6 por 1000/NV. Os estados que se destacam Alagoas (-83,9%), Ceará (-82,3), Paraíba (-81), Pernambuco (-80,9) e Rio Grande do Norte (-79,3).
A queda do índice no Brasil pode ser explicada por uma série de fatores, entre eles, o foco na atenção primária de saúde, melhoria no atendimento materno e ao recém-nascido, promoção do aleitamento materno, expansão da imunização e criação de iniciativas de proteção social como o programa de transferência de renda Bolsa Família.
NORTE E NORDESTE– Pacto de Redução de Mortalidade Infantil na Amazônia Legal e Nordeste, desenvolvido pelo Ministério da Saúde entre 2009 e 2010, teve grande impacto, comprovável pelo fato de que a maior redução da mortalidade ocorrida no país no período de 2000 a 2010 se deu justamente nas regiões Norte e no Nordeste, especialmente. Além disso, políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doenças e outros agravos, a diminuição da pobreza obtida pelo maior programa de transferência de renda do mundo, o Bolsa Família, foi também um forte fator para a redução dos óbitos na infância.
BRASÍLIA – O Ministério da Saúde, por meio do Programa Nacional de Imunização (PNI), passa a oferecer a partir deste mês de setembro, em toda a rede pública de saúde, a vacina varicela (catapora) incluída na tetra viral, que também protegerá contra sarampo, caxumba e rubéola. A nova vacina vai compor o Calendário Nacional de Vacinação e será ofertada exclusivamente para crianças de 15 meses de idade que já tenham recebido a primeira dose da vacina tríplice viral. Com a inclusão da vacina, o Ministério da Saúde estima uma redução de 80% das hospitalizações por varicela (catapora).
“Com apenas uma injeção o Brasil vai poder proteger suas crianças contra quatro tipos de doenças. Hoje, temos dados que mostram que quase nove mil pessoas são internadas por ano pela varicela e temos mais de 100 óbitos. Além disso, facilita o trabalho dos profissionais e traz economia, pois usa-se apenas uma agulha, uma seringa, um único local de conservação”, declarou o ministro Alexandre Padilha.
Com a tetra viral, o SUS passa a ofertar 25 vacinas, 13 delas já disponibilizadas no Calendário Nacional Vacinação. Foram investidos R$ 127,3 milhões para a compra de 4,5 milhões de doses por ano. A população deve se informar no posto de saúde mais próximo para saber se a vacina tetra viraljá está disponível. Isso porque alguns municípios ainda estão adequando a rotina à nova vacina, por causa da necessidade de capacitação dos profissionais para administração da dose ou pela dificuldade de distribuição para as salas de vacina em locais de difícil acesso. A previsão é que todas as 34 mil salas de vacinação distribuídas no Brasil estarão ofertando as doses até o final do mês.
A vacina tetra viral é segura – tem 97% de eficácia e raramente causa reações alérgicas. Não haverá campanha de vacinação, pois a vacina tetra viral será disponibilizada na rotina dos serviços públicos em substituição à segunda dose da vacina tríplice viral. A vacina evita complicações, casos graves com internação e possível óbito, além da prevenção, controle e eliminação das doenças sarampo, caxumba e rubéola.
PARCERIAS – A produção nacional da vacina tetra viral é resultado da parceria para transferência de tecnologia entre o laboratório público Bio-Manguinhos e o laboratório privado britânico GlaxoSmithKline (GSK). Nos acordos de transferência de tecnologia, firmados pelo Ministério da Saúde, a produção se dá por meio de Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP), feito com os laboratórios públicos. Nessa parceria, os laboratórios da rede privada, são responsáveis por produzir o princípio ativo e transferir a tecnologia. Como contrapartida, o governo garante exclusividade na compra do medicamento por cinco anos.
Esta é a sétima parceria entre o laboratório privado GSK e o laboratório público Bio-Manguinhos. Desde 1980, os laboratórios produzem juntos as vacinas poliomielite, Haemophilus influenzae tipo b (Hib) – que causa meningites e outras infecções bacterianas –, tríplice viral, rotavírus, dengue e pneumocócica conjugada, que protege contra a pneumonia e meningite causada por pneumococo.
Ao total, estão em vigor 35 PDPs para a produção de 33 produtos, sendo 28 medicamentos e quatro vacinas. As parcerias envolvem 37 laboratórios, 12 públicos e 22 privados, nacionais e estrangeiros.
BERNA– Quando os fumantes renunciam definitivamente o cigarro, 80% deles ganham em média 7 Kg de acordo com vários estudos. Este ganho de peso não está relacionado com uma dieta rica em calorias para compensar a abstinência, mas a uma modificação da composição da flora intestinal, de acordo com os pesquisadores do Hospital da Universidade de Zurique.
O peso aumenta mesmo se os ex-fumantes ingerirem a mesma quantidade ou menos calorias do que quando fumada, indicou um comunicado do Fundo Nacional de Investigação Científica (FNC), que apoiou o estudo.
Este fenômeno é ocasionado devido a uma mudança na composição da diversidade bacteriana no intestino, de acordo com Gerhard Rogler do Hospital da Universidade de Zurique, cujo estudo foi recentemente publicado na revista “PLoS One”.
O experimento foi conduzido durante nove semanas com 20 pessoas, cinco não fumantes, cinco fumantes e dez pessoas que começaram parar de fumar uma semana após o início do estudo. Os pesquisadores constataram que a cessação do tabagismo resultou em grandes mudanças na composição da flora microbiana intestinal.
As cepas de bactérias que também são predominantes na flora intestinal de pessoas obesas proliferaram após a cessação do tabagismo. Os indivíduos que haviam parado de fumar ganharam em média de 2,2 Kg durante as nove semanas do experimento, mesmo sem alterar seus hábitos alimentares. Pequeno detalhe, eles consumiram um pouco de álcool no final do estudo.
Este resultado já havia sido observado em estudos anteriores realizados com animais. O estudo foi realizado no âmbito do estudo de coorte suíço de doença inflamatória intestinal crônica.